Um novo feriado
O dia 18 de Outubro deveria passar a ser feriado nacional. Comemorar-se-ia a maior série de asneiras seguidas, ou simultâneas, do governo do senhor Pinto de Sousa (Sócrates) e, Deus queira, o princípio do desmascarar da sua mesnada.
Deixemos o orçamento para outra oportunidade. Vamos por partes.
Ele foi a despedida da tropa (v. post desta data), ele foi a história das SCUTS (v. post seguinte), ele foi, maravilha das maravilhas, o que se passou sobre a história do aumento da electricidade. Para quem ainda não se espantou nem indignou com o governo que temos, acabaram as desculpas.
É assim: a electricidade vai aumentar… dezasseis por cento!
Porquê? O ministro da economia não sabe. Coitadinho. Pelo contrário, confessa-se “surpreendido” com a notícia, proveniente de uma tal ERSE, com quem o Governo não deve ter contactos. É normal. Ele, coitadinho, que só tem boca para anunciar maravilhas, para dizer que a crise já lá vai, que vamos todos ficar a nadar em dinheiro, ele não sabia, coitadinho, de nada. Ainda esperei que afirmasse que isso dos 16% é uma ninharia, e que devíamos todos ficar muito agradecidos por ser tão pouco.
Mas não: o encarregado de, por outras palavras, vir dizer tal coisa, foi um secretário de estado qualquer, como segue: a “culpa” do aumento é… “dos consumidores, que estiveram vários anos a pagar menos do que deviam” (sic). Os consumidores são uma corja. Deverá a corja, como é de inteira justiça, a passar a pagar o preço “justo”, devidamente acrescido dos “juros” relativos ao passado.
A exemplaridade das declarações destes dois ilustres membros do Governo daria, num país civilizado, para o fazer cair. Por cá, nem pensar.
A electricidade em Portugal já era, mutatis mutandis, mais cara do que na maioria dos países de que andamos a orgulhar-nos de ser “parceiros”. Note-se que, de uma forma ou de outra, todos eles utilizam energia nuclear, coisa que por cá, segundo o nosso bem amado primeiro ministro, “não está na agenda”. Competirá, como é óbvio, normal e natural, aos culpadíssimos consumidores pagar as opções de agenda do senhor Pinto de Sousa (Sócrates).
A EDP, que se saiba, não apresenta prejuízos. Mesmo assim, é de compreender que almeje, coitada, ter mais uns lucrozitos, dados os aumentos dos custos de produção e as indexações em vigor. Ainda por cima, diz-se, vai haver umas vendas, uma trocas de titulares do capital, coisas deste género. Mais uma vez, como é de inteira justiça, deverá a corja contribuir para as valorizações que se tornarem necessárias ao “bom funcionamento” e à “transparência” do mercado. Isto é tão óbvio, tão claro, que a ninguém devia ser dado recalcitrar.
E o Mibel? Essa mezinha que ia dar a todos os portugueses triliões de quilouotes por dois tostões. Como é de compreender, trata-se de uma questão cuja tecnicidade a põe ao abrigo da compreensão da corja.
Tende fé, portugueses, bom povo! Pinto de Sousa (Sócrates) is watching you!
António Borges de Carvalho