À ESPERA DO SÃO NUNCA
Passadas umas três semanas da desgraça de Pedrógão, ainda ninguém sabe quantos morreram nem quem eram ao certo. O “Expresso” fez parangonas sobre o assunto, mas a montanha pariu um rato (salvo seja!): só descobriu mais um cadáver. Hoje, porém, andam por aí multiplicadores vários. Já há quem fale em mais de cem!
A miséria governamental conhecida por geringonça continua a funcionar comme il faut, incompetente, hermética e caladinha como convém. Não é de estranhar, já que a comprovada norma é a de deixar passar o tempo, a ver se a coisa esquece. O “caso encerrado” está à espreita.
As seguradoras seguem a sua estratégia habitual: pagar, se não houver outro remédio e quanto mais tarde melhor. Dizem, quem sabe se com razão, que não pagam nada porque o governo não lhes fornece dados para tal.
As “informações” oficiais estão “centralizadas” e, por ordem do governo, só são públicas depois de devidamente filtradas por quem de direito(!). As “autoridades” devem estar à espera do relatório dos filtros. Os filtros, se calhar, estão no Algarve ou em Maiorca.
O omnipresente chairman da geringonça já não é tão omnipresente, quer dizer, está calado como um rato, que isto faz mais calos que os afectos.
Os responsáveis políticos (já não se sabe quem nem quantos) passaram à categoria de irresponsáveis e continuam calmamante nos respectivos poleiros, como é justo e salutar.
O chamado primeiro-ministro mostra os dentes por aí, fiel à sua habitual postura “positiva”.
E assim vai a coisa.
24.7.17