A CI-MM-L E A REGIONALIZAÇÃO
Lá para as bandas do Minho, as câmaras municipais resolveram criar uma associação a que deram o pomposo nome de Comunidade Inter-Municipal Minho-Lima.
Trata-se, como é óbvio, de uma parvoíce como outra qualquer. Os municípios deviam associar-se para objectivos comuns, cada um se integrando nas associações que tenham interesse em função de tais objectivos, e não criar “comunidades” com fronteiras definidas e fins genéricos.
A CI-MM-L (deve vir achamar-se assim) ainda não foi fundada e já está em guerra. Parece que a malta de Viana do Castelo não aceita os estatutos da coisa, esperneia, e até a vai referendar.
A CI-MM-L tem, por isso, uma grandíssima utilidade. É que vem demonstrar, sem margem para dúvidas, a pessegada que seria essa coisa a que chamam “regionalização”: mais uma fonte de problemas, como se tivéssemos poucos. Se nem dentro do Minho, que é uma região mais ou menos definida geograficamente, os tipos se entendem e, antes de a coisa nascer, já andam a fazer contas a ver quem fica com que poder, imaginem o que seria a multiplicação destas palermices pelo país inteiro.
É claro, reconheço, que, para a regionalização, há bons argumentos. Para cada região haverá um “governo”, uma “assembleia”, um “órgão de coordenação”, outro de “fiscalização”, ou o que lhes queiram chamar. O que quer dizer uma nova classe política, mais “dirigentes”, mais funcionários, mais secretárias, mais automóveis, mais eleições, mais...
Ora isto virá a ter um efeito positivo no emprego, não é?
Saber quem paga é pormenor dispiciendo, como nas auto-estradas, no aeroporto, no TGV e no terminal do Coelho, não é?
11.10.08
António Borges de Carvalho