Ah! Grande PC!
Aqui há uns dois anos, aquele rapazola com olho de pescada que comanda a mesnada do PC na Assembleia declarou que a Coreia do Norte é uma democracia. À altura, houve quem pensasse que o fulano ia ser corrido. Não foi. Pelo contrário, ficou, e de pedra e cal. Só tinha dito a verdade, coitadinho.
Desta vez, os rapazes foram ainda mais longe. Em socorro das bombas do camarada Kim Il Sung, o Avante! veio dizer que são óptimas, que dão imensa segurança ao povo, que se destinam a matar os maus, a defender os bons e a fornecer ao orbe o equilíbrio estratégico que tanta falta lhe faz.
Que interessa que a Coreia do Norte seja a mais hedionda ditadura do planeta? Que interessa que os “cidadãos” do país morram de fome aos milhões porque o regime só tem paparoca para a nomenclatura? Que interessa que seja o chamado Ocidente, sempre generosamente estúpido, quem vai dando, dado, algum pãozito para a barriga das “massas” que vivem sob o azorrague do comunismo zuchista? Nada, não interessa nada. O importante, para o PC, é que a ideologia por lá em vigor é a sua, e que a sua ideologia é a única coisa verdadeiramente importante deste mundo, independentemente dos seus abomináveis resultados.
Fundamentalismo na sua expressão mais sórdida e mais primitiva.
Tudo tem o seu lado positivo. Pode ser que alguns dos filiados dos sindicatos dominados pelo PC percebam que os seus dirigentes se estão nas tintas para o seu bem estar e não perseguem outros objectivos que não os da defesa da ideologia, doa a quem doer, a começar pelos seus associados. Pode ser que alguns percebam que é a defesa da ideologia a culpada de grande parte das “derrotas” que têm sofrido.
Não sei porque estou hoje tão optimista. Algum ataque de estupidez.
António Borges de Carvalho