INCURSÃO FUTEBOLÍSTICA
Para quem não saiba, informo que, tal como os camaradas Costa e Jerónimo, sou adepto do Benfica. Não que me agrade a companhia, nem que tenha por hábito ir à bola. Tenho um asco mortal aos intelectuais da coisa bem como às televisões que ocupam horas intermináveis com as exibições de tais criaturas. Sou totalmente alheio, desconheço e abomino as guerras dos presidentes e dos seus apaniguados que são vergonhosa matéria de manchetes e demandas.
Em concreto e verdadeiro, do que gosto é de ver um jogo ou outro na televisão, devidamente repimpado, bebendo qualquer coisa e fumando uns cigarritos. Isto quando tais jogos valem a pena e passam nos canais generalistas, que não pago para tal.
Porquê, então, julgo que pela primeira vez, dedico umas linhas ao futebol? É que o assunto não é futebol, é liberdade de opinião versus censura, é livre pensamento versus quem quer limitar a sua expressão.
Os meus prazeres futebolísticos são muitas vezes prejudicados pelos digníssimos árbitros que, de um modo geral, considero incompetentes, sem critérios decentes e estáveis, para não ir mais longe . Irritam-me sobremaneira. O problema não é esse. Problema é que estas excelências ameaçem com greves (“dispensas de serviço” ou lá o que é) porque não aceitam “os comportamentos” de quem os critica, vindo a paralizar as actividades daqui a vinte dias no caso de, entretanto, se não der uma “total ausência de insinuações da parte de clubes e agentes desportivos, que coloquem em causa a honra e o bom nome dos árbitros”. Suas excelências incluem expressamente nesta lei da rolha “dirigentes, treinadores, jogadores e demais funcionários, os meios de comunicação social próprios e os que promovem nas redes socias”. Tudo minha gente, ou está caladinho ou suas excelências fazem greve!
Se estão ofendidos, vão para os tribunais, direi eu. É seu direito. Mas não é seu direito ameaçar quem não lhes aceite a atitude censória. Sei que há muitas “bocas” ordinárias por aí. Daí até impor a obrigatoriedade de um respeitinho a que se julgam com mais direito que os outros, vai uma distância dos diabos.
24.11.17