AMADINEJÁ, JÁ! KIM IL SUNG LOGO A SEGUIR, OUTROS NA BICHA…
A nova política externa de Portugal, baseada nas doutas considerações do grande ministro da economia que temos e do ilustre propagandista externo da Nação (novel converso socialista), é corporizada ao mais alto nível por sua excelência o primeiro-ministro. Abre ao mundo – a um certo mundo – a área de actuação e interesses deste pobre jardim.
Em resultado da filosofia do neo-socialismo, com enorme gáudio do camarada Jerónimo, Portugal dedica as suas atenções, a troco de putativos cobres e de extremosa solidariedade ideológica, a novos amigos e parceiros.
Gloriosamente, a Pátria abre as suas portas ao Chávez – é vê-lo, punho ao alto, nas ruas de Lisboa, devidamente aplaudido por um pelotão de Pêcês mobilizado para o efeito -, ao notável bandido da Guiné Equatorial que, igualmente, se passeia na capital, ao inefável Cadafi, que acampa em São Julião da Barra, qual Saladino de pacotilha, para, aí, receber a humilde vassalagem do senhor Pinto de Sousa, ao inigualável Mugabe, personna non grata em toda a civilização que é recebido em Lisboa com todas as honras, para já não falar do Senhor Santos, milionário ditador angolano, que é objecto dos mais espantosos elogios por parte do senhor Pinto de Sousa.
O Irritado saúda efusivamente este novo caminho da nossa política externa, não enquanto realpolitik à portuguesa, como se diz por aí, mas como inspirada inflexão neo-socialista em matéria de negócios estrangeiros.
Se nos é permitida uma sugestão, propomos o alargamento do mundialismo socretino em que a Nação não pode deixar de, gostosamente, se rever, de forma a abranger personagens tão notáveis como o inefável senhor Amadinejá e como o benemérito Kim Sung Il. Isto, é claro, sem deixar de fora, para uma desejável segunda fase, outros artistas da mesma igualha, criteriosamente seleccionados.
Uma prevenção: há que não incluir Cuba neste bouquet. É que, dizem, por lá, o socialismo já não é o que era…
António Borges de Carvalho