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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

QUEM PENSA NÃO CASA

 
E se a prima da amiga do cunhado do noivo lhe der um penico de esmalte para fazer xixi na noite de núpcias?
E se o homem da mercearia lhe der uma garrafa de espumante?
E se a futura sogra der à noiva um colar de conchinhas?
E se o noivo der uma gorjeta ao motorista do carro que o levar ao copo de água?
 
A perguntas como estas, responderá o governo:
 
a) Deve exigir à prima da amiga do cunhado que meta no embrulho a factura do penico, em três vias, original e duas cópias devidamente autenticadas pelo notário, ;
b) É obrigado a exigir ao homem da mercearia, acompanhada da respectiva guia de transporte em cinco exemplares carimbados, a factura do fornecedor de espumantes e derivados;
c) Tem o “dever de cooperação” de exigir à sogra a entrega da factura do colar, passada pela vendedora de conchinhas da Ericeira;
d) Compulsivamente, tem de guardar um recibo verde, com IVA, passado pelo motorista, pelo valor da gorjeta entregue.
 
E mais impõe a maioria socialista. Terão os noivos de:
 
c) Fazer uma relação nominal e exaustiva dos convidados, especificando as respectivas idades, o número exacto de funcionários públicos e privados, de trabalhadores por conta própria, de desempregados, da orientação sexual de cada um (neste caso para efeitos estatísticos, a entregar à Juventude Socialista e ao Dr. Louça), tudo acompanhado por um gráfico das idades e dos sexos;
d) Especificar os presentes que cada convidado deu, fazendo acompanhar cada um da identificação completa do ofertante, da respectiva factura, da guia de remessa e da guia de transporte, dos justificativos a atestar onde foi o dito buscar o dinheiro para a compra e da conta bancária de cada um, a fim de, praticando assim do “dever de colaboração” com as autoridades e facilitando a estas a investigação de tais contas, a fim de evitar que o casamento seja pretexto para lavagem de dinheiro;
e) Declarar por sua honra quantos croquetes comeu cada convidado – para facilitar esta parte, pode indicar-se apenas a média estatística, em vez da obrigatória lista nominal, isto mediante requerimento a dirigir a Sua Excelência o Ministro das Finanças. O mesmo em relação aos pastéis de bacalhau e aos rissóis, acompanhado dos seguintes dados:
- se os croquetes forem de carne com origem na UE, deve fazer acompanhar o dossier de uma declaração, passada pela direcção geral da veterinária, atestando a origem de tal carne e a sua compatibilidade sanitária, bem como a prova do pagamento do respectivo IVA:
- se for carne de fora da UE, deverá apresentar prova do pagamento dos direitos aduaneiros;
- deve proceder de igual forma em relação aos demais componentes da festividade prandial ou jantarística;
f) Fazer a relação, em detalhe, do vestuário usado pela noiva, tanto na cerimónia como na “saída” e na noite de núpcias, respectivos preços, facturas e origem de cada peça, com identificação completa de cada ofertante, no caso de terem sido objecto de oferta;
g) Convidar para o casamento pelo menos dois fiscais das finanças, devidamente identificados, e fornecer a cada um, gratuitamente, dois croquetes, um pastel de bacalhau, uma tapa e um copo de sumo de tomate;
h) Facilitar, no cumprimento do “dever de cooperação”, as actividades dos fiscais, os quais deverão dançar com a noiva para poder testar a qualidade do respectivo sutian e demais pertences, com o fim de verificar se os mesmos se atêm aos padrões de qualidade e preço declarados nas facturas
 
Opinião
Se, após tomar conhecimento das suas obrigações fiscais, insistir em casar, não há dúvida: é parvo. Em todo o caso, se for mesmo parvo, tome nota do que segue.
 
Nota
As obrigações acima descritas não são exaustivas, não representam na sua íntegra a correcta interpretação das nobres intenções do governo em relação ao seu casamento. Pretendem tão só, dar-lhe uma pálida imagem do carácter verdadeiramente patriótico que o seu casamento pode ter.
 
Sugestões
Se o seu casamento for modesto, faça uma provisão de caixa de 100 a 200 euros.
Se for remediado, aprovisione 250 a 1000.
Se for de estadão, acautele uns 2.500.
Quando os tipos das finanças o vierem chatear, mande-os à merda. Utilize a provisão para pagar a multa, se tiver por bem. Queixe-se, depois, ao Tribunal Europeu dos direitos do homem – abuso de autoridade, inversão do ónus da prova e invasão da privacidade. Em alternativa, poderá queixar-se à secção de psiquiatria da Ordem dos Médicos, pedindo que uma junta especializada examine todos os membros do governo. Poderá também dirigir-se à Direcção Geral de Saúde solicitando mande internar os doidos varridos que para aí andam a dizer que governam, com o argumento de que são um perigo eminente, e evidente, para a saúde pública e para a segurança das pessoas.
Se não fizer queixa a ninguém ficará, pelo menos, com a consciência tranquila. Pagou o que o Estado lhe disse que devia, e não sujeitou a sua dignidade pessoal a ser espezinhada pela corja.
 
Conselho
Pense duas vezes. Não será melhor, se se quiser mesmo casar, dar uma festa de arromba no dia 1, e casar-se sem festa nenhuma, nem vestidos, nem fatinhos, nem prendas, nem padrinhos, no dia 30? Com muitas fotografias. Só os noivos e os pais, o padre ou conservador, para provar às finanças que não houve festa. Também pode trocar os dias. Tanto faz. Desde que não faça festa no dia do casamento nem convide bufos ou tipos do governo.
 
ABC

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