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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

QUANDO O COLECTOR REGURGITA

 

Formidável propaganda precedeu a noite de trevas em que o Pinto de Sousa - aquele que, modestamente, se fez conhecer por Sócrates - surgiu, impante e possidónio como sempre, nos écrans das gentes.

 

Depois de uma semana inteira de anúncios em quantidades industriais, o tele-jornal contempla o indivíduo com dez minutos da manchete em que, para além do palavreado, éramos agredidos pelo seu desagradável fácies quase ininterruptamente, no canto superior direito do aparelho. Dez minutos inteirinhos de publicidade ao novel delegado de propaganda médica.

 

Mais de um milhão, diz-se, assistiu a esta notável demonstração da excelência do “serviço” público que os cidadãos pagam com língua de palmo. Fica demonstrada a razão do IRRITADO que, com a devida insistência e no tempo correcto,  advogou o fim puro e simples desse colector de esterco que dá pelo nome de RTP.

Uns viram a coisa por curiosidade, outros por ódio, outros ainda por pura estupidez. O IRRITADO tinha prometido a si próprio não assistir à exibição. Uma questão de dignidade. Mas, lá em casa, quiseram ver. Paciência, sujem-se os olhos e os ouvidos. Dê-se cabo da paciência. Será que temos o que merecemos?

 

Pinto de Sousa foi recebido em glória por altas figuras do colector. Muito antes de começar a arenga, viu-se o fulano ainda na rua, a distribuir bacalhaus a torto e a direito, na entrada, mais bacalhaus, nos corredores, bacalhaus, a entrar no estúdio – ainda mais uns bacalhaus, e a sentar-se à mesa, não antes de presentear os dois encarregados do auto elogio com mais umas bacalhauzadas. O homem, piroso como sempre, sorria triunfante, tinha o povo a pagar-lhe a exibição, tinha uma data de malta à espera. Depois, os pagantes foram objecto de 9 minutos e quarenta segundos de publicidade, o que deve ter levado o Dr. Balsemão, carregado de razão, a arrancar boa parte das farripas que lhe restam.  

 

A cascata de patranhas, tretas, tangas e fantasias, dificilmente poderia ter sido mais caudalosa. Tudo o que se disse dele (a “direita”, pois claro) foi injusto. Mais. Não houve “contraditório”. Como se não competisse ao PS contraditar! O Seguro que ponha as barbas de molho, hi, hi.

A criatura “não quer voltar à política”. Então que raio estava a fazer, se não a voltar à política?

O sujeito nunca mandou para Bruxelas números martelados. Nunca foi desavergonhado, nem quando anunciava feitos que nunca faria, nem quando inaugurava coisas que não existiam, nem quando escondia os indesmentíveis factos relativos aos seus estudos. O fulano, depois de três PEC’s falhados – quando a crise que criou já era uma ameaça evidente – queria que se acreditasse no nº 4. Acha muito bem ter mandado fazer auto-estradas do lá-vai-um que jamais teria dinheiro pagar, baseadas em “estudos” tão encomendados como errados. Acha muito bem ter feito “só” oito PPP’s, todas absolutamente ruinosas. Acha gloriosa a sua aposta nas energias renováveis, coisa que – paga e não bufes, ó cidadão ignorante cretino! - pagamos e pagaremos, os mais de nós até ao fim das nossas vidas, na certeza que ainda ficará alguma coisinha, ou coisona, para os filhos e os netos se entreterem. Acha que cometeu erros, mas não identifica um só, porque só o terá dito para armar em modesto. Acha que o Teixeira - que maltratou e com quem se zangou - jamais disse que, acima de 7% nos juros seria inevitável o resgate, coisa que toda a gente, menos ele, ouviu mas que, como afirmou, nunca aconteceu. Diz-nos que não deu satisfações a ninguém acerca do PEC4, porque não tinha que as dar (!!!), exceptuando-se o líder da oposição a quem referiu o assunto na noite da véspera de ir vender o peixe a Bruxelas!

E o resgate? Aí, talvez por engano, diz a verdade: toda a gente, menos ele, achava que não havia outro remédio. Só ele não reparava que tinha secado os cofres a ponto de não ter dinheiro para pagar salários, só ele não reparava que já não havia quem lhe emprestasse um tostão para mais fantasias e negócios da treta. Só ele, em resumo, tinha razão.

Continua a ser o exclusivo dono da razão. Os próprios jornalistas, ali postos ao seu serviço, pagos por nós, repita-se, “entraram na narrativa da direita”, fazendo perguntas “mentirosas”. A “narrativa da direita não tem oposição”! Então, e o PS? Põe-te a pau, ó Seguro, hi, hi.

Responsabilidades? Que ideia! Nem uma. A troica entrou por obra e graça da malandragem da oposição e da crise importada. Ele nem queria. Orgulhosamente só, não queria! A crise era dos outros, e nunca jamais teve fosse o que fosse a ver com a sua gloriosa política.

Memória? A que fabrica. Ao contrário do Dr. Sampaio, que, dizem os mal-intencionados, o levou ao colo para o poder, este governo é que foi fabricado pelo Doutor Cavaco!

 

Após uma hora e trinta e cinco minutos desta inenarrável porcaria, o IRRITADO desliga o aparelho. A restante assistência cumprimenta-o efusivamente.

 

Quando a trampa é muita, até os esgotos regurgitam.

 

30.3.13

 

António Borges de Carvalho

 

 

 

ET. A vida particular do Pinto de Sousa interessa tanto ao IRRITADO como o perímetro transversal dos nabos do Pingo Doce. Mas, já que o sujeito falou das suas modestas finanças pessoais, dizendo que, para ir viver para o 16eme, tinha tido que pedir um empréstimo (à CGD, diz ele, o que não espanta), duas perguntinhas totalmente impertinentes:

 

- Quem neste país obteria, dantes como hoje, um empréstimo para ir pavonear-se em Paris durante um ano ou dois?

- Que português, sem dinheiro como o Pinto de Sousa, coitadinho, poderia comprar um andar no Heron Castilho e sustentá-lo a partir de Paris, ainda por cima a viver  de empréstimos?

 

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