RIR, MAS DO NERVOSO
Coitados dos animaizinhos
1. Dona Bernardette Chirac anda muito apoquentada porque o seu ilustre esposo foi mordido pelo cãozinho lá de casa. Não, a apoquentação da ilustre dama não se deve às feridas que o animal causou ao chefe da família. Deve-se às inquietações que a assaltam no que diz respeito à saúde do animal. Este, coitado, não teve culpa nenhuma: a coisa ficou a dever-se a uma depressão nervosa. O Sumo, assim se chama a criancinha, perdão, o cãozinho, tem andado a ser tratado por um especialista em depressões caninas. Apesar do tratamento, obviamente de altíssima qualidade, o nobre animal tem, de vez em quando, ataques de frenesim. Foi durante um desses ataques que o Jaques foi mordido.
O Irritado deseja com furor que a dona Bernardette seja apanhada por algum frenesi do Sumo e fique com as badanas do cu devidamente esfarrapadas. Não sei se isto será punição que chegue para a violência da imoralidade da situação e para o total descoco das declarações da velhota.
2. Por cá, as coisas não estão melhor. Um tal Moutinho, presidente da associação “Animal”, veio a terreiro protestar contra as vacas açorianas que pastoreiam na Praça de Espanha, em acção de propaganda à terra delas. Minto, é claro que o homem não é contra as vacas, mas contra quem as pôs lá. E porquê? Porque o trânsito pode provar stress às bovinas criaturas, porque os animais estão desprotegidos “face ao” (sic) mau tempo e porque o pasto não é adequado às suas necessidades alimentares.
Tem toda a razão. Segundo informação de que o Irritado dispõe, um estudo da Universidade de Cacilhas, datado de 1969, demonstra à saciedade o stress dos burros, sobretudo por causa dos autocarros e dos ferries. Transpondo a coisa para as vacas, o Irritado não tem dúvidas acerca das razões que assistem ao Moutinho e aconselha-o vivamente a mandar chamar de urgência o psiquiatra que se ocupa dos frenesins do cãozinho da madame Chirac, a fim de dar assistência psicológica às vacas da Praça de Espanha.
Mais aconselha o senhor Moutinho a ir, ele mesmo, dar uns caramelos aos animais. Pode ser que alguma vaca, vítima de stress, entre em frenesim e lhe dê umas valentes cornadas, a ver se o tipo passa a pensar duas vezes antes de andar para aí a espalhar baboseiras.
ENCOLHEMOS?
Segundo o “Diário de Notícias de hoje, a área de Portugal é de 35,6 Km2 , isto em 2007.
Quando eu era pequenino, por certo por influência do fascismo e da Mocidade Portuguesa, ensinaram-me que Portugal tinha noventa e tal mil Km2. Não consta que a Pátria tenha encolhido tanto nos últimos cinquenta anos.
Ainda me ocorreu que o pasquim se tivesse enganado, esquecendo-se de três zeros. Mesmo assim, ficaríamos do tamanho do Alentejo, ou coisa que o valha.
Esta imprensa socialista está cada vez pior.
GRANDE LÍNGUA!
O Instituto Camões concluiu, via estudo sociológico superiormente elaborado pelo ISCTE, que:
· O Português é uma língua cujo potencial futuro é muito superior ao seu valor actual;
· Nalgumas regiões do mundo, a relevância do português no trabalho aumenta quase sete vezes entre o presente e o futuro;
· Cerca de 10% dos inquiridos na Europa tem o português como língua de trabalho;
· Cerca de 70% dos tais inquiridos vê no português um investimento de futuro, com grande potencial de crescimento;
· A língua portuguesa represente 17% do PIB nacional.
O Irritado, que é burro, não percebe lá muito bem o que quer dizer “aumentar sete vezes entre o presente e o futuro”. Demos isso de barato.
Pelo mesmo motivo, o Irritado não percebe que voltas é preciso dar ao bestunto para classificar a língua pelo critério do PIB. Demos também isso de barato.
O que é verdadeiramente notável, e por isso foi deixado para o fim, é que o “estudo” tem por base um inquérito feito a “estudantes de português em cursos coordenados pelo Instituto Camões".
Pois é, o Camões era zarolho, coitado. E nós?
22.1.09
António Borges de Carvalho