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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

UM DIA PARTIDO E SUJO


A começar a sua interminável oração, o candidato presidencial do PS, Sampaio da Nóvoa, disse, sabe-se lá com que lógica, que “este é um dia inteiro e limpo”. Para ser limpo, era preciso que o orador dissesse de quem era a frase. Não disse. O dia ficou sujo. Quem ali estava era bem característico, nada tinha de inteiro. O dia ficou partido. Depois, em interminável sermão, disse aos “amigos” e às “amigas”, “purque” (sic) estava ali. Purquê? Porque estava a salvar a Pátria, mercê da ética republicana.
Embevecidos, Soares, Sampaio, Lourenço e mais umas centenas de velhadas, ouviam as doutas palavras do senhor.
Parole, parole, parole. De substantivo, pouco ou nada. O homem vai fazer com que o país deixe de estar “frágil”, vai dar cabo da austeridade – mais um que descobriu a árvore das patacas, sem dizer onde nem que patacas –, vai ser de todos sendo só da mais folclórica das esquerdas, como o discurso e a assistência demonstraram. “Que política é esta, que dá cabo da democracia e dos ideais de Abril?”. Aí está. Para ele os tais “ideais” tinham mais a ver com o socialismo e com a esquerda que com a liberdade, mais com a “república”, à boa maneira jacobina, que com a democracia. Apelou à juventude e à renovação perante uma plateia de gerontes. Os alunos das inúmeras faculdades em que espraiou as suas magníficas potencialidades primaram pela ausência, ou nem sequer a organização os convidou, à cause des mouches.
Ele está ali “em nome de um outro projecto”. Não duvido. O projecto do gongorismo prolixo e vazio, ao serviço de uma retórica sem conteudo, ou com um conteudo patriotiqueiro, obsoleto, quase ridículo. O Alegre que se cuide. O partido, nesta matéria, arranjou-lhe um susessor.
As pessoas dizem-lhe pouco. O que o entusiasma é o “público”, o “colectivo”, as “associações”, os “movimentos”. Apesar de irremediavelmente feito com os folclorismos ordinários do Lourenço e com os não menos ordinários dislates do Soares, Nóvoa continua a insistir que é independente. Não tem partido. É como eu, que não sou sócio do Benfica mas torço que me farto. É a independência à maneira lourenciana, em que todos somos livres desde que sejamos todos socialistas e folclóricos.
O orador quer estabelecer laços com as “novas forças que surgem na Europa”. Não disse quais, mas percebe-se: o Syriza, o Podemos, o do Tavares ou lá o que é. Quem sabe, com um jeitinho, tal como o Tripas com os fachos do Peleponeso, também fará uma perninha com a Martine e o Farage. Nada é impossível se, como disse “quem espera nunca alcança” (sic). Percebem?
Mais uma vez, o ilustre académico vem com a historieta de que quer ser “o Presidente de todos os portugueses”, falácia inconstitucional que, de tão repetida, até é capaz de haver quem nela acredite. Não lhe chegará, como aos outros não chegou, ser Presidente da República, como diz a Constituição. Quer ser nosso, xiça! E, como os outros, acha-se titular do “poder moderador e regulador”. Gostava de saber onde é que estes defensores da sacrossanta Constituição encontraram nela tais poderes! Deve ser como os “princípios” que o Tribunal Constitucional encontrou na Constituição sem lá estarem. Uma coisa assim, a modos de mais ou menos, de ça va de soi, não é?
Para quê ir mais longe? Quem gosta de palavreado gongórico e de sermões à antiga, ficou encantado. Quem esperava alguma coisinha para além de esquerdismo balofo e de republicanismo à Afonso Costa, foi um parlapaté triste e ameaçador.
Um elogio falta, desta vez à equipa teatral. Todo bem arrumadinho, o altar era de estalo, a música, como nas corridas de touros, arrancou quando a malta estava mais entusiasmada. Um  friso de gentis meninas e cavalheiros, de preto vestidos, entoou a “Portuguesa”, a tapar a desafinação das massas. Um primor.

29.4.15     

LIBERDADE DE EXPRESSÃO


O Dr. Gonçalo Amaral investigou a história do desaparecimento de uma criancinha britânica no Algarve. Concluiu que os pais estavam de alguma maneira envolvidos na história. Fê-lo a partir de investigações que, na sua capacidade profissional, realizou. Saiu da polícia e resolveu dar às estampa as concusões a que tinha chegado, mantendo a sua opinião.
Os pais da menina entraram em polvoró, o que é natural. Na sua “luta em busca da verdade” reuniram milhões, contrataram assessores, adjuntos, detectives, fizeram uma propaganda que foi muito para além do que mandaria a dor sem remédio de perder a filha. Na sua ânsia de “rentabilizar” o acontecido resolveram processar o Dr. Amaral por difamação. E parece que vão juntar aos milhões já raised mais uns 600.000 da indemnização a que o Dr. Amaral foi condenado pela nossa Justiça. Bingo!
Ora o que o Dr. Amaral fez foi escrever a sua opinião sobre o assunto. Não difamou ninguém. Acha, com razão ou sem ela, mas com base em dados, que o casal é suspeito.
Pergunto aos juízes se sabem que há, em Portugal, liberdade de expressão e, sabendo-o, se tal liberdade pode ser derrogada quando um especialista, mesmo que se engane, tira conclusões do que, profissionalmente, investigou.

39.4.15

JUÍZO E CABEÇA FRESCA


Sabe quem o lê que o IRRITADO, mais que não seja por exclusão de partes, é um feroz adepto do PSD. Não é militante ou associado da organização, nem tem qualquer tipo de relações pessoais ou políticas seja com quem for que por lá ande a mandar. Mas a tal exclusão de partes é de tal maneira gritante, as outras partes ficam a uma distância tal, que seria preciso uma imprevisível hecatombe para o fazer mudar de ideias.
Por isso, incomoda-se quando vê o PSD fazer asneiras, ou a cair nas esparrelas da “modernidade”.
Que raio terá passado pela cabeça do governo para, sem mais nem menos, avançar com a história da proibição total de fumar nos restaurantes, mesmo que só para daqui a cinco anos? Que raio terá passado pela cabeça do governo para, sem mais nem menos, avançar com a história da proibição de vender umas bejecas aos miúdos de 16 anos?
Não têm coisas mais importantes para tratar? Acham que vão buscar apoios  com estas iniciativas?
E a história (mais uma do incrível ministro do ambiente) da gasolina sem aditivos? 3 cêntimos por litro? Brincadeira de mau gosto? O cartão do Pingo Doce, bem gerido, dá uns 30 cêntimos! Acham que alguém lhe agradece tal coisa? Às vezes parece que o PM tem ataques de sono.
Na política, o Marco António avança com a necessidade de ouvir a opinião de “entidades independentes” sobre a tão incensada “proposta macro-económica” do PS. Então o PSD não tem argumentos para denunciar a maluquice? Ou quer dar credibilidade política aos economistas contratados pelo adversário com mandato para, armados em moderados, dar ao povo umas abébias que sabem irealistas e catastróficas?
Tenham juízo, rapazes. Por favor, tenham juízo!

29.4.15

CLIMA CATÓLICO, APOSTÓLICO ROMANO


Em maré de conselhos, qui vai um para o Papa Francisco. Diz a imprensa que S.S. está “preocupado com as alterações climáticas”, e que tal coisa até vai fazer parte de uma futura encíclica.
Percebe-se que o Papa seja influenciado pela infrene propaganda que assola o mundo com a falsíssima unanimidade “científica” e "universal" acerca da influência humana nas alegadas alterações climáticas, material óptimo para distrair as gentes e as afogar nas alterosas ondas  do politicamente correcto. Há 250 anos também se dizia que o terramoto de Lisboa tinha sido obra dos pecados dos homens. Repete-se a coisa com contornos diferentes, agora não de “fé” mas de “ciência”.
Santidade, não será isto um pecado de orgulho? Quem é o homem para alterar as manobras do Cosmos?


Pastoreie Vossa Santidade o seu rebanho. Fá-lo com competência e saber. Mas não se meta em matérias demasiado controversas e duvidosas para merecer as suas preocupações. Além disso, nada têm a ver com a salvação das almas...



29.4.15

BONEQUICES


Reza uma notícia que a ilustre CML, agora sob medinal autoridade, quer pôr as “empresas e as freguesias a fazer de polícias dos graffiti”.
Nada contra. Mas terá autoridade moral para isso? É evidente que não, nenhuma. Uma câmara que chega ao ponto de fornecer máquinas e materiais para uns gandulos sujarem as paredes, que chama a qualquer borrada “arte urbana”, que promove a coisa com um despudor sem limites e com uma total falta de respeito pelas pessoas, vem agora dizer que é contra os graffiti? Não brinquem conosco.


A estas palavras responderia a CML que há graffiti e graffiti, isto é, que uns são “bons”, outros “maus”. Quem irá fiscalizar a “qualidade artística” das bonecadas? A Polícia Municipal? A Junta de Freguesia? Alguma nova “entidade”, um “regulador”, uma “alta autoridade”?


Um bocadinho de coerência não faria mal nenhum à cidade.

 29.4.15

IRREFUTÁVEIS PALAVRAS

Numa das variadíssimas “análises” laudatórias hoje publicados no jornal ultrasocialista designado pela palavra “Público” (sendo privado) sobre o magnífico “documento” do partido de que o jornal é militante, surgem, em glorioso resumo, com a assinatura de um “economista”, alguns números esclarecedores, a saber:


Daqui a 4 anos:
- o défice será de 1%
- a dívida pública baixará para 117,6 % do PIB
- o desemprego cairá para 7,4%
- o investimento subirá 6,3% por ano


A despeza aumentará, impostos e contribuições descerão.
Assim. Como? É fácil. Bastará votar no PS, e é garantido. Palavra dada.


Quem acreditar nisto, vote.
Haverá sempre quem acredite que os ratos dos canos tocam harpa.

27.4.15

TODOS CONTRA O 25 DE ABRIL!


No 25, as pessoas pensaram que tinha chegado um tempo em que podiam ter opinião livre, votar em conformidade, e ver as suas opções maioritárias a governar. Apanharam um susto dos diabos com o PREC, depois voltaram a ter esperança.
Também queriam que a guerra acabasse da melhor maneira. A guerra não podia ter acabado pior, com isso tendo sofrido, e continuando a sofrer muito mais os “libertados” que os “libertadores”.
Por cá, tant bien que mal, entrou-se muma certa normalidade política, com altos e baixos, mas com aceitável continuidade.
Porém, para muitos dos chamados “capitães de abril”, para a esquerda bolchevista, nefelibata e caviar, para os soares, alegres, nóvoas e companhia, o 25 de Abril não tinha a ver com liberdade, nem com democracia, nem com normalidade eleitoral: o 25 ou gerava o socialismo permanente, mais ou menos revolucionário, ou não seria “democrático”. É neste caldo de cultura que, ainda hoje!, a nacional-esquerda socialista sobrevive. Terá a desculpa da ignorância, como no caso dos militares que o palerma Lourenço comanda, mas não tem, com certeza, desculpa nenhuma no dos demais.  Num e noutro caso, o 25 “cumpre-se”, não por libertar e democratizar, mas por impor o socialismo.
A ausência dos tais capitães às cerimónias oficiais (em abono da verdade, diga-se que não fazem lá falta nenhuma) é demonstrativa do que digo.O mesmo se passando com o cabo Soares ou o sargento ajudante Alegre, cujas verdadeiras intenções estão à vista e nada têm a ver com o pluralismo democrático que, em tempos idos, diziam defender  ou defendiam.
Esta esquerda detesta o 25 de Abril. Esperava que o povo lhe desse o poder per omnia secula, mas o povo trocou-lhe as voltas. Por isso não comemora o que há para comemorar: a liberdade de decidir por via eleitoral e de opinar sem balizas outras que não sejam o respeito por terceiros, coisa que desconhecem e confundem com oposição política.


Os capitães, afinal, fizeram o 25 para se apoderar dele, ou para o usar para os seus ideológicos fins  (se é que tais cabeças compreendem o que seja uma ideologia). Agora odeiam-no, porque o povo não lhes dá a cavalaria que almejavam. E agem em conformidade, desmascarando-se.
Ainda bem.



25.4.15

METONÍMIAS


Num inesquecível sábado, há uma data de anos, li um texto da dona Clara F. Alves em que a dita, após verter lágrimas de crocodilo acerca da difícil vida da sua manucure, acaba por escrever um diálogo mais ou menos assim: Clara - “pois é, coitada, tens uma vida difícil neste mundo machista”; a rapariga – “É verdade, senhora doutora”.
O texto serviu para informar o povo, não dos problemas da pobre profissional, mas da doutoral circunstância da Clara.


 Assim tem sido ao longo dos anos. A mulher, em intermináveis e “superiores” explosões de desprezo por tudo o que não seja o Mário Soares, elenca em catadupas as suas super intelectuais leituras, conhecimentos, viagens, triunfos, etc., materiais que vai atirando à cara do povo como se lhe fosse dado educá-lo. Enquanto a balsemónica criatura lhe for dando espaço, a intragável e intratável fulana continuará a ganhar a vida com os seus alardes de pesporrência e de intelectualoide superioridade.
Ler isto dá para perceber os altos sentimentos de admiração e estima que nutro pela mulher. Com toda a razão. Este Sábado, atraído pelo lead de mais um repugnante escrito, li uma miserável diatribe contra Passos Coelho.
Sabem a razão desta fúria? O elogio que o PM fez a Mariano Gago. É que, para vincar  que a sua admiração pelo defunto era sincera, terá sublinhado que lhe era devida, “apesar” de ter pertencido a governos da actual oposição.  O que, para uma inteligência normal, quer dizer que o admirava, como intelectual, cientista e político, para além e acima de politiquices. Ou seja, reforça o elogio.
Para a CFA, a conclusão é a de que PPC é um “pobre de espírito”e um “palúrdio” (tolo,estúpido, idiota, pacóvio), que nunca “nunca passou os olhos pelas obras completas de Lee Kwan Yew”, coisa que ela, como é óbvio e nem é preciso dizer, leu, releu e assimilou, lado a lado com mais trezentos e cinquenta mil outros calhamaços de cuja leitura modestamente se vai gabando, como se alguém acreditasse. A Bíblia, essa não deve ter lido, nem em citações ou excertos. Caso contrário, saberia que, no sentido bíblico que invoca (não em sentido vulgar, que isso é próprio de gente menor), a simplicidade é uma qualidade positiva, a merecer o céu.
Estamos, pois, perante uma real demonstração de ignara arrogância, bazófia e pedantismo, qualidades que ninguém negará ser características de marca de CFA. Uma harpia ao contrário, isto é, em vez de cabeça de mulher e corpo de abutre, tem cabeça de abutre e corpo sei lá de quê.
A finalizar a arenga, a criatura brinda-nos com aquilo a que se poderá chamar “Teoria Geral da Máquina de Cortar Fiambre”, pretexto para nos dizer que leu Ferreira de Castro. Não terá percebido, mas que importa? Não virá a propósito, mas, como, além da CFA, tudo é menor, que importa? A austeridade é como a máquina de cortar fiambre, diz ela. Só é pena que a não a ponham a contas com a lâmina...
Uma metonímia, é claro, palavra altamente cultural usada pela importantíssima mulher para, como é seu superior hábito, épater le bourgeois.

26.4.15

DO RASCA E DO FALACIOSO


Da boca do camarada Costa saíu um comentário ao discurso do PR que faz honras a uma bestialidade política que, por muito baixa que seja a consideração em que o tenhamos, não julgaríamos possível.
Diz ele que, ao PR, não é dado ser favorável às políticas do governo. E justifica com a prática presidencial do camarada Soares, o qual, na bestial opinião, passou a “independente”. É facto que Soares se dedicou a tempo inteiro a chatear o governo, porque o governo não era socialista. Se fosse, e o tal Soares o apoiasse, estaria abaixo das suas competências? Não parece. Diga-se que o actual PR aturou um governo socialista durante seis anos, com o PM que tinha, sem lhe causar problemas de espécie nenhuma e deixando-o enterrar a Nação sem passar de avisos mais ou menos “institucionais”. Nessa altura estava a proceder bem? É o que se pode concluir da merdosa opinião do camarada Costa.
Nem este Presidente nem nenhum dos outros foi “presidente de todos os portugueses”, falácia aldrabona que a praxis da propaganda republicana fabricou. Nenhum dos futuros o será. Neste aspecto, até louvo a Constuição: o PR é da República e de mais coisíssima nenhuma. “Os portugueses” não têm nem jamais terão um presidente seu. O Presidente, todos os presidentes, erroneamente eleitos por sufrágio universal, serão sempre fruto de uma coligação de votos bem explícita.  Se, ao menos, fossem eleitos por maioria qualificada do Parlamento, poderia dizer-se que, por essa via, representavam uma maioria substancial dos eleitores. Mesmo assim, não seriam “dos portugueses”, só da República, o que é coisa completamente diferente.
Donde, as palavras do camarada Costa, independentemente do discurso de Cavaco Silva, são de uma bestialidade a toda a prova.


Que dizer das arengas sobre o mesmo assunto proferidas pelo Arménio, pelo Jerónimo, pela Catarina, pelo Adão e outros mais? Nada, que uma pessoa não deve perder tempo a comentar discos riscados.  

25.4.15

CHANTAGEM!


Os camaradas Tripas e Fakis desdobram-se em declarações, dizendo que o “acordo” está iminente. Do lado de cá, por unanimidade, as declarações são em sentido contrário: ou o casalinho baixa a bola, ou o “acordo” estará cada vez mais longe.
Qual é, então, a estratégia dos camaradas que os helenos, estupidamente, puseram no poder?  É simples: chantagem. Eles sabem que a Europa inteira tem medo de os ver cair nos braços de Moscovo. Vão dando os sinais necessários: visitas, abraços, acordos de milhares de milhões. Sabem que a Europa receia o seu próprio desmembramento, se a Grécia sair do euro, ou da União. Sabem que têm o apoio acrítico e obtuso do senhor Obama. Sabem que a NATO dificilmente suportará ter um aliado dominado por Moscovo. Resumindo, sabem que tudo isto está do seu lado e que, portanto, a chantagem é a única solução para poderem continuar a aldrabar os gregos com as suas teorias. É essa a estratégia. O resto é conversa: ou pagam ou estão lixados!
Gente séria, honesta, fiável, não é?

26.4.15

CARLOS MAGNO


Diga-se antes de mais que este blog, como saberá quem o lê, jamais se poupou a críticas à chamada comunicação social. O que não quer dizer que a coisa deva ser submetida a “entidades” . Há, à farta, leis que previnem abusos de vária ordem. Mas não as há, nem pode haver, que evitem ou punam critérios editoriais idiotas ou escolhas políticas não assumidas.
Posto isto, aconteceu que, num dos seus habituais ataquinhos de estupidez, a dona Medeiros se pôs à frente de um bem seleccionado escol e resolveu dar à luz um projecto de vigilância política dedicado à cobertura jornalística das eleições. A coisa já morreu, como disse o intolerável Marques Mendes. Nem história é. Muito bem.


O que ainda mexe, pelo menos no IRRITADO, é o caso do senhor Carlos Magno (não confundir com o propriamente dito), que, reconheça-se, é uma pessoa estimável. O pior é que deixou de ser jornalista para se tornar presidente de uma coisa que se chama ERC, Entidade não- sei-quê, que se dedica a vigiar o comportamento da chamada comunicação social. Uma entre as 3894 “entidades” que enxameiam a nossa terra.
Ora o dito senhor, indignadíssimo com a Medeiros e seus colegas, veio declarar que, se o projecto vingasse, se demitia. Porquê? Não é ele próprio o chefe da indiscutida vigilância do sector? Será uma questão de ciúmes, já que estarão a meter a foice na sua seara? Não se sabe. O que se sabe é que o senhor Carlos Magno devia demitir-se, com Medeiros ou sem Medeiros. Devia propor, enquanto jornalista que foi, a extinção da sua absurda entidade. Poupava-se uma data de massa e ninguém dava pela morte de tal grupinho.
Fica a sugestão.

25.4.15

ENERGÉTICOS EMPREGOS


Seundo a APEMIP, seja lá isso o que for, entre Junho de 2007 e Dezembro de 2014 foram emitidos 817.000 “certificados energéticos”, conhecendo tal emissão uma notável progressão. Só em 2014 foram 180.000!
Para que serve tal coisa? Passo a explicar:

Se você quiser fazer seja o que for (comprar, vender, alugar, ceder, subalugar, emprestar um andarzinho) tem que, sob pena de ilegalidade com consequências dramáticas para o seu bolso, mandar emitir um desses certificados. Contrata uma “entidade certificada” e, dias depois, aparece-lhe um “engenheiro”, ou equivalente, com uma maquineta electrónica nas unhas. Percorre-lhe a casita, vê se as janelas funcionam e quantos vidros têm, vai-lhe à caldeira, aos radiadores, tira medidas, etc. E desata a “classificar”. A sua propriedade passa a ser encarnada, verde, amarela ou o que der na realíssima gana do senhor que, devidamante certificado, emite certificados.
Os mais evoluídos, têm uma impressora portátil e, na hora, dão-lhe um papel cheio de risquinhos tipo serpentinas de carnaval, e dá cá duzentos, ou trezentos, enfim, uns trocos. Você fica felicíssimo, aliviado e com uns trocos a menos. Outros levam mais tempo, mandam-lhe um certificado provisório que você não pode deixar de “aprovar” (dá cá 50%), a seguir um definitivo (dá cá os outros cinquenta).
Depois, nada. O papel não serve para nada, a não ser para efeitos exclusivamente burocráticos e/ou, se calhar, para algum dos mil triliões de estatísticas de que a “Europa” vive. Se servir para alguma coisa de concreto será para, mais tarde ou mais cedo, lhe arrajarem uma chatice qualquer.
Feitas umas contas, se tivermos por média 250 euros por certificado, a nobre actividade já custou ao povo uns míseros 204.000.000 de euros.
Que diabo, é preciso dar de comer aos “engenheiros”, não é?

25.4.15

DAVID E GOLIAS

Ainda a procissão vai no adro, já as comadres começam a tergiversar. O Centeno - que também podia ser dezeno ou mileno dado o seu público desconhecimento dos números que o plantel, sob a sua alta direcção, alardeou – é adepto do aumento da idade da reforma. Vai daí, o Costa troca os pés pelas mãos e diz que de maneira nenhuma, a idade da reforma será a mesma, é intocável, pois então! A coisa é disfarçada com mata borão, isto é, tira-se o molhado mas fica a nódoa. Outras virão, é mais que certo.

 

Adenda, em 24.4.15. Outras virão, dizia ontem. Nem 24 horas foi preciso. Hoje, três grandes vultos do PS destaram a zurzir no "documento", ou programa, ou lá o que é. nada menos que o Sousa Pinto, ilustre distribuidor de preservativos, o Pedro Santos, da esquerda folclórica e o Silva Pereira, do beicinho socretino, rebelaram-se contra a história da TSU. Outras virão, é mais que certo. Os gatos agitam-se.)


Os rapazes, tudo geniais, credíveis e competentíssimos técnicos – quem sou eu para duvidar – avançaram com futurologias várias, todas fruto de uma inabalável fé no ovo na cloaca da galinha. Alinharam causas e consequências do seu esclarecido pensamento, concluindo, por exemplo que, aumentando o consumo, isto é, lançando umas massas no bolso das pessoas, a economia cresce, o dinheiro jorra e, num abrir e fechar de olhos, voltávamos todos a 2007 em termos de rendimento disponível. Esqueceram-se, com certeza, das consequências dos aumentos da função pública perpetrados eleitoralissimamente pelo 44: o consumo aumentou e... foi o que se viu.
Interessante é verificar que o ponto de partida é, com todo o rigor, aquilo que o PS não se cansa de negar: que o país se vem financiando sem problemas, coisa impossível no tempo do 44, que o desemprego, pouco, mas desceu, que as exportações subiram para níveis nunca antes vistos, que as previsões das instâncias internacionais são mais optimistas que as do governo, etc. Até há dias, era tudo mentira. Agora, é base para um optimismo galopante. Basta que o PS, rigorosamente a mesma gente de há uns anos, tome conta da coisa, e faça o contrário, quer dizer, em vez de nos enterrar, nos “salve”.  A mezinha, a fada boa, é o PS!
Cedendo às exigências do Portas, a equipa quer baixar o IVA da restauração, com isto aumentando o investimento em tascas, bares, restaurantes e casa de pasto, coisas que há pouco por aí. O tal investimento faz tanta falta como uma viola num enterro. Não contam com este simples facto: o aumento do IVA (que, em si, não é desejável), no caso da chamada restauração, não teve nenhuma espécie de influência nos preços ao consumidor. Bem pelo contrário, terá tido a virtualidade de pôr o sector a melhorar a oferta, a aguentar-se sem problemas de maior e a expurgar o que não presta. Escusado será dizer que, com o IVA mais baixo, os preços continuarão na mesma e a oferta piorará. Mas os craques não dão por isso.
É claro que as boas almas, encabeçadas pela dona Manuela, estão felicíssimas com o “documento”. Uma excelente “base de discussão”, uma “elevação do debate político”, um pensamento respeitável. Pois.
Ontem, tive a felicidade de ver o Drácula Galamba a ser estraçalhado por uma rapariguinha, Mónica de seu nome, que o levou às tábuas. A tremenda e ameaçadora estrela da constelação do rato baixou a bolinha, viu-se grego, a sua habitual e tronitruante verve foi metida no caixote com uma irrefutável lógica. Uma boa reedição da história do Golias.
Para já, é tudo. A telenovela vai ter muito mais episódios.

24.4.15    

DO PARTIDO CONSTITUCIONAL


Todos se lembram do ar fero e grave de um conjunto de cidadãos que, no uso das suas competências constitucionais , se dedica a fazer política, pura e dura política. Todos se lembram do senhor da barbas que manda na organização, bem como do outro, também de barbas, que lê papéis. Pensavam os menos avisado que, se estavam ali, eram cidadãos impolutos, gente acima da média, com direito à total independência, intocáveis, irrepreensíveis, uns heróis.
Afinal, nada disso. O grupo é de portuguesinhos “clássicos”, à procura de tostões, os tostões que houver à mão. O rol de “irregularidades” é de tal ordem que nada se aproveita. Não contente com a floresta de monumentais  privilégios que o “enquadra”, o grupo dedica-se a espremer o limão até já nem haver casca. Ele são carros com o depósito cheio, via verde, seguro, oficina, etc., ajudas de custo e senhas de presença quando trabalham(!), almoços a duplicar, distribuição de umas massas aos que os “guardam”,  documentos  à la manière na contabilidade, “erros e irregularidades”, 1,4 milhões de euros fora dos “princípios e regras orçamentais”, motoristas a 24 horas por dia (só dois, que é para poupar dinheiro ao Estado, dizem eles), mais uns quantos não se sabe para quê, suplementos sem base jurídica, um nunca acabar de “deficiências”. Porquê? Porque, diz o chefe, sofrem de “escassez de recursos”. Imagine-se o que aconteceria se tivessem mais recursos.
E é esta gente que determina, sem contestação possível, o que está certo e o que está errado. É esta gente que se mete em assuntos da governação, que faz política sem pudor ou contenção, que se permite dar bordoadas nas contas dos outros, que usa e abusa do poder que tem para fazer oposição política.
Por muito, muitíssimo menos, tem havido quem exija demissões e quedas, do PR, do governo, dos ministros, e de mais o que houver à mão para demitir ou aniquilar.
E o “partido constitucional”? De que está à espera para se demitir? Parece que era o que um mínimo de decência imporia.

23.4.15

DEMAIS


Num pequeno escritório, profissinoais de várias matérias tinham uma só empregada, que atendia o telefone, arrumava uns papéis, recebia e mandava faxes e pouco mais.
Ora a rapariga engravidou. Um mês antes da chegada da criança e quatro depois, esteve ausente, o que causou naturais problemas. Até aqui, tudo bem. Paciência. Poucos dias depois do regresso, meteu um mês de férias. Estava combinado. Paciência. Depois das férias lá voltou, com o bronze da ordem. Pouca paciência. Mas admita-se. Uma semana depois, apareceu com um papel que lhe dava direito de “amamentação”. Tudo mal. Paciência nenhuma. Como morava num distante algures, a fulana chegava às nove, às dez saía para ir amamentar. Uma hora até casa, mais uma a amamentar, outra para o regresso, a manhã estava feita. À tarde, a mesma coisa. Durante um ano. Não havia nada a fazer. O médico da SS devia ser amiguinho.
Pergunta: há direito que haja estes “direitos”? O patrão não podia ter o direito de exigir prova da natureza leiteira da cidadã? Acho que sim, por muito que isto incomode os nacional-bem pensantes.


Parece que houve uns médicos que, em circunstâncias paralelas, queriam que as enfermeiras leiteiras fizessem a tal prova. Atentado aos inalienáveis direitos direitos de tais senhoras! Ditadura! Fascismo! O demagogo da Ordem dos médicos instaura processos disciplinares aos culpados. A imprensa estremece de indignação. A Pátria geme, ofendida.
O que quer dizer que há enfermeiras que, com a mesma estrutura mental da menina do escritório, podem andar mais de um ano na boa vai ela à conta de “direitos” intocáveis, sendo proibido que se lhes peça contas ou provem que, de facto, têm tais direitos.
O que é demais passa da conta.

23.4.15

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


Não me passava pela cabeça perder mais tempo a comentar os frenesis da dona Canavilhas. Mas...hoje não resisto. É que a palavrosa e excitada criatura se dedicou a zurzir essoutra maravilha fatal da nossa idade, o não menos excitado membro da camarilha que dá pelo nome de M.M. Carrilho. Fiquei tão encanavilhado como encarrilhado. Ou seja, de papo cheio de tanto rir.
A criatura, indignadíssima com a ideia, formulada pelo histérico, de expulsar o Pinto de Sousa do PS, desata a acusá-lo de uma quantidade enorme dos “mais vis e repugnates crimes públicos”, consubstanciados nos maus tratamentos que, diz a boneca dos sapatos 45, ele lhe proporcionava lá em casa. O facto de o Carrilho também se queixar das biqueiradas e das bebedeiras da mulher – uma matulona daquelas deve ser coisa de respeito... - não impressiona a Canavilhas. Pelos vistos, isso da violência doméstica só é crime se praticada pelos homens.


Como a proposta do fulano é a da expulsão do Pinto de Sousa “se vier a ser condenado”, a mulher desdobra-se em adjectivos. O Carrilho tem o “nome enxovalhado”, é digno de “descrédito”, praticante da “ignomínia da violência doméstica”, "não deixará de ficar marcado com o estigma da barbárie e da crueldade..." enfim, é "o símbolo do político sem respeitabilidade pública”. Expulsá-lo do PS mais se justifica por “traição”, por ter apelado activamente no voto contra o PS e feito outras tropelias. Como se atreve a propor a expulsão desse grande português modestamente intitulado Sócrates?
Para ela, o Carrilho deve ser expulso quer seja seja condenado quer não. O Manuel Maria era mais módico, já que parece que propunha a saída do Pinto de Sousa só se condenado. O que quer dizer que, para a insuportável mulher, o nome do dito não está enxovalhado, não é ignominioso, é digno do maior crédito e da mais alta credibilidade, nunca cometeu nenhum crime público, tem carradas de respeitabilidade pública, jamais gozou de enriquecimento sem causa, nadinha. Um santo.


Enfim, uma e outro vieram contribuir para a minha boa disposição desta noite.


Já agora, por falar de violência doméstica, porque não expulsar a Canavilhas da televisão, dada a violência, a pesporrência, o histerismo e a estridência frenética das suas bocas, que dão cabo da paciência ao mais paciente. Isto sim, é violência doméstica pública e notória, capaz de pôr uma pessoa em estado de coma nervoso.

 

22.4.15

A GRANDE BARRACADA


Após aturado e interminável teasing, os cérebros económicos do PS, na augusta presença do grande Costa e com a pompa e circunstância que tal presença merece e impõe, apresentaram ao povo as suas geniais ideias. Aleluia!
A oração de sapiência foi proferida por um tal Centeno, homem de frajinha grisalha, todo sorridente, todo ufano da sua altíssima missão e do seu ingente quão brilhante trabalho. Lá atrás, comovido, o drácula Galamba babava-se de justo orgulho. O cenário era vermelho, resplandecente, uma tara.
Vai daí, o homem atirou ao povo a sua bem preparada palavra. O pior (ou o melhor, de um ponto de vista humorístico/psiquiátrico) é que não percebia nada do assunto em apresentação. À boa maneira do grande manitu Soares, não sabia a diferença entre 20 e 83, tanto lhe fazia 5 mil como 5 milhões. O camarada ria e confessava que já não se lembrava, parecia o Relvas a cantar a Grândola.
É claro que o precioso documento não merecia tão fraca performance. Ou, se calhar, merecia. Talvez por isso a sessão solene tenha sido marcada para um dia em que a publicidade ia toda, em todos os canais, para a desgraça dos 6 a 1 que o Fê Cê Pê levou, quem sabe se por culpa da Merkel. Os consultores de imagem do PS, os gurus da informação do PS, prevendo a barracada, devem ter aconselhado a data e a hora, a fim de evitar demasiados comentários.
No entanto, a bem da verdade dos factos, reconheçamos que o “documento”, tão laboriosamente imaginado por tão alta gente, contém notícias fantásticas:
- A austeridade vai acabar!
- Os salários vão subir!
- A contribuição extraordinária chegou ao fim dos seus dias!
- As pensões vão ser repostas!
- O IVA vai descer!
- O Estado vai investir!
- O desemprego vai acabar!

- Quem ganha pouco vai ter um ordenado suplementar!

E muito mais, tanto que não cabe neste espaço, ou de que já me esqueci. É difícil memorizar tantas, tantas benesses, a nossa memória fica submergida na alegria imensa, na emoção sem limites que estas coisas nos causam, enchendo-nos o peito de esperança e fé. Não é?
Não é não senhor. O que estas patacoadas causam é pânico. Andamos a copos de água há tanto tempo para pagar as dívidas do 44, e o que nos oferecem é o mesmo que o dito nos ofereceu: a bancarrota.


Consta que os tipos da troica já reservaram passagens para Lisboa, com periodicidade mensal, a utilizar caso o PS ganhe as eleições.

22.4.15

CONTASCOSTOMEDINOCRÁTICAS


Afinal a coisa fia mais fino do que tinha pensado ao escrever o meu post de ontem. As contas são ainda mais interessantes do que eu julgava. Costa, na sua intervenção no estrambólico comício do Porto, declarou gloriosamente que o passivo da CML, sob a sua distinta direcção, baixou 18%. Medina, seu sucessor (recorde-se que ambos são leais continuadores dos princípios filosóficos do 44), é mais modesto. Confessa que que tal baixa foi só de 16%. Para quem vai lendo estas coisas, tanto pode ser 18, como 16, como outro número qualquer. Trata-se, pelos vistos, de pura publicidade, sendo hábito de quem a faz exagerar as qualidades do produto.
Mas o nosso jovem não se fica por aqui. A dívida, cuja descida Costa tão ufanamente sublinhou (ao que julgo sem percentagens ou números), também baixou loucuras. Segundo Medina, de 641 milhões para 618: 4%! “Um esforço sem precedentes”, disse ele. Acrescentou que, se não tivesse extinguido a EPUL (o que deveria diminuir a despesa mas, segundo disse, a aumentou), e não fora ter tido que pagar 102 milhões à Bragaparques, teria descido ainda mais. Talvez. Deveria também ter acrescentado, mas não acrescentou, que a tal Bragaparques quer mais uns 300 milhões, donde se conclui que, se o tribunal for simpático, a coisa talvez se arremate por 200. Tudo por culpa das trapalhadas do Sampaio, do Fernandes, do Costa e da Roseta. Escusado será dizer que, para isto, não há provisões e, por conseguinte, não há reflexo nas contas. E ainda há quem diga que o 44 não foi um bom professor!
Mais adiante, o rapaz tem um ataque de seriedade, mazela de que o chefe não consta sofrer. Assim, confessa o brutal aumento de impostos - coisa que aos demais condena – cifrado (o aumento!), pelas contas dele, nuns agradáveis 60 milhões.
Segundo um vereador da oposição, não fora os milhões recebidos pela venda dos terrenos do aeroporto – depois dizem que o Pssos é mau... – a dívida teria aumentado. Mas disto não fala o Medina, ainda menos o Costa. Outro vereador criticou que as contas tenham sido apresentadas à imprensa antes de aprovadas pela Assembleia Municipal e antes que os próprios veradores delas tivessem conhecimento.
Os tais vereadores ficaram surpreendidos com esta arrancada publicitária com base num documento que ainda tem que passar por vários crivos... Mas convenhamos que, segundo a moral republicana é assim mesmo. Quem fala primeiro é quem mete as bocas, por mais ordinárias que sejam, na cabeça das pessoas.       

21.4.15

CONTAS COSTOCRÁTICAS


O camarada Costa é um ás a fazer contas. Diz ele que baixou a dívida da CML. Esquece-se de alguns pequenos detalhes. Por exemplo , os 350 milhões que empochou com os terrenos do aeroporto. Por exemplo, as várias centenas de milhões que vai ter que pagar ao Névoa e que andam pelos tribunais: já teve que pagar uma data deles, mas o que fica no fim da monumental estupidez que ele e os seus (Sampaio e Fernandes à cabeça) criaram na história do Parque Mayer/Entrecampos, com “boa” ou “má” sentença, mede-se sempre por seis dígitos que, como é óbvio, não estão contabilizados. Esquece-se de muito mais coisas de que talvez fosse útil falar, mas, só com nestes exemplos, é possível imaginar onde iriam parar os 40% que diz ter baixado ao défice. Aliás, o respeito pelos números leva-o a pôr nos píncaros um dos mais sinistros fautores oficiais de prejuízos, o ilhéu César, actual prresidente da agremiação e e useiro produtor de ignaras bocas.
Lá em casa, é o que se sabe. O camarada está enterrado num buraco de milhões (onze) e anda de mão estendida aos bancos, ó tio ó tio, a “reestruturar” a desgraça. Não tem dinheiro para a campanha eleitoral, o que quer dizer que a “reestruturação” será óptima para cavar mais um simpático buraco. Fora do Largo do Rato, é o que se sabe. Nas sucursais,  já não se reune à noite porque não há luz, não se faz xixi porque cortaram a água, há encontros ao ar livre porque o senhorio, possuído de falta de solidariedade socialista, correu com o pessoal. Ah! Já me esquecia, o Costa quer sacar 5 milhões de IVA , mais 3,6 da “subvenção autárquica”. Não sei o que será isto, mas mais nenhum partido acha que seja devido, o que é sintomático. Conclusão: o Costa quer à força mais dinheiro do Estado, depois de se ter arruinadao com “eleições para primeiro-ministro”, congressos e outras maluquices totalmente desnecessárias.  E vem gabar-se de boas contas!
No auge do propagandismo, o, camarada, aos 40% que “abateu” à dívida da câmara, contrapõe os 18% que o governo terá somado à do Estado. Não conta com os 70.000.000.000 - fora o resto - que,à conta do governo de que era nº2, portanto tão responsável por eles como o 44 , foi preciso ir buscar. A “consciência política”e a “moral republicana” a funcionar, isto é, a sacudir a água do capote. É assim que funciona o aforismo que viria a usar à noitinha: “palavra dada é palavra honrada”. ‘tá-se mesmo a ver, não ‘tá-se?
A crise interna, porém, não impede o Costa de alugar um combóio para levar umas centenas de camaradas ao Porto. Que diabo, era preciso encher o comício, apesar de  - uma chatice - não haver um pèzinho para lá meter o Nóvoa. Chegados a São Bento, os comboieiros formaram bicha para marchar até ao recinto do espectáculo. Como a coisa estava fraca, ao chegar aos Aliados, o Costa desapareceu. Deve ter concluído que o reduzido número de pedestres não era digno da sua augusta presença. Conclusão: deu à sola.
Tudo muito bonito.

20.4.15

ENCRAVINHADOS


O abominável João Cravinho deixou-nos uma herança de respeito. Por obra sua foram criadas as chamadas SCUTs, coisa que, muito mais tarde, se concluiu ser um encravanço dos diabos, de tal maneira que até o socrapifiosismo percebeu. Os cálculos estavam errados, o “milagre” não se deu e, à monumental desgraça que o PS ia, paulatinamente, criando, veio juntar-se o resultado da brilhante ideia do Cravinho, de tal maneira que até acabaram com ela. Para compensar, “alguém” aproveitou para inventar um sistema de portagens, caríssimo e ineficaz, que não cabe na cabeça do mais pintado. Um partido que se diz amigo de quem trabalha arranjou maneira de não criar mais uns empregos. Mas isto é pormenor.
Cravinho é um tipo generoso. Daí que, fazendo a privatização da TAP parte da política socialista do tempo (hoje, o PS é contra, e sabe-se porquê – trata-se, à outrance, de profissionalismo oposicionista), o Cravinho, para adoçar a insaciável bocarra dos pilotos, prometeu dar-lhes uma comissão no negócio, ou seja, ofereceu-lhes uma incrível “sociedade”. Coisa de privilégio, porque os ditos esfomeados foram considerados mais iguais que os restantes empregados da companhia (mais um interessante pormenor da justiça socialista).
Depois de muita guerra, de muitos prejuízos causados à casa, os fiéis pilotos, gente, coitadinha, muito mal paga como é do conhecimento popular, estão agora a dar largas à sua permanente e suculenta indignação. Depois de assinado um acordo em que não constavam nem aumentos de ordenado nem “sociedade”, vêm exigir aumentos (7,5%!) e sociedade - coisa que, além do mais, seria ilegal e inconstitucional, como é evidente e está provado e julgado. Para dar força às suas legítimas preocupações, esta distinta e tão maltratada classe não teve outra solução senão a de decretar 10 dias de greve. Devidamente avisados e plenamente conscientes de que tal greve vai custar uns 70 milhões, põe em causa a privatização e contribui para acabar com a TAP - o que quer dizer que, mais cedo ou mais tarde, nos põe a pagar mais um portentoso buraco - mantêm a sua “justa luta”.


É possível que, entre os pilotos, haja gente séria. Como classe, porém, não passam de um gang, como é timbre dos “colectivos”. Uma triste evidência, que nos encravinha ainda mais do que já estávamos.


No meio desta ominosa história, uma coisa há que não se percebe: a atitude titubeante do governo. A requisição civil dos pilotos já devia ter sido decretada e garantida, o mal já devia ter sido cortado pela raiz. Não foi. De que estão à espera?

17.4.15

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