A LUTA CONTINUA
Como era de prever, os recuos da ministra a propósito da monumental pessegada da “avaliação”, não surtiram qualquer sombra de efeito na distinta classe dos “professores”. O olho de xarroco dos bigodes, encarregado do assunto pelo PC, já veio mandar a senhora às urtigas.
Calcule-se que ela tinha desistido de “definir metas” e até tinha dispensado os “professores de definir estratégias”. Queira isto dizer o que queira, facto é que “o critério dos resultados escolares e das taxas de abandono, tal como recomendado pelo Conselho Científico(?!) da Avaliação”, ficou sem efeito.
Mas a mesnada do xarroco não está pelos ajustes. Nem pensar. Acaba a avaliação, e acabou-se. Ou então, a luta continua.
A senhora prometeu reduzir as aulas observadas de três para duas, só se realizando a terceira se o professor a avaliar assim o entender. A canalha, via xarroco, já respondeu: nem pensar, a luta continua.
Numa de simploplex, a ministra resolveu propor a diminuição da papelada, acabar com a “definição dos objectivos individuais”, com a “aplicação das fichas de auto-avaliação(!?)”, e não sei com quê mais. O xarroco disse que não a tudo. A luta continua.
É evidente que, quando se abdica da avaliação dos professores pelos resultados obtidos, avaliação feita por terceiros em exames (sem exames não há avaliação de espécie nenhuma), acaba-se com qualquer avaliação digna desse nome.
O governo, via “autoridades” “científicas” e idiotas políticos tipo Silva Pereira, fabricou uma inacreditável pastelada, uma recreação para burocratas e inúteis. No outro extremo, o xarroco, o PC, o BE e o Alegre, cientes da grande oportunidade que é dada à rua pela brutal incompetência do governo, aproveitam para pôr em causa todo e qualquer princípio de autoridade, próprio da Democracia.
Se não são iguais são parecidos. Uns, fabricam as “razões” dos outros. Os outros, ao serviço dos que espreitam oportunidades para pôr em causa muito mais que aquilo que as “razões” lhes oferecem, embandeiram em arco, e vai disto.
A direita, vítima da sua tradicional estupidez, não se põe de fora.
A luta (contra todos nós) continua. Incompetência e revolução de braço dado.
21.11.08
António Borges de Carvalho