FUTEBOLICES
Aqui há anos, o socialismo aprovou cum lauda a realização do Euro 2004 em Portugal. Não sei se fez bem se fez mal. Mais concretamente, acho que fez bem em meter-se na corrida, e que fez mal em deixar construir estádios a mais, que ninguém sabe como se vão pagar nem têm movimento desportivo que os justifique ou rentabilize.
Quando o senhor Patatil, ou Matratail, ou lá o que é, resolveu propor que nos candidatássemos a organizar, com a Espanha, um Mundial, o Irritado, com certeza por ser estúpido, pensou: grande malha, sim senhor, aí está uma boa oportunidade para tirar algum rendimento do investimento do euro 2004: já não há nada a construir, é só receber a massa, com alguns custos prévios de organização e publicidade da candidatura, ou seja, dar um grande passo para amortizar as inamortizáveis dívidas.
Estulto engano. SEPIIIRPPDAACS disse de sua justiça: o Mundial “não é uma prioridade”. E pronto, os mesmos tipos, que nos impingiram as insuportáveis despesas de 2004, quer dizer, a xuxaria, declaram que SEPIIIRPPDAACS disse muito bem. Nada de Mundial, não senhor. Nada de ir buscar algum a partir do que já se gastou ou vai gastar com as exageradas infra-estruturas do Euro 2004.
Depois queixem-se se alguém mal avisado vier dizer: pois então, agora não há grandes obras para fazer, não há comissões, não há cambões, não há cartéis, para que é que queremos o Mundial?
Nestas coisas do pontapé, nunca se sabe…
António Borges de Carvalho