APAGAR ASNEIRAS
Aflito com o acumular de asneiras no(s) caso(s) TAP, o governo resolveu arranjar uma desculpa irrespondível: contratou a Inspecção Geral de Finanças para “julgar” a questão. Fiel ao patrão, ciente do que se pretendia, tal coisa arranjou uma lei de 1933 para “lavar” a asneirada e ilibar os asneirentos do governo. O “julgamento” foi de tal ordem que deu para pôr os patins à francesa da TAP. Mas parece que tal senhora, Mme Widener, teve o desplante de querer ser ouvida pelo inspector-mor, cujo nome não sei nem me interessa. Facto é que, em mais uma notável demonstração de fidelidade socialista, tal criatura se recusou a ouvir a senhora, “porque ela não fala português”.
A coisa é de tal maneira inacreditável que é difícil comentá-la. Partindo do princípio que o homem da IGF é tão ignorante que não fala nem inglês nem francês e chegou onde chegou sem um mínimo de habilitações, poder-se-ia imaginar que recorreria a um intérprete para ouvir a “arguida”, ou “acusada”.
Mas não. Não fala português, não é ouvida! Vá passear.
Parece que os media não ligam ao assunto. Referem-se a ele sem crítica nem opinião. Onde pode chegar o poder do poder!
Uma entidade que não tem qualquer competência judicial, em cumplicidade com o governo, condena a senhora a ser posta na rua sem, sequer, ser ouvida. Até a Inquisição ouvia as pessoas antes de as mandar para a fogueira. O poder socialista ultrapassa a Inquisição, mas à moda dos tempos: já que não há fogueira propriamente dita.
Perante esta inenarrável porcaria, que dizer? Permito-me, com a devida vénia, usar palavras de Sophia: O abutre é sábio e alisa as penas: a podridão lhe agrada e os seus discursos têm o dom de tornar as almas mais pequenas.
1.4.23