O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O senhor Isaltino tinha feito um trato com o governo para vir a albergar, nos seus domínios, o (novo) Instituto Português de Oncologia.
O senhor Rodrigues não se dera por achado. O Instituto que se fosse. A Câmara não se preocupava com o assunto.
Veio o senhor Costa. Vai daí, anuncia que, afinal, para colmatar mais esta demonstração de incompetência do seu antecessor, o IPO ia continuar em Lisboa. Onde? Nem mais nem menos que no Parque da Bela Vista, que verá uns hectarezitos urbanizados segundo as necessidades.
Genial. O Costa recupera, para mais um grande empreendimento imobiliário, o terreno do actual IPO. Vende os lotes a uns patos-bravos, faz uma pipa de massa. A coisa nada custa, isto é, custa os tais hectarezitos de parque, coisa de somenos. Que importa? Isso de zonas verdes era treta da campanha eleitoral, não era?
Nisto tudo, o que não se percebe (ou percebe-se bem demais) é onde está o Zé, para já não falar do seu esverdeado guru, o senhor Telles. Então. E as árvores? Os pulmões da cidade? O plano verde? A qualidade do ambiente? Onde está essa trampa toda? No lixo? E o Zé não protesta?
É tal a sanha do Zé e dos do bando de esquerda para chagar ao governo, que deitam fora tudo o que apregoaram. O guru, esse, se calhar está a fazer-se para ficar com os arranjos exteriores do novo IPO e da nova urbanização (não foi o que aconteceu com o Corte Inglês?).
O senhor Pinto de Sousa (Sócrates) era um acérrimo carrasco das arrancadas da dona Manuela, quando esta recorria a receitas extraordinárias. Que estava dar cabo da economia (nunca ninguém percebeu porquê, mas era o que o fulano dizia), que estava a arranjar remédios conjunturais que nada remediavam (também não se percebe como é que as receitas extraordinárias não entravam nas contas, mas era o que o fulano dizia) e por aí fora. O Zé y sus muchachos eram da mesma opinião.
Agora, o Costa anuncia que vai vender 160 milhões de euros de património municipal. O senhor Pinto de Sousa (Sócrates), pelos vistos, acha muito bem. E o Zé, onde está? E os muchachos, onde estão?
A resposta é fácil. Estão todos à espera de um lugarzinho no governo em 2009. Se não for antes.
Até lá, muitas palmas e bico calado. Faz-se umas rábulas parlamentares para acalmar as hostes, mas é só pirotecnia. Não se deve perder de vista o essencial.
Com as habituais parangonas, discursos e sessões de propaganda, o senhor Pinto de Sousa (Sócrates) anunciou às massas ansiosas que, em mais uma altíssima, tecnologissíssima e inteligentíssima medida, tinha o governo posto à disposição da ralé um ciber-instrumento de tal maneira avançado, que o cidadão passava a gozar da espantosa benesse de poder, por si próprio e sem ajuda, calcular a desgraçada reforma a que tem direito.
Acontece que o autor destas linhas, há para aí três anos, certamente antes do glorioso advento do senhor Pinto de Sousa, resolveu ir ao site da Segurança Social. Lá estava o simulador das reformas, que lhe permitiu calcular aquilo que, agora, é anunciado como possível por obra e graça do espantoso governo da Nação.
É certo que, à altura, as contribuições das pessoas (o “histórico”) ainda não estavam na rede. Mas, para quem soubesse, mais ou menos, o que tinha descontado, lá se fazia o cálculo sem problema nenhum.
Isto quer dizer que o que o governo fez foi ligar a ficha ao “histórico”, coisa que já estava informatizada há um bom par de anos, e não propiciar um cálculo que, com meia dúzia de pancadinhas nas teclas, não fosse já, e de há muito, possível, por mor dos esforços dos execráveis governos precedentes. Os quais, diga-se, propaganda alguma fizeram a tal respeito.
De um acrescento de chacha faz o senhor Pinto de Sousa um acontecimento fenomenal. Os jornais e as televisões, veneradores e obrigados, enchem o pagode com a coisa durante vários dias.
O rato continua a parir montanhas (de vento). Nem o António Ferro conseguiria tanto.
O mui digno posicionamento de Portugal no concerto das nações dá à Europa a ao mundo exemplos de dignidade, de inteligência e de fidelidade aos princípios que informam a república.
Aqui há uns anos, sob a distinta direcção de um tal Cruz Martins (ou Martins Cruz, ou lá o que é), Portugal, mui dignamente, entrou em conflito com os seus parceiros porque insistia em receber com todas as honras o tirano da Bielorrússia, figura execrável e execrada em toda a Europa. E ganhou! O fulano cá esteve, demonstrando assim a força e a categoria da nossa diplomacia.
A imprensa e os indignados do costume têm-se manifestado contra a (não) recepção prestada ao senhor Dalai Lama. Mais uma vez, em extraordinário alarde de força, independência, noção das conveniências e dos pátrios interesses, a nossa diplomacia utilizou razões “óbvias” para negar hospitalidade ao referido senhor*. Cobriu-se de lama por conta do Lama.
A mesma imprensa, e os mesmos indignados, elogiam, em solenes parangonas, a acção patriótica do Presidente Soares, que utilizou a grande amizade, compreensão e irmandade de ideais que o une ao tirano Chávez, para “impulsionar” uns quaisquer negócios de petróleo. Não há uma só voz que discorde. Os indignados calaram-se. Os outros não poupam elogios.
Aqui temos, num rápido “survey”, a forma verdadeiramente eficaz como o Portugal democrático se dedica a auxiliar a tirania. Ele foi o bielorrusso, ele é os chineses, ele é o venezuelano. Haverá para aí mais algum ditador a precisar da nossa protecção?
Há, sim senhor! A ver vamos a sessão de propaganda que o assassino e genocida Mugabe vai fazer em Portugal, sob o olhar embevecido da imprensa, dos indignados e do senhor Pinto de Sousa (Sócrates).
António Borges de Carvalho
*Apesar de tudo, a coisa foi menos menos ridícula do que o “encontro”, nas Janelas Verdes, do Presidente Sampaio com o senhor Lama.
Um tal Nunes, com seus parceiros, dedicou-se, na SIC Notícias, a fazer justa troça dos conhecimentos de inglês do senhor Pinto de Sousa (Sócrates), conhecimentos desgraçadamente demonstrados durante a visita do homem ao camarada Bush.
O pior foi que o Nunes, a rematar as suas doutas declarações, disse “I rest my case”, o que pôs o seu inglês ao nível do do criticado. Bem feita.
Um díscolo qualquer ataca, no fim de um jogo de futebol, um jogador adversário. Gera-se a confusão. Quando, no meio dela, o mesmo animal se prepara para tirar desforço de mais gente, o senhor Scolari trata de o afastar com um murro, tendo o cuidado de lhe não acertar (foi pena).
Um castelhano qualquer lança, urbi et orbe, uma diatribe rasca contra o senhor Scolari. O díscolo faz o mesmo.
Lá fora, as imagens, devidamente manipuladas, correm mundo. Para muita gente, é uma oportunidade de eleição para pôr fora de campo um adversário de respeito.
Por cá, à boa maneira do nacional-fadismo, a imprensa, a televisão, os “líderes” de opinião, são unânimes: o senhor Scolari é uma besta, merece os mais rebuscados castigos, nacionais e estrangeiros.
Quando o castigo chega, resultado óbvio das acções das diligentes criaturas, as mesmíssimas diligentes criaturas caem em si: que é demais, que é muito duro, que é a forma cirúrgica de deixar a equipa sem rumo no que resta do apuramento para o campeonato. O nacional-fadismo de novo em acção.
O Irritado, do seu humilde púlpito, manda um abraço de parabéns ao senhor Scolari. Haja o que houver, fez muito bem!
No que se refere à heróica marcha do governo a caminho do equilíbrio orçamental, o doutor Oliveira Salazar tinha uma vantagem em relação ao senhor Pinto de Sousa (Sócrates): a culpa da desgraça a que se tinha chegado não era dele nem dos seus adeptos. Por isso, para além de ser ditador e não ter imediatas preocupações sociais, tinha um ponto de partida “moral” mais forte. Pinto de Sousa (Sócrates) não é ditador (só irritante, piroso, mentiroso, arrogante e autoritário) e tem que se haver com os sindicatos e outras ineficazes resistências. Além disso, a culpa é do papá Guterres.
De resto, há um paralelismo evidente nos processos: como Salazar, Pinto de Sousa (Sócrates) serve-se da violência fiscal e do corte no investimento para atingir os seus objectivos. E da propaganda para se justificar.
A diferença está nos resultados. Oliveira Salazar, neste particular do alívio do défice, teve resultados. Por isso, se os propagandeou, não mentiu. Pinto de Sousa não tem resultados. Por isso, se os propagandeia, mente. A mentira levou-o ao poder e lá o mantém.
Um fulano do Governo apareceu por aí a anunciar a boa nova à chamada comunicação social. Esta não teve direito a fazer perguntas ao dito arauto. Caladinha e disciplinadinha como no antigamente, pois então!
E então, como é?
Pinto de Sousa (Sócrates) terá feito baixar o défice em 1.500 milhões de euros. Aleluia! Como?
Vejamos:
- Cortou 130 no investimento;
- Cobrou mais 2.200 em impostos;
- Gastou mais 900 em despesas correntes;
- Aumentou em 3,9% as despesas de pessoal;
- Os particulares pagaram mais 8,6% de IRS;
- As empresas pagaram mais 25% de IRC;
Não é preciso ser muito inteligente para perceber que nada, rigorosamente nada, foi feito que tenha a ver com o que se chama “gestão”, ou gestão séria das coisas. Os problemas estruturais mantêm-se (aumentos nas despesas correntes e de pessoal), as soluções são conjunturais (aumentos nos impostos). E, se as cobranças fiscais melhoraram, tal se fica a dever aos governos do PSD.
É evidente, qualquer burro o percebe, que, a manter-se este trabalho de guarda-livros (na boa tradição salazarista), a única solução, no futuro, será continuar a aumentar os impostos, sob pena de aumentar o défice.
Para quem ainda se lembra das diatribes do senhor Pinto de Sousa (Sócrates) contra a dona Manuela Ferreira Leite (cuja forma de endireitar as contas era mais eficaz e entrava menos nos bolsos das pessoas), é fácil perceber a que manjerico estamos entregues.
“Sou como sou”. Foi com esta expressão que Mendes se auto definiu durante o genial embate em que, galhardamente, dois dos candidatos à chefia do PSD se confrontaram.
É pena. O desinteressante senhor não mudou. É como é. Queixa-se de que o adversário passa a vida a contestá-lo, o que não é bonito, dado que, sendo do mesmo partido, deveria, disciplinadamente, apoiá-lo. Compreende-se. Mas a fidelidade a tal princípio deveria ter levado Mendes a apoiar Santana Lopes, em vez de cooperar activamente na sua demolição pelo líder socialista Jorge Sampaio. A fidelidade a tal princípio deveria levá-lo a defender Carmona Rodrigues, em vez de obrigar à sua queda.
O senhor Mendes é como é. Não tolera arguidos em processos-crime. Correu com os arguidos das suas listas. Mas não correu com todos. Escolheu os que lhe desagradavam. Correu com o PSD de Oeiras, Gondomar e Lisboa. Compreende-se. Só não se compreende como deixou outros arguidos no poder. Ele é como é: contra os arguidos, mas só os da sua escolha pessoal. Para outros, lá se vai o princípio.
É como é. É oposição ao PS, mas apoia o PS em deselegâncias tão idiotas como ignorar o Dalai Lama, e em coisas tão monstruosas como a vacatio legis do Código de processo Penal.
Desgraçadamente para todos nós, o senhor Mendes, é incoerente, deselegante e suicidário. É como é.
O senhor Meneses não precisa de o dizer. Também é como é: diz coisas. Diz o que lhe vem à cabeça. Quer relançar a economia com obras públicas, utilizando a preclara mezinha de as transformar em privadas. Tem da construção civil a salvífica ideia de ser a chave do progresso. Adora o nepotismo. De resto, bem se pode espremer, que o suco é nada. Odeia o Sul (a mourama), detesta o que é liberal (?), abomina as elites. Menos que nada.
Sem outra filosofia que não seja a de um provincianismo bacoco e mal assumido, são ambos limitados, pequeninos, uma desgraça.
Os barões fecham-se em copas. Não estão disponíveis. Quando muito, na penumbra, colaboram num mirífico “programa”. Os tempos estão difíceis. Eles, coitados, não querem ver tocadas as fímbrias das nobres vestes. Talvez um dia… se ainda houver PSD. Para já, quietinhos, que a coisa está chata. São como são.
Em São Bento, o abutre alisa as penas*. Está contente, feliz, pode continuar, impunemente, a espremer o povo. A fazer as almas (e as bolsas) mais pequenas*. É como é.
E nós, porra! E nós?
António Borges de Carvalho
* Abusivas paráfrases de um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen
Nevada, Idaho, Oregon e Utah, 18 (dos nossos correspondentes):
Tem-se verificado enorme agitação social nos estados do Midwest norte-americano, após o Primeiro-Ministro português, em reunião com o Presidente Bush, ter declarado a sua solidariedade com os problemas da região. Multidões entusiasmadas têm descido às ruas aclamando o senhor Pinto de Sousa (Sócrates) pela disponibilidade demonstrada em relação aos seus problemas. Em várias capitais se prepara a recepção às tão ansiosamente aguardadas tropas portuguesas.
Washington DC, 19 (do nosso representante permanente):
Foi necessária a mobilização de vários contingentes policiais, reforçados pela guarda nacional, para conter a turba-multa que, em delírio, aplaudia o líder português durante o seu jogging junto ao Capitólio.
Fontes autorizadas confirmam ainda que o presidente Ahmadinejad, do Irão, receando que o auxílio proposto por Pinto de Sousa (Sócrates) alastre para além do Midwest e seja oferecido a todo o território americano, recuou nas suas intenções belicistas contra os EUA.
Lisboa, 19 (da redacção):
Após as declarações do Primeiro-Ministro em Washington, um porta-voz do complexo das indústrias portuguesas de defesa confirmou a recepção de ordens do governo para o imediato reforço da produção de bombas de hidrogénio, caças Tuga 48 e bichas de rabiar.
Em mais uma manifestação de genialidade legislativa, o governo que temos resolveu introduzir alterações de monta no processo penal.
Encurtam-se os prazos de prisão preventiva.
Considera-se que os processos em recurso cujos réus já cumpriram a prisão preventiva máxima prevista na nova lei, continuarão com o réu em liberdade.
Põe-se a coisa em vigor quinze dias depois da publicação.
Não se pensa, ou não se quer pensar, nas consequências das novas normas, as quais, em si, podem ter algumas virtudes.
O resultado foi que uma multidão de perigosos rufiões saiu em liberdade e se passeia por aí, cheia de “direitos” e de oportunidades.
Como é possível tão monstruosa incompetência?
Como é possível não se ter dado às novas normas uma vacatio legis que obviasse a tão óbvias consequências?
Como é possível não se ter usado a oportunidade para pressionar os tribunais a julgar mais depressa aqueles que, sendo acusados de crimes graves, seriam libertos com a precipitada entrada em vigor das novas normas processuais?
Como é possível que o Ministro da Justiça não tenha visto o que ia acontecer?
Como é possível que o Primeiro-Ministro não tenha um assessor que lhe chame a atenção para isto?
Como é possível que não haja uma comissão parlamentar que, por unanimidade, se revolte?
Como é possível que o Presidente da República assine de cruz uma bojarda desta ordem?
Nesta pobre terra, tudo é possível. E todos são cúmplices neste oceano de possibilidades.
Em 1982, como consta em documentos religiosamente escondidos na Assembleia da República, os legisladores constituintes retiraram ao Presidente da República o Comando Supremo das Forças Armadas, dando a esta dignidade um carácter quase honorífico e estabelecendo para ela uma bem definida série de funções, nenhuma das quais correspondendo ao comando efectivo de tais forças ou à definição das políticas que lhes dizem respeito.
O Presidente Sampaio, plenamente consciente do espírito do legislador, resolveu atribuir a si próprio o que sabia não lhe competir. Quando o conflito com o Primeiro-Ministro Barroso estalou, encontrou-se uma solução salomónica, destinada a salvar a face de ambos: como a GNR não era um ramo das Forças Armadas, o Primeiro-Ministro faria o que entendesse com ela. O resto ficava sob a (inconstitucional) alçada do Presidente.
Os tempos passaram, e as coisas foram de mal a pior. Neste momento, acerca da polémica sobre as eventuais futuras quatro estrelas do comandante da GNR, vozes não desmentidas por Belém alegam que a GNR, sendo um corpo militarizado, deve ser considerada como um quarto ramo das FA, devendo, por conseguinte, ser comandada por um general de quatro estrelas e ficando sob o (constitucionalmente inexistente) comando do Presidente.
Ora a GNR, ainda que regendo-se por normativos militares, é um corpo de ordem pública, não havendo, nem devendo haver, qualquer sombra de confusão conceptual, ou de missão, com as FA.
A alteração em voga não mais é que mais um brutal efeito da ignorância governamental, a que se junta, como agravante, a partir de Belém, uma mal confessa sede de poder.
Às vezes, quando o Irritado tece considerações pouco abonatórias sobre essa prestimosa corporação que se intitula Bloco de Esquerda, a boa consciência pesa-lhe, acusando-o de eventuais exageros. Mas eis que, ó sorte, os notáveis rapazes vêm confessar, preto no branco, o que o Irritado vem dizendo. A circunstância enche o Irritado de justificado orgulho. O Irritado tem razão!
Então não é que uma fonte oficial dos rapazes vem dizer que “os lisboetas sabem que Sá Fernandes mantém uma postura de denúncia”? E não é que a mesma fonte afirma que o dito bufo (por estar na Câmara) “não só manterá a sua “postura de denúncia” “mas também terá (para tal) melhores condições”?
Ou seja, a política do bando, corporizada, simbolizada e realizada pelo Fernandes na CML, é a da bufaria profissional. Os PIDES sobrevivos, e mesmos os encaixotados, devem estar agarrados à barriga, a rir como tontos.
Consta em certos mentideros que a Associação Merdosa dos Saudosistas da PIDE, KGB, Apaniguados do Género e Alarves Radicais (AMSPKAGAR) vai mandar erguer, junto à sede do bando, um grupo escultórico (neo-clássico), em que uma ninfa, com as mamas de fora, espeta facalhões nas costas de um tipo de gravata. O concurso de ideias para o monumento estárá, diz-se, em curso, sendo o Loiça presidente do júri.
Um pouco por toda a parte, as posições dos cidadãos e dos governos em relação à energia nuclear vêm evoluindo sentido da aceitação da sua necessidade e da confiança que merece.
Razões económicas, estratégicas, tecnológicas e, imagine-se, ecológicas, militam a favor do desenvolvimento da opção nuclear.
É sabido que a Índia tem em marcha um projecto para instalação de cerca de vinte centrais e, no caso da China, fala-se de cinquenta. Mas não são só as economias emergentes a tomar esta opção. A Finlândia tem uma central em construção, na Austrália o governo declarou a opção como inevitável, o Reino Unido prepara nova regulamentação para relançar o sector, em França opção está tomada, nos EUA há quase trinta novos pedidos de instalação em fase de estudo ou de autorização. A própria Espanha, segundo algumas fontes, prepara-se para tomar medidas no sentido de aumentar dramaticamente a sua produção de energia a partir do nuclear.
A opinião pública vai pelo mesmo caminho. Segundo o “Economist”, no Reino Unido, os opositores ao nuclear são hoje cerca de 30% dos britânicos, tendo sido, há apenas três anos, 60%. Nos Estados Unidos, a opinião favorável é já de 50%, partindo-se de 44% em 2001.
Alguns dos mais ferozes ainda que acreditados ecologistas assumem uma viragem de 180º a este respeito: o nuclear é hoje a forma mais limpa e com menor impacto ambiental de produzir electricidade.
Para o Ocidente, o desenvolvimento do nuclear representará uma monumental descida na factura de produtos provenientes de países instáveis, transferindo-se a compra de matérias-primas para zonas mais fiáveis, como a Austrália e o Canadá, sem que tal represente, bem pelo contrário, um aumento do preço ao consumidor final.
É esta a tendência da Civilização.
Em Portugal, um financeiro propôs ao governo construir, sem despesas para o Estado, uma central nuclear. Não faço ideia, nem ninguém fará, se tal proposta era favorável aos nossos interesses. O que se sabe é que o Primeiro-Ministro, olimpicamente, declarou que a coisa “não está na agenda do governo”. Em vez de dizer ao proponente “venha de lá a proposta concreta para análise”, não senhor, o nuclear está fora da agenda, e acabou-se a história.
O “líderes” de opinião (Quercus e quejandos) ficaram descansados, ou aborrecidos, por, desta vez, não ter motivo para chatear o poder.
Os fulanos que, orgulhosamente, andam a plantar carissíssimos aerogeradores pelo país fora como antes se plantavam eucaliptos, borrifando na beleza da paisagem e nos nossos bolsos, propagandeiam o nosso “avanço” em matéria de produção de electricidade. Não informam, et pout cause…, sobre o preço da electricidade que produzem.
Em resumo, Portugal dá passos de gigante para ficar, ou para continuar, à margem do futuro. Em nome de uma causa que já nem politicamente correcta é…
Se já somos os últimos de muita coisa, parece que nos preparamos para o ser em muitas mais.
Sim, meus senhores, somos o primeiro país do Sul da Europa a ensinar publicidade… às criancinhas das escolas! Aleluia!
A coisa tem que se lhe diga. Trata-se de um programa da autoria de um dos mais criativos fabricantes de programas da nossa praça, o ilustre engenheiro Roberto Carneiro. Este académico, a quem se devem cerca de três mil reformas do ensino, associou-se a um Comité de Educação (?) formado por entidades tão idóneas e independentes como a Nestlé, a Danone, a Kellogg’s e a Modelo/Continente, as quais, sob o alto patrocínio da Associação Portuguesa de Anunciantes (tudo malta desinteressada, competente e preocupadíssima com a educação das criancinhas), se propõem incluir no ensino primário conceitos e matérias relacionadas com a publicidade.
Curvando-se perante tão nobre e útil iniciativa, o Irritado atreve-se a propor que se introduzam no ensino primário algumas matérias menos nobres e menos úteis, tais como o ensino da tabuada e da ortografia, ou a menos inteligente prática do ditado, da redacção e da aritmética. Durante os intervalos da publicidade, é claro.
Acerca do caso da pequena desaparecida no Algarve, muito se tem falado da campanha que, em manifestações ordinárias de serôdio paternalismo colonialista, os tablóides britânicos têm movido contra a PJ e contra Portugal, .
A coisa tem a importância que tem, não valendo a pena preocuparmo-nos muito com ela.
Os tablóides britânicos são, porém, uns autênticos anjinhos, se comparados com o social-esquerdista de fresca data que dá pelo nome de José Miguel Júdice. O notável estalajadeiro, participando, não se sabe a que título, num programa da RTP, teceu críticas à Polícia - incompetente, atrasada, sem meios, incapaz de investigar, insistindo em processos ultrapassados, sem política pública, uma desgraça - e ao país, críticas que metem num chinelo as parvoíces dos tablóides britânicos. O homem não parava. Um tablóide de carne e osso. Cada vez que abria a boca, lá vinha a diatribe. Lamentável exibição de irresponsabilidade e de exibicionismo bacoco.
Depois, com argumentos “legalistas” e de respeito pelos “direitos humanos”, o homem fez a mais desbragada defesa dos pais da criança, mais uma vez com a evidente intenção de pôr em causa o trabalho dos seus concidadãos.
O que pode levar um fulano, tido por inteligente, a tal desconchavo? Deixo a resposta a quem me ler. Não será difícil imaginar os porquês da coisa.
Para que nos vejam, temos que nos pôr em bicos dos pés, não é?
Há para aí quarenta anos, meti-me num táxi em Munique e resolvi exercitar o meu macarrónico alemão com o motorista. Palavra puxa palavra, e o jóvem acabou por me dizer que era jurista e que, não tendo encontrado emprego em que aplicasse os seus conhecimentos, andava na praça.
Conheço um americano, hoje próspero economista numa multinacional, que, no intervalo entre dois empregos, foi distribuidor de jornais e vendedor de hamburgueres.
Contaram-me que um padre inglês, estando sem paróquia por zanga com o bispo, fazia limpezas no aeroporto de Heathrow.
Conheço várias meninas e meninos, licenciados nas mais diversas e (às vezes) estrambólicas matérias, que, em Portugal, vivem do subsídio de desemprego porque não lhes aparece um emprego “compatível”.
Conheço vários empregadores cá do burgo que, com o maior prazer, contratariam uma menina ou um menino desses para tarefas menores. Mas não o fazem porque não há candidatos.
Conheço um sem número de agricultores que, respeitando as leis, contratam operários agrícolas da Moldávia, da Roménia ou da Ucrânia, licenciadíssimos. Não encontram um só português à procura de trabalho.
Esta coisa é, para todos os efeitos, um país de gente (muito) fina. Quando se diz que há não sei quantos mil jóvens licenciados no desemprego, deveria dizer-se que há não sei quantos mil jóvens licenciados que não aceitam os empregos que há, preferindo viver à nossa custa.
O trabalho é um direito. Por conseguinte, não é um dever.
Numa tirada de génio, Dona Maria José resolve que é preciso dar cabo das lojas dos chineses na Baixa, e criar uma “chinatown” lá para os lados do Martim Moniz.
Dona Maria José acha que tais lojas não estão ao nível do que se desejaria que fosse a Baixa de Lisboa.
De acordo. Apoiado.
A arrancada da senhora, verdadeira manchete da sua anunciada rentrée no galarim da política lisbonense, desta vez ao serviço do social-esquerdòidismo, suscita, no entanto, algumas questões.
Perguntar-se-á, antes de mais, porque é que não se lembrou disso mais cedo, já que anda preocupada com estas matérias há dois ou três anos.
Depois – as perguntas são como as cerejas – poderá perguntar-se porque se preocupa com as lojas dos chineses e não com as vergonhosas baiúcas que pululam na Baixa, algumas com passado, todas sem presente e sem futuro outro que não seja o de sacar umas massas ao senhorio, desgraçado há custa quem vivem há muitas décadas, sem nenhuma preocupação de modernização ou de qualificação, já que o seu verdadeiro produto não é o que está na montra mas o trespasse ou a indemnizção, instituições que matam a cidade mas que a Lei protege e o inquilino agradece.
Também se poderia perguntar se é o salazarismo visceral ou o socialismo dos seus novos parceiros o que a faz achar que “recupera” a Baixa sem mexer na lei do arrendamento, sobretudo na pessegada que os seus novos amigos arranjaram com o NRAU.
Não menos lógico será perguntar à nobre Senhora por que carga de água se não revolta contra o municipal crime de extorsão que é dobrar os impostos aos prédios desocupados (uns meros quarenta milhõezitos de euros, cálculo por defeito, diz-se), como se alguém abandone o que é seu à ruína por prazer e não por se ver privado do seu rendimento durante uma vida inteira, por imposição estatal. Está de acordo? Então a obrigação do Estado, e do município não deveria ser procurar ajudar os lesados (em triliões de contos), em vez de os castigar com mais impostos? Qual é o critério da senhora? O trotzquismo? O ribeirotelismo? Ou o galarinismo à custa seja do que for?
E, já agora, será de perguntar ainda a Dona Maria José porque é que deu o pontapé de saída para a queda da Câmara que deu a mão ao seu projecto. Teria algum pacto secreto com o Costa, ou com o bufo?
Perguntas legítimas, que jamais serão respondidas. Just for the record.
Legitimamente alcandorado à posição de Presidente da III República Portuguesa, vai o Prof. Cavaco Silva, penosamente, usando os poderes que, infelizmente, a Constituição lhe confere.
Acha-se, e é infelizmente natural e legítmo que se ache, uma espécie de vigilante das actividades do Parlamento, da maioria e do Governo, exercendo o poder através do veto, umas vezes bem outras mal. Nas democracias estáveis, à excepção da francesa, este tipo de prerrogativa não existe, ou não é usado.
Desta vez, SEPIIIRPPDAACS excedeu-se. Ao vetar a Lei da Responsabilidade Civil do Estado, SEPIIIRPPDAACS comete uma grave afronta ao sistema político que é suposto defender, contradiz-se a si próprio, e contribui para a insegurança jurídica dos cidadãos. Uma Lei votada por unanimidade pelos representantes dos eleitores, não pode, ou não deveria poder, ser vetada fosse por quem fosse. O próprio Tribunal Constitucional teria que pensar duas vezes antes de a considerar ofensiva da Constituição, uma vez que um voto unâmine, ultrapassando a maioria qualificada “constituinte”, pode, ou deve, ser considerado como uma espécie de “jurisprudência constitucional”.
Usar, como o faz SEPIIIRPPDAACS, a legitimidade que lhe foi dada por 52% dos portugueses para infirmar o que foi aprovado por representantes de 100% dos mesmos, é cometer o que não pode deixar de ser considerado como uma argolada política e jurídica de todo o tamanho.
Materialmente, o caso não é para menos. Então não era o Prof. Cavaco Silva quem brandia aos quatro ventos a bandeira da transformação do Estado numa “pessoa de bem”? É sabido que o conceito de pessoa de bem, para o senhor, não será, como ficou à saciedade provado durante os seus governos, exactamente o mesmo que para a generalidade dos cidadãos. Mas, que diabo, quando o Parlamento legisla no sentido de fazer o Estado assumir as suas responsabilidades civis, que seja o Prof. Cavaco quem vem pôr-se do outro lado da barricada, convenhamos que ultrapassa tudo o que é espectável, ou desejável.
Na modesta opinião do Irritado, estes acontecimentos (os vetos) só vêm provar o quanto o semi-presidencialismo é contraproducente, o quanto a eleição directa do presidente é uma asneira, o quanto a representação da Nação e da República perde com o hibridismo bacoco e francesóide do sistema.
Já que não temos, como os espanhóis e tantos outros, um Rei que a todos represente sem a nenhum representar nem de ninguém depender (a não ser do Parlamento), ao menos que tivéssemos um Presidente que não se metesse (não se pudesse meter) onde não é, ou não devia, ser chamado.
O Irritado não é, desde há muitos anos, o que se pode chamar um admirador do Prof. Cavaco Silva. Cedo se desiludiu quanto às excelsas qualidades do respeitável senhor.
No entanto, aceita sem qualquer hesitação ou rebuço que ele seja, com toda a legitimidade e de pleno direito, Presidente da III República Portuguesa. Como tal, deve-lhe o Irritado todo o respeito e a maior deferência. Jamais ocorreria ao Irritado ficar sentado quando o senhor entrasse, ou não lhe retribuir um cumprimento, ou sair da sala em protesto pela sua entrada, ou não entrar por se recusar a usar o mesmo tecto, ou virar-lhe a cara se por ele interpelado.
Postas as coisas nestes termos, perguntar-se-á, com razão, a que propósito vêm elas.
É simples. O “Expresso” do último Sábado vem fazer uma espantosa diligência para demonstrar o lado “humano” do mais chato e prolixo de todos os escritores portugueses, vivos ou mortos. Torcionário da Liberdade, saneador implacável, admirador e servidor dos sovietes, amigo de tiranos e assassinos, sobre ele vem o “Expresso” publicar um texto – servido por doces fotografias - em que sobressai a “cultura cívica” do homem: ele, José Saramago, jamais entrará onde estiver o Presidente da República, jamais o cumprimentará, jamais terá com o homem qualquer contacto, jamais lhe testemunhará qualquer respeito.
Enfunado pelo prémio em que a Academia Sueca demonstrou como se chafurda nas lixeiras do politicamente correcto, armado em dono da moral, da História e da Nação, vem o chato, como repetidamente tem feito, exprimir o seu desprezo pala Pátria que o fez, coisa que, na sua opinião, nem sequer devia existir. Devia era confundir-se, como ele, com a Castela que o albergou.
Tempos houve em que quem queria e podia dava dinheiro aos partidos políticos. Empresas, particulares, instituições, partidos e governos estrangeiros, fundações, toda a gente, sem restrições ou fiscalizações. Empresas havia que davam a todos. Faziam umas contas, reservavam uma verba, e vai disto, fabricavam uns critérios e iam distribuindo de acordo com eles.
Aos poucos a situação foi mudando. A moral vigente neste princípio de século é a mesma do século passado, só que de pernas para o ar. Ao exagero e permissividade dos velhos tempos, substitui-se uma apertada rede de proibições, investigações, penalizações, condenações e, sobretudo, de permanentes suspeições.
Por um lado, parece que a moral de agora é melhor que a antiga. Por outro, porém, facto é que, com o pretexto de financiamentos ilegais, tal moral é largamente aproveitada pelos inimigos da democracia liberal, ou seja, pelos inimigos da Liberdade.
É por isso que o problema devia ser resolvido através da prática da verdadeira Liberdade, que é a liberdade responsável. Quem quisesse dar dinheiro a terceiros, partidos ou não, devia poder fazê-lo livremente, desde que às claras. Se a empresa A, ou o senhor B, quiserem dar umas massas ao partido C, pois que o dêm. Mas que o declarem nas suas contas, e que o receptor do dinheiro faça o mesmo. Que seja público, assumido, claro. Isto resolveria a questão do tráfico de influências. Pois se a empresa A, ou o senhor B, deu dinheiro ao partido C, mas toda a gente o sabe, é evidente que o partido C terá todo o interesse em que lhe não possa ser imputado, uma vez no poder, o favorecimento da empresa A ou do senhor B, e que estes tomarão os cuidados necessários para que que acusações dessa ordem lhes não possam ser imputadas. As coisas moralizar-se-iam através da prática da Liberdade, e não por medos, proibições, punições e descréditos.
A fúria proibicionista que anima tanta gente ( a começar nos que toda a vida foram financiados por poderes estrangeios e a acabar em santas almas prenhes de correcção…) mais não faz do que, como a lei seca, incentivar o contrabando e justificar operações de saco azul.
Aqui fica a sugestão. Ninguém a seguirá, como é óbvio. As coisas continuarão na mesma, que é o que interessa aos traficantes e aos donos da moral e da razão.