CONFISSÕES OLISSIPONENSES
Ontem, a dona Clara Ferreira Alves, grande parceira televisiva do Dr. Mário Soares, com quem se passeia pelo orbe à procura de importantíssimas memórias político-turísticas, fez esta extraordinária confissão sobre as benesses que o Costa tem lançado sobre Lisboa:
“Trata-se de uma grande obra, só que... não é visível”.
Pois é. Como dizia José Marinho, “o visível do invisível é o que aparece”. No caso vertente, como com toda a razão refere a ilustre intelectual, nada aparece. Isto é, se não há visível, é porque também não há invisível.
Por outras palavras, tirando o apoio à Liscont e ao Coelho, o Costa, nem com a ajuda dos seus amigos Fernandes e Roseta, fez fosse o que fosse pela cidade.
Sobre os assuntos olissiponenses, outra magnífica confissão foi produzida, desta vez por escrito.
O arquitecto Saraiva, grande inquisidor e militante anti Santana Lopes, em notável acto de honestidade política, reconhece que, no caso do Parque Mayer, foi “uma asneira não aproveitar o trabalho feito por Frank Gehry e não deixar que lá se instalasse o casino”, isto “em nome de um puritanismo bacoco”.
E mais. O grande arquitecto,que passou anos de vida a demoli-lo, confessa que “é preciso dizer que Santana Lopes foi o único presidente até hoje a colocar o problema da habitação no primeiro plano das preocupações do município”.
Esquece-se, com política correcção, que a culpa de uma coisa é do PS, do PC e do BE e que, da outra, é do Dr. Sampaio, o pior presidente que Lisboa já teve. Possuído de “puritanismo bacoco” (leia-se, de ódio a Santana Lopes e de invejoso proselitismo), Sampaio vetou o casino no Parque Mayer.
Em jeito de conclusão, pense-se no que seria hoje o Parque Mayer, se os milhões do casino por lá andassem a pagar o projecto Gehry.
Já agora, em termos eleitorais, o Irritado convida os olissiponenses a tirar daqui as devidas consequências.
30.11.08
António Borges de Carvalho