O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
Ontem, num programa da SIC Notícias dedicado a temas económicos e dirigido por aquele rapaz simpático de olhar fixo e ausente, o genial professor Campos e Cunha afirmou que a SEDES, ao “ameaçar” o Povo e a Democracia com uma golpada, não se referia, nem pensar, a um golpe militar, mas a qualquer coisa tipo Maria da Fonte. O Irritado, modestamente mas com conhecimento de causa, propõe a sua excelência que acrescente os Cabrais, o João Brandão e o Zé do Telhado à lista dos eventuais golpistas.
Outra notável e insistentíssima afirmação do professor, bem como do seu acompanhante, tem a ver com a “comunicação social”, que a SEDES acusou de estar por detrás de muitas das milongas com que o país se vai entretendo, e enterrando. Opinam repetidamente os ilustres académicos que, ao dizê-lo, a SEDES se referia a “certa comunicação social”, e não à comunicação social em geral. Compreende-se que os senhores quisessem excluir a SIC das malfeitorias que à “comunicação social” atribuem, uma vez que seria indelicado acusar a estação anfitriã de tais malfeitorias. O Irritado, a fim de poder dar algumas orientações aos seus leitores e evitar confusões, propõe a suas excelências que especifiquem quais os órgãos de comunicação que consideram “bons”, e quais os que, na sua douta opinião, constituem a legião dos maus.
Finalmente, perante a desdita do chefe do programa acerca do facto de as denúncias da comunicação social, às vezes, não darem em nada, o Irritado propõe que, de acordo com o referido senhor, todos os acusados pela comunicação social sejam imediatmente presos e enviados ao establecimento prisional competente (talvez um campo de concentração), o que aliviaria os polícias, os procuradores, os advogados e os tribunais, poupando tempo ao Estado e dinheiro ao contribuinte.
E mais não propõe o Irritado, na esperança que a comunicação social - sem que os doutos académicos nos esclareçam não se sabe se a má se a boa - o não condene por ofensas ao respeito intelectual sem dúvida devido aos intervenientes no debate.
Não tenho por hábito ler as facturas da EDP. Olho para o total e, se não for coisa anormalmente arrepiante, pago, e acabou-se. Se não pagar, os tipos cortam-me a corrente, e acabou-se também.
Hoje, não sei porquê, olhei para aquilo com mais atenção. Numa linha cá de baixo, fora do esquema da factura, aprece uma simpática parcela, docemente intitulada “Contrib. audio-visual (nota de débito nº ……..) Qtd. 2 ……….3,42.
Após estudar o assunto, concluí que Qtd. 2 se referia ao número de meses a que a coisa diz respeito. Quer isto dizer que pago, por cada mês de consumo, a miserável quantia de um euro e setenta e um cêntimos para gozar da extraordinária benesse de ter acesso (mesmo que o não tenha, ou o pague à TVCabo) à distinta RTP e à magnífica EDP.
Mas atenção!!! Há mais uma linha, rezando assim: “IVA (5%* 3.42)… 0,17”.
Ou seja, pago, todos pagamos, IVA sobre a dita Contribuição!
É sabido que a palavra Contribuição foi uma invenção da revolução francesa: como a França passava a ser du peuple, os Impostos deixavam, por decreto, de ser impostos, para passar a ser “Contribuições”. O peuple deixava de ser forçado a pagar impostos, para passar a ter a honra e o prazer de “contribuir” para o bem comum.
A distinção, com o passar dos tempos, foi-se confundindo, como não podia deixar de ser. Portugal, diplomado macaco de imitação, passou a ter, modestamente, “Contribuições e Impostos”. Hoje, julgava eu, como a Direcção Geral das Contribuições e Impostos passou a chamar-se só “Direcção Geral dos Impostos”, teria deixado de haver, pelo menos formalmente, tal distinção. Enganava-me, uma vez que – as facturas da EDP bem o provam – aplicam o IVA sobre a dita “contribuição”. Substancialmente, não passa de mais um caso de impostos sobre impostos, como tantos outros a que o Irritado se tem referido. Os fulanos tratam os impostos como se fossem taxas de serviço que ao contribuinte fosse dado ter ou não ter, consoante o entendesse.
Vejamos, em números simples, e por defeito, o que se passa:
Se entendermos que haverá, em Portugal, um consumidor de electricidade por cada cinco habitantes, teremos que, por ano, os cidadãos entregam ao Estado a módica quantia de quarenta milhões e quarenta mil euros, mais 5% de IVA, ou seja quarenta e três milhões e noventa e dois mil euros, para que lhes seja prestado um serviço de que, manifestamente, muitos não precisam, a companhias estatais que têm outras chorudas receitas e que, mesmo assim, deram não sei quantas centenas de milhões de prejuízo ao longo de muitos anos, centenas de milhões esses que não haverá outrem que pague a não ser exactamente os mesmos desgraçados que pagam a estimável “contribuição”, mais o IVA, mesmo que nunca vejam a RTP nem ouçam a RDP. Isto, sob pena de ficar sem energia em casa!
Vejam o que é a “justiça social” desta porcaria de governo.
Há coisas que vale a pena ver. Se quiser comparar a felicidade dos outros com a nossa desgraça (a do 5 de Outubro...) clique no aqui que se segue. Sem mais comentários, pelo menos por enquanto.
Faça o meu caro leitor as comparações que entender ou, pelo menos, pense um bocadinho no assunto.
Já não sei quem respondia, quando lhe perguntavam porque era monárquico:
O Irritado não gosta de falar duas vezes no mesmo assunto, pelo menos duas vezes quase seguidas. Nas não pode mais. Esta história da “entrevista” feita por dois “jornalistas” ao senhor Pinto de Sousa (Sócrates) dá cabo dos nervos a qualquer cidadão que não aprecie ser aldrabado.
A imprensa de fim de semana foi um mar de medo. À excepção do SOLcrates, cuja filosofia é conhecida e, enquanto órgão do poder, tem desculpa, foi um mar de minhoquices sobre a natureza “pacífica” do programa, sobre a “simpatia” dos jornalistas, sobre a segurança e a capacidade de afirmação, a boa preparação, a fluência, o à-vontade do primeiro-ministro, as respostas debaixo da língua, o conhecimento dos dossiês, a ausência de hesitações, etc.
A coisa teve o seu gran finale com o ilustríssimo e profissionalíssimo comentador Rebelo de Sousa (será primo do Pinto de Sousa pelo lado do Sousa?), na opinião do qual não se põe em causa probidade e o profissionalismo dos jornalistas, nem se pode condenar a forma cordata, civilizada, fluente, como fizeram o seu papel. O senhor Rebelo de Sousa sabe de ciência certa o que se passou. Mas, como a generalidade dos comentadores, tem medo de o dizer.
O que se passou, pública e notoriamente, foi uma espécie de inside trading, uma coisa combinadíssima, em que o entrevistado determinou quais os assuntos a tratar, as perguntas a fazer, a ausência de interrupções, a “autorização” para repetir o que quisesse as vezes que quisesse, o não tocar em assuntos sensíveis, e por aí fora. Só não viu nem ouviu isto quem não quis ver nem ouvir. O resultado do jogo estava previamente determinado, a fazer lembrar o “Apito Dourado”. Só que os outros – os do futebol - andam a contas com a Justiça. Os que “entrevistaram” o senhor Pinto de Sousa são uns heróis.
É sabido que vivemos num país de combinatas e de jogos de bastidor. O problema é que, quando a coisa chega à “informação” de forma tão violentamente despudorada, fica em causa um dos esteios mais importantes de um regime em que a liberdade é um valor com algum valor.
A RTP está no bolso do governo. A SIC deu o espectáculo de que vimos falando. O Diário de Notícias é o que se sabe. O SOL, meu Deus! Como não leio todos os jornais, não sei o que neles se passa, mas é fácil de perceber a monumental campanha de governamentalização que por aí vai.
Provavelmente não chegaremos a ter outra vez a censura, pelo menos uma censura como tal chamada. Mas temos que nos habituar, outra vez, a ler nas entrelinhas, a tentar perceber o que está por detrás das manchetes, a procurar distinguir o que é notícia do que é recado. Com a agravante, como se viu, de até aquelas de quem se poderia esperar algum sentido crítico, mesmo esses, já terem começado, quais hipopótamos do Ionesco, a ter medo de dizer a verdade. Mesmo quando ela se mete pelos olhos dentro.
De repente, os mais exigentes exegetas da política internacional descobriram as extraordinárias qualidades do senhor Barak Hussein Obama, primo afastado do Sadam pelo lado do Hussein, dizem viperinas línguas. É o maior, proclamam várias pitonisas, o mais inteligente, o que mais fala ao coração das gentes, o mais sábio, o mais, o mais, o mais. Uma senhora com lugar cativo no pay roll do “Expresso”, considera-o, vejam lá, “poético”. Onde chega a onda! Até o Ex-Presidente Soares se desdobra em elogios, ao ponto de descobrir o que ninguém ainda tinha descoberto: que o homem tem ideias. Multiplicam-se os artigos de fundo, uma panóplia de opiniões mais ou menos iguais, e todas obamamente encomiásticas. A cereja em cima do bolo foi anteontem colocada pelo impagável Pinto de Sousa (Sócrates), o qual, como não sabe inglês (a não ser inglês técnico…), repetiu, em português, o Yes, we can do senhor Hussein Obama. Olaré.
Há poucas semanas, toda esta malta, em uníssono, gritava bem alto o excelso nome e as inigualáveis qualidades da dona Hilária, a qual, além do mais, orgulhosamente, era uma mulher sem precisão de cotas, uma mulher com profundos conhecimentos dos corredores da Casa branca, do Senado, da política externa, dos problemas sociais, e até tinha umas pitadinhas de esquerdismo que só lhe ficavam bem.
De repente, o Obama começou a subir nas votações, e aí vai a maralha como um rebanho atrás do varapau. Viraram a casaqueta, e de que maneira, perante a hipótese de vitória do rapaz, preparados todos para gritar o vae victis final à sua estrela de ontem.
É esta a “massa crítica”, é este o “pensamento” das elites portuguesas.
Para o Irritado é mais ou menos indiferente: venha o Obama, venha a Hilária, venha o McCainn, venha quem vier que tenha o que é muito mais importante que o candidato mas que ninguém conhece nem se interessa por saber, isto é, alguém que traga consigo uma equipa de gente sabedora, sensata, credível, capaz de jogar o xadrez da política com visão de futuro, gente que ponha alguma ordem na vida internacional e que faça da América, outra vez, o motor económico do Ocidente e um farol de Liberdade. O resto são cantigas para entreter os pacóvios, são excitações de balzaquianas, arengas de reformados, oportunismos de plumitivos que querem, mais tarde, dizer que acertaram no prognóstico.
O camarada Costa anda à rasquinha. Resolveu pedir um empréstimo e, vai daí, o Tribunal de Contas manda-o passear.
A coisa seria só chata, se não fosse cómica. O camarada Costa foi o grande inventor, e promotor, da lei que impede os municípios de se endividar. Mercê da preciosa ajuda do suicida Mendes, meteu-se em eleições para a câmara, e ganhou-as. Ha, ha, agora sai-lhe o tiro pela culatra, parece que se deitou na cama que fez, virou-se o feitiço contra o feiticeiro. Ha ha!
Mais engraçado ainda é que o jurisconsulto de serviço, o catedraticíssimo Vital Moreira, PC noutras águas e PS nas mais recentes, defensor acérrimo das iniciativas do Costa & Companhia, já tratou de andar a dar voltas ao bestunto para provar, por A+B, como sempre, que o Tribunal de Contas é um chato e que a lei que não deixa fazer o empréstimo e que ele tanto defendeu, afinal, no caso do Costa não se aplica, ou seja, foi feita pelo Costa mas só para os outros. Ha ha.
Não sei, nem quero saber, embora não tenha raiva a alguém que saiba, se alguém souber, quais os inteligentíssimos argumentos que levam a uma conclusão (a do Tribunal) ou a outra (a do Costa/Vital & Companhia).
Sei que os tipos estão à rasca, o que já me chega para alegrar este dia tão sombrio.
Um desgraçado de um multimilionário suíço resolveu investir em Portugal. Não fazia ideia, como é óbvio, do caldinho em que se estava a meter. Mas, honra lhe seja, resistiu. Durante 12 anos, pachorra das pachorras, andou para aí de Herodes para Pilatos, fez projectos, re-projectos, contra-projectos, comprou pareceres, mandou fazer estudos, tratou do ingentíssimo problema do impacto ambiental, moveu influências, pagou a advogados, pediu, baixou-se, levantou-se, zangou-se, desesperou, des-desesperou, bramiu, esperneou, charmou, implorou, zangou-se outra vez e outra vez se deve ter des-zangado.
O homem queria fazer um projecto num terreno que teve a desgraça de comprar, onde faria não sei quantas centenas de hectares de coberto natural numa zona há séculos completamente abandonada, criaria, diz, mais de mil empregos, uns campos de golfe, os indispensáveis apartamentos, hotéis, etc.
Finalmente, mercê do concept PIN, invenção do socrismo, certamente com a gloriosa intervenção do senhor Basílio, conseguiu ver a coisa aprovada ao mais alto nível, o do governo.
Esqueceu-se, grande nabo, de um pequeno pormenor. É que, nesta pobre terra, quem manda é a Quercus e o Geota, entidades mais ou menos divinas que se dedicam a ser contra tudo o que não goze do seu celestial imprimatur. Dizem as más-línguas, por certo inspiradas pelo demónio, que, se não se entregar a feitura dos estudos “ambientais” a determinados cidadãos, nada há que se faça neste país. Longe do Irritado pensar, ou dizer, tais e tão graves aleivosias. Facto, porém, é que as citadas organizações meteram a já clássica “providência cautelar”, e lá veio o juiz de serviço mandar o homenzinho parar as obras e meter a coisa na gaveta.
Indigna-se o primiro-ministro, o ministro do ambiente, e mais não sei que autoridades. Vão todos juntos, com o suíço, contestar a negregada decisão.
No meio disto tudo, o que importaria saber era se, ganhando o suíço a querela, quantos milhões irão as poderosíssimas organizações pré-citadas pagar ao fulano, não vá acontecer como com túnel do Marquês, e acabar tudo como os milhões de buraco causados à câmara de Lisboa pelo Fernandes, que anda para aí a assobiar para o ar como se não fosse nada com ele.
Caloteiros, bufos, denunciantes, sobretudo anónimos, empatas e invejosos é o que está a dar.
Parece que, num assomo de brilhante génio, houve uns tipos que chegaram à conclusão de que os rapazinhos e as meninas, em Portugal, não aprendem… português. Ou que o português que aprendem não presta para nada. Trata-se de coisa que toda a gente sabe – basta andar na rua… - mas que parece que os cérebros de serviço só agora o concluíram. Mais vale tarde que nunca.
De sublinhar é que o governo que temos se apressou a informar o respeitável público sobre a origem do problema. Na sua genial opinião, os culpados são… os pais das criancinhas. Ou seja, as escolas são o máximo, os professores uns sábios, os programas de excepcional qualidade pedagógica, o ministério um exemplo de cuidados, de modernidade, de acompanhamento preocupado e constante dos alunos, etc.. Os pais, esses, são umas bestas.
O Irritado propõe, humildemente, a única solução possível para o problema: põe-se os pais na cadeia e mete-se os filhos num campo de concentração onde serão devidamente educados pelos magníficos professores, sob a ínclita direcção do ministério da educação. Todos os meses, o primeiro-ministro deslocar-se-á ao campus, a fim de anunciar mais umas medidas da mais alta importância.
Grande esperança enche o peito dos portugueses. Qual Infante Dom Henrique, o grande, o inigualável, o fidelíssimo socrélfio que dá pelo nome de Basílio, declara-se “de braços abertos” aos investidores chineses que dizem andar a escolher o local mais barato para fazer uma fábrica de automóveis. Na corrida, para além de Portugal, estão outros progressivos países europeus, tais como a Roménia e a Bulgária.
Para quem as voltas da vida levaram a presenciar o que são investimentos chineses, a coisa tem aspectos aterradores: o senhor Basílio receberá “de braços abertos” uns dois ou três mil chineses, daqueles que nunca morrem, recrutados nas prisões do celeste império, a prática dos seus chefes fará com que fiquem fechados numa cidade apropriada, pô-los-á a trabalhar cem horas por semana e pagar-lhes-á uma fortuna que será consumida em alojamento e alimentação, sobrando dois euros por mês e por cabeça para poupança. O senhor Basílio ficará satisfeitíssimo, o senhor das finanças, cujo nome me escapa, dar-lhes-á isenções fiscais ad aeternum, o tipo da economia organizará um cocktail e dará uma entrevista ao SOLcrates, e o nosso primeiro olhar-se-á ao espelho, como faz a toda a hora, e dirá: espelho meu, espelho meu, diz-me se há alguém mais esperto do que eu.
Enfim, pode ser que não seja assim. De qualquer maneira acho que, nesta matéria, devemos desejar os maiores êxitos aos romenos e aos búlgaros.
Uns inesperados dias de quarentena obrigaram o Irritado a ficar por fora de inúmeras jogadas.
Retomada a actividade, dá com uma interessantíssima confissão do mui sábio director do “Sol”. Com toda a razão, o homem revolta-se, na seriíssima secção “Política a Sério”, contra a falta de discussões substanciais, daquelas que, verdadeiramente interessam aos desgraçados e que, nos “órgãos de informação” são substituídas por coisas sem préstimo ou a puxar ao sensacional. E cita o senhor Teixeira Pinto, que se terá queixado de que “os portugueses falam muito do que não sabem e discutem coisas que não interessam nada”.
Dá-nos exemplos: não interessa nada saber se os aviões da CIA sobrevoaram ou não o território nacional; não interessa nada discutir uma frase sobre o caso “Maddie”; não interessa nada escrever sobre os projectos de arquitectura do senhor Pinto de Sousa (Sócrates); não interessa nada saber se o Casino de Lisboa é do senhor Ho ou do soberano estado que o senhor Pinto de Sousa diz que governa. E acrescenta: “andamos entretidos num jogo de ilusão em que todos os dias é necessário criar factos políticos e escândalos forçados para alimentar o monstro mediático”.
Santas intenções e indignações as do mui sábio senhor.
O pior é que, se as compararmos com o jornal que, eventualmente, o dito senhor dirige, no exacto número em que se indigna, teremos algumas surpresas.
Eis alguns exemplos: 1ª página: “Autarca e deputado do PSD constituído arguido”, “Construtor de Almada denuncia pressões da Câmara”, “Teixeira da Cruz lança movimento de opinião”. Página 2: Entrevista com o interessantíssimo e inteligentíssimo senhor Pôncio Monteiro. Página 4: “Figueira connexion”. Página 5: “escutas implicam Isaltino”. Página 7: “Sá Fernandes aumenta Eleven”; “Engenheiros sem lei”; “Severiano… mete despacho na gaveta”; “Cavaco quer ouvir notários”. Página 10: “Campos fechou rede de urgências” (!); “Professores protestam”; “E-mail anula sentença”. Página 12: “PSP responde a acusações”; “Ouvir Valentim será inútil”. Página 16 “Indiferença angolana”; “Eanismo”; “Vinagrete”. Página 17: “Pedro Costa atinge apogeu”; “Música cubana… em Lisboa; “Beatificação de Lúcia…”. Página 18: “O rapto terminou em morte”; “Assassinado líder militar do Hezbollah”. Página 21 “Andrew Bertie… um intelectual aristocrata…”.
Não vale a pena continuar. Pergunte-se, no entanto, ao mui sábio senhor, onde estão as coisas que fazem com que o seu jornal não faça parte do “Monstro mediático” contra o qual justamente se revolta, isto é, onde estão os temas que considera importante discutir. Onde, no”Sol” se “fala de natalidade”? Onde se faz “um debate sério sobre o ensino”? Onde se aborda “o problema do primeiro emprego”? Onde as preocupações sobre “o despovoamanto”? Onde se debruça o “Sol” sobre “a solidão urbana”? Onde aparece o problema da “situação dos idosos”? E o da “infelicidade, depressão e isolamento”?
Mais uma vez, não vale a pena continuar. O mui sábio director revolta-se contra os fait divers – sobretudo os que dizem mal do senhor Pinto de Sousa (Sócrates) – mas enche o jornal com aquilo que classifica como inútil, sem uma palavra sobre os “verdadeiros” problemas que assolam a nossa sociedade e que tão doutamente refere.
O senhor Pinto de Sousa, dito Sócrates, está ao ataque. A poderosíssima máquina de propaganda que chefia parece retomar alento depois de uns dias difíceis.
Já se percebeu, como o Irritado teve ocasião de explicar, que a substituição da administração da RTP (tornada independente no tempo dos governos PSD/CDS) e a recondução do excelentíssimo senhor Rodrigues dos Santos não foi coisa inocente.
Os tentáculos vão agora mais longe.
O Diário de Notícias está devidamente controlado. Na SIC, sob o alto patrocínio do senhor Francisco Pinto Balsemão, que teve a delicadeza de acompanhar e dar ânimo a sua excelência, dois “jornalistas” fizeram a mais extraordinária demonstração de como se prepara até ao mais pequeno detalhe uma entrevista destinada, exclusivamente, a dar ao entrevistado a possibilidade de dizer o que lhe apetece, como lhe apetece e quando lhe apetece. Coisa cordata, “civilizada”, pré arranjadinha para não haver surpresas.
Todos ficámos a saber, de ciência certa e poder absoluto, que o desemprego é um detalhe de importância relativa, que a inflação o que é isso, que as exportações são o máximo, que caminhamos todos para amanhãs que cantam. O homem até tinha um papelinho para cada caso, sendo largamente elogiado por ter falado com extremo à-vontade e magna segurança de um país que não é Portugal, a não ser que andemos todos a dormir.
O mais importante, porém, no douto parecer do senhor Silva (Vicente Jorge) foi ter mostrado o quão desenrascado é. Coisa a que, no mesmo douto parecer, a esclarecida opinião pública que temos dá mais importância que ao conteúdo e à veracidade da ginasticada arenga.
Faz lembrar aquela anedota dos sapatos, em que o feliz contemplado concluía: O PC não dá sapatos a ninguém… mas é uma grande organização!
Aqui há anos, o socialismo aprovou cum lauda a realização do Euro 2004 em Portugal. Não sei se fez bem se fez mal. Mais concretamente, acho que fez bem em meter-se na corrida, e que fez mal em deixar construir estádios a mais, que ninguém sabe como se vão pagar nem têm movimento desportivo que os justifique ou rentabilize.
Quando o senhor Patatil, ou Matratail, ou lá o que é, resolveu propor que nos candidatássemos a organizar, com a Espanha, um Mundial, o Irritado, com certeza por ser estúpido, pensou: grande malha, sim senhor, aí está uma boa oportunidade para tirar algum rendimento do investimento do euro 2004: já não há nada a construir, é só receber a massa, com alguns custos prévios de organização e publicidade da candidatura, ou seja, dar um grande passo para amortizar as inamortizáveis dívidas.
Estulto engano. SEPIIIRPPDAACS disse de sua justiça: o Mundial “não é uma prioridade”. E pronto, os mesmos tipos, que nos impingiram as insuportáveis despesas de 2004, quer dizer, a xuxaria, declaram que SEPIIIRPPDAACS disse muito bem. Nada de Mundial, não senhor. Nada de ir buscar algum a partir do que já se gastou ou vai gastar com as exageradas infra-estruturas do Euro 2004.
Depois queixem-se se alguém mal avisado vier dizer: pois então, agora não há grandes obras para fazer, não há comissões, não há cambões, não há cartéis, para que é que queremos o Mundial?
As aleivosias do novo bastonário, seja qual for a perspectiva de cada um, merecem uma pequena reflexão.
O fulano alega que não quer, nem pode, apontar nomes, apenas acha seu dever chamar a atenção do respeitável público para os problemas da Justiça e da corrupção.
Muito bem. Assinale-se a nobre intenção. Vejamos agora como é que o distinto causídico cumpre as proclamadas intenções.
Diz que não é sério um político na reforma assumir posições em empresas com quem, enquanto ministro, fez contratos. Muito bem. Não citou nomes. No entanto, por causa da história da ponte, não é preciso ser muito inteligente para perceber que o tipo se dirige, directamente, ao engº Joaquim Ferreira do Amaral, com exclusão de qualquer outro. Esquece-se, é evidente, de dizer que o dito senhor foi para presidente da Lusoponte doze anos depois de ter deixado o governo. Esquece-se, por outro lado, do seu camarada Pina Moura, que saíu da política depois de ter sido áulico de Guterres, ministro das finanças e deputado, directamente para uma empresa estrangeira, com a qual se tinha farto de negociar, embora não conste que tenha feito algum contrato.
Fala de uma história de arranque de sobreiros. Não cita nomes, mas toda a gente fica a perceber que se trata de um projecto do BES em que, alegadamente, estariam duvidosamente envolvidos alguns políticos, já nomeados nos jornais, do CDS e do PSD. Outra intenção não podia ter o homem que não fosse apresentar esse caso. Já agora, convinha que os jornalistas “de investigação” se debruçassem sobre o assunto, a ver se não há algum cliente do senhor Màrinho metido na coisa.
Revolta-se contra o funcionamento do Ministério Público e da polícia. Muito bem. Então, quem fica na berlinda? Ninguém? Extraordinário é ver como o atingido – o PGR – não só não se sente como ainda parece que vai chamar o douto causídico para “concretizar”!
Em girândola final, afirma que o processo Casa Pia não teve outro objectivo senão o de “decapitar o PS”. O homem não faz a coisa por menos. Na sua esclarecida opinião nunca houve qualquer sombra de delito, nunca nenhum menino foi molestado por ninguém, ou, ainda melhor, se o foi, foi-o por tipos do PSD ou do CDS. Do PS, nem pensar! Gato escondido com o rabo de fora. Toda a gente ficou a perceber do que a casa gasta.
Se eu disser que houve um tipo que falsificou notas de quinhentos, não preciso de dizer que foi o Alves dos Reis, não é? Então onde está a intenção do senhor Màrinho em não citar pessoas, ou casos concretos? Cita, e cita sem deixar lugar a dúvidas. Portanto, mente quando diz o contrário. Ou seja, é um socialista de primeira água.
É evidente que o que o homem quer não é endireitar coisa nenhuma, tão só perseguir uns tipos que não grama, fazer política e pôr a Ordem dos Advogados ao serviço do seu sector de opinião. Está-se nas tintas para a corrupção, o crime, a sodomia com menores, e outras coisas que, habilidosamente, mas com o rabo de fora, diz condenar.
Aqui há tempos, irritou-se o Irritado com a história macaca dos biocombustíveis. Ainda que sem grandes conhecimentos científicos na matéria, era, para o Irritado, evidente que a quantidade de matéria orgânica necessária à produção de tal coisa viria a implicar a ocupação de dezenas de milhões de hectares com culturas intensivas destinadas à produção de gasóleo e de etanol. Por isso, os biocombustíveis viriam, necessariamente, a constituir um verdadeiro problema global, que conduziria à desertificação, a um aumento insuportável dos preços da alimentação e à fome generalizada.
Mal sabia o Irritado que, a curtíssimo prazo, tais consequências se começariam a verificar. Olhem o preço dos cereais!
A suportar as suas teses vêm agora uns investigadores acrescentar que os biocombustíveis, para além dos malefícios já identificados pelo Irritado, virão a causar um aumento de CO2 que poderá multiplicar 420 vezes as emissões que evitam.
A demagogia “ecológica” é mais forte que a mais forte das evidências. Em Portugal, andamos todos muito contentes, por exemplo, a pôr moinhos de vento, aos milhares, nas montanhas (electricidade na sua versão mais cara), a proteger a produção de biocombustíveis e a dizer que o nuclear (a mais limpa e a mais barata de todas as formas conhecidas de produzir energia) está “fora da agenda”. Pinto de Sousa (Sócrates) dixit.
Será que teremos que ser sempre os atrazadinhos mentais da Europa?
Toda a gente já percebeu que o sistema de avaliação de professores foi feito com os pés, como de costume. Mais uma pessegada do governo socrélfio, aliás bem descrita pelo senhor Padrinho, perdão, Madrinha, no “Expresso”. Normal.
Desencante-se, porém, quem pensar que foi por isso que o sindicato meteu uma providência cautelar para travar a coisa. Nem pensar. O sindicato dos professores resistiria, da mesma ou de outras formas, fosse a que sistema fosse. O sindicato dos professores, correia de transmissão da CGTP e, portanto, do PC, está ali para inviabilizar qualquer que seja o sistema que possa pôr em causa a rebaldaria em que a classe vive. Fixem bem isto: o sindicato dos professores só deixará de espernear por tudo e por nada quando o governo for do PC. Nessa altura, as medidas prejudiciais para a maralha serão levadas à conta de sacrifício pelo “socialismo”, pela “revolução” ou por outro chavão qualquer da sua jurássica cartilha.
É claro que o douto tribunal aceitou sem hesitações a providência em causa. Nem outra coisa seria de eperar.
Será que o brilhante sindicato escolheu a dedo o foro competente?
O inacreditável ministro da presidência, com seu ar de Tim-Tim da Reboleira, armado em Camões do Intendente criticou os “velhos do Desterro” que não acreditam nas maravilhas do Simplex. Não sei quantos velhos haverá no Desterro, mas suponho que seria de perguntar ao Presidente da Junta de Freguesia porque não toma medidas imediatas contra tal gente. É inaceitável que, num pacato bairro de Liboa, haja indivíduos, ainda por cima velhos, que se oponham às salvíficas medidas do socrapifiosismo. Campo de concentração, já!
Dois desgraçadinhos, coitados, condenados ao exílio, andam para aí a esbracejar.
Um, foi deportado para Londres onde exerce bem pagas funções num poderoso banco.
Outro, foi degredado para Paris, cidade miserável e desinteressante, onde pratica a diplomacia, no modesto e mal pago métier de embaixador.
Ambos têm, em relação à Pátria, justas queixas, dedicando-se a dizer mal dela sempre que por aí aparecem e são recebidos com honras de estado pelos chamados órgãos de informação, a que alguns chamam media, e que os analfabetos tratam por mídia.
Um, esperneia por causa do aeroporto, e diz que foi maltratado porque tinha os melhores projectos do mundo para acabar com a corrupção. Foram, aliás, os corruptos que por aí abundam quem o mandou, coitadinho, para Londres. E ele, coitadinho, teve que aceitar.
O outro, com a prestimosa ajuda do bastonário dos advogados, tece justificadas queixas pelo mal que lhe fizeram, e grita que é preciso virar (mais) à esquerda. Xiça!
Se o Irritado fosse de esquerda eram capazes de o exilar em Nova Iorque, com apartamento com vista para o Central Park, cozinheira, criado de mesa, criada de fora, footman, mordomo, motorista, duas secretárias boazonas, dois assessores diplomados em Yale e um adjunto para fazer o trabalho, Cadillac De Ville, ajudas de custo, despezas de representação e água das pedras canalizada.
De vez em quando, garanto, viria a Lisboa mandar umas bocas sobre o estado da piolheira. E seria incensado pelos mídia como grande herói injustiçado.
Se você for devidamente casado e quiser ter filhos, ponha-se a pau. Segundo a brilhantíssima Ordem dos Médicos que temos, você não tem voto em tal matéria. Se a sua excelentíssima cara-metade quiser laquear as trompas, proibindo-o, a si, de ter filhos, não tem satisfações a dar-lhe. Vai ao médico, e pronto. A sua opinião põe-se de lado.
Pelo menos é o que os estimáveis doutores se preparam para tornar “deontológico”. Você, cidadão de segunda, submetido à obrigatória tirania da sua mulher, se quiser ter filhos, faça-os noutra. Se a outra não os quiser, avenha-se com eles. Ou meta-os num asilo.
O mais chocante, no que respeita à interminável série de trafulhices do primeiro-ministro, denunciadas pelo jornal “Público”, é a quase total indiferença da chamada “comunicação social” sobre a matéria.
No que diz respeito à RTP, a coisa não causa estranheza: desde a substituição da administração, a velha correia de transmissão voltou a funcionar. Aliás, qualquer pessoa percebe que não se substitui uma administração vitoriosa em termos financeiros e de audiências sem ter um objectivo muito importante a atingir. Voilá.
Da parte das outras televisões, é estranho que – pelo menos que eu desse por isso – o silêncio tenha substituído o filão que a coisa poderia representar. As repugnantes “obras” do senhor Pinto de Sousa (Sócrates), o tal que não convida o pai para a posse nem lhe usa o nome, teoricamente, deveriam estar em todos os écrans de todas as televisões, em vez de andar para aí a passear na Internet.
E os jornais? Os jornais, a mesma coisa. Nem sequer vejo comentários às espantosas desculpas de mau pagador apresentadas pelo senhor Pinto de Sousa (Sócrates), armaado em vítima, coitadinho.
Pelo contrário, o coro do xuxismo desatou a condenar o “Público” e a acusar o senhor Belmiro de estar por trás da coisa.
Não sei esta do senhor Belmiro é verdade se não. Partindo do princípio que sim, apresento ao senhor Belmiro os meus cumprimentos e a admiração que sinto por alguém que não nada no pântano de estatismo pendura em que refocila, de bruços, a generalidade dos nossos “empresários”.
Um tal Ramos escreve: “tirando Santana, nunca os portugueses removeram, pelo voto, um primeiro-ministro”. Sei que é chover no molhado, mas nunca será demais repetir que quem removeu Santana foi o PR Sampaio, à revelia do espírito do legislador constitucional, interpretando extensiva e ilegitimamente os seus poderes, pondo em causa o regime constitucional, perpetrando, por conseguinte, um golpe de estado constitucional, que é o que se chama a isto em ciência política. Só se poderia dizer que Santana foi apeado por via eleitoral se se lhe tivesse dado um mínimo de tempo (o resto da legislatura) para governar.
Cortes ecológicos
Há meses que anda por aí uma polémica monstra sobre uns sobreiros cortados não sei onde, insinuando-se as maiores tropelias acerca do assunto.
Por outro lado, o governo que temos destaca, da chamada “reserva ecológica” – uma pangaiada de cartógrafos e paisagistas - 744 hectares, a partir de um total de 12.000.
A quem não anda nos meandros destas intrigalhadas ocorre perguntar se um abate de sobreiros, compensado – como se diz que foi - com a plantação de muitos mais, é terrível aleivosia ambiental, para não dizer crime, e aponta para as mais tenebrosas manobras, tráficos de influências, compadrios ilegítimos, etc., o que será, e para que apontará, a subtracção de 744 hectares à pangaiada da reserva ecológica para fins turísticos, imobiliários, etc., matérias habitualmente objecto das maiores suspeitas.
A explicação é simples: parece que os sobreiros foram abatidos no tempo do governo PSD/CDS, o que torna a coisa gravíssima, e os hectares foram desafectados durante o governo do PS, o que transforma o acto num nobre serviço prestado à Pátria.
Melhor que o Gato Fedorento
O recém-convertido socialista José Miguel Júdice já viu compensada a sua nova filiação (perdão, que o homem é independente, mas adora o Costa): é vê-lo a perorar, por certo a troco de umas massas, na SIC Notícias, de há pouco nas mãos de um dos mais indefectíveis do socrélfios, um certo Teixeira.
O homem tem andado furibundo com o colega Marinho. Não grama o fulano, nem pintado. Desbocado, demagogo, incontinente, gordo, não há nada que o judicioso costo-fernandista lhe não chame. Chegou ao ponto de descobrir que o tal Marinho se está a preparar para se candidatar a Presidente da República, em nome da esquerda alegro-helenista e companhia.
Tal comadres desavindas, estes ilustres causídicos dão mais gozo que o Gato Fedorento.
Virtudes
O senhor Sarkozy e a inocente rapariguinha à qual resolveu unir o seu presidencial destino ganharam um processo contra a Ryanair. O cônjuge macho vai receber um euro de indemnização. O cônjuge fêmea receberá 60.000.
Não há dúvida que a virtude compensa.
Atrevimento
Uma senhora encarregada pelo “Expresso” de fazer a crítica literária de uma obra do grandessíssimo escritor Tavares, produziu um texto que o jornal não publicou por achar que a coisa não tinha “qualidade” para tal. Vai daí, a convidada não gostou e acusou o jornal de censura. O jornal, ofendidíssimo, decidiu processar a indivídua por difamação.
O que, nesta coisa, ocorre perguntar, é se o “Expresso” convida alguém para escrever um texto sobre um determinado assunto, não parte do princípio que esse alguém é competente para o fazer. Se é assim, e de outra forma não se entende o convite, por alma de quem se recusa a recepção da encomenda?
O Irritado explica: é que o senhor Tavares goza da imunidade dos semi-deuses. O homem alcandorou-se a tais alturas que se torna proibido dizer mal do que escreve. Aliás, é o próprio quem o diz quando, no fim do livro, preto no branco, declara desafiar seja quem for a pôr em causa o que escreveu. O “Expresso”, atento, venerador e obrigado, dobra a espinha, e “corta” o artigo da fulana.
Censura? A esta pergunta, o Irritado até tem medo de responder.
Bojardas
O Ilustre director da Polícia Judiciária veio, publicamente, pôr em causa as investigações da organização. Dadas as características do caso Maddie, a espantosa intervenção do homem tem consequências devastadoras para a PJ, e gravíssimas para o país.
Pior ainda é que o ministro socrífio da Justiça não perdeu tempo: aproveitou a primeira oportunidade para declarar a sua total confiança no desbocado indivíduo. E ainda pior que isto é que o chefe de todas as investigações deste pobre rectângulo, o senhor PGR, ficou caladinho como um rato.
Benesses e mais benesses
O Irritado tem tido o cuidado de sublinhar as inúmeras benesses que o governo que temos tem feito chover sobre o povo. Por isso, mal ficaria se não desse o devido relevo a mais uma genial medida, consubstanciada na aplicação de uma multa de vinte cinco euros a todos os canalhas que peçam reforma por doença e que não vejam a sua pretensão atendida. Quer dizer, se você tiver uma leucémiazita, ou uma perna a menos, ou andar a vomitar as tripas, e a distinta comissão das reformas, conhecida pelo seu sentido de justiça, achar, e muito bem, que você está apto a carregar caixotes, será penalizado com vinte e cinco euros, a fim de, para a próxima, não se armar em parvo. Justiça é justiça, nas mãos desta gente.
Federalismos
O camarada Jardim, grande líder atlântico, veio propor uma federação entre o rectângulo e as ilhas. Genial. No que ao Irritado diz respeito, a coisa é pouca, o homem não teve a devida coragem. O que ele devia propor, ipirangamente, era a “independência ou morte”. Ele ficava todo contente, e nós deixávamos de lhe pagar fortunas pela estafada história da soberania. Não é?