CARTA ABERTA AO PRSIDENTE CAPUCHO
Senhor Presidente
É Vossa Excelência um autarca exemplar, probo, sério, interessado, experiente, capaz. É, além disto, o Presidente da melhor autarquia do país, em termos de qualidade de vida.
Razões pelas quais me atrevo a expor-lhe o meu descontentamento, melhor dizendo, a minha indignação e a minha revolta pelo que passo a expor:
Desde há uns anos, havia, dentro de Cascais, no começo da estrada que leva à Malveira da Serra, junto à primeira rotunda, a estrutura de um hediondo mamarracho, cujas obras estavam paradas. Pensou a minha inocência, como é lógico e se impõe a qualquer pessoa minimamente atenta, que tais obras tinham sido paradas por intervenção camarária, dada a violência do atentado que as mesmeas representavam em termos estéticos, ambientais, de mobilidade e de mero bom gosto.
Neste Sábado, dou com tais obras em re-andamento. Estão identificadas por um cartaz do ministério do senhor Pereira, em que se declara tratar-se de “acabamentos” de um edifício destinado à PSP de Cascais, com acordo e o aval da respectiva Câmara.
Senhor Presidente
A inenarrável porcaria a que me refiro, de monstruosa arquitectura, intolerável chaga urbanística, encontra-se a cinquenta centímetros da via pública, mais não permitindo para circulação de peões, e obstando a estacionamento de qualquer ordem. Horrível poliedro rectangular, sem qualquer sombra de sentido ou sentimento estético, em contradição e agressão a tudo o que a cerca. Ofende Cascais, ofende a sua obra, senhor Presidente, ofende os mais elementares princípios do urbanismo, ofende a própria essência do que Cascais é e representa.
Por isso lhe peço, senhor Presidente, que exerça os poderes que tem para parar, com a maior urgência, o atentado que o governo do senhor Pinto de Sousa está a fazer à sua autarquia. Mais que não seja para que não fique, na história de Cascais, que foi sob a presidência de António Capucho que se cometeu tal crtime.
Já basta, ou já sobra, para vergonha de todos nós, o que se está a fazer no lote do Estoril Sol.
Com os melhores cumprimentos
António Borges de Carvalho