A MIM NÃO ME DIZ NADA
A inutilidade do a mim compagina-se, em matéria de gramática portuguesa, com o me, ou seja, com o imperdoável analfabetismo da chamada “segunda figura do Estado”. Uma inutilidade gramatical seguida de um miserável pleonasmo. Dirão caritativas individualidades que se trata de um ênfase, de um reforço mais ou menos semântico. Pois. Adiante. Já sabíamos com quem contávamos.
E o que é que o indivíduo queria enfatizar? Nada menos que esta maravilha democrática: nem abaixo-assinados nem petições na internet lhe diz(em!) seja o que for. Não ouve, não responde, entenda-se, se o assunto não for do seu imperial agrado. Desta criatura tudo é de esperar. Ele está no poder, o seu partido está no poder, o governo é da sua cor, em Belém gosta-se disto, o que dizem os cidadãos não interessa nada. Estão a perceber?
É o áulico ideal para o primeiro-ministro, não acham?
Consta que o senhor Santos Silva, do palácio das Necessidades, lhe enviou uma mensagem, a dizer: É assim mesmo, camarada, como eu dizia, quem se mete com o PS, leva! Os meus parabéns.
24.4.20