CONSELHOS PARA A “MOBILIDADE” E A JUSTIÇA
Parece que o chefe dos táxis - aquele que prometeu porrada e, hoje, cumpriu a promessa - teve a amabilidade de pedir desculpa às pessoas pelos atrasos que a distinta classe lhes vem causando.
Antes de mais, os meus cumprimentos. Nunca tinha ouvido tal coisa, nem dos tipos da Carris, nem dos do Metro, nem dos da CP, nem dos de Cacilhas, nem dos demais clientes do Arménio que nunca pediram desculpa a ninguém pelos problemas que causam, dia sim dia sim, a reboque das suas principescas exigências.
Isto dito, dada a elevada consideração que tenho pelos taxistas e pelas suas “estruturas representativas”, passo a dar-lhes um conselho, a ver se acordam.
Considerando que:
A.Por várias razões, entre as quais as adiantadas pelo politicamente correcto, pela “inovação” e pela tecnologia, a Uber e quejandos são inevitáveis;
B. Não vale a pena, nem espernear, nem chatear o indígena;
C.“Se não os podes vencer, junta-te a eles”,
A solução, que está nas vossas mãos, desde que todos alinhem, é a seguinte:
- Pintem os carros com as cores que lhes der na gana;
- Deitem fora os taxímetros e outras antiqualhas;
- Lancem um portal como o da Uber, com tarifas atraentes;
- Paguem os mesmos impostos que a concorrência pagará um dia;
- Para já, não paguem nada;
- Seis meses depois os vossos investimentos chegarão ao break even;
- Daí em diante é ganhar o vosso, muito mais que a concorrência electrónica.
Têm é que fazer isto todos ao mesmo tempo, a fim de pôr a geringonça de cócoras, o que será um inestimável contributo para a nossa felicidade.
E pronto, este conselho é gratuito.
Este também: não se esqueçam de apagar a telefonia.
10.10.16