FITAS
Este deve ser o post mais ignorante da minha carreira de bloguista. É que vou falar de uma coisa de que não percebo nada: o cinema.
Desde há para aí uma semana, não há dia em que não veja, escrito e falado, que os profissionais do cinema nacional se preparam para, em Berlim, fazer um escarcéu dos diabos contra um decreto qualquer, um horror publicado pelo governo anterior, ora agravado por outro, ainda pior, dizem, da geringonça. Para além dos títulos dos jornais, nunca li nada sobre o assunto. Hoje, porém, resolvi passar os olhos sobre umas coisas.
É assim: uma “Associação dos Produtores de Cinema Independente”, que parece agrupar uma data de outras, onze ao todo, acha que está a ser prejudicada pelo tal decreto, o qual, dizem os interessados, não distribui dinheiros do Estado em quantidades suficientes, ou com os critérios que acham justos. A observação que ocorre é esta: são produtores independentes que dependem, isto é, vivem dos dinheiros que o orçamento põe à sua preclara disposição.
Segundo parece, tais produtores apresentam uma série de trabalhos num concurso em Berlim, os quais são anunciados pelos próprios como sendo de altíssima qualidade. Deve faltar-lhes o público, porque, se o tivessem, não precisavam do Estado para nada, vendiam bilhetes, tinham publicidade dos distribuidores, etc., isto é, seriam independentes. Como não são, o contribuinte que lhes pague.
A coisa é “julgada” por uma agremiação chamada Secção Especializada de Cinema e do Audiovisual, a qual pertence ao Conselho Nacional de Cultura, que pertencerá, julgo, ao respectivo Ministério. Acham os independentíssimos contestatários que quem devia tratar do assunto era o ICA, Instituto do Cinema e do Audiovisual, organismo do Ministério da Cultura.
Estão a ver a injustiça? Eu, que mais uma vez confesso ignorância, sou de parecer que alguém, muita gente, no meio disto tudo, anda a gozar com o pagode.
1.2.17