DO TERROR QUE SANTANA INFUNDE, OU A ALCATEIA OUTRA VEZ AO ATAQUE
Não é preciso ser muito inteligente, nem era precisa a sondagem que o PSD mandou fazer, para que toda a gente percebesse que o único membro daquele partido capaz de ganhar as eleições em Lisboa é o Dr. Pedro Santana Lopes. Trata-se de coisa de tal maneira evidente, que só os politicamente vesgos ou os odientos por profissão podem pensar o contrário.
A obra que Pedro Santana Lopes fez em Lisboa só não foi tão longe como podia ter ido porque as perseguições políticas conseguiram travá-lo em muitas coisas.
Se não fosse a odiosa relutância do Dr. Sampaio, a estas horas o Parque Mayer já tinha o casino, e as obras iriam de vento em popa.
Alguém duvida?
Se não fosse a inveja mais primária, impiedosa e miserável, a estas horas Lisboa teria um projecto Ghery em construção, como teve Bilbao, com a colaboração de todas as forças políticas e económicas, projectando a cidade para píncaros até então desconhecidos.
Alguém duvida?
Se não fosse a perseguição policiesca do senhor Fernandes e do social-comunismo camarário, essa obra ímpar e fundamental que é o Túnel do Marquês estaria, com muitos meses de antecedência, a funcionar em pleno.
Alguém duvida?
Se não fosse a vilania rasca da oposição, mesmo da que aprovou a permuta da feira popular (o PS e o BE) para a vir a condenar meses depois, alguém duvida que a monstruosa vergonha dos terrenos de Entrecampos – um oceano de sucata, de dejectos, de porcaria de toda a espécie, de ratazanas cheias de doenças, de baratas, de cobras – seria hoje um estaleiro de obras e uma esperança de qualidade para a cidade.
Alguém duvida?
Com Santana Lopes, os contentores do senhor Coelho, em vez de se preparar, com o apoio do senhor Pinto de Sousa, para tapar o rio, estariam a mudar-se para a outra banda, ou para Setúbal, ou para Sines.
Alguém duvida?
Não fora o boicote do social-comunismo, a estas horas os serviços da câmara funcionariam melhor, como já funcionavam (e deixaram de funcionar), sem estar mergulhados nas aldrabices do “Simplis” e companhia.
Alguém duvida?
Os lisboetas em geral não duvidam. Mas a intelectualidade do PSD sim.
Os marcelos, os pachecos, os menezes andam num virote.
Não ouço o Marcelo na RTP, porque não quero ser enganado. Não leio o Marcelo no Sólcrates pela mesma razão. Não leio as bojardas do Menezes por respeito pela minha própria – ainda que limitada – inteligência. Às vezes lá leio e ouço (ainda) o Pacheco, não sei porquê.
Mas sei o que vão mexericando, pelo que leio nos jornais.
Nunca nenhum deles se lembrou de acusar de populismo o mais populista de todos os políticos da III República, ou seja, o senhor Pinto de Sousa. Mas já andam para aí a dizer que, com o Dr. Santana Lopes, “voltará o populismo”.
Se o populismo é dizer coisas que se sabe não poder realizar e alardear promessas para pura propaganda, então, se há alguém que não é populista, o Dr. Santana Lopes é esse alguém. O que prometeu, cumpriu. O que ficou por cumprir, a ele se não deve.
O frisson que a sua eventual candidatura provocou na bem-pensância nacional é a imagem clara do terror daqueles que nunca fizeram nada, ou que nunca foram capazes de fazer nada, sequer de ganhar uma eleição, têm em relação aos que lutam, dão a cara, dão o coiro, para fazer alguma coisa por nós.
14.10.08
António Borges de Carvalho