ONDE VAIS, PSD?
Dona Manuela veio à SIC dizer de sua justiça. Muito bem.
A senhora acha que isso do orçamento já não tem importância e que o que é preciso é tratar, com a receita social-democrata, dos “novos pobres”, ou seja acabar com a proletarização da classe média e com a descida de muitos para baixo do limiar da pobreza. Muito bem.
A senhora não é “liberal” nem “conservadora” nem nada do género. É social-democrata. Vai buscar, aos confins da História, “as raízes” do partido. Esquece-se que, em tais raízes, está o PPD e que o partido pertence ao PPE. Mas isso é o menos.
Dizer que o problema do orçamento já não existe é uma rasgadíssima homenagem ao senhor Pinto de Sousa e ao senhor Santos. Toda a gente sabe que o problema do orçamento não está resolvido, porque não há redução de despesa. Mas a senhora prefere fazer “oposição” com elogios deste jaez.
Registe-se a nobre intenção de acudir aos mais pobres. Mas registe-se, com igual realce que a senhora não disse uma palavra sobre o “como” de tal coisa. Vai tratar do assunto com subsídios, como finge que faz o senhor Pinto de Sousa? Vai arranjar mais dinheiro aumentando os impostos? Ela diz que não, mas toda a gente sabe que a colecta vai baixar. Portanto, ou os aumenta, ou não arranja nem mais um chavo. Então como? Relançando a economia? Com certeza, embora a senhora, a tal respeito, diga coisa nenhuma. Embora saiba, como toda a gente sabe, que não é com sociais-democracias, coisa em que estamos mergulhados há décadas, que lá vamos.
Esta pequena nota é destinada, sobretudo, aos eleitores internos do PSD, a ver se ganham juízo e se deixam de cavaquismos de saias. O cavaquismo foi chão que deu uvas noutros tempos e com outros dados.
Já agora, diga-se que, com putos espertos, também não vão a parte nenhuma.
António Borges de Carvalho