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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

LICENCIATURAS

 

É sabido que, em Portugal, há tantas licenciaturas como pinhões. A lista é de estalo. Há-as para tudo, em matérias e em tempos. Ainda havemos de ver licenciados em engraxadoria, descascamento de fruta ou introdução de rolhas em garrafas de espumante. Não interessa, acho bem. Qualquer coisa serve para aumentar as competências do povo em geral e de cada um em particular. Pelo andar da carruagem, em breve haverá licenciaturas tiradas em seis meses, em três semanas ou, quem sabe, aos fins de semana de Verão. Respeitosamente, tiremos o chapéu e esta fartura.

Enquanto a coisa não se espalha demais nos sentidos acima previstos (insinuações rascas!), há um sistema que merece encómios: o das equivalências. Os sábios encarregados do ensino superior em Portugal adoptaram a substituição de certas cadeiras pela experiência de vida dos candidatos. Acho bem. Não poucos autodidatas e altos profissionais há por aí a meter num chinelo doutores e afins. Olhem os falecidos Salvador Caetano e Amorim, bem como o “jovem” Nabeiro, para citar só três dos melhores exemplos, ainda que de fulanos que ligam tanto a licenciaturas como a gambosinos.

É evidente que o legislador que criou o sistema das equivalências sabia, como não haverá quem não saiba, que os critérios de avaliação delas têm muito, ou quase tudo, de subjectivo. Confiou-se nos critérios dos académicos. O caminho estava aberto a todas as justiças e a todas as injustiças, como é evidente. Ao primeiro abanão, acabou-se com a confiança. Vieram outros e mais altos académicos “julgar”, isto é, achar que os colegas são umas bestas (o que é costume no meio em causa). Daí que haja licenciaturas que deixam de o ser, tornem a ser, para, no dia seguinte, voltar à primeira forma, segundo as opiniões dos “juizes”, tão subjectivas as de quem tira como as quem as dá, ou deu.

Temos agora o escandaloso caso da chamada Protecção Civil. Deviam começar por explicar às pessoas por alma de quem é preciso uma licenciatura para ser gente no sistema, ou se não é o caso típico em que uma carreira profissional não pode, com vantagem, substituir uma licenciatura, seja ela qual for.

Adiante. O chefe da tal Protecção Civil anda à pega porque usou equivalências para se licenciar (em protecção civil!). O que se passou foi que o chamado governo tratou, nas vésperas da época dos incêndios, de substituir o chefe anterior (e mais uma data de chefinhos) por gente de confiança. Como as coisas correram como correram, vai de arranjar bodes expiatórios. Vejam lá esse gajo: como é que o podemos agarrar antes que comece a dar dicas sobre a “coordenação” das operações? Daí que as equivalências académicas do desgraçado tenham passado a ser mote de luxo para dar cabo dele. Genial.

Em resumo: ou acabam com as equivalências, ou se respeitam uns aos outros.

Mais: espremida esta pessegada, o que fica é o “progresso” das investigações, todas imaginadas para tirar os responsáveis máximos de qualquer sombra de responsabilidade na desgraça que, em labaredas, se abateu sobre o país.

Há-de haver quem pague as favas, desde os “grandes” da geringonça fiquem de fora. Vale tudo.

 

21.9.17

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