O CCAP
O CCAP, coisa “científica”, “técnica”, “consultiva” e “autónoma”, inventada pelo governo, é um “conselho” que se dedica à ingente tarefa de supervisionar a propalada “avaliação” dos nobres membros da classe dos professores. Ou seja, o CCAP avalia a avaliação, é o avaliador dos avaliadores que avaliam os avaliados. Compreende-se.
A coisa é de tal maneira especiosa que a presidente do CCAP, antes de o pôr a não funcionar, decidiu dar à sola. Vou para casa, venha a reforma. Fez ela muito bem.
Veja-se a alta qualidade da douta estrutura: um presidente, cinco professores titulares em exercício, cinco representantes de associações científicas e pedagógicas de professores, sete individualidades de “reconhecido mérito” e três elementos do conselho das escolas.
Esta salganhada reuniu em Julho. O sindicato do bigodes não gostou, o que não tem nada de especial porque o sindicato odeia tudo. Uma reunião marcada para Setembro ficou em águas de bacalhau. Nunca mais houve reuniões, o que se pode ficar a dever, ou ao medo que o bigodes mete, ou à falta da presidente, ou a ordens do governo para poupar nas senhas de presença.
Facto é que um outro senhor também deu à sola, aproveitando para fazer declarações de alto significado. Por exemplo:
- “Quem está no Conselho, está mesmo”. Notável, o amigo banana não diria melhor;
- “É da natureza de uma estrutura destas que as suas recomendações possam, ou não ser seguidas”. Lapidar.
- O CCAP corre o risco de se tornar num órgão “inútil”. Corre o risco?
28.10.08
António Borges de Carvalho