ESPERNEAR É QUE É BOM
O camarada Lino continua a divertir-nos com as suas palhaçadas. Desta vez, mais papista que o papa, a fazer ciúmes ao Vitalino (o aparatchik), ao Santos Silva (o demagogo) e ao Vital (o intelectual de serviço), saltou em defesa do senhor Pinto de Sousa. Coitadinho, tão atacado tem sido! Mas não esperneará sozinho, que o Lino cá está, sempre, sempre, ao lado do chefe.
Trata-se, na, indigna de crédito opinião do ex-comuna, de “matéria com fins políticos”, destinada a “colocar obstáculos ao governo e para atingir o primeiro-ministro”.
Que seja bem-vinda a bronca, já que põe obstáculos às loucuras do governo.
Em 2005, o “Independente” fez-se eco da mesma história. Em manobra, com certeza não “política”, o PS deu a volta ao texto. O polícia que deu a dica foi castigado. O Dr. Santana Lopes acusado das piores coisas. O independente acabou. E, no entanto, era verdade, como diria Galileu. Como Galileu, quem falou nisso lixou-se. Nada de “político”, que ideia!
Agora... agora o pior foi os ingleses. Andava a malta muito descansada, eis senão quando os malditos bifes se desbroncam e começam a fazer perguntas desnecessárias, em condenável manobra, certamente de carácter “político”.
Veja-se a que ponto vão os inimigos do senhor Pinto de Sousa! A sua influência chega às margens do Tamisa, quem sabe se ao palácio de Buckingham! Que gente!
Uma vez os ingleses em acção, as nossas autoridades acordam. Descobre-se que, afinal, já há anos havia um juiz que pusera a coisa sob forte suspeição. Descobre-se um tio que mete cunhas ao sobrinho, um primo que se quer ver pago pelas influências movidas, uma reunião que houve, ou duas, e mais uma data de coisas. A imprensa desata aos pontapés, a ver quem tira mais lixo de debaixo do tapete.
A pessegada torna-se incontrolável.
Ah! Se estivéssemos em 2005, que bom seria, deve pensar o Lino. Punha-se a malta a funcionar, acusava-se a Manuela, mais o chefe de gabinete, mais quem fosse preciso, castigava-se uns tipos, insultava-se outros, ficavam todos enxovalhados e nós de fora. A prazo, quem sabe, até acabávamos com o “Sol”. Mas 2005 já lá vai, mudaram as circunstâncias, só nos resta espernear. Esperneemos pois, pensa a mente privilegiada do Lino.
Só não percebe, coitado, que quanto mais espernear, menos o pessoal acredita no chefe.
26.1.09
António Borges de Carvalho