PALEONTOLOGIA NUCLEAR
Disseram-me que, naquele programa em que o Doutor António Barreto se sujeita, sabe-se lá porquê, a contracenar com o advogado/hoteleiro/tasqueiro/socialista Júdice,os intervenientes terão concordado com a tese de que a energia nuclear é indispensável para Portugal.
Há para aí cinquenta anos que há quem diga o mesmo. Nos tempos do autoritarismo chegou a estar nos planos do governo. Até já havia localização (em Ferrel) para a primeira central. Depois… depois vieram os Ecologistas & Cª Lda., a demagogia barata, a aldrabice ambiental, e nada se fez.
A água foi passando por baixo das pontes. Os países civilizados equiparam-se devidamente, e têm hoje, em perfeita segurança e sem estragos para o meio, energia mais barata.
Por cá, nada. Até que o senhor Pinto de Sousa, quando lhe propuseram a construção de uma central, declarou olimpicamente que tal coisa estava “fora da agenda do governo”.
Ou seja, declarou que, por sua decisão e ordem, continuaríamos a ser os atrasados mentais, e energéticos, da Europa.
A demagogia ambiental continuou a percorrer o seu glorioso caminho para a estagnação e a miséria. Gasta-se milhões em auto-estradas que não são precisas, gasta-se milhões em aeroportos que toda a gente sabe ser os elefantes brancos do nosso futuro. Vão gastar-se milhões para poupar vinte minutos no comboio do Porto. E, talvez pior, enche-se o país de “energias alternativas”, com parques eólicos que produzirão energia ainda mais cara que a que já temos. Nuclear é que não.
Interessante é verificar que, na Europa digna desse nome, são os próprios ecologistas a chegar à conclusão de que o nuclear é a mais limpa e mais barata das fontes de energia conhecidas, com experiência e tecnologia viáveis e seguras.
Por cá, “está fora da agenda”.
Por isso que tenha causado um enorme frisson na imprensa, a súbita descoberta dos intelectuais da SIC. Os fulanos tiveram a “coragem” de defender o que o cavernícola Pinto de Sousa e os ecologistas trogloditas abominam.
António Borges de Carvalho