O QUE INTERESSA
“BARAFUNDA, BARALHADA, CONFUSÃO, EMBRULHADA, SALGALHADA, TRAPALHICE, ARDIL, EMBUSTE, ENREDO, LOGRO, TRAPAÇA, TRAPACICE, TRAPALHICE, TRAMPOLINA, ENRASCADA, embrulhada, trapalhice, salsada, salgalhada, barafunda, pessegada” (Dicionário Priberam).
Não se sabe qual o sentido que a dona Maria Luís, ao classificá-las de trapalhada, atribuiu às nobres diligências efectuadas pelo ilustre cidadão conhecido por ministro das finanças da Lusitana geringonça. Qual dos sinónimos, ou significados que o dicionário sugere melhor se aplicará, no parecer da Senhora? Eu, que não percebo nada de finanças, tendo a metê-los todos na varinha mágica da cozinha e ver o que dá.
Mas isto pouco interessa.
O que interessa é verificar que o sacrossanto banco do Estado está mais ou menos na mesma situação de muitos outros, isto é, que não foi a sacrossanta propriedade pública, nem a sacrossanta gestão pública, socialista, laica e republicana que o salvou da bancarrota.
O que interessa é verificar que há um novo chefe daquilo que, do alto da sua alta competência, começa os seus dias afogado em vexames, indignidades e mirabolantes demonstrações da mais triste ramela política.
O que interessa é ver a desvelada comoção com que as esquerdoidas do BE e os bolcheviques do PC aplaudem a milagrosa “solução” encontrada.
O que interessa é imaginar o que esta mesmíssima gente diria se fosse outrem que não a geringonça a resolver a coisa.
O que interessa é pensar o que teriam feito o Arménio e a Avoila nessas circunstâncias, quantos avençados, contratados, apaniguados, assalariados, profissionais da arruaça, não encheriam já as avenidas aos gritos, quantos cartazes, quantas boinas do Ché não andariam para aí a clamar pela queda do governo, pela “justiça”, pela “igualdade” e por outras coisas que nem sabem o que querem dizer ou de que fazem perversa ou aldrabada interpretação.
O que interessa é ver que não há quem denuncie e dê consequências ao vexame que é ter um “governo” que nem a lei da nossa (dele) inimitável república conhece.
Finalmente, o que interessa é fazer o fácil prognóstico do que virá a seguir.
O que interessa é que haja quem acorde.
31.8.16