ALGUMAS PROPOSTAS ACERCA DA PERIGOSA MARIA DA FONTE
Ontem, num programa da SIC Notícias dedicado a temas económicos e dirigido por aquele rapaz simpático de olhar fixo e ausente, o genial professor Campos e Cunha afirmou que a SEDES, ao “ameaçar” o Povo e a Democracia com uma golpada, não se referia, nem pensar, a um golpe militar, mas a qualquer coisa tipo Maria da Fonte. O Irritado, modestamente mas com conhecimento de causa, propõe a sua excelência que acrescente os Cabrais, o João Brandão e o Zé do Telhado à lista dos eventuais golpistas.
Outra notável e insistentíssima afirmação do professor, bem como do seu acompanhante, tem a ver com a “comunicação social”, que a SEDES acusou de estar por detrás de muitas das milongas com que o país se vai entretendo, e enterrando. Opinam repetidamente os ilustres académicos que, ao dizê-lo, a SEDES se referia a “certa comunicação social”, e não à comunicação social em geral. Compreende-se que os senhores quisessem excluir a SIC das malfeitorias que à “comunicação social” atribuem, uma vez que seria indelicado acusar a estação anfitriã de tais malfeitorias. O Irritado, a fim de poder dar algumas orientações aos seus leitores e evitar confusões, propõe a suas excelências que especifiquem quais os órgãos de comunicação que consideram “bons”, e quais os que, na sua douta opinião, constituem a legião dos maus.
Finalmente, perante a desdita do chefe do programa acerca do facto de as denúncias da comunicação social, às vezes, não darem em nada, o Irritado propõe que, de acordo com o referido senhor, todos os acusados pela comunicação social sejam imediatmente presos e enviados ao establecimento prisional competente (talvez um campo de concentração), o que aliviaria os polícias, os procuradores, os advogados e os tribunais, poupando tempo ao Estado e dinheiro ao contribuinte.
E mais não propõe o Irritado, na esperança que a comunicação social - sem que os doutos académicos nos esclareçam não se sabe se a má se a boa - o não condene por ofensas ao respeito intelectual sem dúvida devido aos intervenientes no debate.
António Borges de Carvalho