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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

DOM DINIS DE PAPELÃO

Como se sabe, um dos grandes feitos do Rei Dom Dinis, o pinhal de Leiria, foi literalmente destruído, uns sete séculos depois de plantado. Ao contrário do que dizem as tontas do BE e quejandos, os eucaliptos, as celuloses, as multinacionais e o capitalismo não tiveram responsabilidade nenhuma, já que nada tinham a ver com a gestão ou a protecção do referido pinhal.

O auto proclamado Dom Dinis dos nossos dias, dito ministro da agricultura e florestas, diz que também não é responsável. Ainda assim, alvíssaras, confessa de seguida ter um niquinho dela, no que se afasta do chamado governo a que pertence, porque essa organização nem parcialmente é responsável seja pelo que for. Espera-se que não seja corrido em virtude deste pequeno acesso de parcial responsabilidade.

Pode, sem hipocrisia, dizer-se que o incêndio do pinhal de Leiria, sendo propriedade pública, teve a vantagem de pôr a nu a estupidez da argumentação política em vigor que põe as culpas para os privados e os eucaliptos. Os fogos não puseram a nu problemas derivados da propriedade, privada ou pública, das florestas, ou de se tratar de eucaliptos, de macieiras, de pinheiros ou de tílias. O que puseram à vista foi, como toda a gente sabe, a total, impune e impunível incompetência dos poderes político, autárquico, administrativo, operacional, enfim, de tudo o que, não sendo privado, tratou do assunto com os pés, num mar de irresponsabilidade e de desprezo pelos mortos e pelos vivos, bem expresso este nas reacções dos chamados membros do governo, maxime do respectivo chefe.

Enfim, o que de novo há a assinalar é o aparecimento a despropósito do dom dinis do socialismo  com as suas maravilhosas intenções e realizações. O homem já criou não sei quantas “unidades de missão”, mais umas comissões, umas autoridade ou coisas que o valham, além de outras “estruturas”. Já despejou e vai despejar milhões por todo o lado, diz ele. Fez um número indeterminado de projectos, de decretos, de portarias e outras alegorias. Proclama a súbita existência de toneladas de guardas republicanos e de vigilantes. E mais não sei quantas iniciativas de arromba.

Cereja em cima do bolo, propõe-se deslocalizar o ministério da agricultura (é de esperar que o tipo do Porto venha rapidamente exigir que a nova sede seja no Bulhão). Engraçado é que o argumento usado por Sexa seja o facto de ter havido “governos” (quando há culpas do PS não se diz que governos) que passaram as lojas concelhias do ministério para os distritos. Isso, segundo disse, vai continuar como está, isto, é as tais lojas são substituídas por cooperativas e outras associações. Foram mal abolidas, mas abolidas vão continuar.

À primeira vista, não se percebe como é que, sendo o problema derivado do fim de pequenas delegações, se vá mudar de sítio o ministério. Mas, vendo bem, percebe-se sim senhor. O homem pensou: se o tipo da saúde muda um escritório (o Infarmed), eu, para ser gente, mudo o ministério todo. Voilá.

O IRRITADO, de boa fé, autoriza o chamado governo a mudar o ministério para Vinhais, para a Amareleja ou para o Porto. É indiferente, e até tem a vantagem de aliviar Lisboa de uma data de gente que, por cá, só faz falta para tratar das hortas sociais, coisa que qualquer hortelão fará com evidentes economias e vantagens técnicas.

Mas não gosta de propagandas idiotas nem deste tipo de “descentralizações”.

 

30.11.17

OPÇÕES

Parecia-me que a ideia de pagar o mês 13 e o mês 14 em duodécimos podia não ser má, desde que, como era o caso, dependesse da vontade do trabalhador - e, já agora, não ofendendo a esquerda, do acordo do patrão. Pensaria que a esquerda gostasse desta liberdadezinha daqueles de quem se diz protectora.

Pelo contrário, a esquerda é contra a opção: tudo por inteiro e na altura própria, obrigatoriamente, qualquer que seja a vontade dos trabalhadores. Qual é a lógica da brilhante decisão? Não descortino. Tão feroz na defesa de tudo aquilo a que chama "direitos", porquê tirar este direitozinho à rapaziada?

Já li ensaios académicos sobre o assunto, cheios de pensamentos e de estatísticas. Fiquei na mesma. A pergunta mantém-se. Porquê? Haverá por aí alguém que me explique? 

 

30.11.17

HONRADEZ

 

Uma rapariga zanaga, ao que dizem muito honrada e reconhecidamente meia tonta, fez uma das suas cenas da treta no parlamento, dizendo por palavras cruas que o chamado primeiro-ministro, ao contrário do que proclama, não tem palavra honrada, honra na palavra ou palavra de honra. A coisa deu brado. O atacado insurgiu-se, rapou das divisas de 1º cabo, e vai de resgatar a honra ofendida mediante inflamada oração de ignorância, a qual consistiu na já nauseabunda reprodução da sua habitual cassete, genialmente programada para se opor à oposição, feita de reversões, cativações, donativos e estagnação.

Ofendida porque o PS e o seu cabo tinham dito o dito por não dito, dado uma cambalhota à rectaguarda e faltado à tal palavra, a rapariga descobriu o que toda a gente já sabe: que a palavra do cabo, ou não presta, ou há muito é vã. Acordou tarde. Se queria alegar como alegou, podia ter começado mais cedo. Bastava-lhe ter andado uma semana para trás para perceber o que é isso de palavra em acepção do poder costista. Em dois dias, sobre o caso dos professores, o homem tinha dito tudo de pernas para cima, de pernas para baixo, de pernas fechadas, de pernas abertas, numa multiplicação de palavras honradas, tantas que ninguém poderá dizer quantas o homem não honrou, e que só pararam após o nosso cabo ter prestado fidelidade e vassalagem ao general Nogueira. Se mais para trás fosse, a pequena teria encontrado quilos e quilos de material para se pronunciar. Mas não. Só o fez quando a palavra desonrada lhe tocou a fímbria das vestes e lhe retirou uso de mais uns “slogans” populistas. As outras não lhe dizem respeito.

A fechar este post, cito uma das últimas frases, em breve célebres, do chamado primeiro-ministro, bem demonstrativa da sua alta cultura, da sua argúcia, da sua inigualável inteligência e do seu distinto génio como cultor da língua portuguesa: Mesmo quando chegamos ao fim da estrada, vamos continuar a abrir a estrada, porque a nossa estrada não tem fim.

Fique-se com esta e, em abono da sua saúde mental, não tente pô-la a fazer sentido.

 

29.11.17

ESTRANHA COMUNHÃO

Vamos lá a ver se percebi. O camarada Centeno resolveu retirar uns territórios da lista negra dos “paraísos fiscais”, não sei se por terem deixado de ser paraísos se por alto critério do fulano. O resultado prático da douta decisão é o de que os tais territórios passam a ter que declarar todos os carcanhóis que os residentes em Portugal para lá enviaram. Quem, como e quanto.

Dada a justa e tão propalada luta desenvolida pela moral vigente contra tais práticas, legais e ilegais, parece que a decisão tem o resultado positivo, em termos fiscais, de pôr em cima da secretária dos sátrapas da AT os elementos necessários para a respectiva perseguição. Parece bem, dependendo dos critérios a aplicar.

Para já, parece que já foram arrolados uns quatro mil milhões que os “residentes em Portugal” lá têm a bom recato. Nada mau. Uns serão milhões legítimos, outros não, o que competirá julgar por quem de direito.

Não se percebe o que andam a fazer os “reguladores” que não sabem da saída de tanta massa. Em alternativa, tal massa não tem origem em Portugal, só os seus proprietários. Mas isto é matéria para iluminados, não para mim, que não percebo nada do assunto nem tenho dinheiro para fantasias. (a título de declaração de interesses cabe-me, no entanto, dizer que tenho cerca de 1.500 euros num banco francês  inshore, brilhante resultado de uns anitos que por lá andei).                                                                                

Certo é que, à primeira vista, a decisão do supramencionado camarada não devia merecer crítica. Estulta consideração. O CDS, de braço dado com o BE, opõe-se vigorosamente a ela. Não sei nem me interessa qual e quão especiosa argumentação une as duas formações políticas, ainda que não seja raro que o CDS mostre uma estranha e mui “cristã” tendência para, de vez em quando, escorregar para o socialismo. Desta vez, porém, terá ido longe demais: fez-se, não com um socialismo mais ou menos social democrata, mas com o socialismo maluco.

Espera-se que a estranha coligação, ou comunhão de ideias e objectivos, não faça escola. Ou que dona Cristas tenha a amabilidade de se explicar.

 

28.11.17     

O DIÁLOGO DO CANALHA

No dia seguinte a ter mandado chumbar toda as 60 propostas orçamentais do PSD e em eventual comemoração de o ter feito, o artista chefe da trampolinice política, o especialista em dizer hoje o contrário do que disse ontem e do que dirá amanhã, o mentiroso mor destas pobres terras, o desonesto indivíduo que, desde o dia em que foi claramente batido em eleições sempre recusou o diálogo com quem as ganhou, a criatura que anda há dois anos a fulanizar o ódio na pessoa de Passos Coelho, acossado pelo diabo que lhe ronda o quintal, resolveu vir à praça pública dizer que quer “dialogar”.

Dialogar sim, mas com Rio ou Lopes, tanto faz, diz ele, com Passos é que não, como se Passos tivesse obrigação de lhe coonestar as asneiras, as aldrabices, as trapalhadas.

A perversa coligação que criou ameaça ruir. O PC anda na rua. O BE multiplica-se nas habituais maluquices. O virar de página foi desmascarado. O Estado funciona cada vez pior. A saúde anda pelas ruas da amargura. A educação sofre já as consequências da palermice de um tipo de barbas, lacaio da CGTP. A defesa está às ordens de um palhaço e debate-se com generais de pacotilha. Os fogos queimam e matam. O governo manda bocas sem rei nem roque, apoiado em exclusivo pelo tipo do Porto. O dinheiro ameaça acabar. O Centeno estremece, borrado de medo. A União ameaça. Até o Benfica está de rastos. Em suma, repito, o diabo está no quintal. Ainda não entrou em casa, mas acena, faz fosquinhas.

Remédio? O “diálogo”. Com quem? Os “lamentáveis” que encontrem um líder à altura, um que lhe peça audiência e se disponha a apoiar-lhe o caminho, isto é, a ajudá-lo a abrir a porta ao diabo. Se o esquema da esquerda der de si, então a direita que o aguente. Desde que lhe garantam o poleiro, vale tudo.

A lata estanhada e vil desta desgraça que sobre nós se abateu terá o fim que merece. Mas quando, senhores, quando?

 

26.11.17            

INCURSÃO FUTEBOLÍSTICA

Para quem não saiba, informo que, tal como os camaradas Costa e Jerónimo, sou adepto do Benfica. Não que me agrade a companhia, nem que tenha por hábito ir à bola. Tenho um asco mortal aos intelectuais da coisa bem como às televisões que ocupam horas intermináveis com as exibições de tais criaturas. Sou totalmente alheio, desconheço e abomino as guerras dos presidentes e dos seus apaniguados que são vergonhosa matéria de manchetes e demandas.

Em concreto e verdadeiro, do que gosto é de ver um jogo ou outro na televisão, devidamente repimpado, bebendo qualquer coisa e fumando uns cigarritos. Isto quando tais jogos valem a pena e passam nos canais generalistas, que não pago para tal.

Porquê, então, julgo que pela primeira vez, dedico umas linhas ao futebol? É que o assunto não é futebol, é liberdade de opinião versus censura, é livre pensamento versus quem quer limitar a sua expressão.

Os meus prazeres futebolísticos são muitas vezes prejudicados pelos digníssimos árbitros que, de um modo geral, considero incompetentes, sem critérios decentes e estáveis, para não ir mais longe . Irritam-me sobremaneira. O problema não é esse. Problema é que estas excelências ameaçem com greves (“dispensas de serviço” ou lá o que é) porque não aceitam “os comportamentos” de quem os critica, vindo a paralizar as actividades daqui a vinte dias no caso de, entretanto, se não der uma “total ausência de insinuações da parte de clubes e agentes desportivos, que coloquem em causa a honra e o bom nome dos árbitros”. Suas excelências incluem expressamente nesta lei da rolha “dirigentes, treinadores, jogadores e demais funcionários, os meios de comunicação social próprios e os que promovem nas redes socias”. Tudo minha gente, ou está caladinho ou suas excelências fazem greve!

Se estão ofendidos, vão para os tribunais, direi eu. É seu direito. Mas não é seu direito ameaçar quem não lhes aceite a atitude censória. Sei que há muitas “bocas” ordinárias por aí. Daí até impor a obrigatoriedade de um respeitinho a que se julgam com mais direito que os outros, vai uma distância dos diabos.  

 

24.11.17

UM BAILARICO

A geringocial prosápia parece ter os seus dias quase contados. O chamado primeiro-ministro dá sinais de ter perdido as excelsas qualidades que tão gabadas têm sido. O homem já não dança, bailarica, meio coxo, com problemas nas ancas.  Mostrou o seu “carácter” em Pedrógão, remostrou-o nas Beiras, anda à rasca com o orçamento, acerca do qual já disse que era tudo branco e que tudo era preto, azul às riscas, côr de burro quando foge. Já meteu os pés pelas mão tantas e tão miseráveis vezes, já de tal maneira mostrou quem é, que já anda muita opinião por aí a duvidar da excelência da “solução governativa” do usurpador, da estatura moral do homem e da dos seus sequazes. Já há quem tenha percebido que a austeridade não acabou, que os impostos aumentaram, que a economia está só (se calhar antes só que mal acompanhada...), que o Sócrates tem seguidores à altura e agentes no governo em quantidades industriais, que o caminho nos leva a um triste fim.

As corporações privilegiadas, de repente, descobriram um filão e estão a mostrar o que é sua qualidade como colectivos de oportunismo e de marimbanço social e político. O PC cavalga a porcaria, o BE chama-lhe um figo, o Costa troca o passo todos os dias, já vislumbra o fundo do saco. Imitando o (ex?)chairman de Belém, muda de atitude, desata aos beijinhos a tudo o que mexe, sem perceber que isso de beijos é para quem sabe ou para quem o faz sem parecer cínico ou fingido. O camarada Centeno já não dá ordens como dava, anda a voar muito, muito baixinho, com medo de se espalhar, e vai dando abébias aos sócios, a ver se os acalma.

O descrédito começa a ser difícil de disfarçar. O diabo ameaça em várias frentes, os amigos são o que são, pode ser que a opinião pública, finalmente, comece a acordar.

 

23.11.17

FELICIDADE!

Segundo uns números que andam por aí, de Janeiro a Agosto deste ano cerca de 38.000 portugueses partiram para longes terras. Extrapolando, teremos, ou deixaremos de ter, uns 65.000 emigrantes durante o ridente ano de 2017.

Imagine-se o que seriam as primeiras páginas, as aberturas dos telejornais, os editoriais, os artigos de opinião, se estes números aparecessem durante o consulado de Passos Coelho. Não havia cão nem gato que não ladrasse ou miasse por causa de um escândalo de tais dimensões. Era a coligação que empurrava as pessoas borda fora, que as matava à fome, que as encorajava a deixar a pocilga em que a troica e os seus seguidores tinham transformado o país.

Agora, com o alto patrocínio da geringonça, os portugueses que partiram não merecem uma palavra, não são notícia. Devem ser milionários que foram viver para a Flórida, tipos cheios de contas em offshores, automóveis, aviões, ilhas paradisíacas onde, mercê do “virar de página” que a esquerda a todos proporcionou, orgulhosos e bem instalados, vão gozar as benesses do Costa e dos seus associados onde muito bem lhes apetecer.

Em alternativa, para o jornalismo, a opinião, os políticos, os pensadores de serviço, tais números não existem. Até aqui, no IRRITADO, comentadores virão dizer que tudo isto não passa de invenção, do cego passismo do blog e do seu autor, ou até de coisas bem piores.

O país inteiro está de tal maneira viciado em mentiras que tudo o que a geringonça disser é verdade, o futuro é risonho, estamos todos cheios de “direitos” - dos que dão dinheiro -, o Centeno é o máximo e, se as aldrabices do Costa, agravadas pela mão visível das esquerdoidas, do Jerónimo e do Arménio, forem por diante, todos ficaremos de barriga cheia, a fazer troça da “Europa”, a borrifar nos credores, na doce certeza de que alguém há-de pagar. Quem? Não interessa, o que for se verá.

O que vale é que parece que o diabo anda para aí a rondar e que começa a haver carecas por demais a descoberto. Mas isso é matéria para outros posts.

 

23.11.17

A QUADRATURA DA ASPIRINA

 

Com o seu arzinho de boa pessoa, o mui eficaz, competente e já famoso ministro da saude, ou assim chamado, resolveu dizer à Pátria que, em gesto de grande generosidade descentralizadora, ia transferir o Infarmed para o Porto. O interessante autarca lá do sítio apressou-se a elogiar a corajosa medida, muito condizente com o portoótico orgulho. Não acho mal. Quanto mais burocratas sairem de Lisboa melhor.

Fatal engano o meu. Sua excelência, com medo de mais alguma greve, apressou-se a declarar, para sossego das massas e dos partidos de esquerda, que nem um funcionário teria que ir se deslocar.

Como é?, perguntar-se-á. Então a coisa vai para o Porto e o pessoal fica em Lisboa? Que raio é isto?

Tratando-se de iniciativa da geringonça, há várias hipóteses a considerar. Ou é tudo mentira, o que é o mais provável, ou então mete-se mais 350 funcionários lá em cima e ficam os outros 350 cá em baixo a coçar os sovacos, assim se criando “emprego qualificado”. Outra hipótese, a mais “justa”, será a semana de 17,5 horas para os 700, o que muito agradará ao Arménio e poderá até ser usado como exemplo para toda a função pública.

Algo me diz que, daqui a um ano, andará o tipo do Porto aos gritos, que ainda não foi cumprida mais esta doce promessa da geringonça.

 

A seguir se transcreve a história falada da histórica decisão.

- Ó Adalberto, esta de os tipos dos remédios da UE irem para Amesterdão é uma chatice para aquele gajo do Porto que deu com os pés ao PS. Bem feita! Nada que não se soubesse à partida, cá no rectângulo só Lisboa tinha hipóteses, e poucas. Porreiro pá. Lisboa fica como estava, o Medina poupou um trabalhão e não se arriscou a ficar de fora. Nada que eu não tivesse em mente quando pus os deputados a votar a mudança. Genial, não achas?

- Com certeza que acho. Mas, ó António, o que é que eu tenho com isso?

- Muito, meu caro, muito. Temos que aproveitar para acalmar a dor de corno do fulano, a ver se o agarramos outra vez. Já que não vai a UE, vais tu.

- Eu?

- Não te assustes, era um refismo.

- Como?

- Pois, parece que nestes casos se diz qualquer coisa acabada em ismo.

- Talvez eufemismo...

- Adiante. Tu não vais. Mandas para lá aquela coisa da aspirina que está em Lisboa, os gajos ficam todos contentes, e marcámos mais um golo. É a descentralização, porra!

- Julgo que te referes ao Infarmed.

- O nome não interessa, desde que acabe em med. Estás perceber?  

- E como é que eu vou mudar 350 mamíferos de Lisboa para o Porto?

- Vamos lá ver se percebes. Não mandas ninguém, é preciso ter cuidado com o PC. Pessoal fora da zona de conforto é que não.

- Então como é que...

- Não sei. Arranja-te. Diz qualquer coisa que agrade a todos. Diz que não é para já. Daqui a um ano ou dois falamos outra vez.

- Se achas...

- Força meu rapaz, coragem! Tens que aprender a dizer coisas, olha que governar é dizer coisas.

 

Se não foi assim, podia ter sido. É o costume.     

 

22.11.17   

GERINGONCIAL COERÊNCIA

Ia eu a passear, eis senão quando vejo uma estação de bicicletas da EMEL, ou seja, da distinta Câmara de Lisboa, brilhantemente dirigida pelo melífluo alter ego do Costa, um tal Medina.

Junto às máquinas, um rapaz de blusão verde explicou-me como funcionava a coisa. Dando de barato os 25 euros que custa a "filiação", o resto é tudo normal, o costume: apps, com a sua interminável complicação, identificação, telefone, email, o raio a quatro.

O que me traz, no entanto (o Jerónimo diria portanto), não é a existência do sistema. É o rapaz do blusão verde, um exemplo acabado da "luta" esquerdista contra a precariedade. O tal rapaz não é funcionário, está ali à tarefa, se não chover. Está muito contente com a seca. É que, explicou, se chover, pára de trabalhar. Parando de trabalhar não ganha um chavo, aquilo é à hora, e acabou-se. Quando o pessoal já estiver a par do sistema, o rapaz vai à vida.

O IRRITADO não é, como já tem dito, contra a precariedade. Pelo contrário, acha que o mal está muito mais no emprego para a vida do que no facto de o tal rapaz trabalhar à tarefa, ainda que a chuva não devesse fazer parte do "contrato".

O que é interessante é que uma câmara de esquerda, fanfarrona como a esquerda em geral, aos gritos por "direitos", aos berros contra a precariedade (precaridade, em linguagem geringonça) os patrões, tudo o que não está com a cartilha mas mexe, "contrate" trabalhadores se precários, à hora, e só paga se não chover.

A coerência desta malta é assombrosa, não acham?

 

21.11.17

 

BELAS NOTÍCIAS DE FIM DE SEMANA

Do estatismo em marcha

Segundo informações oficiais, em Setembro deste ano havia mais 5.259 funcionários públicos que em Setembro do ano passado. O ganho médio mensal dos 661.429 contemplados, até Julho, subiu 1,7%, para 1.686,90. Nada mau.

 

Do Estado pessoa de bem

À frente de toda a Europa, o Portugal socialista é o que paga mais tarde, "em todas as categorias e modalidades". O prazo legal é de trinta dias, mas o nosso chamado governo paga, em média, a 95. Média... porque há casos em que paga a anos de vista e, às vezes, nunca paga, mesmo que condenado a fazê-lo. Em alternativa, o cidadão tem que ter meios para pôr um processo de execução, gastar uma pipa de massa, e esperar mais uns aninhos. Como os felizes cidadãos, as mais das vezes, não têm a tal pipa de massa, acabam por não receber um chavo do que o Estado lhes deve.

 

Regime sagrado

Muito se fala em meritocracia. Quer isto dizer que os melhores devem ser promovidos em função do seu mérito. É o que se passa na economia privada, onde as excepções confirmam a regra. O contrário do que se passa no Estado socialista. As promoções "normais" são "automáticas". Faças o que fizeres, de tanto em tanto tempo és promovido, ganhas mais, sobes de "escalão", progrides na vida sem fazer nada por isso. Os que fizerem alguma coisa por isso são iguais a ti, pelo que não vale a pena fazer alguma coisa por isso. É um direito!!! E assim vão 661.429 portugueses, ora a braços com a tesura do Estado. Descansem, a geringonça há-de acabar por corresponder às vossas justas e legais reivindicações. Alguém há-de pagar, não é?

 

À espera dos que hão de vir

Passados não sei quantos meses de Pedrógão e de Tancos, apesar de toneladas de relatórios e de investigações, não há um único indiciado, nem arguido, nem acusado pela monumental incompetência, ou negligência pública tão evidentemente demonstrada. A "técnica" é a do costume: deixa passar o tempo, que o tempo é amigo do poder, isto incha, desincha e passa.

 

20.11.17

 

 

 

MODÉSTIAS

 

Sabem quem é aquele palhaço barbudo que se estava “nas tintas para a troica”, que queria pôr "de joelhos" a Merkel, o Schäubel, a Alemanha, a Europa em geral e o FMI em particular, grande entusiasta da geringonça, apoiante canino do Costa, hoje coordenador da coisa, competentíssimo negociador/conciliador dos esquerdismos mais primários, amigo ideológico das esquerdoidas e parceiro de eleição e do peito dos bolchevistas? Sabem pois, ou já adivinharam. Trata-se de uma criatura do mais feio e do mais antipático com que a “democracia de esquerda” nos tem presenciado: o ilustre Pedro Nuno Santos, fundamental e importantíssimo membro do chamado governo. 

A criatura vem à baila porque anda com azar. Notícia não desmentida reza que o pobre rapaz comprou um Porsche mas, ó má sorte!, não gostou da máquina, possivelmente por não estar à altura das suas requintadas exigências e marialvadas performances. Assim, viu-se obrigado a vendê-la, tendo recebido por ela a miserável quantia de 68.900,00 euros, peanuts para tão ilustre geringonço, como se compreende. Apeado, coitadinho, passou a deslocar-se num Maserati, ao que consta propriedade do paizinho.

Aqui no IRRITADO, não queremos mal a ninguém, como é sabido. Cheios de nobres sentimentos lamentamos a circunstância e recomendamos à criatura que gaste uns trocos na compra de um Aston Martin ou, em alternativa, de um MacLaren. Um Rolls Royce é para gente mais velha: o ora azarado terá que esperar uns anos e subir mais uns furos na hierarquia da geringoncial nomencaltura, a fim de se oferecer tal e tão modesto brinquedo.

A Mortágua dos impostos deve olhar com tristeza para a sua Honda 1000 e para o carreco que diz que tem lá em casa (calcula-se que um MG, ou coisa que o valha) e pensar que ainda lhe falta subir muito na vida, se quiser chegar à "igualdade" com o Santos.

 

19.11.17

ENCAVILHAÇÕES

Uma chatice, isto de ter que voltar à história da jantarada no Panteão da República. Mas, cristalinamente esclarecidas e repetidas as coisas à exaustão, quando tudo já é totalmente evidente quanto à responsabilidade da história, vir a mais desagradável de todas as portuguesas, dona Canavilhas, dizer que a culpa é do Barreto Xavier, é demais!

Acrescente-se a notícia, que hoje anda por aí, de que a mesmíssima entidade, ou girl, que autorizou a festança do panteão, impediu o tipo do Porto (Moreira, salvo erro) de lançar um livro num monumento, ficamos cientes dos geringonciais critérios de avaliação destas coisas. Assim: o Costa gosta da websummit? Autorizado; o Moreira zangou-se com o PS? Indeferido.

Quem se mete como o PS, leva! A inteligentsia em vigor, desta feita representada pela repugnante Canavilhas, mais não faz que aplicar os seus próprios critérios.

 

16.11.17

 

 

O IMPARÁVEL TRAFULHA, OU O CASO DO ARTIGO INDEFINIDO

Ouvi o chamado primeiro-ministro declarar que isso do congelamento de carreiras foi obra de um governo anterior. Achei estranho. O tipo costuma dizer, e insistir, que tudo o que não agrada foi obra do governo anterior.

Como já não me lembrava de quem tinha congelado as carreiras dos ilustres funcionários públicos, fui ver a razão do um, em vez do o. Seria engano? A resposta é a que estão a pensar: quem congelou as carreiras foi o PS, sob a alta direcção do Sócrates (orago do Costa) e do próprio Costa!

Quando não é possível, mesmo aldrabando, pôr as culpas para as costas dos outros e, por maioria de razão, quando a culpa é do próprio, há que mascarar a coisa, não assumir, não confessar, não pedir desculpa, tergiversar, dançar a conga.

Palavra honrada? Não brinquem comigo, que não sou nem socialista nem macaco.

 

16.11.17

POLÍCIAS E LADRÕES

Aqui há tempos, um meliante resolveu levar um miúdo, seu filho, a um assalto. Tratar-se-ia, é de pensar, da meritória e paternal intenção de prover a criança com os conhecimentos práticos necessários à continuidade familar da profissão. Uma atitude altamente educacional. Veio a polícia, o nosso homem deu às de vila diogo numa carrinha. A polícia disparou e, azar dos azares, acertou no rapazito, ao que consta invisível por ser mais baixinho. No seguimento do triste caso, o polícia foi condenado; ao meliante não se sabe o que aconteceu, mas julgar-se-á que continue calmamente no exercício da sua nobre actividade.

Recentemente, começaram os tipos dos smartphones a filmar cenas de agressões a polícias levadas a cabo por malandragem nocturna, ou diurna, em geral cadastrados e/ou copofónicos. Os agressores não foram baleados, deram à sola, os polícias foram parar ao hospital, sendo de presumir que levaram uma descompostura por não ter resistido devidamente aos desordeiros.

Ontem, uns impolutos cidadãos rebentaram as entranhas de mais uma máquina do Multibanco. Fugiram num carro preto. O alarme foi dado. Os vândalos foram perseguidos, andaram em contramão e, segundo a imprensa, terão escapado, via rotunda do relógio, para Norte. Outro carro, parecido, foi interceptado perto da tal rotunda. Os polícias mandaram-no parar por três vezes. O fulano não parou e aprimorou a atitude tentado atropelar os agentes. Esgotadas as possibilidades de apanhar o fugitivo "a bem", os agentes desataram aos tiros. O carro acabou por parar. Uma fulana que lá ia levou um tiro e morreu.O fugitivo não tinha a ver com o assalto, mas também não tinha carta de condução, nem seguro, nem se sabe de quem era o carro.

Hoje, a imprensa ribomba de críticas à polícia. Até referem as NEPs que regulam o uso de armas de fogo, as quais, lidas de trás para a frente e da frente para trás, dizem tudo e o seu contrário, o que quer dizer que os polícias deviam dizer aos malandrins que esperassem um bocadinho enquanto consultavam as NEPs a ver se podiam usar as armas.

Nos países civilizados, tanto a desobediência como a violência contra a polícia é crime grave e/ou séria  agravante. Por cá, parece que não é assim. É certo que há polícias que são umas bestas. Mas, por um lado, são excepção, por outro, em casos como os acima referidos, não só a sua autoridade e os meios para a fazer valer não devem, ou deveriam ser postos em causa, ainda menos acabar por pagar o justo pelo pecador.

Mas parece que a opinião pública, ou perversa ou pervertida pelos media, não pensa assim.

 

16.11.17

 

 

ERRATA

No seu post de ontem, o IRRITADO enganou-se ao prever que os media e os comentadores iriam ligar pouco ao caso do jantar funerário dos ciber-comerciantes. Afinal,não há quem não fale no assunto. O IRRITADO meteu água. Pede desculpa.

Mas, em parte, tinha razão. No que mais importa, tinha razão. É que as atenções viraram-se muito mais para a polémica idiota sobre a utilização de certas instalações públicas para efeito de festanças privadas do que no essencial. O essencial da história é a hipocrisia, a mentira descarada, a incompetência, a irresponsabilidade, a lata, o carácter rasca da miserável criatura que se fez primeiro ministro.

Com a preciosa ajuda das esquerdoidas do BE e apaniguados, a discussão foi desviada para o que menos interessa: nova legislação, "novas iniciativas", como se tal fosse preciso ou fundamental. O despacho em vigor é mais que suficiente se houver, é claro, algum critério e algum bom senso, coisa que rareia no mar de hipocrisia e de boys, em geral  estúpidos, em que o poder é fértil. O que interessa é desviar as atenções do que importa e ajudar o berdino a assobiar para o ar.

Assim é há dois anos e nada aponta para que possa mudar. Quem torto nasce...

 

14.11.17 

O HOMEM NÃO PÁRA

 

O chamado primeiro ministro, um tal Costa, é uma máquina de mentir, de insultar, de tripudiar, uma criatura sem escrúpulos nem limites morais, um digno sucessor do seu antepassado Pinto de Sousa, vulgo engº Sócrates. Não é louco, nem mitómano como este, não tem essa desculpa e, em muitos sentidos é pior que o mestre. O seu consulado, o dos “casos arrumados”, fica marcado, como nas ditaduras, pela criação do inimigo externo, no caso a oposição. À falta de razões ou argumentos, Costa e seus apaniguados esgrimem com o governo anterior, culpam-no dos seus próprios pecados, insultam o seu líder – até racista já tiveram o culot de lhe chamar – e sacodem a água do capote para cima dele. Facto é que a coisa está a dar e que, a troco de uns tostões, não há dependente ou parvo que não se apreste à suprema desonra de vir a votar no Costa, arriscando o futuro de todos.

Vem isto a propósito da última aldrabice deste malcriado banha-da-cobra. Então não é que veio declarar que, se o Panteão da República foi utilizado para os comes e bebes da bolha informática gloriosamente reunida em Lisboa, tal se fica a dever a decisão... do governo de Passos Coelho? Os jornais já se debruçaram sobre o assunto, mas estenderam o seu manto protector sobre o canalha, poucos comentários, nada de chamar ao acto os nomes que merece. Vão ver que o assunto vai desaparecer num ápice. Quem se mete com o PS leva, estão a perceber?

O despacho a que o bandido se refere para “justificar” a culpa dos outros estatuía claramente que a utilização dos espaços era permitida sob autorização de quem de direito (o governo) e desde que não houvesse prejuízo ou coisa que ofendesse os locais que são património do Estado.

O que se passou foi que a rapaziada da web pediu autorização para ir a Santa Engrácia beber uns púcaros, e que tal autorização lhe foi dada pelo governo da geringonça, via “quem de direito”.

O IRRITADO, que não tem pelo panteão da República especial admiração ou amizade, põe uma hipótese mais ou menos peregrina. O tipo que, em nome do governo e com mandato do governo, autorizou a coisa, partilha dos fracos sentimentos do IRRITADO em relação ao distinto cemitério republicano. Resolveu mostrá-los autorizando o repasto da cibernética matulagem.

Assim, se o Costa fosse sério caía em cima desse desconhecido boy. Mas não. Como bom aldrabão, resolveu atirar as culpas para as costas de terceiros, sempre os mesmos.

Estas coisas já nem no bestunto do mais ingénuo deviam colar. Mas colam, e é esse o nosso maior problema.

 

12.11.17   

DA LIBERDADE ECONÓMICA

 

Nos idos tempos da II República, era o Salazar que decidia quem comprava o quê, quem vendia o quê, quem era bom e quem era mau. Havia o célebre condicionamento industrial, só investia quem o Salazar dissesse, ficando de fora quem o Salazar mandasse ficar de fora. Liberdade económica, só a que, no seu esclarecido espírito, funcionasse a bem da Nação, sendo a bem da Nação o que ele achasse que era a bem da Nação.

E pronto, era um sistema, isto é, a liberdade económica era uma batata.

Nos gloriosos dias da III República a liberdade económica faz parte da filosofia da dita, é um must, é a regra, não há Salazar, nem condicionamento, só liberdade. Mas como a liberdade, se deixada a si própria, é suposta dar chatice, ou ser uma chatice, houve que substituir o Salazar por umas coisas que dão pelo nome  de “entidades”, “reguladores”, “comissões”, “autoridades”, “altos comissariados”, “agências”, enumeração esta que nada tem de exaustivo. O Salazar anda aí, mascarado, caríssimo e poderosíssimo.

Vem isto a propósito de uma série de desgraças que por aí campeiam.

Para mim, a pior de todas é a mudança de comportamento da organização do senhor Belmiro, coisa que era conhecida como das poucas que não andavam penduradas no Estado. O filho do senhor Belmiro, como o IRRITADO tem referido, mudou de postura. Considerando-se ameaçado pela concorrência, desatou aos gritos que lhe estavam a mexer no bolso e que as “entidades”, “reguladores”, “comissões”, “autoridades”, “altos comissariados”, “agências”, etc. têm a mais básica missão de agir em função dos seus interesses. E as “entidades”, “reguladores”, “comissões”, “autoridades”, “altos comissariados”, “agências”, etc., acham que sim, que têm que se pronunciar, autorizando, condicionando ou proibindo.

Uns tipos franceses querem comprar uma empresa portuguesa a uns tipos espanhóis. Os tipos espanhóis estão meio falidos, querem vender, e aceitaram o preço oferecido pelos franceses. Tudo bem. Não. Tudo mal. Esqueceram-se da versão actualizada do condicionamento. Não se percebe: o senhor Paulo, se não quer que os franceses comprem, em boa liberdade económica só tinha um remédio: oferecer melhor preço e melhores condições. Se não tem dinheiro ou não o quer gastar, então a solução seria meter a viola no saco. E parece que o Estado se acha no direito de proteger os interesses do senhor Paulo, arrogando-se o direito de “condicionar”.

Na sua ignorada tumba, o Salazar deve estar a rir a bandeiras despregadas.

 

12.11.17

DO CARTEL

 

O chamado ministro da saúde anda a fazer concorrência à dona Constança. Quer ser mais patareco do que ela, e até do que o canmarada da defesa, a ver quem é mais nabo. Talvez não seja uma questão de concorrência. É que há uma espécie de cartel do disparate, da incompetência e da aldrabice, de que os três incríveis já citados são a guarda a vançada, ou a ponta do iceberg.

Para ele, o da saúde, a legionela estava controlada ao décimo nono caso. A mesma história ao vigéssimo quinto, depois ao quadragéssimo terceiro. Nada estava controlado. Ninguém sabe, nem, pelo andar da carruagem, ninguém jamais saberá onde está o viveiro das bactérias, nem quando deixará de morrer gente.

A falta de dinheiro para as cirurgias no IPO (mais de dois mil mortos à espera do bisturi) não conta, o dinheiro do Paulo Macedo (cinco milhões para equipamentos cirúrgicos) deixou de se aplicar porque o Centeno, grande ministro!, não deixa.

Mil milhões em dívida à praça, que se lixem os privados, a economia, viva o 1% do défice.

A cáfila da saúde anda entretida com greves. Carradas de razão. Também querem comer, alguém há-de pagar. O chamado ministro não ata nem desata.

De resto, quem tenha dúvidas que vá até às bichas dos hospitais para apreciar o funcinamento do SNS nas mãos da geringonça.

Mas o chamado ministro sabe bem o que se passa e porquê: nas suas palavras o porquê desta desgraça toda está no país. O país é “velho”, “pobre” e “anda ao abandono”, mas a geringonça é linda.

 

Yes minister!

 

12.11.17

IMPERDOÁVEL FALHANÇO

 

Dado o ribombante avanço da UGT para a professoral barulheira, com tambores e foguetório, algo mexeu nas catacumbas do PC, vulgo comité central. Então vamos ficar para trás? Nem pensar, chamem o Nogueira, ordenou o Chico depois de uma conversinha com o Jerónimo.

De cabeça baixa, sem saber o que fazer às mãos, o ex-bigodes e actual barbaças entrou, tremebundo, nas instalações.

- Camaradas...

- Chiu, caluda, então o camarada deixa que os reaccionários protocapitalistas da UGT lhe passem a perna, que apareçam à frente, que tomem iniciativas antes de si? Esta história dos professores é sinal de um comportamento não científico da sua parte, parece que não leu os manuais, que está tíbio, hem!

O Nogueira, que não sabe o que tíbio quer dizer, olha para a perna direita onde tem umas comichões, e pensa: será da tíbia? Como é que eles sabem?

- Você ainda não percebeu que isso de greves, de paralizações, de acções de rua, é connosco, que temos o monopólio, que, se pagamos aos seus agitadores e aos tipos da televisão, é para manter sempre a vanguarda nas nossas mãos? E agora?

- Agora...

- Agora, acabe o namoro com o camarada Tiago, o gajo anda a falhar o penico, ainda não percebeu?

O ex-bigodes matutou um pouco no assunto. Não percebia. Então o Tiago já não é de confiança? Não quer receber a malta? Esta história das carreiras tem que se lhe diga e eu não apanhei a oportunidade como devia, preciso de fazer uma profunda auto-crítica com verdadeiro espírito leninista. E o raio da tíbia que não me larga. Que chatice.  

- Com certeza, camaradas, toda a razão, parece que o rapaz anda com hesitações... à fé de quem somos, vou actuar usando com toda a força a nossa vanguarda, se os tipos marcarem dois dias de grave nós marcamos quatro, ou cinco, se eles quiserem duas manifestações nós arranjaremos trinta, enfim, o que for necessário para a gloriosa vitória das massas organizadas.

- Bom, isso é que é falar, olhe, aconselhe-se com a Avoila e com o Arménio, que eles lhe darão as devidas instruções.

- Mas... e se o Tiago não resolver nada?

- Porra, camarada, realmente parece que precisa reciclado. Não sabe que é esse o objectivo? Se o Tiago resolver o problema está tudo estragado, teremos que procurar outras maneiras de agitar, está a perceber? Nos bons tempos mandávamo-lo a uma formação especializada em Novosibirsk.

- Sim, camaradas, percebo, vou agir em conformidade. A luta continua.

- Isso é que é falar! Vá andando.

Nogueira, ainda meio abananado, deu consigo na rua, a pensar se a culpa não seria da tíbia.

 

12.11.17

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