NA ALMA, O DESPEITO
O senhor V.J.Silva, autor de floreados comentários, comunica ao povo as suas opiniões sobre o ingente problema do noivado do senhor Coelho com o senhor Mota. A tal respeito, nada diz que qualquer burro não seja capaz de pensar. Até aqui, nada de novo. Mas, às caves do despeito, vai V.J.Silva buscar motivo de uma diatribe contra o “Público”. Aproveita para lançar, sobre o seu sucessor no jornal o terrível anátema de não ter tratado o assunto como ele, Silva, o teria feito, “noutros tempos”, os dele, em que se “contextualizava o acontecimento”.
Ou seja, naqueles dourados tempos, em que ele, o maior, o Silva, mandava no “Publico”, as coisas teriam sido muito mais bem feitas. Après moi le déluge, pensa o Silva. A humanidade é composta por canalhas, à excepção de um Homem: o Silva.
António Borges de Carvalho