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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

BLOCO CENTRAL

 

Ficámos hoje a saber que a dona Ana Gomes “não descarta” o bloco central, que “pode vir a ser necessário”.

Lida a coisa como deve ser, a inacreditável senhora vem informar os infelizes que, se o PS ganhar as eleições (garantidamente sem maioria absluta), poderá ir pedir batatinhas ao PSD. Bloco central sim, mas com a dona Gomes a mandar!

O PS, que tem “insanáveis” discordâncias com o PSD e recusa sistematicamente toda e qualquer aproximação política exigida pelos tempos que correm, quer o bloco central!

O PSD, na boca do ex-moderado Assis e de outros demagogos arregimentados, é mau, incompetente, mentiroso e trafulha.

O PSD é todos os dias vítima dos mais descabelados – e idiotas! – ataques do Oco.

Mas o PS, com estranha generosidade – leia-se oportunismo -  está na disposição de, se estiver por cima, se servir dos votos do PSD para “estabilizar” o seu poder. Genial.

 

Não esqueçamos que já foi assim no passado, com brilhantes resultados.

 

31.3.14

 

António Borges de Carvalho

ABOMINÁVEIS CRIATURAS

 

1

 

Diz o sinistro camarada Santos Silva que “Rodrigues dos Santos fez uma entrevista à traição, a examinar o primeiro-ministro José Sócrates, quando a RTP o convidou para um comentário semanal, e não para um interrogatório post-mortem ao seu governo”.

O IRRITADO, que gosta dos três igualmente, desta vez dedica umas palavrinhas ao primeiro. O homem acha que o seu protegido Pinto de Sousa - que ainda trata por “primeiro-ministro” - está acima e para além de qualquer pergunta, sobretudo se se tratar de coisa que o incomode. Uma espécie de deus ex-máquina, que há que tratar com o devido respeito, e não aborrecer. A PIDE continua no fundo da alma do irritante jacobino. Não contente, acha que o dito “primeiro-ministro” está ali para fazer “comentários”, não para falar do seu governo. Como se costumasse fazer outra coisa que não fosse louvar-se e louvar tal governo! Como se os seus “comentários” não fossem, quase sem excepção, pura propaganda pessoal, eivada de mentira e de demagogia.

Há opiniões que merecem respeito, mesmo não se concordando com elas. Mas as do sinistro camarada Santos Silva, por abomináveis e aldrabonas, não merecem respeito de espécie nenhuma.

 

2

 

As tarefas que temos pela frente, na douta opinião do novel demagogo chamado Assis, são “inadiáveis”, “reconhecidamente difíceis”, e implicam “capacidade de consensualizar”.

Deve ser por isso que o PS tem levado a cabo a tarefa “reconhecidamente difícil” de “consensualizar”. Então não se está mesmo a ver? O país inteiro admira a capacidade de compromisso, de consensualização, de sacrifício das posições ideológicas do PS, em favor de um caminho comum para a Nação.

Está mesmo a ver-se, não está?  

 

3

 

Sete magníficos directores de jornais, tudo gente do maior prestígio, mediante solene comunicado pronunciaram-se sobra a bronca do secretário de Estado que, por razões desconhecidas, resolveu dar à língua sobre hipóteses várias.

Dizem eles, dos píncaros da sua impecável moral deontológica, que deviam às estúpidas bocas “sigilo sobre a fonte e não sobre o assunto”.

Deve ser por isso que toda a gente ficou a saber quem era a fonte do assunto.

   

4

 

A firma que patrocina a selecção nacional de futebol inventou, para ela usar no mundial, um equipamento alternativo, por sinal bem bonito. Tal equipamento é azul e branco, como o do FCP e de outros.

Vai daí, em mais um estertor de republicanismo socialista, jacobino e maçónico, aparece o velho Arnaud, indignado, a reclamar que tais cores não nos identificam. “Alterar as cores que identificam Portugal não faz sentido”, “a Nação não se revê nas cores desse equipamento”, são frases do ilustre carbonário après la lettre.

Ao IRRITADO, como a qualquer pessoa no pleno uso das suas faculdades mentais, jamais ocorreria que, às cores alternativas do equipamento, fosse atribuído um significado “monárquico”. Mas, já que o homem resolveu, mais uma vez, aproveitar a ocasião para dar largas à sua asnática maneira de ser, é de recordar que as cores portuguesas durante mais de setecentos anos foram o azul e o branco, tendo sido substituídas em 1911, não por unanimidade, pelas da Carbonária, organização terrorista ao serviço do republicanismo. Para quem tiver dois dedos de testa e de respeito pela Nação, tais são cores nacionais. O vermelho e o verde não passam das cores da República, vertidas numa das mais feias bandeiras deste mundo. Já que sesta é oficial, merecerá respeito, coisa que o azul e o branco da nossa História não merecem ao fulano.

 

5

 

Para acabar estas reflexões com um elogio, sublinhe-se a atitude da António Reis, tão jacobino, maçónico, socialista e republicano como o Arnaud, que, com algumas judiciosas considerações, pôs pelas ruas da amargura as alarvidades do seu camarada/irmão.

 

30.3.14

 

António Borges de Carvalho

FUNCIONALISMO PÚBLICO, HI, HI

 

Em cumprimento do disposto... faz-se público que o técnico superior, F...., pertencente ao mapa de pessoal da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, cessou o contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado em 21 de dezembro de 2013, por motivo de falecimento.

19 de fevereiro de 2014

O Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo

Eduardo Bravo Henriques

207640344

 

In Diário da República, 2ª série – nº42 – 28 de Fevereiro de 2014, Parte C, pág. 5992

 

 

28.3.14

 

IRRITADO

ESTADO DE CHOQUE

 

Mais que irritado, o IRRITADO está (27.3.14 às 22.30) em estado de choque.

É que, na sua habitual ânsia esquerdófila, a SIC Ntotícias acaba de nos mimar com uns 25 minutos da mais desbragada pouca vergonha: nada menos que o avatar do Pinto de Sousa, o tipo do beicinho pendente, que foi presenteado com esse invejável direito de antena.

 O “PSD transformou Portugal numa fábrica de pobres”, afirmou o socrapífio gangster. E o IRRITADO, que julgava ter sido ele, o partido dele, o chefe dele, ele, quem foi a causa próxima dos nossos problemas! Não é de ficar em estado de choque? Como é possível dizer-se uma coisa daquelas?

“A austeridade é uma ruína”, “é preciso travar isto!”. “É o que os socialistas querem em toda a Europa”. Como é possível?

Quando a austeridade, depois de colossais esforços, parece começar a dar bons resultados, este bandido político vem dizer que é ao contrário, ou seja, que devemos deitar fora os esforços e voltar aos tempos da irresponsabilidade e da demagogia.

Depois, inculca que, se ele e seus sequazes forem eleitos, “travarão” a austeridade, quer dizer, aumentam os saláros, baixam os impostos, arranjam 500.000 postos de trabalho, todos principescamente remunerados, e por aí fora, um mar de rosas para toda a gente. Se tudo isto não fosse sabidamente mentira, o estado de choque passaria a delirium tremens.

 

(Conceda-se que há no PS, se calhar à revelia das instruções do Pinto de Sousa e das palermices do Oco, gente que, ao de leve, vai aflorando a verdade e dizendo o contrário do que diz este monumental aldrabão).

 

Sob a batuta de tipos como o do beicinho pendurado, diz ele, os socialistas europeus, lá, no doce refrigério do Parlamento, vão desenvolver exponencialmente a nossa economia, acabar com a austeridade e distribuir dinheiro a rodos por toda a malta, não é? Olhem o exemplo do Hollande! Não prometeu o mesmo que o pintodesousismo beiçolista promete? Olhem onde foi parar!

Se o socialismo ganhar estas eleições europeias, então teremos um Presidente do PE socialista e alemão, que dará as maiores garantias de desenvolvimento económico e social a todos os europeus, diz o facínora.

Então o SPD, e bem, não está às ordens da dona Ângela? Está, mas ideias são ideias, o problema não é de quem as faz, mas de quem as come por boas.

E se este charlatão, em vez de dizer que o governo “sempre recusou falar com o PS”, seguisse o patriótico exemplo do SPD? Não seguiu. Por cá os acordos são “impossíveis”, disse o Oco quando foi obrigado a conversar com o PSD por imposição do PR, as diferenças são “insanáveis”, disse o Oco ao fim de três horas de conversa com o PM. Isto sem que, até hoje,  haja quem saiba quais são os acordos impossíveis, ainda menos de que insanáveis diferenças se trata.

 

Bom. Findo o suplício de ouvir este tarado, o IRRITADO usou estas palavras para aliviar o estado de choque, e vai beber um copo e acabar de ler um romance do Vargas Llosa, que não é aldrabão nenhum.

 

27.3.14

 

António Borges de Carvalho         

NOVOS HERÓIS

 

Temos lido, ouvido e visto, a história de um soldado apontador que não disparou a metralhadora quando para tal foi mandado por um superior. A coisa ter-se-á passado no Terreiro do Paço em 25 de Abril de 1974. O homem fazia parte das forças com que a moribunda II República terá tido a ilusão de travar o golpe.

As tropas “inimigas” estavam frente a frente. O homem não disparou, apesar da ordem. Hoje é, por isso, considerado um herói, presume-se que com lugar garantido no Panteão da III República.

Trata-se, como é evidente, de uma fabricação. Um soldado que, de política, ditaduras, democracia, etc., percebia tanto como de chinês, vindo de uma aldeia perdida não se sabe onde, foi, por artes de berliques e berloques, transformado num conscientíssimo e indefectível democrata, ansioso por libertar a Nação dos opressores e, quem sabe (basta ir um pouco mais longe no imaginário da moda), um cidadão de altíssima coragem que correu o enorme risco de desobedecer em combate, a fim de defender as suas ideias.

Não será um pouco demais? Mesmo aceitando que o gesto teve enorme importância no desenrolar pacífico dos acontecimentos, não é preciso ser “fascista” para imaginar as coisas de outra forma. O tal soldado, não sabendo lá muito bem o que se passava, nem quem estava “por cima”, ao ver-se na contingência de provocar que lhe dessem um tiro no toutiço, decidiu abrigar-se no blindado em vez de disparar. Se o golpe triunfasse, o que sentiria ser o mais provável, nada lhe aconteceria. Se se desse o contrário, então manteria as hipóteses de salvar o coiro dentro da carapaça do carro.

 

Esta reflexão nada tem a ver com a condenação do 25, coisa que o IRRITADO não faz. Até gostou, e muito, da reviravolta, o pior foi sobrevir o socialismo e ainda não termos acabado com ele.

 

Ninguém saberá dizer ao certo o que motivou o soldado. Mas não parece legítimo pô-lo nos altares como se vem fazendo, no fundo diminuindo o 25 no que teve de positivo.

 

Aqui há anos, num hotel (dos caros) em Londres, um alto funcionário apresentou-se-me como português. Tinha um crachá que rezava “Oliver”. Então chama-se Oliveira, disse-lhe. Sim, respondeu o homem, aqui chamam-me Oliver, porque o tenho esse apelido também, mas, em Portiugal sou o Tenente Coronel Corte Real. Como assim? O nosso ten-cor esclareceu: sabe, eu era tenente dos comandos, e desertei de Moçambique para a África do Sul. Depois, vim aqui parar e por cá fiz a minha vida. Tenho a reforma de Sua Magestade, um andar em King’s Road, um filho advogado e uma filha arquitecta. Trabalho no hotel por prazer, sou amigo do dono, costumo jogar golfe com ele. Então, perguntei, como é que passou de tenente a tenente coronel? Fácil e normal, esclareceu. Depois da revolução fui reintegrado, passei à reserva, fui sendo promovido, e o ordenadinho é depositado todos os meses... olhe, até me mandam um bacalhauzito pelo Natal.

Um ou dois anos passados, voltei ao hotel. Olá, senhor tenente coronel, tá bom? Tudo bem, foi a resposta, só que, agora, sou coronel!

Fica a história como foi. Ainda há-de haver algum jornalista que descubra este indefectível democrata e o ponha a dar entrevistas à televisão.

Há muito mais exemplos, como o do major do Boavista, que foi reintegrado e promovido, depois de ser corrido por causa de negócios de batata. Um herói, um defensor da liberdade que, com repugnate injustiça, ainda não foi condecorado.

 

Assim se faz “história”, ou se inventam histórias. Pobre 25!

 

27.3.14

 

António Borges de Carvalho

O ROL DOS ARTISTAS

 

Com a devida pompa e circunstância, o Oco apresentou à Pátria o rol dos escolhidos para as viagens.

Agiganta-se, como grande novidade, a chamada paridade, isto é, haver pessoas que são escolhidas pelo sexo. Para ser verdadeiramente progressista, deveria o Oco ir mais além e seguir exemplos que vêm da Europa, isto é, consagrar categorias que já constam de alguns bilhetes de identidade em países mais desenvolvidos. Para que houvesse paridade a sério, devia a lista incluir pelo menos uma fufa, um pederasta, um transsexual e, suponho, outras especialidades de género. Enfim, talvez fique para a próxima, quando o PS , do ponto da vista ético-civilizacional, tiver avançado mais um pouco.

 

Vejamos o nobre rol.

À cabeça, o ex-inimigo Assis, tipo que parecia relativamente moderado mas que, desde que lhe foi dada esta prebenda, se transmutou em trauliteiro de alto gabarito, como provam à saciedade as suas últimas aparições. Depois, a dona Maria João Rodrigues, tecnocrata bruxelense e antiga ministra do Guterres, cuja passagen pelo governo não deixou saudades nem deixou de deixar: zero. A seguir, ó maravilha, o insuportável Zorrinho, o que nos enche de esperança, na medida em que irá, espera-se, aparecer menos na TV com a sua melíflua demagogia e o seu cínico parlapaté. Chegamos à dona Elisa Ferreira: há quem diga que tem alta vocação para relatórios parlamentares - honra lhe seja -, senhora que foi figura de proa do pintodesousismo e cuja passagem pelo correspondente governo deixou tantas marcas como a da dona Maria João. Aqui, alegremo-nos: a contemplada com o sexto lugar é Ana Gomes, essa grande figura de viajante, senhora de características caninas que, se tivesse nascido uns anos antes, é de pensar seria a substituta ideal do major Silva Pais.  Segue-se um tal Ricardo Santos, que o IRRITADO, com muita pena, não sabe quem é. Em sétimo lugar, temos o tipo do beicinho à banda, Silva Pereira de seu nome, um dos mais lídimos exemplos da alta estirpe dos pintodesousistas e insuportável produtor de bocas clubistas. Na oitava oportunidade – esperemos que a última – surge mais uma senhora, a dona Liliana Rodrigues, ao que se diz muito conhecida lá em casa. Vem então o senhor Manuel dos Santos: ou se trata de um velho maçon mais ou menos ultramontano, ou é outro cuja qualidade o IRRITADO desconhece, mas calcula. Na zona de previsível paisagem, seguem-se Maria Manuela Nunes, ilustre(?) desconhecida, e um dos mais irritantes populistas do socialismo: José Junqueiro.

O resto é mesmo paisagem.

Como ramo de salsa, talvez com o objectivo de dar credibilidade ao rol, surge, em último lugar, Eduardo Lourenço, intelectual de valia, a mostrar que o Oco não tem respeito pela terceira idade, antes abusa dela quando a apanha nas suas inevitáveis fraquezas.

 

O eleitorado terá oportunidade de mostrar merecido apreço pelo esforço que o Oco fez para serenar os ânimos,  garantindo, acha ele, que passam a chateá-lo menos lá na agremiação. Espera-se que o faça, ainda que, para o IRRITADO, tal esperança signifique o contrário da do “Expresso”.

 

26.3.14

 

António Borges de Carvalho

BOAS NOTÍCIAS

 

Corações ao alto! A coisa, lá para os lados do Oco, parece estar a abrir fissuras.

O camarada Medina, nº 2 do Costae antigo grande socrapífio, veio dizer que as bocas do PR a favor de um consenso com o PSD são muito bem vindas, e que o Oco faz mal em não agir em conformidade. O IRRITADO, que não recomenda a ninguém acordos com o Oco, fica contente por ver que, lá de dentro do Rato, começa a ouvir-se vozes menos ocas.

Que dizer, por outro lado, daquele primitivo chamado Gaspar (não confundir com o outro), um dos principais membros do sanctus sanctorum do Oco, que garantiu a continuidade da austeridade e da “estabilidade” dos salários diminuidos e das pensões cortadas se o PS fosse governo?

Parece que, até dentro da organização, há já quem não acredite numa só palavra do que o Oco diz, e trate de se sangrar em saúde antes que seja tarde.

Pelo menos à primeira vista, são boas notícias. Mas como, do PS, tudo é de esperar, é preciso redobrar os cuidados.  

 

23.3.14

 

António Borges de Carvalho   

CONSELHO HIGIÉNICO

 

É sabido que, a começar pelos dirigentes da televisão dita de serviço público, ainda há em Potugal adeptos ou admiradores do inaceitável marmanjo que se chama Pinto de Sousa e que dá pelo nome de engenheiro Sócrates.

O que ninguém sabia era que tal indivíduo terá tido “inibições”. Bem pelo contrário, era, e deve continuar a ser, o mais desinibido de todos os portugueses, no sentido de o mais desavergonhado.

Inteligentíssimas figuras do PS, porém, vieram informar a canalha dizendo que a criatura está a perder “inibições”. Perguntar-se-á quais. Tais sábios esclarecem: terá perdido o medo de andar na rua. Não que seja quem for, neste país de brandos costumes, tenha medo de andar na rua. Mas porque, diga-se em favor do cidadão em causa, tendo consciência do mal que nos fez, achava natural ser insultado e agredido a cada esquina. Tinha razão. O IRRITADO, por exemplo, se entrasse num restaurante e o visse, ia comer a outro sítio, se o visse na rua atravessava para o outro lado ou tremia de desprezo perante tal e tão horrenda visão.

O camarada Lelo, um zero à esquerda como toda a gente sabe, entre outros, está muito contente. Segundo afirma, “até tem andado com ele na rua”. Vejam a coragem do cretino! Também ele terá perdido “essa inibição”, certamente porque, antes de a perder, evitava andar por aí tão mal acompanhado. Isto é, borrava-se de medo.

 

O IRRITADO a ninguém deseja a desgraça de dar com tal gente por perto. Outrossim aconselha, em tal caso, o cuidado de não sujar os olhos encarando-a, bem como uma desinfecção geral se proximidade for maior que o tolerável.

E que ninguém lhe dê a honra de o insultar ou agredir.

 

23.3.14

 

António Borges de Carvalho

DECO PROTESTE

 

Da tão prestigiada organização chamada DECO, ou DECOPROTESTE, ou DECO PROTESTE, acaba o IRRITADO de receber um grosso envelope.

Uma leitura rápida do seu conteudo levou-o a ficar a saber que tem “direito” a vários “prémios” além do de poder participar num concurso milionário.

De borla, vai ser-lhe enviada uma máquina de fazer filmes, coisa de altíssima tecnologia. Formidável! E mais: vai ser contemplado, também de borla, como um reprodutor de música equipado com um rádio despertador. Deslumbrante! Além de tudo isto, a participação no concurso é grátis. Fantástico!

A fechar este alarde de generosidade, a DECO, em extraordinária demonstração de solidadriedade humana, comunica que vai enviar ao IRRITADO 4 revistas a 2 euros cada. Como não ficar agradecido?

Lendo um pouco mais, o IRRITADO chega à conclusão que tem ainda a oportunidade única de, aceitando as “ofertas”, receber, durante dez meses, as revistas da DECO só por 6,59 euros por mês e, a partir daí, passar a pagar 13,28 euros por mês, ou seja, 159,36 euros por ano.

A fechar a rebrilhante proposta, a DECO, altruista, manda, ou propõe, que o IRRITADO, a fim concretizar os seus “direitos”, assine uma declaração autorizando “a DECO PROTESTE a enviar instruções ao meu banco para debitar a minha conta de acordo com as instruções da DECO PROTESTE”. Note-se: não será o IRRITADO a dar instruções ao banco, será a DECO a dá-las como muito bem entender. Formidável, não é?

 

A DECO serve para proteger o consumidor, ou é uma empresa como outra qualquer, feita para sacar ao consumidor?

Resta saber se a organização que tão generosamente contactou o IRRITADO tem “utilidade pública” ou é uma “associação sem fins lucrativos”, isto é, se não paga impostos. Quem quiser que investigue.

Protestemos.

 

21.3.14

 

António Borges de Carvalho

DA NACIONAL BUROCRACIA

 

Há coisas que abalam as profundas convicções anti-estatistas do IRRITADO.

 

Se você quiser, por exemplo, alterar a morada na sua ficha bancária, terá que ir ao banco, assinar um docuento, garantindo, e provando, que se mudou.

Você tem nomes fictícios, palavras passe, cartõezinhos com números secretos, mensagens SMS, um ror de “seguranças” que o seu banco lhe fornece. Com elas, pode fazer as mais refinadas e complicadas operações, compras e vendas na bolsa, transferências internacionais, pagamentos a particulares e ao Estado (no caso do Estado, nem é preciso grande “segurança”, é pagar e acabou-se!), etc.. Mas, para mudar a morada, só com papel assinado.

 

Você quer mudar o carro ligado ao seu identificador Via Verde. Vai à coisa, espera hora e meia com o papelinho na mão e, quando a menina o atende, é para lhe dizer que traga a certidão permanente, a fim de provar que tem direito a assinar um extensíssimo formulário.

Para se filiar na coisa, é ir lá e pagar. Ainda que espere a mesma hora e meia, é fácil. Para o resto, está feito ao bife.

 

Você quer cancelar a sua assinatura na ZON. É quase indescritível a complicação. Vou tentar fazê-lo. Tem que ir a uma loja (por telefone são horas a ouvir música de péssimo gosto, e ninguém lhe aceita o cancelamanto), esperar a hora e meia da ordem, a menina do balcão não tem autoridade para cancelar a assinatura, você discute com ela mais três quartos de hora, findos os quais “se o senhor insiste, terá que receber um telefonema”, é a resposta final. Você dá o seu número, a menina liga não se sabe para onde e, passados uns minutos, há uma tipa que lhe telefona proferindo ameaças, que tem que pagar a “fidelidade”, que se arrisca a ser perseguido por advogados e procuradores, que está amarrado a compromissos devidamente referidos nas micrométricas linhas do contrato. Você perde a cabeça, diz “porra, eu só quero que vão lá a casa buscar a vossa tralha e que não me chateiem mais”, ao que a gaja volta a insistir, a ameaçar, a tentar dar-lhe a volta como se você fosse parvo. Meia hora depois, lá consegue que a jararaca lhe peça para passar o telefone à menina do balcão, que se ri porque você é doido enquanto recebe autorizção da do telefone para ceder à sua absurda pretensão. Você, finalmente, acha que está tudo feito. Uma ova! “Agora, tem que preencher este formulário, assinar aqui na cruzinha, dar-me o BI para fotocopiar”. Enquanto você preenche o papel, a menina atende outro cliente. Você espera mais uma boa meia hora, enquanto a menina convence o outro desgraçado a comprar uma data de pacotes sem lhe falar em “fidelização”, como é óbvio. Depois, lá entrega o papel, recebe de volta o BI e, felicíssimo, vai-se embora a julgar que resolveu o problema. Ilusão! Daí a uns dias, telefona-lhe uma tipa a dizer que, ou volta atrás, ou recebe uma factura de 400 euros, à conta da sua falta de fidelidade. Você manda-a passear e, dias depois, recebe a tal factura.

Não pague, que os tipos encolhem-se. Alguma coisa havia de correr bem!

 

O pessoal queixa-se, com carradas de razão, das burocracias do Estado, das câmaras, do raio. Mas os privados são da mesma laia, como provam os exemplos acima, três que podiam ser mil.

Em conclusão, a burocracia é um problema geral, nacional, uma forma de uns mostrarem o seu poder sobre os outros, os que têm a desgraça de ser cidadãos, munícipes, clientes, credores, devedores. Parace que somos feitos desta massa, e que não há nada a fazer.

 

21.3.14

 

António Borges de Carvalho

NOVOS CAVAQUISTAS

 

A chamada esquerda tem dado pancadaria de meia noite no Presidente: que está feito com o governo, que não passa de um títere nas mãos do PM, que, que, que.

Eis senão quando a malta vira do avesso. O PR, como vetou uma coisa qualquer do governo, passou a ser fenomenal, independente, criterioso, uma maravilha. O IRRITADO sauda com entusiasmo esta reviravolta.

Só que... só que esta mudança de posição se deve ao aproveitamento da coisa para dar mais porrada no governo: que é uma falta de respeito insistir no decreto, transformando-o em lei da AR. Pois. A Constituição, o Presidente, a Democracia, são gravemente ofendidos por mais esta atitude ditatorial da coligação. Neste caso, a chamada esquerda, toda a esquerda, se está nas tintas para a Constituição, uma vez que esta confere ao governo prerrogativas que lhe permitem pôr em causa o tal veto, e até ultrapassá-lo. Mas, quando convém, a sacrossanta Constituição já não presta.

É claro que o PR, como as manuelas, os bagões, os capuchos & Cª só se lembra de chatear o governo quando estão em causa os seus rendimentinhos ou rendimentões pessoais. Tocam-lhes na pensão, e é o diabo. Aumentam-lhe a ADSE, e... a luta continua! Noutras matérias são mais sofisticados, mas, nos tostões deles que ninguém mexa. Não faltava mais nada!

É por isso que estes patriotas se juntam ao nacional esquerdoidismo, nem que, para tal, tenham que “abolir” os preceitos constitucionais como lhes não convém. Santa coerência!

 

21.3.14

 

António Borges de Carvalho

INSANÁVEL ESTUPIDEZ

 

Reunido três horas com o PM, veio o Oco dar notícia das enormes (insanáveis!) divergências que os afastam.

Sobre quais sejam, não brindou o povo com a mais leve sombra de informação. Nem uma palavra. O Oco é opaco, talvez para que se não veja que nem fumo tem na caixa craneana. É de lembrar aqueles miúdos que não querem comer a sopa. O pai, a mãe, a avó, perguntam: “porquê?”, o petiz responde “porque não!”.  Ou então “não digo, toma, toma, toma!”.

 

Nestes termos, as coisas ficam explicadas. O Oco continua a contar com o ovo no rabiosque da galinha, isto é, que a Europa inteira, o FMI, o BCE, a CE, o Conselho, os governos, os países, os povos europeus, todos anseiam pela sua chegada ao poder. Por unanimidade, ficarão tão contentes com isso que, como por encanto, os juros descerão, os prazos alargar-se-ão, criar-se-á a união bancária, a mutualização da dívida e mais uma série de panaceias que salvarão este jardim das agruras da austeridade. Isto sem esquecer que, pletóricos de alegria, todos se vão oferecer para pagar o subsídio de desemprego aos portugueses atingidos pelo flagelo.

 

Pois. Olhem o Hollande, o mais que tudo do Oco, de rabinho entre as pernas como um cachorrinho desmamado! O Oco meteu o homem no saco: Hollande deixou de existir.  Escaldado, arranjou outro namorado: o alemão que quer pôr no poleiro do PE. Agora é que é! Falhou o franciú, venha o tudesco!

 

Se a estupidez tivesse rodas, o PS já estava na Fórmula 1.

 

18.3.14

 

António Borges de Carvalho

OS TRÊS PISTOLEIROS

 

Em Loulé foi criada uma comissão para as comemorações do 25 de Abril. Dando mostras de respeito pelos mais sérios valores democráticos, a tal comissão organizou uma sessão para a qual convidou três altíssimas figuras do MFA: Vasco Lourenço, Otelo e Martins Guerreiro. Não se sabe porquê, mas calcula-se, o reitor da universidade local prestou-se a “moderar” a coisa, como se fosse preciso moderar uma sessão em que todos iam dizer o mesmo, ou como se a universidade devesse avalizar porcarias deste género.

Para quem já não sabe quem é esta gente, atente-se na preocupação dos organizadores de chamar à liça, democraticamente, várias correntes de opinião. Só que, certamente por engano, só convidou uma: Lourenço, que acha que “não foi para isto (a democracia) que se fez o 25 de Abril”; Guerreiro, um dos mais lídimos representantes do bolchevismo nas Forças Armadas do tempo e actualmente um não-ilustre desconhecido; Otelo, um ignorante socialista revolucionário e indiscutível líder e inspirador da “melhor” organização terrorista de iniciativa nacional, à qual se deve nada menos que 17 assassínios, e à qual deu o nome da “sua” revolução: 25 de Abril.

Para quem não gosta da data, nada melhor que confundi-la com esta gente. Pior, achar que esta gente é, como gostava de ser, a dona e senhora da única mensagem válida do 25 de Abril que é o inegável valor da liberdade. A quem assim pensa, há que lembrar que tal liberdade foi coisa que outros, com esforço e sangue, viriam a conseguir, apesar desta gente.

Os donos do 25 (até o Vasco, que se chegou a pensar ser um democrata) são de opinião contrária: o que queriam mesmo não era a liberdade. A não ser que ela, obrigatoriamente, significasse socialismo puro e duro. O 25 valeu para que esta gente viesse a poder proclamar as suas asneiradas sem que ninguém a meta na prisão ou no manicómio. Isso não reconhecem.

De resto, se o 25 é do povo, como diz alguma propaganda, mas de todo o povo, não dos que esta gente selecciona como povo, como o Cunhal seleccionava as “amplas liberdades”.

O povo somos todos, e temos oportunidade de dar ao país os governos que quisermos, de direita, do centro ou da esquerda.

Por isso que estas sessões, organizadas para espalhar, não a mensagem democrática do 25, mas o seu lado ditatorial, sejam a pior maneira de comemorar a data. Os três da vida airada, que ali vieram dizer os seus disparates, bem podiam ir para casa chatear outro em vez de propagandear o seu triste atraso intelectual e ideológico.

 

18.3.14

 

António Borges de Carvalho

CRIMES ECONÓMICOS

 

Nos terríveis tempos em que Portugal era governado por um bolchevista tresloucado chamado Vasco Gonçalves, acolitado por Álvaro Cunhal e sua gentalha, era costume, para perseguir alguém ou meter na cadeia os suspeitos de falta de socialismo, produzir acusações de “sabotagem económina”.

Hoje é diferente. Há crimes económicos, autênticos, não inventados, que, ou passam entre os pingos de chuva, ou são objecto de prescrições mais ou menos estranhas, todos eles beneficiando do estado de catalepsia laboral de que enferma a generalidade dos serviços de justiça.

O mais flagrante e escandaloso de todos NUNCA foi objecto de queixa, procedimento judicial, iniciativa do Estado, iniciativa popular, ou fosse do que fosse. Trata-se, como devem calcular, do monumental atentado que um tal Carlos César, sinistra e esteticamente porcina figura dos Açores, cometeu e que, a la limite, foi a mais importante causa da falência dos estaleiros de Viana do Castelo. É claro que tal falência foi ajudada pelas maluquices venezuelanas do senhor Pinto de Sousa, mas tal não desculpa o prejuízo deliberadamente causado pelo chamado governo dos Açores, em favor de alugueres milionários de navios gregos.

A coisa passou como se nada fosse. Toda a gente, a começar pelos próprios trabalhadores e pelo mais-que-tudo dos protestantes, o camarada Carlos, passando pelos governos, pelos PGR e tutti quanti, se borrifou no assunto. Estranhamente, neste caso, até os media resolveram não “investigar”.

Não se sabe donde virá a protecção generalizada de que o governo açoreano tem gozado. É-nos permitido imaginar as mais diversas teorias, maquinações, corrupções, tráficos e razões.

A mais importante verdade, nesta matéria, é o facto de nada nem ninguém se ter preocupado em escarafunchar na sujeira.

Talvez um dia...

 

 

17.3.14

 

António Borges de Carvalho

DA INTELIGÊNCIA SOCIALISTA

 

1. Em delirante peroração eleitoral, o Oco resolveu ter mais uma brilhante “ideia”: o desemprego acima de xis por cento passará a ser pago por Bruxelas. Magnífico! Genial!

É este o tipo de “negociações” que o chefe dos nossos socilistas acha que o governo devia ter? Calcule-se o que seria se o PM chegasse a Bruxelas com uma destas. Saía de lá com o rabo entre as pernas e com carimbo de parvo, como é evidente. Mas, nisto de eleições, vale tudo. Se os burros votassem o PS tinha a vitória na mão.

 

2. Noutra notável demonstração de inteligência, o “unificador” eleitoral da organização, Assis de seu nome (este não tem a desculpa do Oco, porque não é estúpido) veio declarar que, se o novo presidente da CE for um socialista progressista alemão será muito melhor para nós que ter lá um conservador liberal. O IRRITADO não tem, à partida, preferência por qualquer dos candidatos ao lugar. Mas, contrariando as bocas eleitorais do Assis, chama a atenção para o facto de o tal “socialista progressista”, quando cá veio, ter tecido simpáticas declarações em relação ao governo e ao PM. Além disso, é membro de um partido que faz parte do governo alemão e que está completamente de acordo – salvo certos folclorismos – com a política da chefe, que é a dona Ângela. Mais sublinha que é muito provável que o “conservador liberal” tenha mais espaço para melhorar as coisas, se for fiel ao que disse ao longo da crise da UE, que o tal alemão.

Coisas que a inteligência socialista, se é que existe, não vê.

 

16.3.14

 

António Borges de Carvalho

DIFERENÇAS

 

Toda a gente se lembra das manobras do senhor Pinto de Sousa para dominar a informação adversa. A coisa atingiu o seu climax na demolição da dona Manuela Moura Guedes, que tinha uma tribuna diária anti-governo. Compras falhadas, monumentais broncas, fúrias protestativas,  etc., vergonhosas atitudes que não valerá a pena esmiuçar. A rapariga acabou por ir para casa. Tratava-se do conceito socialista de “liberdade de expressão”, na sua mais requintada forma.

Hoje, bem mais virulento e desagradável que a Manuela, cavalga o anti-governamentalismo dessoutra espernéfica balzaquiana chamada Constança, que dispõe de diárias e várias tribunas para desancar o PM e a maioria com as mais histéricas e descabeladas diatribes.

 

Vejam a diferença: o PM não mexe uma palha contra ela. Deve irritar-se com a coisa, como qualquer ser humano. Mas nada fez para lhe tocar. Ela que se esprema, ou exprima, à vontade. O conceito de liberdade de expressão é hoje outro, não o conceito bandido do Pinto de Sousa e do seu partido.

 

Não significa isto que tal liberdade seja bem usada pela Constança, como não o seria pela Manuela. Significa é que os tempos são, pelo menos neste aspecto, bem melhores.

 

16.3.14

 

António Borges de Carvalho   

ESTARIA COM OS COPOS?

 

No bocado a que assistiu da, habitualmente enfadonha, peroração da dona Manuela na TVI24, o IRRITADO ouviu coisas do arco da velha:

 

- Disse a senhora que, no seu querido manifesto, não aparecem assinaturas dos “extremos”, nem à direita nem à esquerda. Por um lado, a senhora dá foros de existência à extrema direita, coisa que ela talvez conheça. Por outro, acha que o Louçã, socialista revolucionário, e outros bloquistas, não são de extrema esquerda, ainda menos o Carvalho da Silva e outros que tais. Na mente da senhora, todos estes são adeptos ferozes da democracia liberal!

 

- Disse a senhora que os manifestantes do manifesto – grandes patriotas! - tiveram o cuidado de não divulgar o dito “em nenhum jornal estrangeiro”. Ou seja, como é evidente, ninguém, além fronteiras soube de nada, não é?

 

- Disse a senhora, de si própria, que é “livre e independente”. Pois claro: isso de ter sido ministra do PSD, feroz cavaquista, líder partidária, etc., dá-lhe uma indiscutível independência.

 

- Disse a senhora, em relação aos assessores do PR que foram corridos, que “desconhece o assunto”. Pois claro, evidentemente!

 

- Disse a senhora que o PR, no livrinho que publicou, fez uma “análise objectiva e esclarecedora”. Então, por que carga de água é que ela e os seus camaradas fizeram outra?

 

- Disse a senhora que ela e seus camaradas fizeram o manifesto para “esclarecer as pessoas”. Então, foi Cavaco, ou eles, quem esclareceu?

 

Concluindo: estaria com os copos?

 

14.3.14

 

António Borges de Carvalho  

AVISO À NAVEGAÇÃO

 

O Capucho, extraordinário avatar dos deuses do antigo PSD, de cuja herança se reclama, reincarnação estragada ou grosseiro arremedo dos que já lá vão e o poriam com dono se por cá andassem, anda agora a comunicar à plebe o texto sagrado e os nomes dos seus novos amigos, tais os sinistros boaventuras ss, os cravinhos, os louças e quejandos, ou tais um conjunto de colegas traidores aos seus e ao seu país.

Usando listas de endereços email que ninguém terá autorizado (o do IRRITADO é um deles), e coadjuvado por reencaminhadores de serviço, mais manifestista que os seus panfletários companheiros, aos incautos envia, orgulhoso dos seus feitos e amigos (diz-me com quem andas...), timtim por timtim, a mirabolante e extemporânea proposta dessa plêiade de heróis para quem o ódio ao governo legitima que se prejudique o país num momento crucial da sua vida.

Já andam por aí várias vozes que, tendo, broncamente, assinado a coisa para ver o nome no jornal, a “esclarecer” que não, não era de renegociação que estavam a falar, era de coisa diferente que, por acaso gramatical, se chama renegociação. Não, não queriam o esquema grego, queriam um esquema como o grego mas que não fosse grego, que não, não querem prejudicar ninguém, foram traídos pelas circunstâncias, pelo timing, etc. O barco já estremece, o naufrágio está à vista, o melhor é tomar providências.

Quem não quer navegar com tal gente que se ponha a pau, porque tal gente é capaz de querer arrastar-nos a todos nas vagas das asneiras em que sossobram ou sossobrarão.

  

13.3.14

 

António Borges de Carvalho

A FILARMÓNICA

 

De repente, o Sevinate, ao levar um pontapé no mataco, quis dar uma de juízo. Afinal, segundo ele, a filarmónica da treta fez mal: não devia falar em “reestruturação da dívida”, ainda menos devia dar publicidade ao panfleto nesta altura. Não explicou por que carga de água o assinou, mas isso é coisa para psiquiatras e escapa à apreciação do IRRITADO. Outros arrependidos se lhe seguirão, diz um dedo que adivinha.

Afinal, o que uniu a filarmónica?

Preocupações com a situação do país? Nem pensar. Se tal coisa existisse, que sentido faria sujeitar-nos aos riscos a que o panfleto nos sujeita? Oportunidade? Só se for a oportunidade de causar mais problemas, numa altura em que não há quem não perceba que devia haver contenção de bocas e de exibições. Consistência ideológica? Aqui, o IRRITADO tem dúvidas. Afinal, em termos de consequências, que diferença faz o socialismo do Cravinho do do Freitas, dando de barato a coerência do primeiro e a falta de coluna vertebral do segundo? Que diferença faz a “democracia cristã” do Bagão das “preocupações” marxistas do Carvalho da Silva? Que diferença faz a social histeria da dona Manuela do socialismo revolucionário do Louçã, e este da “social democracia” do Capucho?

Se, pelo contrário, estas “personalidades” pensam diferentemente umas das outras, qual é o cimento que as fez unir-se? Aqui, já o IRRITADO não tem dúvidas: é a travessia do deserto de uma data de gente que, em boa hora, o eleitorado correu de cena. Então é admissível que figuras tão “gradas” como estas estejam reduzidas aos favores – e que favores! - dos media para mostrar que existem? De maneira nenhuma. Todas elas se acham com o incontornável direito a ter poder. Se o não têm, há que dar cabo dos que os mantêm na gaveta, mesmo que isso comece por nos dar cabo da vida ainda mais do que as dívidas e os cortes. A inveja, a dor de corno, a frustração, a vingança e outros sentimentos de parecido jaez estão na base do panfleto, são o que o informa. Todos unidos, à espera de galarim. Haverá alguns que fogem a esta “lógica”, como essa desgraça em figura humana que se abateu sobra a CIP, um tal Saraiva, ou a munificente e oriental figura de Adriano Moreira, pessoa cujos objectivos ou fundamentos ideológicos não há quem descortine. Para os panfletários, devem ser uma espécie de raminhos de salsa.  

Assim se constituiu a filarmónica. Uns tocam trombone, outros ferrinhos, mas uniram-se na música, música intelectual e politicamente pimba, mas música na mesma.

 

Para dizer algo positivo, lembremos a opinião da dona Teodora Cardoso, Presidente do Conselho de Finanças Públicas, que não tem nada, antes pelo contrário, a ver com o governo. Cito: "Se nós estivéssemos numa situação catastrófica, não haveria outro remédio, como não houve na Grécia. Mas nós não somos a Grécia”; “Dizemos isso há anos e agora parece que estamos a querer ser a Grécia outra vez. Isso [reestruturação da dívida] não resolve os problemas. O que resolve o problema da sustentabilidade da dívida é pormos a economia a crescer - e para isso precisamos de financiamento e nós não devemos afastar esse financiamento - e a disciplina orçamental". “Estes manifestos dão a ideia que não se acredita na capacidade do País de disciplinar o orçamento".

 

Haja alguém , indiscutivelmente independente e sem frustrações ou histerismos, a dizer a verdade.

 

13.3.14

 

António Borges de Carvalho   

HOMENAGEM AO TRAULITEIRISMO

 

Conta-se, com foros de verdade, que, há já uns trinta anos, um deputado do CDS saíu, altas horas, de São Bento, meteu-se no carro e, talvez vítima do sono, capotou na Praça de Espanha. Rodas ao ar, o homem desmaiou. Atrás, viajava o feroz casal comunista Carlos Brito/Zita Seabra que, ao ver o acontecido, se precipitou para ajudar. O nosso homem, ao acordar do desmaio, deu de caras com o par de bolchevistas. Xiça, morri e já estou no inferno!, terá dito, com notável espírito.

 

É a sensação que tem hoje o IRRITADO ao ver o “escol” que rodeou a notável figura do senhor Soares na luzida cerimónia em que lhe foi entregue uma coisa pelos estrangeiros que actuam em Portugal à caça de manchetes. Se não estamos no inferno, pouco falta. Desta feita, a maralha da estranja agradece as “bocas” do fulano ante o olhar embevecido de inúmeras personalidades da nacional inteligentsia, ao nível do Pinto de Sousa ou do Vasco Lourenço.

Soares, como é do conhecimento geral, nunca foi grande espingarda. Tempos houve em que foi importante, mas hoje é de pensar se o que o movia era o interesse geral ou a glória pessoal. É que as demonstrações de mau carácter foram tantas e tão sinuosas, a velhice tem-nas agravado de tal forma, o homem é de tal maneira ultramontano e trauliteiro, que não se sabe por alma de quem é possível atribuir-lhe – a não ser pela negativa – o título de “personalidade do ano”, ou coisa que o valha. Se fosse personalidade de 1975, vá. Mas, de 2013, não cabe na cabeça de ninguém no seu perfeito juízo.

É possível que, dada a nossa natureza “periférica”, os media  estrangeiros escolham uns tipos de segunda para os representar. Mesmo assim, é difícil comer esta.

Voltando ao princípio destas linhas, para justificar a infernal sessão de homenagem outro critério não resta senão o que, mais uma vez, demonstra o que é a generalidade da imprensa: bons são os que traulitam o suficiente para que sirvam de mote a parangonas, não os que vão dizendo umas verdades ou umas opiniões mais ou menos lógicas.

 

13.3.14

 

António Borges de Carvalho

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