FUTEBÓIS
Se há intelectuais que não se perceba, são eles os da bola. Cá e lá fora.
A moda, agora, talvez por influência do senhor Pinto da Costa, é a de que os árbitros são intocáveis. Façam as asneiras que fizerem, são intocáveis. Ao contrário do que diz a furibunda turba multa, são intocáveis.
O Irritado pensa de forma diversa, se é, ainda, dado a alguém pensar de forma diversa. Acha que os árbitros devem ser criticados, castigados, investigados, responsabilizados pelas suas asneiras e desmandos.
O Portugal-Suíça foi dirigido por um árbitro austríaco. Deverá, antes de mais, perguntar-se como é possível a UEFA seleccionar um árbitro austríaco para um jogo dos parceiros da Áustria no Europeu. E mais: como é possível que o senhor Funil (não sei se é funil, mas acaba em il) tenha aceite tal promiscuidade.
Veja-se, agora, o resultado: um golo mal anulado (indiscutível), dois penáltis (um, pelo menos, indiscutível) por marcar, um penalti duvidoso indevidamente assinalado.
Se considerarmos que todas estas asneiras funcionaram a favor da Suiça, teremos uma imagem clara do que são os árbitros, do que é a política da UEFA e de como é justo este pudor, este receio, esta timidez que põe os árbitros acima de críticas e homologa resultados obtidos a partir de múltiplas asneiras.
Perguntar-se-á, ainda, por que carga de água hão-de o senhor Pinto da Costa e o senhor Loureiro ter problemas, se a coisa de que os acusam está institucionalizada ao mais alto nível. Ou será só incompetência?
António Borges de Carvalho