EM PROL DA PAZ
O Ezebolá, injustamente acusado de terrorista pelos neo-liberais protofascistas da União Europeia, é uma organização indispensável à conquista da “paz” no Líbano. A Síria e o Irão não se metem na vida do Líbano mais do que o razoável. O senhor Bush e os seus aliados são muito mais perigosos que a Síria e o Irão, dois pilares da “paz” na região. O Ezebolá entra para o governo, e muito bem, porque a oposição, assim, passará a ter “direito de veto sobre as decisões”, numa demonstração clara do que é a democracia bem entendida e numa grande derrota da “estratégia do Império”. Aliás, o Ezebolá tem todo o direito a ter uma rede de comunicações própria, a fim de poder ser um poder independente, à revelia e à sucapa dos poderes eleitos. E muito bem, assim é que é.
Estas são as luminosas opiniões do senhor Portas (Miguel). Assim se vê o que vai nas cabecinhas do Bloco de Esquerda. Só quando os intelectuais da coisa entrarem para o governo, com direito de veto, pois claro, é que a grei encontrará verdadeiros defensores da “paz” e do progresso da Nação. Consta que o senhor Portas (Miguel) já tem preparado um tratado de amizade, consulta e crude com os doces aitolas, outro com o pacífico Ezebolá, para dar a volta às nossas relações externas logo que chegue a ministro dos negócios estrangeiros. Quando o camarada Louça for ministro do interior, todos os grupos armados, coitados, que, de momento só podem actuar no Bairro Alto e em zonas “marginais”, passarão a ter direito a comunicações privadas e acesso aos mercados de armamento que os acordos do camarada Portas (Miguel) porão à sua disposição. Desde que sejam de esquerda, como é lógico, legítimo e natural.
I can hardly wait!
António Borges de Carvalho