DA NATUREZA DAS ALMAS
O professor Marcelo, grande educador do “serviço público”, veio à liça (dizem os jornais, que o Irritado, por uma questão de legítima defesa, não o vê, não o ouve, não o lê) chamar ignorante ao pobre do Rangel. Este terá que “aprender”, se quiser ser um líder parlamentar a sério.
O fantástico professor, a ilustrar o seu douto pensamento, dá-se, e ao suicida Marques Mendes, como exemplos de como se obtém “vitórias” e de como se é “cão de fila”.
Antes de mais, digamos esperar que o Rangel não o tome a sério e não se torne “cão de fila”.
Depois, como a memória, às vezes, não é curta, lembremos um episódio de há muitos anos, quando Marcelo era ministro dos assuntos parlamentares e se atribuiu a nobre missão de ser “cão de fila” dos três grupos parlamentares da AD.
A folhas tantas, não sei por que pesadas razões de estado, alguém, nas altas esferas da coligação, resolveu extinguir a ANOP, à altura agência de informações do estado, percursora da Lusa.
A decisão era polémica, a esquerda esperneava e, na maioria, escasseavam as opiniões favoráveis.
O encarregado do debate, por parte do governo, foi um jovem secretário de estado, encarregado da “informação”, julgo que no âmbito da Presidência do Conselho, de que o ministro Marcelo fazia parte.
O rapaz não tinha qualquer traquejo parlamentar. A oposição esfarrapou-o. Na maioria, toda a gente estava à espera que o ministro aparecesse a safar a taça, como era sua elementaríssima obrigação. Vários emissários foram ao gabinete de sua excelência pedir socorro. Se, à maioria, o governo não tinha fornecido a necessária argumentação, deveria ser o próprio governo a expendê-la, de maneira a, pelo menos, calar a vozearia da esquerda.
Marcelo, sabedor do que se estava a passar, baldou-se. Não pôs os pés no plenário, que a coisa estava feia.
O pobre do secretário de estado saiu, feito em cacos, com o rabo entre as pernas. E nunca mais foi gente.
Eis uma pequena achega do Irritado para se compreender a verdadeira natureza do pregador dominical do “serviço público” de televisão.
15.12.08
António Borges de Carvalho