ASSÉDIO!
Calcule-se que fui assediado, e não gostei, por uma doidivanas, tão esperta quanto absurda e perigosa, dona Catarina Martins de seu nome. Dando jus a uma ideologia não confessa mas evidente, vem, das catacumbas do mais profundo bolchevismo, dar as suas dicas quanto ao brilhante futuro que nos ajuda a alcançar. Segundo uma entrevista que deu por aí, a solução está, tout court, em acabar com a iniciativa privada em tudo e mais alguma coisa, reinventando a “economia” dos planos quinquenais, de tão brilhante memória. Tudo na mão do Estado, leia-se do partido que está a ajudar a formar, para já pondo o PS às ordens (o PS não se queixa do assédio desta patroa, e até gosta). Ela tem a certeza que o PC alinhará com justificado gáudio ainda que vá fazendo umas queixinhas de vez em quando para entreter o pagode. O assédio tem várias frentes, na economia, é claro, mas também na saúde, na educação e em tudo o que mexa. Todos funcionários públicos, todos escravos políticos (não sexuais por enquanto), todos felizes às ordens da sádica criatura. Quando as liberdades burguesas acabarem, aí estará ela com direito a estátua implantada no meio da miséria geral, mas cheia de gozo e de poder.
A seu lado, o rapazola que entrou para a Câmara de Lisboa, cheio de afectos em relação ao melífluo boquinhas eleito presidente, vem, para começar, pôr os privados fora dos programas de “reabilitação”, falar em linhas de metro a rodos, todas ao mesmo temo, anunciar uma série de “medidas” tidas e aceites como “sociais”. O Medina, coitadinho, todo contente com o assédio, deu-lhe tudo, salvo umas coisitas que ficam para “apreciação” e que, a seu tempo, veremos e sofriremos. Podemos contar com novos impostos, taxas e taxonas, tipo a da “protecção civil” (protecção civil uma ova), que não deixarão de ser lançadas para pagar a evolução da CML, ou seja, o caminho para a bolchevização autárquica. A presidencial criatura até já anunciou o aumento da taxa de turismo, que é peanuts e paga maioritariamente por estrangeiros, para que a malta se vá habituando à política em marcha: pagar e não bufar. É preciso criar condições para custear os custos do assédio do rapazola, tão simpático, a arreganhar a taxa, a ver se passa. E já passou!
Nestas coisa do assédio, há quem goste, não se queixe, e até alinhe.
6.11.17