CORRECÇÕES
Então lá se foi o juiz negacionista. O tipo perdeu a cabeça com os guerreiros da PSP, magnificamente prepararados para enventuais gravíssimas perturbações da ordem pública, desta vez praticados por vinte ou trinta apoiantes do jurisdicional trouble maker, os quais, como toda a gente viu, não faziam nem fizeram mal a ninguém. A coisa (os insultos do juiz à preparadíssima – armada até aos dentes - autoridade policial) teve origem uns dias antes noutra farra do mesmo estilo onde, para obviar a tremendos riscos de ordem pública, o pelotão tinha entrado num frenesim e, entre outras intervenções, partiu à cacetada um braço a uma cidadã protestadora.
É interessante sublinhar que este musculado ataque não foi objecto de qualquer aparecimento, nem na TV nem nos jornais. Só lhe deram atenção uns tipos especialistas em fake news, daqueles que andam na net a aldrabar o povo. É claro que o infame juiz (ainda o era à altura), ao ver o negro pelotão, tratou de prevenir que mais braços fossem partidos em nova fúria cívica da PSP. É claro que, desta feita, o assunto teve cobertura televisiva, foi transmitido vezes sem conta, e sem conta glosado nos jornais.
Ficou mais uma vez provado que os órgãos de “informação” são tão ou mais aldrabões que os tipos das notícias falsas. Andam sempre a dizer que a Polícia abusa. Excepto, é claro se as vítimas de tais abusos forem “negacionistas”, caso em que toda a brutalidade se justifica. Mais braços partidos menos braços partidos, tratando-se de tal gente, não são notícia.
Posto isto, digamos que a expulsão do juiz se justifica. É certo que homem não tem estofo para o cargo. Não devia ter perdido a cabeça nem argumentar como argumentou. Agora terá que ir fazer as suas tropelias para outro lado.
Posta esta descrição dos acontecimentos, diga-se que o que é tragicamente grave, para além das bravatas do juiz, é o indesmentível facto de a opinião não coincidente com a das “autoridades”, dos assustadores profissionais, dos especialistas do medo e da histeria, passou a crime de lesa pátria. Por causa do covide, a malta do, poder como a da rua, borrifa na Constituição, nos direitos do homem, nas leis em vigor, tendo passado a existir a selecção do pensamento correcto, o poder absoluto de impor uma verdade e de condenar outras.
O IRRITADO não é negacionista, mas é facto que muitas opiniões ditas negacionistas são sérias e dão conta de dados, sobretudo estatísticos, indiscutíveis. Não sei quem tem razão, ou onde estará a razão toda, que, se verdadeiramente científica, não pode deixar de ser discutível.
O que sei é que os negacionistas, como os outros (os que estão na mó de cima), muitas vezes são sérios, têm os pés no chão e a cabeça nos ombros. Nada, mas nada, justifica os insultos, as injúrias, os anátemas e as proibições (maxime a de existir e se exprimir) e a censura de que são alvo pelos proclamados bempensantes oficiais. Fazê-lo é anti-direito, anti-liberdade, anti-tolerância, anti-civilização, anti-ciência e anti-humanidade.
Mas é o que por aí, sem peias, pulula.
11.10.21