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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

FRASES LAPIDARES

 

Há quem conte a velhíssima história de um lavrador que, ao ser avisado pelo seu capataz sobre os perigos, para uma determinada cultura, representados pelo equinócio, terá respondido:

- Quem te diz que, este ano, vamos ter equinócio?

 

Vejam agora este lead de um jornal de hoje:

“Em 2013 e 2014, feriados civis a eliminar calham ao fim de semana. Já em 2015 é uma incógnita”.

 

E esta, da dona Ana Gomes:

“O nosso dever é ir falar com o diabo, se for preciso para pôr em cima da mesa soluções de esquerda”.

 

Só mais uma, da dona Inês Pedrosa:

“Ao contrário de Relvas, Sócrates nunca fez chantagem com a vida privada de um jornalista”. (v. outro post de hoje)

 

Comentário: o lavrador teria desculpa…

 

25.5.12

 

ABC

INÊS PEDROSA E A VERDADE

 

Sob o título “A verdade a que temos direito”, vem a epigrafada, ilustre intelectual da mais pura esquerda, brindar a respeitável canalha com a sua preclara quão preciosa opinião sobre o caso Relvas/senhoras do “Público”.

É ela conhecida pelo talento literário que, soe dizer-se, lhe assiste, bem como pelo seu inefável feminismo, fervorosa homofilia, acendrado “progressismo” e outras qualidades que o IRRITADO não conhecerá, mas com que a Natureza não deve ter deixado de a favorecer.

 

Posto isto, vejamos o que a senhora opina acerca do mais fenomenal problema da Nação: a guerra do Relvas contra as fulanas do “Público” e vice-versa.

Começa a nossa opinante por nos informar que sempre houve “pressões sobre a comunicação social” feitas “por todos os governos”, e que fica muito contente quando vê “responsáveis de jornais desligarem (precioso português!) os telefones aos autores dessas pressões”.

Para quem conhecer minimamente as relações entre uns e outros (políticos e jornalistas), esta tomada de posição da senhora quer dizer… nada.

Acrescenta a senhora umas considerações sobre a “moral” do seu meio, o meio da “informação”, dando a impressão de viver noutro planeta, pouco sabendo sobre o que se passa na Terra. Não deixa, por isso, de informar que os jornalistas desobedientes receberam inúmeras visitas das Finanças por ter levantado o rabinho do selim. Presume-se que o seu bem-amado Sócrates fosse especialista na matéria…

Refira-se ainda que a ilustre senhora acha que vivemos “no regime opressivo instaurado pelo discurso catastrofista sobre a crise”, o que faz com que vejamos que “as pressões se multiplicam”. Lapidar. Lapidar porque é sabido que a esquerda tem as soluções necessárias para acabar com a crise de um momento para o outro: investimento público, estado social alargado, salários “europeus”, tendencial pleno emprego, etc. E ninguém liga! Das profundezas de imperdoável estupidez, quantos portugueses perguntam à tal esquerda onde é que vai buscar o dinheiro para sustentar esse maravilhoso mundo? A isto a esquerda não responde porque acha que, como no tempo do PS, o discurso devia ser, sempre!, triunfalista, optimista, já que deve ser essa a verdade a que, na opinião da senhora, “temos direito”.   

Mas não é isto que importa, ou pouco importa, vindo de quem vem. 

A senhora não percebe por que é que, sendo certo que o Relvas ameaçou o jornal de black out e a jornalista de ver reveladas intimidades suas, não publicou imediatamente a notícia. Isto para concluir que não havia provas do acontecimento. Quem ler, dirá: terá mesmo acontecido? Mas quem escreve conclui que “ao contrário de Relvas, Sócrates nunca fez chantagem com a vida privada de um jornalista”. Como sabe ela tal coisa? A afirmação implica: a) que a senhora cha que as acusações feitas ao ministro são verdadeiras e, b) que também sabe que, no tempo do Sócrates, a chantagem era feita por outros meios, se calhar mais eficazes.

Mais: depois de confessados estes conhecimentos, dona Inês Pedrosa diz que, se a conversa estivesse gravada “a gravação poderia, por si só, virar-se contra o próprio jornal”. Porque se tratava de uma gravação ilegítima, ou porque a gravação podia provar uma verdade que não correspondia às acusações insinuadas e às quais dona Inês dá a maior das credibilidades?

 

Enfim, ninguém sabe, ou jamais saberá ao certo o que se terá passado. Ninguém, não? Dona Inês insinua que sabe, sem afirmar taxativamente que sabe. Formidável, não é? Pelo menos, é uma expressiva demonstração do que é a integridade e a fiabilidade do pensamento de esquerda quando posto à prova.

 

O IRRITADO, que, como já disse, admira tanto o Relvas como as raparigas e os jornalistas do “Conselho” do “Público”, acha que dona Inês faz parte da maralha que anda a atirar areia para os olhos do povo e a distraí-lo do que lhe devia interessar.

Será uma manifestação da “verdade a que temos direito”?

 

Disse.

 

25.5.12

 

António Borges de Carvalho

A RTP, O RELVAS, AS SERPENTES, A DÍVIDA E OUTROS MAIS

 

 

Ontem à noite, mergulhado em infeliz sessão de zapping, o IRRITADO deu a volta ao coiso e foi parar à RTP1.

O que viu deixou-o na mais profunda depressão.

 

Perante os gemidos, gritinhos e as reacções alarves (gravadas?) de uma assistência de mastrafonas loiras, um ser repugnante com ares de pessoa humana debitava graçolas, qual delas mais estúpida, mais ausente de humor, mais ordinária, mais mentecapta.

Num cenário do mais repenicado mau gosto, o ser, possuído de peripatética importância, contribuía com afinco para a estupidificação da assistência e dos espetadores (sim, hoje em dia, por obra e graça do acordo ortográfico, os espectadores passaram a espetadores). Só que os espetadores não espetavam coisa nenhuma, pelo contrário, eram espetados nos olhos e nas meninges pelos dardos da baixeza moral, cultural e intelectual do que lhes era oferecido.

Chamava-se a coisa “5 para a meia-noite”. Era, como se calcula, nada mais que uma manifestação de “serviço público”, daquele em que a RTP é tida por fabricante e especialista. Abaixo de hiena – cão é pouco - ou de trampa.

*

Uma hora antes, tinha o IRRITADO exponenciado a sua endémica irritação ao ouvir uma das boas novas em que a RTP é fértil: o Estado injectou, por estes dias, mais de 360 milhões de euros para tapar os últimos meses de buracaria do “serviço público” de televisão. Mais do que vão custar os juros da troica!

*

Mercê do primitivismo dos políticos e da ganância extrema e irresponsável dos chamados media, na última semana o país tem-se ocupado quase em exclusivo de uma guerra entre um ministro duvidoso e duas serpentes do “Público”. A oposição aproveita a boleia para exigir a demissão do ministro, para dar algo que fazer a uma coisa que nunca devia ter existido mas continua a existir, chamada ERC, ou lá o que é, para entreter os senhores deputados em mais uns inquéritos e para vender mais uns jornais à vilanagem.

Verdade seja dita, não se percebe lá muito bem porque é que o ministro chegou a ministro, nem porque será que o senhor Belmiro pôs as jararacas no “Público”, proporcionando assim saneamentos gonçalvistas e uma queda de qualidade do jornal, cujo objectivo se não vislumbra.

Os 360 milhões para a RTP quase não são notícia. O senhor ministro não é chamado à ERC, nem ao parlamento, para justificar porque deve o Estado endividar-se ainda mais para sustentar o monstro.

Já passou, não é! Um fait divers sem importância.

 

Importante é saber quem mentiu mais, se o ministro se as harpias. Vejam os intelectuais da “Quadratura do Círculo”. Quarenta minutos a debitar teorias sobre o caso, qual delas a mais rebuscada!

*

Com ministros destes (a Cristas é outra que tal), como pode andar o Tavares (Sousa), o Tavares (Rui), o Soares (Mário) e tantos outros, a acusar o governo de ser liberal?

 

Com media destes, como se pode dizer que há informação?

 

Com intelectuais destes, o que será ser estúpido em Portugal?     

 

25.5.12

 

António Borges de Carvalho

DESGRAÇAS

 

 

As manchetes dos últimos dias põem uma pessoa de rastos.


*


Por cá, ao contrário do que se possa pensar, não se trata de más notícias. É que parece estar a começar alguma coisa séria contra as trafulhices de toda a ordem em que o país se atolou nos últimos anos.

Prouvera que houvesse vontade, e meios policiais, jurídicos e judiciais para que a sociedade deixasse de achar que as trafulhices valem a pena. Precisávamos de “armas” de tipo anglo-saxónico, ou nórdico, para esta luta, em vez de continuarmos agarrados aos labirintos legais onde a justiça se enreda, verdadeiro espartilho  napoleónico, complicado e ineficaz.

O IRRITADO, se fica de rastos com as notícias, quer ter, ainda que com parcas razões para tal, esperança numa reviravolta dos costumes judiciais que, sem pôr em causa valores fundamentais, antes reforçando-os e usando-os, possa separar o trigo do joio, rapidamente, com Justiça e força.


*


As noticias lá de fora são ainda piores.

Do G8, pouco ou nada sairá, para além de tempo perdido.

A Grécia precipita-se, imparável, num caos de consequências gigantescas.

A França, entalada entre o Sarkozy e o Hollande, arranjou um presidente que, para além de anúncios tresloucadas ou impossíveis promessas (não se preocupem, que não são para cumprir), apresentou um governo digno das urgências do Júlio de Matos. 34 ministros, sendo 17 machos e 17 fêmeas, como se tal pudesse ser critério. O IRRITADO não criticaria se fossem mais mulheres que homens. Não se trata, nem de longe, de misogenia. Puro bom senso.

Num frenesi mais ou menos paranóico, o governo do homem tem os mais extraordinários ministérios, coisa digna da imaginação dos aiatolas. A imprensa portuguesa, muito atenta a estes fenómenos, tratou de esconder a coisa. Um ministro para a “Revivescência Produtiva”. Outro, ou outra, para para o “Sucesso Educativo”. E outro “Francês e da Francologia” (nova ciência?). Para não falar do ministro  das “PME, da Inovação e da Economia Numérica”. E isto, meus amigos, são só umas amostras do delirium tremens do fulano.


*


Entretanto, os apóstolos do “crescimento económico”, da extrema esquerda à extrema direita, passando por todas as outras cores, parecem estar a ganhar a sua batalha.

Conseguiram que não se fale noutra coisa. Crescimento!

A Merkel vai dizendo pois pois, e fica tudo na mesma.

E se a convencessem? Que fariam, ela e os demais? Possivelmente coisa nenhuma. É que ainda ninguém foi capaz, nem será, de dizer como se reactiva a economia de um continente que, vítima do mundialismo que inventou, deixou de ter sector primário digno de tal nome, abandonou a indústria pesada, exportou a indústria transformadora e se atascou num mundo de serviços e de custos sociais cuja sustentabilidade desbaratou.

    

Os extremos, da esquerda ou da direita, a mesma trampa. Propugnam o investimento público, como se houvesse uns tostões para isso. Os que não são extremos entretêm-se com “progranas”, “planos” e outras patacoadas.

Resumindo e concluindo: não se sabe se há alguma coisa a fazer ou se a civilização ocidental está mesmo a caminho do fim.

 

23.5.12

 

António Borges de Carvalho

NUMEROSA CAVALGADA

 

Aqui há dias, numerosa cavalgada apeou-se à porta de São Bento em fremente alarde de indignação pela diminuição de subsídios de que foi vítima a nobre estirpe dos chamados cineastas, gente que, diz o povo ignaro, deveria ser conhecida por Brigada dos Chatos.


Diminuir os subsídios? Então, ó burros, não vêem que a cultura é intocável? Não vêem que se trata de produtores culturais e que sem produtores culturais não há cultura e, não havendo cultura, não há país? Carradas de razão. Ainda por cima, dada a estupidez endémica do povo, não se vende bilhetes para as obras dos cineastas. Donde se conclui  que, ou o Estado lhes paga a brilhantíssima existência e as extraordinárias obras ou deixa de haver maneira de brindar o povo com as suas inigualáveis produções. E aquelas dezenas de pessoas que ainda compram bilhetes para a elas assistir? Ficam ao abandono, ou sujeitas a ir ver porcarias feitas no estrangeiro, com terríveis consequências na balança de pagamentos da Pátria?

Se o Papa não tivesse pago ao Miguel Ângelo, havia Capela Sistina? Que aconteceria ao Mozart, se não fossem uns arquiduques a sustentá-lo, apesar das intrigas do Salieri?

Isto não se mete pelos olhos dentro?

Então como se pode compreender que os nossos miguéis ângelos e os nossos wolfgangs do nimas vejam diminuídos os seus sacrossantos proventos? Então esses insignes produtores de cultura são atingidos pelos cortes orçamentais como se fossem meros cidadãos, esses sim, a merecer todos os cortes e mais alguns, já que não compram bilhetes para o cinema nacional?

Que tem a numerosa cavalgada a ver com a escumalha? Porque há-de a numerosa cavalgada ser objecto dos mesmo cortes a que a vilanagem está sujeita? Como pode isto acontecer num país que se diz civilizado?

É certo que há produtores culturais que nunca receberam benesses do Estado, e que se encheram de euros. Olhem o Lobo Antunes, olhem o Saramago e tantos outros. Pediram dinheiro para a esferográfica ou para o computador? Esses não contam, como é evidente.


*


Hoje, o ciberespaço anda indignadíssimo com a demissão dos líderes do cinema e do audiovisual, certamente adeptos da numerosa cavalgada, a quem o Secretário de Estado, cínico!, teceu inúmeros elogios e se apressa em substituir.

Intolerável!


Acresce que um tipo, talvez inimigo da mumerosa cavalgada, veio ontem à TV declarar que os cortes (33%!) que foram feitos à Casa da Música, do Porto, iriam ser ultrapassados sem problemas de maior, mercê da gestão cuidada da organização e dos apoios que continuaria a receber dos seus habituias contribuintes privados, nacionais e estrangeiros.

Ora um tipo que não se queixa, que vai em frente, que não mendiga, que não se acha mais que os outros, merece alguma consideração?

Certamente.

Mas não da numerosa cavalgada.       

 

17.5.12

 

António Borges de Carvalho

IMIMAMA

 

Se houve imposto que, muito antes da crise, da bancarrota, da troica, etc., vinha aumentando de forma substancial, tal imposto foi o IMI. As câmaras foram autorizadas a aplicar aumentos, salvo erro até 30% (!), competindo-lhes servir-se da parlamentar benesse segundo os seus altos critérios.

Todas aumentaram o IMI, umas com mais suavidade, outras à bruta.

Parece que já ninguém se lembra disto. Pelo contrário, a coisa está esquecida, e esquecida de tal maneira que, por todo o país, as autarquias reclamam em altos gritos que, se o Estado quer sacar-lhes 5% do IMI, ou seja, mais 3% que o habitual, é um roubo, uma injustiça, ficam arruinadas e, sobretudo, impedidas de desempenhar a sua nobre missão de cobrar taxas sobre tudo o que mexe, incluindo as castanhas assadas e similares, para fazer rotundas e piscinas, centros culturais, museus da treta e outras pomposas infraestruturas, as mais delas ou desertas ou redundantes. Se o Estado gasta milhões a cobrar o IMI, indo entregar o carcanhol às autarquias, que mais não fizeram que aumentar a taxa, isso cabia perfeitamente nos anteriores 2%, não é? Pois. Se calhar é.

O IRRITADO, que usa confundir o conceito de autarquia com o de inimigo público, é suspeito nesta matéria, pelo que aceita que se dê o devido desconto a estas tão maldosas declarações.

Mas confessa a sua inveja em relação a certos sistemas que, para reconhecer a existência de uma autarquia, é preciso saber se se trata de uma comunidade auto suficiente para o desempenho das funções que lhe são atribuídas. Daí, dá-se o contrário do que acontece por cá. As autarquias cobram os seus impostos e as suas taxas, acrescidos dos impostos e taxas estaduais ou regionais (quando for o caso), e ainda dos impostos e taxas nacionais, tudo devidamente descriminado em facturas e documentos afins. Isto é, as autarquias cobram impostos para entregar ao Estado, não o Estado para entregar às autarquias. É capaz de ser melhor sistema.

De qualquer maneira, é de assinalar a patriótica reacção das nossas autarquias perante os 3% que lhes querem tirar. As autarquias são “soberanas”, competindo ao Estado pagar tal “soberania”, mesmo que não tenha dinheiro para tal.

A austeridade é precisa para toda a gente, menos para os atingidos por ela! É a mentalidade generalizada.

O governo já cometeu asneiras que cheguem ao isentar certos macacões. Olhem os controladores aéreos que, para sustentar a nobre tese que a austeridade não é para eles, se entretêm a fazer greves que nos custam milhões!         

Esperemos que, desta vez, as autarquias levem com os pés, que bem o merecem. A mama do IMI não só tem efeitos desastrosos no chamado “ordenamento do território”, como se tornou na principal receita desta malta. Aprendam a governar-se com menos, que é o que toda (ou quase) a gente não pode deixar de fazer.

 

13.5.12

 

António Borges de Carvalho

CONSPIRAÇÕES

 

O IRRITADO tinha, muito seriamente, pensado não se meter mais na história das chamadas “secretas”. Mas o bombardeamento é de tal ordem, que se torna difícil não dar pela coisa.

 

As teorias da conspiração são aos pontapés. Ao ponto de se achar que a segurança da Pátria está em causa, que há desrespeito pelo segredo de Estado, que, mais tarde ou mais cedo, a Alcaida nos vai saltar em cima, aviões a cair, mortos nas ruas, o diabo a quatro. Admita-se a aflição de tantas e tão bem informadas almas. O tal Silva Carvalho é suspeito dos mais hediondos crimes, atrás dele um tal Vasconcelos, uns trutas que mandam naquelas coisas, o governo, o ministro-adjunto, quem sabe se o PM, este ou o anterior. Já se põe a questão da demissão de um e, a avaliar pelo crescendo de “bocas” e de altas deduções, parece que, se calhar, o melhor seria mandar o PM para casa, novas eleições, sabe-se lá que mais.

 

Se calhar é tudo verdade, se calhar não é.

 

Facto é que ninguém se cala. Os serviços ditos secretos deixaram de o ser, para se tornar numa organização tenebrosa, vendedora de segredos de Estado, agência de informações comerciais e não sei mais quê.

A coisa não vai parar, pelo menos enquanto as pessoas não deixarem de comprar jornais à pala do assunto.

 

Por mero exercício de retórica, façamos uma conspiração ao contrário, incompetentes que somos para conjecturar, mas reivindicando o direito de o fazer.

Há longo tempo, é público e notório que o senhor Balsemão arranjou uma inimizade mortífera com o senhor Vasconcelos, possivelmente por causa de turras em relação ao seu periclitante conglomerado empresarial. Não será estúpido pensar que isso tenha sido determinante, ou tenha tido forte influência na cruzada anti-Vasconcelos lançada pelo “Expresso”, após “cuidada” “investigação jornalística”.

Apesar de o inefável tipo do MFA/PS encarregado de vigiar estas matérias ter vindo à tona informar que não havia nada de suspeito naquela coisa toda, a tempestade continuou e foi tomando colossais proporções. Já há não sei quantos arguidos, não sei quantos suspeitos, não sei quantas acusações, não sei quantos advogados, não sei quantos magistrados que parecem não fazer outra coisa, buscas, violações de correspondência, espionagem electrónica, uma data de “serviço”. Muito bem.

 

Vejamos agora as acusações que têm vindo à baila.

A primeira refere-se a umas informações que o tal Silva Carvalho terá passado ao tal Vasconcelos sobre uns cavalheiros russos que queriam vir até cá fazer negócios com ele. Tratar-se-ia de saber se era gente de confiança ou se não andariam metidos com as máfias, as tríades e outras meritórias organizações, se tinham meios financeiros etc. Alguma destas matérias podia ser segredo de Estado? É evidente que não. Pode alegar-se que aos serviços secretos não compete obter informações comerciais. Mas não deixa de ser evidente que muitas das informações obtidas têm, ou podem ter interesse comercial sem deixar de ser obtidas por quem são para outros fins.

Segundo crime objecto de acusação é o que se refere a outras informações do mesmo tipo, com eventual importância económica, incluindo para a respectiva “diplomacia”.

Terceiro crime. Parece que o Silva Carvalho, ou alguém por ele, terá ilegitimamente penetrado numa factura da Optimus. Aqui sim, se for verdade, há mesmo crime. Deve, porém, tratar-se de coisa menor, se tivermos presente a entrada do Diário de Notícias no email de um tipo a propósito do qual desencadeou uma campanha com demolidores e bem sucedidos resultados políticos. Ninguém se chateou com o assunto. E, no entanto, houve violação, aliás confessa, de correspondência, seguida da sua pública utilização na intriga política. Porque há-de o actual caso (o da factura da Optimus) merecer tanto escândalo e tanta reprovação, se um caso similar deu lugar a coisa nenhuma que não fosse a descredibilização política de alguns por tais e tão ilegítimos meios? Não há moralidade nem comem todos!

Quarto crime. O senhor Silva Carvalho saiu da secreta para um belo tacho na organização do Vasconcelos. É estranho, mas toda a gente diz que a coisa não viola qualquer lei. Então porquê tanto alarido?

Quinto crime. Parece que o Silva Carvalho mandou ao ministro-adjunto um plano de reestruturação dos serviços. Então o actual, ou anterior, encarregado da coisa, não pode, sem incorrer em crime, dizer ao governo, que nada lhe terá pedido, como gostava de ver a coisa organizada, ainda que com evidente interesse pessoal? Então os eventuais receptores de tal plano não podem ser chamados e ter opinião, nem que tal opinião seja não ter opinião, ou não ler, ou não ligar ao assunto?

  

Resumindo e concluindo:

O estardalhaço que para aí anda, ou serve para vender jornais, ou para entreter o pagode.

Donde, a conspiração do IRRITADO é tão legítima quanto as outras. Guerras empresarias são guerras empresarias, e está para nascer quem diga que houve violação do segredo de Estado nas informações que circularam.

A conspiração dos outros, e que outros!, também será legítima, mas cheira a tempestade num copo de água e a areia nos olhos, ainda por cima salgada.                  

 

12.5.12

 

António Borges de Carvalho

DA FILOSOFIA DO TRAQUE


Já toda a gente ouviu falar nas quantidades astronómicas de CO2 que os descuidos vacuns provocam, a fazer concorrência a essa coisa hedionda que se chama humanidade.

Ora como a filosofia oficial ainda não mandou matar as vacas, mas insiste nas terríveis culpas da humanidade no “aquecimento global”, havia que justificar por que carga de água há tanta gente a provar por a+b que, em inúmeras épocas, houve concentraçõe de CO2 superiores às actuais sem que houvesse indústria e até, céus!, em tempos em que nem humanidade havia. Acresce que não foi, ainda, possível provar, bem pelo contrário, que a tais concentrações correspondesse o tal aquecimento.

Mas há que andar para a frente, que é o que a filosofia oficial impõe. Nesta ordem de ideias, vieram agora uns cientistas oficiais – presumo que pagos pela ONU e pelos vendedores de direitos de carbono – demonstrar que, se houve muito CO2 em recuadíssimos tempos, tal se ficou a dever... aos traques dos dinossauros!


Maldita flatulência!

 

9.5.12

 

António Borges de Carvalho

A NOITE DOS MARRETAS


Na passada 2ª feira assistimos, isto é, há quem tenha assistido, a uma cena verdadeiramento caricata nos “Prós e Contras” do chamado serviço público de televisão.

Os tipos puseram frente a frente dois PPD’s reformados e dois comunistas, um no activo outro não sei. Grande representatividade da opinião nacional, na magnífica opinião do serviço público!

Foi o fim da macacada.

O Jerónimo, mais afeito a estas cenas, mostrou a habitual “equanimidade”, pôs a funcionar a disquete do costume e evitou bate-fundos. A compensar, foi-nos dada uma esclarecedora mostra das maravilhas do comunismo soviético, na boca de um velho fiel de Lenine, um tal Avelãs, bem conhecido em vários meios que se julgaria já passados à pequena história. De volta ao galarim por obra e graça da RTP, o indivíduo teceu as mais inacreditáveis e ditirâmbicas considerações sobre a tirania bolchevista, e condenou com veemência o mundo ocidental. O camarada Jerónimo, prenhe da admiração e do deleite que as tiradas do tresloucado pitecantropus da política lhe provocavam, tinha os olhinhos a brilhar de admiração. Marretas, mas marretas a sério, a despejar balelas pescadas nas catacumbas do século vinte.

O que é engraçado, sem ter piada nemhuma, é que os dois reformados do PPD passaram o tempo a dar razão aos bolchevistas. Minto, davam-lhes razão nos diagnósticos – coisa fácil de fazer, nos nossos infelizes dias – mas, com a desculpa de não estar ali para discussões iodeológicas, não se meteram em tais matérias, limitando-se a dizer que as “soluções” apontadas pelos marretas não eram exequíveis e deixando que ficassem no ar as bojardas do Avelãs.


Quem tem medo compra um cão, diz o ditado. Se os PPD’s  não têm estaleca, comprem uns livros, desses que ensinam a discutir, e não nos sujeitem a estas sessões de “esclarecimento" promovidas pela RTP.

 

9.5.12

    

António Borges de Carvalho

SOARES, O GREGO

 

Atendendo aos brilhantíssimos resultados obtidos pela Grécia em consequência originalidade política e social com que acatou as regras de auxílio financeiro que se comprometeu a cumprir, o dr. Mário Soares veio, do remanso do dourado gabinete que o próprio aluga ao Estado para o próprio se instalar, decretar que isso de acordos não é para cumprir, e que o PS tem a estrita obrigação de des-assinar os acordos que negociou e assinou.

Em clássica inspiração, certamente por Zeus determinada, o nosso Grego disse de sua justiça. Veja-se a profunda coerência que o rei dos deuses lhe instilou nas meninges: ele que, com a grandeza dos iluminados, chamou por duas vezes o FMI às lusitanas plagas, ele, que chamou Hernâni Lopes, por exemplo, para aplicar os draconianos projectos da dona Teresa Minassian, ele que, no auge do sacrifício pela Pátria, chegou ao ponto de lançar impostos retroactivos, ele, republicano, socialista e laico, vem agora condenar não só os que executam programas do tipo dos que tanto acarinhou, vem dizer que não cumpram, que borreguem, que mandem a troika à fava!

Mais esclarecido parecer é difícil de imaginar.


Tudo , porém, se justifica. Ele sabe, não como dizem as eleições por essa Europa fora, que “o povo europeu não quer isso (a Europa de mal a pior)” e que o mesmo povo “sempre defendeu uma Europa social e não uma Europa liberal”. No douto parecer de Soares, o Grego, o povo europeu (que povo?) não votou, não escolheu governos, não formou maiorias. Nada quis. Ele, Soares, o Grego, é que sabe o que o povo europeu quer. O que o povo europeu quer é o que Soares, o Grego, determina que ele quer! Mais Estado! Mais controlo! Mais autoridades, mais regulamentos, mais funcionários, mais entidades, mais fundações, mais impostos, mais, mais, mais. Nada de liberalismos. Estado. Seja ele os Estados nacionais, seja o mega Estado de Bruxelas. Que importa que os povos europeus estejam controlados até ao tutano por regulamentos, directivas, espartilhos, leis, leisinhas e leisetas? É preciso mais! Soares, o Grego, determina que, se o Estado social passar a ser sustentável, então “o desenvolvimento da Europa desaparece”.

Por cá, o governo, que fez uma acordo com os sindicatos democráticos, “não dialoga com os sindicatos”. O governo, que passa a vida a (tentar) explicar-se, “não dialoga com o país”. Crime dos crimes, o governo,que passa a vida a responder, no Parlamento, às mais rebuscadas questões, “não dialoga com o principal partido da oposição”. Por isso, o principal partido da oposição deverá, o mais depressa possível, rasgar os acordos que firmou, não por causa dos ditos, mas para fazer oposição, para dar cabo do governo.

Que importa que a Europa se prepare – toda a gente sabe, menos Soares, o Grego – para lançar, com êxito ou sem ele, programas para a economia e o emprego? Que importa que seja evidente que o governo está a fazer contas e recontas para se poder apresentar com alguma credibilidade à execução de tais programas? Que importa que, para tal, seja preciso demonstrar capacidade para acesso a eles e que isso implique uma disciplina tão férrea como a que Soares, o Grego, aplicou noutros tempos? Nada.

Para Soares, o Grego, não importa. O que importa é que o governo dure pouco, que a credibilidade do país caia no esgoto do socialismo – como se lá não estivesse já – e que o poder regresse às mãos dos seus. É isso o importante. O resto são cantigas neo-liberais, não é?    

 

9.5.12

 

António Borges de Carvalho

PROTECCIONISMO


Um conselho do IRRITADO aos que “acusam” o governo de ultraliberal: leiam a entrevista, no “Expresso”, da ministra da agricultura e de mais não sei quantas coisas.

Não há melhor exemplo de ânsia proteccionista.

Não há melhor exemplo de como a chamada democracia cristã se aproxima do socialismo dito democrático.

Não há melhor exemplo da total ausência de mentalidade liberal que impera no país.

A propósito da magnífica promoção do Pingo Doce, a senhora, em vez de dizer que, a haver alguma ilegalidade, será do pelouro de quem o tem, desata numa sanha controleira, anuncia uma data de novas leis, tipo big brother do comércio, propõe-se garrotar a liberdade contratual de entre trabalhadores e patrões e entre parceiros comerciais, tudo a propósito de altas moralidades, de “protecção do mais fraco”, de abusos de posição, num delírio digno de tempos que já lá vão. Não se pode ser mais anti-liberal.

O que pode levar a senhora a alinhar com os raivosos protestos da extrema-esquerda e do socialismo segurista?

O que pode levar a senhora a armar-se em dona da vontade das empresas e dos seus trabalhadores? Terá medo que lhe chamem liberal?

Ou é mesmo, como acha o IRRITADO, visceralmente anti-liberal?


Anos atrás, os chamados produtores (os “protegidos” da ministra) queixavam-se amargamente dos intermediários que se locupletavam com as margens que lhes eram “devidas” e que eram os culpados pelos preços exorbitantes que o consumidor final pagava. O Pingo Doce, como outros, acabou com os tais intermediários. Vai directamente à produção e acaba por vender mais barato ao consumidor do que se vendia noutro tempo.

É claro que os produtores continuam a queixar-se que são “esmagados” por capitaistas sem escrúpulos, etc. Bullshit! Ninguém quer perceber que, se quer ganhar dinheiro, aumente a produtividade, melhore a qualidade, venda mais barato e ganhe na quantidade.

 

*

O IRRITADO é um fiel cliente do Pingo Doce, que vende bons produtos – os seus produtos brancos, em matéria de qualidade, metem toda a concorrência num chinelo – e mais barato que a generalidade dos demais. Em matéria de qualidade/preço não tem rival, nem de lonje nem de perto.

Ainda por cima, fez a espantosa promoção do 1º de Maio, proporcionando às gentes a única verdadeira festa daquele dia. As outras foram, ou o formalismo requentado da sessão parlamentar, destinada, não a celebrar a Democracia e o direito das pessoas, mas a dar uma oportunidade de palco à oposição, ou a apropriação do dia pelas “massas”, na mesma óptica: apropriar-se da data, desunir, extravazar ódios, cacarejar slogans apodrecidos, aproveitar-se das dificuldades para fazer propaganda de ideias que a História e a moral há muito condenaram.

Ainda por cima aproveitou para dar aos empregados as mesmas oportunidades que aos cliente e pagou-lhes como deve ser o 1º de Maio “laboral”.


A raiva primária com que a esquerda “saudou” a iniciativa (é melhor que o povo pague mais caro, se pagar mais barato for obra dos que a esquerda primitiva – haverá outra? – odeia, por princípio e devoção) é, moral e humanamente, uma vergonha.

Não é menos vergonha é que a senhora ministra aproveite a ocasião para ter um ataque de diarreia legislativa, persecutória e proteccionista.

 

7.5.12

 

António Borges de Carvalho

HOLLANDÓCRATES


Os franceses – e nós com eles - estão metidos numa camisa de onze varas.

Parece que o camarada Hollande vai ganhar. Na sua esclarecida boca uma panóplia de impossíveis, a fazer lembrar as patacoadas do nosso saudoso Pinto de Sousa, com quem, sabe-se lá, é capaz de se ter aconselhado no suave remanso da Rue Lauriston. É evidente que o fulano se dedicará a chatear meio mundo, a arruinar ainda mais a França e a faltar a todas e cada uma das promessas que anda a agitar com o seu arzinho de flor de estufa.

E se ganhasse o Nicolau? O homem deixou-se arrastar nos malabarismos das estatísticas e das contas de somir do adversário e, dizem os comentadores de serviço, perdeu o debate. O homem, com os seus defeitos, é mais pessoa humana, mais normal que o delicodoce Hollandócrates. Mas não vai lá. E, se fosse, ganhar-se-ia com isso? Não interessa. É história.

Quanto aos rapapés à dona Martine, ficaram empatados. A necessidade é muita, a dona Martine, horrível fascista, meteu-os no bolso.


O problema é que a História não tem nada a ver com as histórias que contam. A História mostra que a França está, como todos nós, a caminho da ruína, que o socialismo está exangue, que a sociedade está anestesiada pelos hábitos de encosto que meteram na pele das gentes ao longo dos anos em que, servindo-se do Estado liberal, se dedicaram acondenar o liberalismo. Comunistas, socialistas democráticos, sociais-democratas, democratas cristãos, todos do mesmo lado, todos fervorosos inimigos do liberalismo, trataram, ao longo de quase setenta anos, de dar cabo da responsabilidade individual, de convencer as pessoas que têm o problema resolvido, que ganharão a vida façam o que fizerem, tudo isto mascarado e vendido como “direitos sociais”, a banha da cobra dos nossos tempos. O figurino foi mais ou menos o mesmo, as nuances serviram de raminho de salsa. Quando, por via tecnológica, chegou a globalização, ninguém percebeu o que se estava a passar. Adeus indústria, que coisas pesadas não são para europeu, adeus agricultura, que só vale alguma coisa à custa de subsídios, adeus pescas, que isso vai contra as espécies, e por aí fora. Em meia dúzia de anos, os BRICS aprenderam tecnologia, o dinheiro emigrou e, enquanto a Europa estrebucha e outros gozam as maravilhas que a Europa inventou, ainda andam por cá os hollandócrates & Cª a dizer que vão salvar o estado social (entre nós inventado pelo Prof. Marcello Caetano!).

A oposição ao status quo é ocupada pelos que outra coisa não querem senão defender o staus quo, mesmo sabendo que o status quo tem os dias contados. Receitas revolucionárias, todas socialistas, da dona Marine ao canalha Otelo, há muitas por aí.

A revolução útil, a que poderia acender uma lamparinazinha na escuridão, seria a revolução liberal, o Estado de direito propriamente dito.


Nada disto se avizinha. O que vem aí é o Hollandócrates no seu pior, que melhor não tem. Ou, por milagre, o peripatético Nicolau. Tanto faz. O futuro é negro e não há lamparina nenhuma.

 

3.5.12

 

António Borges de Carvalho

AMIGOS DO POVO


Em resultado das altas preocupações que os animam quanto ao bem estar do povo, os partidos comunistas desencadearam justa campanha de indignação contra o governo por causa dos 50% de desconto do Pingo Doce no 1º de Maio.

Calcule-se a justa revolta destes exemplares amigos de todos nós, designadamente dos trabalhadores, dos desempregados, dos que mais precisam. Não propriamente, é claro, por causa das borlas dos tenebrosos capitalistas, que essas não fazem mal a ninguém, nem se perceberia o contrário. Trata-se, sim, da justíssima indignação do PC e do BE pelos muitos milhares de portugueses que foram para o Pingo Doce em vez de se juntar à gritaria que promoveram nas ruas das cidades, berraria evidentemente prejudicada pelos malandros, se calhar fascistas, que foram às compras em vez de se juntar às massas desfilatórias. Oportunistas sem vergonha! Em vez de ir passar o feriado a confraternizar com as procissões, contribuíram, com a sua sanha consumista, para tornar a iniciativas dos partidos no mijarete em que redundaram.

E, como parece que os camaradas Jerónimo e Louça (ainda!) não têm autoridade soberana sobre o Pingo Doce e quejandos, vai de pôr as culpas para o governo, o Álvaro, dona Cristas e outros ferozes inimigos do povo.

Muito bem! É assim mesmo, camaradas. Vão longe.

 

3.5.12

 

António Borges de Carvalho

ESPERANÇA

 

A OCDE – a autêntica, não aquela inventada pelo senhor Pinto de Sousa – chegou à conclusão que os funcionários públicos portugueses são os que menos horas trabalham na Europa.

Estranhamente, ou nem por isso, os alemães são os que trabalham mais horas!

 

A OCDE faz contas a partir da legislação, como é óbvio, com férias, feriados, pontes e ouras martingalas oficiais. Se a OCDE contasse com os três dias do artigo xis, com as tardes do artigo i grego, com a semana da menstruação, com a licença para aborto, com as benesses do chefe, com as baixinhas à maneira do médico amigo ou do da caixa, etc., então quantas horas seriam?

É claro que, já li não sei onde, segundo os sindicatos, o que interessa não é o número de horas de trabalho, mas a qualidade do dito. Pois claro. Deve ser por isso que quem progride na vida se está nas tintas para horários e trabalha as horas que for preciso sem alegar “direitos” especiais. Mas isso é outra história. Os que têm do trabalho a ideia de uma coisa a que se encostam, que foi ao que os habituaram, esses são capazes de reivindicar, de pleno direito, o pagamento dos cinco minutos a mais que esfolaram na semana passada.

Aliás, é de pensar que o Arménio, o senhor Picanço, a dona Avoila et alia acham que os alemães são umas bestas e uns preguiçosos, já que levam tantas horas no serviço. Ao contrário do que se passa por cá, deve tratar-se de um trabalho de péssima qualidade! Temos “direitos”, que diabo!

 

Se a crise tivesse solução, entendendo por solução o que nos permitiria voltar a viver como nos tempos gloriosos do PS mas sem ser à custa dos outros, talvez os sacrifícios de tanta gente (os funcionários são dos que menos fazem parte dessa tanta gente) contribuíssem para mudar os hábitos de trabalho da malta, para pôr alguma inteligência na cabeça dos sindicalistas e, passada a crise, talvez a sociedade portuguesa entrasse nos eixos.

 

Wishfull thinking, dir-se-á. Mas ter esperança nunca fez mal a ninguém.

 

1.5.12

 

António Borges de Carvalho

LINGUADOS E SACOS

 

Já imaginaram um linguado a comer sacos do Pingo Doce?

Não imaginaram nem imaginam, porque os linguados não comem sacos do Pingo Doce.

Pois bem, segundo a Quercus não têm razão. Comem sim senhor. A nobre organização, após aturados estudos, chegou à conclusão que os sacos de plástico são um pitéu para os peixinhos, os quais, na douta opinião desta malta, acabam por morrer com horríveis indigestões, vítimas de excesso de polietileno de baixa densidade no baço.

 

O IRRITADO acha bem que as patroas passem a ir Ao Pingo Doce munidas de um leva-tudo para as comprinhas. Não acha mal que os supermercados deixem de dar sacos de plástico ao povo. Compreende que lançar ao mar uns milhões de toneladas de sacos de plástico é uma grave chatice para o mar e para os peixinhos. Isto, mesmo dando de barato que a esmagadora maioria de tais toneladas já são reaproveitadas e não deitadas ao mar.

 

E se esta gente não tratasse os seus concidadãos como parvos, ignorantes e néscios, não seria muito melhor?

Ou esta gente tem outros objectivos que não o de proteger os linguados?

    

1.5.12

 

António Borges de Carvalho

PERGUNTAS MACACAS

  1. Porque é que o poeta Alegre se recusou a ir à cerimónia da AR?
  2. Alguém o convidou?
  3. Se sim, a que título?
  4. Por escrever umas quadras?
  5. Por ser reformado da RDP?
  6. Por ser reformado da AR?
  7. Por ser velho?
  8. Por ser parvo?
  9. Por ter andado na Argélia a dar cabo da vida aos combatentes através da rádio?
  10. Porque é que a dona Assumpção não explica?
  11. Convidou ou não?

*

  1. Porque é que toda a gente se desdobra a afirmar que o ex-PR Soares estava no seu pleno direito de não pôr os pés na sessão?
  2. Estava?
  3. Então a sua ausência não foi uma cavalidade, uma peixeirada, uma falta de respeito pelas instituições democráticas que diz defender?
  4. Porque anda o ex-PR Soares, pública a notoriamente, aos abraços ao Otelo (patrono de assassinos) e ao Lourenço (uma besta quadrada) em vez de ir à sessão?
  5. Então o incitamento ao golpe militar, à violência, à subversão contra a democracia, à rotura, não é crime?
  6. Ou só é crime se for feito pela extrema-direita, nunca se perpetrado por esquerdistas baratos, acéfalos ou desejosos de fama e glória a qualquer preço?
  7. O que andam a fazer os procuradores, a PJ, o sindicato dos magistrados?
  8. Não deram por nada?
  9. E aquela besta do Marinho Pinto, defensor oficioso e acharné do Pinto de Sousa?
  10. Será que o 25 de Abril garantia o socialismo, não a democracia?

 

Tudo perguntas sem resposta?

Não!

Há quem responda. Há quem tenha direito de antena, e bem pago, para tecer loas às ínclitas figuras, figurões e figuraços que marimbam na democracia e a defendem como património da esquerda militar, da esquerda civil, da esquerda tout court.

Olhem a bruxa Gomes, olhem a colega (dela) Alves, olhem o odioso Oliveira, olhem os alarves Tavares e tutti quanti que por aí andam a infernizar as cabeças das pessoas, apoiados e bem pagos pela “informação”.

 

1.5.12

 

António Borges de Carvalho

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