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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

É FARTAR VILANAGEM!

Andam por aí umas contas mais ou menos escanifaubéticas sobre os preços da gasolina.
A primeira verdade a reter é que sessenta e um por cento do preço da gasolina 95 – a mais vendida - vão direitinhos para a “gerência” do senhor Pinto de Sousa e do senhor Teixeira dos Santos. Notável. Mais notável ainda é que, sendo o ISP calculado em função do preço, cada vez que este aumenta, aumenta o imposto. Não é?
Ora bem. Entre 2004 e o fim de 2007, dizem eles, o petróleo, subiu de 23 para 66 euros, multiplicando-se, grosso modo, por 2,8. Se as gasolineiras tiverem uma margem de lucro de dez por cento do seu preço e o crude representar cinquenta por cento na formação do preço antes de impostos, teremos que a sua incidência no preço será de doze vírgula cinquenta e cinco por cento. Assim, para um preço de um euro por litro, aplicando o factor 2,8 a tal percentagem teremos uma incidência no preço final de doze cêntimos vírgula cinquenta e cinco. Ora como a gasolina aumentou, no mesmo período, de noventa e cinco cêntimos para um euro e trinta e seis (quarenta e um cêntimos), verifica-se que o preço final do combustível está inflaccionado, sem justificação, em mais de vinte por cento.
Ou seja, o nosso distinto governo, com tantas “autoridades” a mandar nos preços, na concorrência, no raio que os parta, fez uma espécie de sociedade tácita com as gasolineiras para sacar mais vinte e três vírgula quarenta e cinco cêntimos por litro do que a subida do petróleo justificaria, sendo cinquenta e cinco por cento destes dinheiros para o governo e quarenta e cinco para as gasolineiras! Ao governo do senhor Pinto de Sousa convém, como é evidente, que as gasolineiras abusem. Quanto mais abusarem, mais o governo lucra. E para as gasolineiras, é galinha da perna que as coisas continuem tal e qual como estão.
 
É fartar vilanagem!
 
António Borges de Cravalho

MENTES PORNOGRÁFICAS

 
Se vossa excelência for credor do Estado terá, por lei de iniciativa do PP, o direito de ver os seus créditos publicados.
Mas a Lei é uma coisa e o socretinismo outra. O governo resolveu regulamentar o diploma, informando, em comunicado oficial, que os cidadãos credores têm um “novo direito de requererimento”.
Antes de mais, observe-se este primor de pidismo: aos cidadãos, o socretinismo generosamente confere a extraordinária benesse de os superiormente autorizar a requerer. Quer dizer, cada vez que um cidadão achar que precisa de requerer seja o que for ao Estado, terá que se informar previamente se lhe assiste o direito de requerer, especificamente, essa coisa. Ou seja, acabou o direito de requerer o que muito bem apetecer a cada um. É o governo quem determina o que cada um tem o direito de requerer. Nem no auge do seu autoritário poder, ou nalgum momento de mandona paranóia,  passou uma destas pela cabeça do chefe da II República. A mente salazarista era o que lhe quiserem chamar, mas não era, como a desta gente, pornográfica.
A brilhante maravilha legislativa do governo do senhor Pinto de Sousa não acaba aqui. Há credores e credores. Ao contrário do que a Lei postula, o Estado só publicará a suas dívidas àqueles que que assim o requeiram. E que o requeiram respeitando rigorosamente as formalidades para tal estabelecidas. Para já, têm que ter um computador e pagar o acesso à Internet. Quem não estiver familiarizado com as novas tecnologias não tem o direito de requerer. Essa de pegar numa folha de papel, escrever o que se pretende e mandar pelo correio, acabou. Mais. O Estado só publicará as suas dívidas se estas forem devidamente identificadas pelo requerente. E este arrisca-se a ver o requerimento indeferido. Que quer isto dizer? A resposta tem várias facetas. A primeira, evidente, é que o Estado não sabe o que deve nem a quem. A segunda é que o Estado quer identificar os credores que fazem o requerimento, com os fins de “persuassão” que também são evidentes. Quem não tem medo? A terceira é que cada informação pública das dívidas do Estado, ao contrário do que acontece com as dos contribuintes que são publicadas quer as aceitem quer não, são escrutinadas pelo devedor, sendo publicadas as que, provenientes de requerimentos, mereçam o reconhecimento do dito.
Em resumo, a mente desta gente é de tal maneira pornográfica que pega numa Lei que o parlamento aprovou e trata de inviabilizar os seus objectivos por via administrativa, a qual – et pour cause… - não é passível de ratificação parlamentar, nem passa por Belém.
 
Bem visto, não é?
 
António Borges de Carvalho

DA DESCREDIBILIZAÇÃO DO SISTEMA

Andam as distintas forças partidárias que temos à rasca com um problema que arranjaram, o do financiamento dos partidos políticos.
Longe vão os velhos tempos em que se arranjava dinheiro onde o houvesse e cada um era livre de contribuir como lhe aprouvesse. Havia empresários que contribuíam para todos os partidos, eventualmente segundo a sua representatividade. As pessoas em geral davam os seus dinheiritos ao que mais lhes agradava. Da Suécia vinham umas massas e uns Volvos para o PS. Da Alemanha, as fundações políticas financiavam organizações ligadas ao PS, ao PSD e ao CDS. O PC sacava fortunas aos camaradas soviéticos. E por aí fora.
Hoje, segundo o politicamente correcto, as coisas são totalmente diferentes. A “teoria geral” é a de que os partidos, como insubstituíveis pilares do sistema, devem ser financiados pelo Estado, segundo a expressão eleitoral de cada um. Tudo o resto, das quotas dos filiados às ofertas de empresas ou de quem quer que seja, deve ser minuciosamente escrutinado, se não proibido, a fim de evitar “favores” que a moral vigente supõe, com foros de certeza, estar por trás de cada donativo. Isto é, parte-se do princípio que ninguém dá nada sem pedir troco. Mesmo que se prove que não houve troco, ou que ninguém prove que o houve, para a moral vigente, houve, ou podia haver, o que é, em si, imoral e condenável.
Compreende-se que o Estado dê uma ajuda aos partidos políticos. Mas a tendência para achar que tudo o que não vem do Estado é suspeito e condenável leva ao absurdo de todos acabarmos por sustentar, via impostos, organizações que consideramos abomináveis, exactamente como sustentamos as que nos agradam. Por outro lado, as limitações aos donativos levam ao inevitável divórcio entre os partidos e as pessoas, que passam a ter medo de passar a objecto de condenação se, voluntariamente, ajudarem quem lhes agrada.
A confusão é total. Argumenta-se com a “promiscuidade” entre o que é público e o que é privado, como se o público fizesse algum sentido se não existisse o privado, como se os partidos não fossem organizações “privadas” com intervenção institucional no que é “público”, segundo a Constituição e a Lei.
Mas parece que o politicamente correcto consiste em descredibilizar e suspeitar de tudo e de todos, em considerar os políticos e os respectivos partidos como suspeitos dos maiores crimes pelo simples facto de ser o que são.
Tudo podia ser simples e claro como a água se quem quisesse, como quisesse, contribuísse para os partidos políticos, desde que “transparentemente”, como agora se diz. Isto é, desde que fosse obrigatória a publicação das listas dos doadores e das dádivas, como acontece nos EUA. As infracções a esta simples regra poderiam assim ser severa e justamente punidas.
Enquanto se mantiverem as limitações e as suspeições que, com hipocrisia ou sujeição ao "correcto", andam na cabeça dos senhores deputados a este respeito, mais não se faz que fomentar as jogadas por baixo da mesa.
Ao contrário do que parece estar na forja, a lei devia incentivar, por via fiscal, ou seja por via das disposições que favorecem o mecenato, os donativos aos partidos. Seria uma forma de tornar o sistema mais próximo das gentes.
Mas, como de costume, nada de bom há a esperar desta gente, da maioria hipócrita do PS, da minoria estúpida do PSD, das mesnadas totalitárias dos partidos comunistas, ou da ausência de guts do PP. As suspeições, as condenações apriorísticas, as guerrinhas surdas, a caça às manchetes, a descredibilização do sistema, continuarão a fazer lei e a comprometer a liberdade do futuro.
 
Quem não se respeita a si próprio como é que quer dar-se ao respeito dos demais?
 
António Borges de Carvalho

FEITOS DO SOCRETINISMO

FALTA DE TEMPO
O fantástico aparatchick que dá pelo não menos extraordinário nome de Vitalino anunciou às ignaras gentes que o governo esteve ocupadíssimo a analisar os “aspectos positivos” da governação, não sendo interessante fazer de outro modo.
Compreende-se.
Se o governo analisasse os aspectos negativos, nem as vinte e quatro horas de todos os dias que faltam para o fim do mandato chegariam. Por isso, o senhor Pinto de Sousa e os seus ministros, tudo gente que não perde tempo com ninharias, “analisou” os aspectos positivos em dois minutos e, como já não tinham mais nada que fazer, puseram-se aos beijinhos de parabéns enquanto o senhor Vitalino anunciava ao povo a boa nova.
Obrigado!
 
RECUOS
A ministra da deseducação, ou seja, dos professores, voltou atrás. À boa maneira socrélfia, o seu respeito pela verdade fê-la dizer que não voltava atrás ao mesmo tempo que anunciava que voltava atrás. Não há, nisto, nem novidade nem surpresa. A filosofia do chefe comunica-se aos subordinados.
Surpreendente é que a ministra, apesar dos bons conselhos do Irritado, ainda não tenha percebido que pode voltar atrás à vontade sem que isso contribua minimamente, para aplacar a “justa” fúria dos sindicatos, do PC e dos “professores” que andam para aí aos gritos.
Se ela não fosse membro do governo do senhor Pinto de Sousa, o Irritado até tinha pena dela.
 
DA JUSTIÇA DO SOCIALISMO
Os pobres não têm imaginação nem dinheiro para investir em coisas complicadas. Aliada a uma histórica quão absurda confiança no Estado, esta circunstância leva-os a comprar “certificados de aforro”, a embarcar (pouco) nos novos PPR’s estatais, e a outros infelizes actos de má gestão das suas magríssimas poupanças.
Sabido isto, o governo socrapífio não está com meias medidas. Vai-se aos certificados e dá-lhes um porradão de meia-noite. Uma nova e genial “fórmula de cálculo” – horrível maquinação - atira os juros dos certificados para o nível mais baixo da história. Há certificados que, num só mês, viram a taxa de juro descer de 3,7 para 2,4 por cento, isto é, uma descida de 54 por cento! Isto, enquanto sobem as prestações da habitação, os preços de produtos e serviços, etc.
Ponham-se a pau os que cometem o monumental erro de apostar nos novos complementos de reforma oferecidos pelo socialismo. De falsas promessas está o socrapifiosismo cheio.
É assim o socialismo. Esmagar a classe média, alargar a miséria, enaltecer o partido, alargar os tentáculos do Estado, espartilhar a economia, meter os ricos na sua órbita, tudo isto a bem do povo, como é de ver.
António Borges de Carvalho

VÊM COMO É?

 
 
Num gesto bem demonstrativo das ingentes preocupações que o governo socretino tem com a nossa segurança, foi, com magna pompa, anunciado que vamos ter nada mais nada menos que mais dois mil polícias. Dias antes, o senhor Pinto de Sousa tinha, com igual pompa, dito que meter mais polícias seria “uma irresponsabilidade”. Como o homem não costuma dizer verdades, tanto faz. Ninguém poderá saber o que é irresponsável: se metê-los, se não os meter. Trata-se de um mero teasing destinado a manter o povo suspenso das palavras dos fulanos. Nunca se sabe o que sai daquelas privilegiadas cabecinhas. Ou então a coisa é mais sofisticada: o que eles querem é contribuir com dois mil postos de trabalho para a conta dos cento e cinquenta mil que prometeram. É claro que também prometeram diminuir o número de funcionários públicos e que, de uma assentada (dizem que) vão admitir dois mil. Enfim, dentro da lógica socretina, tudo encaixa.
A malta já não liga. Digam lá o que lhes apetecer que nós já sabemos que o que vocês dizem hoje é o contrário do que disseram ontem, duas vezes mentira, sem que, nas vossas altas mentes, isso tenha importância alguma.
 
O que estaria em causa, se o socretinismo tivesse pensamento em vez de popagandite aguda, seria esta coisa simples de as pessoas, ao contrário do que acontece nalgumas cidades civilizadas, terem que andar feitas Diógenes para descobrir um polícia na rua. E, no entanto, polícias há muitos. O nosso mal é que, ou andam, imponentes, a passear, devidamente motorizados, ou estão nas secretarias a fazer cera ou a preencher formulários. Só se dignam aparecer, parando as suas viaturas aqui e acolá, de preferência nas faixas de rodagem ou em cima dos passeios, quando se trata de caçar multas. Para o cidadão comum, é mais fácil encontrar um perneta que um polícia. A função de vigilância dissuassora e de auxílio público deixou, há muitos anos, de existir. Já não há uma mãe que diga ao filho “se te perderes pede ajuda a um polícia”, pela simples razão que a criancinha iria de Lisboa a Santarém sem encontrar um só que fosse.
 
Não descansa ninguém que o governo contrate mais dois mil polícias. O que ia coisa significa para o comum dos mortais é que se vai gastar mais uns milhões em vencimentos, subsídios, pistolas, cacetes, algemas, fardamentos, formulários, instalações, escritórios e, sobretudo, motocicletas e automóveis. De maneira nenhuma significa que as condições de segurança de cada um vão melhorar.
É claro que mudar o status quo significaria ver os sindicatos, as associações, o PC e associados na rua, aos gritos que se está a mexer em “direitos”, a dar cabo das “carreiras”, a faltar ao “respeito” à classe, etc. blá blá. Também é claro que o governo se está a encolher todo, borrado de medo da rua. Por conseguinte, minhas senhoras e meus senhores, esta nobre iniciativa tem um só significado: vai ficar tudo na mesma. C’est la vie.
 
*
 
Não resisto a contar uma pequena história, a título de apontamento.
Numa aldeia do concelho de Cascais onde costumo passar os fins de semana, a Guarda Republicana, após uma sucessão de assaltos, resolveu, generosamente, colocar um “posto móvel” (uma carripana) na rua, a fim de prover à segurança dos cidadãos. Muito bem.
Vejamos agora como é que a coisa funciona:
Chegado a casa na sexta-feira passada, dou com dois vidros destruídos à pedrada. Os assaltantes não tinham chegado a entrar, felizmente, talvez porque as portadas interiores resistiram à investida.
Ainda bem, pensei eu, ainda bem que temos o “posto móvel”. E lá fui, parvalhão, até à carripana. A coisa tinha uma porta lateral aberta. Lá dentro, uma mesa. Sentados frente a frente dois GNR’s, gordos e bigodaças. Um lia uns papéis. Outro fazia bonecos numa folha A4. Em cima da mesa, uma profusão de telemóveis, walky talkies e outros instrumentos que não identifiquei.
Cumprimentei os senhores e contei a minha história.
- Terá que ir a Cascais apresentar queixa.
- Mas… se os senhores estão aqui…
- Não temos computador, não podemos tomar conta da ocorrência.(!!!)
- Bom, enfim, mas… se quiserem vir ali a casa ver o que se passou… eu agradecia.
- Não vale a pena.
- São só uns trezentos metros!
- Não podemos abandonar o posto.
- Bem, então… mas… não podiam tomar nota, a fim de que as vossas patrulhas, ao menos, passassem pelo local?
- Está bem, vou deixar nota para os meus camaradas da noite.
E o homem garatujou uma coisa qualquer na folha dos bonecos. Não me perguntou, sequer, onde era a casa.
- Mas… o senhor não quer vir ver onde é?
- É ali para cima, não é?
- É, é…
- Então fique descansado. Boa tarde.
- Boa tarde.
E lá ficaram os dois barrigudos, muito bem sentadinhos, um a fazer bonecos num papel, outro a ler as NEP’s (?).
 
Vêm como é?
 
 António Borges de Carvalho

CORPORAÇÕES

A ditadura consagrou, na Constituição de 1933, o chamado regime corporativo. Segundo ele, a sociedade organizava-se em “corporações”, e estas eram formadas pelos vários corpos sociais de cada sector, reunindo sindicatos, organizações patronais e todas as forças vivas relacionadas com uma mesma actividade. Havia a corporação da indústria, a do comércio, e por aí fora. É evidente que se tratava de uma forma engenhosa de controlar as forças sociais. Os sindicatos e as associações eram comandados por comissários políticos do governo, a greve era um crime. Não havia direito de manifestação, a não ser que fosse a favor do governo. Ao chamado povo era dada a ilusão de uma paz social permanente e desejada. A fictícia construção tinha representação política, na Câmara Corporativa, integrada também pelos inevitáveis comissários políticos de nomeação governamental.
 
A Democracia, como é óbvio, acabou com tudo isso. Os sindicatos, depois da tentativa de monopolização do PC, passaram a ser livres, a eleger os seus dirigentes, o mesmo se passando, do outro lado, com as associações patronais. A greve passou a ser legal, o direito de manifestação também. Os partidos políticos, sequiosamente, passaram a disputar influência nas organizações profissionais. O PC apoderou-se de uma central que continua a controlar com estalinista mão de ferro, o PS, o PSD e o CDS conseguiram uma influência mais modesta. Nos últimos tempos, assiste-se ao espernear do BE, a querer meter-se onde o PC acha que não é chamado.
 
As corporações do salazarismo desapareceram. Mas, ao longo dos anos, começaram a surgir, espontâneas, novas corporações. Defendem interesses particularistas por todos os meios e acções, não deixando ou não querendo deixar acabar, ou cair em mãos alheias, qualquer direito ou privilégio, por insignificante que seja. 
É vê-las todos os dias, ferozes e influentes, na televisão, nos jornais, na rua, chegando a ultrapassar os partidos sempre que se trate de defender o status quo e de condenar seja que reforma for. Para as corporações todas as reformas são más, todas as mexidas no que consideram “direitos” são condenáveis, tudo o que ofenda as capelinhas corporativas é obra demoníaca.
 
O que se está a passar com os professores, sob o comando de um feroz leninezinho bigodaças, é bem o exemplo do que acima digo. O homem conseguiu reunir, atrás da sua bandeira, que é a bandeira do “social-fascismo” disfarçada de “justa indignação” e de defesa do direito e do “respeito” virtualmente devido à nobre classe dos “professores”.
É evidente que, se o ensino está como está, e há tantos anos, não pode deixar de haver culpas, e não poucas, dos chamados professores. Isto mete-se pelos olhos dentro. Basta olhar. Basta ouvir “professores” a clamar na televisão, dando horríveis pontapés na gramática, para ajuizar da qualidade geral da classe.
Pode dizer-se, e com razão, que ao alargamento exponencial do número de alunos, de escolas, de cursos, não podia deixar de corresponder alguma desqualificação do ensino. Pode dizer-se, e com razão, que as mitigadas exigências curriculares dos professores têm o mesmo resultado. O que se não pode dizer, ou disfarçar, é a necessidade de pôr alguma ordem na casa, com o mais que legítimo objectivo de elevar o nível da docência em Portugal. Mas a corporação não está para isso. Consegue, para além dos partidos e dos sindicatos, reunir dezenas de milhares de pessoas e uni-las na nobre intenção de conseguir a continuação do sistema de promoções por antiguidade, sem qualquer influência da prestação de cada um na progressão profissional.
Não sei se o sistema inventado pela ministra é bom ou mau. Para o Irritado, o que vem do governo do senhor Pinto de Sousa é, por princípio, mau. Mas, goste-se ou não, o que está em causa não é “esta” avaliação. É toda e qualquer avaliação que passe a condenar o mau trabalho de tantos e a introduzir alguma justiça no sistema.
 
As outras corporações (médicos, magistrados…) praticam a mesma “religião”, ainda que não consigam a mobilização que o PC e os seus aliados ocasionais vão conseguindo. Não nos toquem, que nos desafinam. As coisas estão muito bem assim. Qualquer mexida pode ser a morte do artista, porque o artista está adaptado ao que existe e não tem disponibilidade a não ser para o imobilismo.
 
Morreram as corporações salazaristas. A trinta e tal anos de distância, já não se sabe o que é pior, se a ficção político-social da ditadura se a realidade das novas corporações, claramente apostadas em paralisar toda e qualquer evolução da sociedade, assim cortando as pernas ao futuro.
 
António Borges de Carvalho

BESTIALIDADE PARANÓICA

O jornal privado que se chama “Público” arranjou uma forma original de comemorar os dezóito anos, ou seja - nas palavras do próprio - “a maioridade”.
Consistiu tal celebração em dirigir um convite ao eminente intelectual, emérito historiador do comunismo e inimigo figadal do PSD, que dá pelo histórico nome de Pacheco Pereira.
Até aqui, tudo bem.
Julgar-se-ia que tão ilustre personagem aproveitaria a ocasião para expender as suas não menos ilustres ideias sobre o “estado da Nação”, o nosso presente e o nosso futuro. Mas não. Possuído da mas rebuscada raiva, o homem resolveu repisar o assunto do Casino de Lisboa, mexendo e remexendo no que já está dito e redito por inúmeros perseguidores profissionais do PSD e do CDS e pondo em causa a honorabilidade de uma data de gente. O homem espiolhou datas e contra datas, telefonemas e outras indiscrições pidescas, decretos e portarias, cartas e contra cartas, tudo com o nobre propósito de dar pancadaria nos drs. Santana Lopes, Paulo Portas e Telmo Correia.
Diria algum desprevenido observador que, sendo o inigualável académico membro de um partido da oposição, dedicaria a mente e a pena a criticar o senhor Pinto de Sousa e os seus apaniguados e seguidores. Qual quê! Importante, para ele, é dar cabo do próprio partido e ajudar o dr. Menezes a fazer mais asneiras. Ainda mais importante, porém, parece ser rebentar com os governos anteriores. Parece um tarado a pisar a sepultura do inimigo. Ainda por cima não arranjou outra coisa para zurzir senão a repugnante e requentadíssima história do casino, a fazer lembrar a fábula do lobo e do cordeiro: se não foste tu foi o teu pai, o teu irmão, o teu amigo, hei-de os comer a todos!
A raivosa paranóia do fulano agarra-se a tudo. Ele é a história de uma carta que o homem do casino escreveu, como se, todos os dias, não houvesse tipos a escrever aos membros do governo a propor isto e aquilo. Os governantes do tempo são culpados, imagine-se, não de escrever uma carta, mas de a mesma lhes ter sido enviada! Agora, é a macacada de um despacho inconclusivo que parece ter sido assinado em data diferente da que nele consta. O Irritado desafia todos, mas todos os membros de todos, mas todos os governos, a declarar que nunca o fizeram. Toda a gente sabe que, as mais das vezes por razões ou buracráticas ou absolutamente inócuas, se assinam despachos com a data que mais convém. Haverá alguém que o não tenha feito? Não há. O que, manifestamente,  pouca importância tem. Mas, se se tratar de alguém do PSD ou do CDS, ou que tenha feito parte dos negregados governos da direita democrática, para o senhor Pacheco a coisa passa a nefando crime.
O senhor Pacheco bateu no fundo. Não há quem ainda não tenha percebido que o Estado não foi, bem pelo contrário, prejudicado pelo negócio do casino. Mas é preciso, pensa a paranóica criatura, continuar, ad nauseam, a bater em tais governos. Para isto, é preciso  ser uma besta. Ou não?
 
O senhor Pinto de Sousa, nos durados corredores da sua dourada residência, rebenta a rir. Se não fosse a ajuda dos Pachecos onde é que ele já iria?
 
António Borges de Carvalho

DO AQUECIMENTO GLOBAL

 
Quando o Irritado se revoltou contra os negócios do senhor Al Gore, não faltaram almas puras a chamar-lhe nomes. Houve até quem lhe mandasse literatura vária sobre o assunto, na esperança de o fazer alterar as suas incorrectas posições. O Irritado não cedeu. Continuou a achar que se assiste, acefalamente, ao espalhar mundial do terror, com o inconfesso, ou insuspeitado, objectivo de proporcionar chorudos lucros aos algores deste mundo e a muitos outros interessados, cientistas, jornalistas, industriais, comerciantes, bancos, etc.
Tornou-se “correcto”, “bem”, “de esquerda”, aceitar sem comentários, meter nos neurónios a nova “verdade inconveniente” do senhor Al Gore e dos seus apaniguados, que descobriram o belo nicho de mercado que põe a humanidade num transe, num pânico, numa ansiedade.
 
Por cá, à custa do futuro, proliferam os novos moinhos de vento, a estragar a paisagem e a implicar investimentos cujo retorno se fará à custa de uma inaudita brutalidade nos preços da energia. Vão ver. Portugal orgulha-se dos mamarrachos que rodam ao vento por esse país fora. Prepara-se, por outro lado, para ser bom aluno na luta contra o aquecimento global, sem que ninguém tenha provado que Terra aquece por obra humana. Os bio-combustíves, mais um fruto do “correcto”, vão dar cabo do que resta de auto-suficiência alimentar do país. O nuclear, a forma mais limpa e mais barata de produzir electricidade, está “fora da agenda” do governo. Lá virão as inevitáveis barragens, isto se não lhes acontecer o que se passou com Foz Côa e os interesses dos vivos e dos vindouros não forem sacrificados aos do mesozóico inferior.
 
Mas há sinais de esperança. Finalmente, um académico, o professor Delgado Domingos, insuspeito ecologista e anti-nuclearista, veio pôr em causa a demagogia populista do algorismo. Lá fora, há já quem estude o enorme potencial económico, territorial e humano do novo continente que o degelo do Ártico poderá pôr à luz do sol. Nos EUA, o Heartland Institute reuniu um painel de cientistas que analisou os dados disponíveis e concluiu que o aquecimento global não tem nada a ver com a actividade humana, mas sim com questões muito mais vastas e completamente fora do nosso alcance e da nossa influência.
 
É claro que as almas correctas e bem pensantes, sobretudo de esquerda, dirão que o Professor Domingos está louco e que o Heartland Institute, sendo de tendência liberal, não é digno de confiança. A esquerda militante ladrará que são os interesses do capitalismo global quem põe em causa a filosofia do pânico, a fim de explorar os povos mais à vontade. Nem sequer são capazes de perceber que quem põe em causa os pobres deste mundo são as interesseiras teorias do algorismo e da coorte de oportunistas que atrás dele se acotovela, à procura de subsídios, indústrias e empreitadas.
   
O Irritado recomenda, como literatura sobre o assunto, o livro “States of Fear”, www.amazon.co.uk , onde muitas das teorias algóricas são devidamente tratadas.
 
António Borges de Carvalho

NOTÍCIAS DESTA COISA E DO MUNDO

Podem os nuestros hermanos estar descansados. O senhor Sapateiro, ontem, no debate com o senhor Rajoi, garantiu ao povo que criaria dois milhões de novos postos de trabalho.
O socialismo é assim! Por cá, como somos mais pequenos, o socialismo ficou-se por uma promessinha de cento e cinquenta mil.
A avaliar pelos resultados, a coisa, em Espanha, vai dar em mais uns três milhões de desempregados, largamente compensados por uns cem mil novos empregos.
Os números não enganam, quem engana é o socialismo.
 
O senhor Crespo, grande defensor da língua portuguesa, disse ontem que “é preciso pôr um fim terminal à violência”. Antes isso. Se fosse um fim inicial era pior.
 
O mesmo senhor Crespo acha um escândalo que os adeptos do Benfica tenham, ao Domingo, “obrigado” a fechar a segunda circular. Num país onde qualquer manifestação, pequena ou grande, obriga a fechar artérias vitais para quem trabalha em dias úteis, compreende-se o horror do senhor Crespo. Se for o PC, o sindicato dos dentistas ou a semana académica, tudo bem. Se se tratar de futebol, tudo mal. Ora bolas para a bola… do senhor Crespo.
 
Em notável demonstração de portuguesismo, o novel escritor Paulo Catarro, no lançamento de um seu livro sobre não sei quê, afirmou que nele podem-se ler… não sei o quê.
Não cabe ao Irritado explicar ao senhor Catarro porque se diz pode ler-se, já que isto de sujeitos indeterminados, concordâncias, etc., é coisa que, certamente, o ultrapassa. Espera-se, ainda que seja altamente improvável, que os revisores da editora do senhor Catarro saibam alguma coisa do ofício.
 
Dona Edite, muito conhecida por, como o senhor Catarro, pôr no plural infinitivos impessoais, declarou, em nome dos eurodeputados portugueses do PS, o seu apoio incondicional ao senhor Sapateiro, nas eleições espanholas. É óbvio que, logo a seguir a este importantíssimo apoio ter sido divulgado em Espanha, o senhor Sapateiro subiu vertiginosamente nas sondagens. Outra coisa não era de esperar, dada a cósmica importância da dona Edite.
 
A Igreja Católica parece estar a proceder a mudanças de fundo na sua política externa. O número um da Cúria Romana apressou-se a apresentar, pessoalmente, as suas saudações apostólicas ao novo ditador de Cuba. Foi o primeiro “político” mundial a fazê-lo. Agora, o mesmo reverendíssimo senhor vai ao Azerbeijão, país muçulmano governado por uma horrenda dinastia de tiranos comunistas. Não se percebe bem porque há-de a Igreja, tão acusada, às vezes injustamente, de pactuar com regimes paranóicos e desumanos, se presta a estas coisas. A não ser que queira demonstrar a real existência do inferno.
 
Por critérios que a razão desconhece mas o orçamento consagra, o IMI vai aumentar. Assim: em 2008, 120 euros; em 2009, 135; em 2010, 150; em 2011, 165.
Mais um inestimável contributo do socrelfismo para o bem-estar do povo. Tanto mais, diz o governo, que se trata de um aumento progressivo, protegendo a carteira do cliente, por intermédio de uma generosíssima “cláusula de salvaguarda” que sobre todos lança a mão protectora do senhor Pinto de Sousa.
Gratias agamus tibi, ó grande benfeitor das gentes!
 
A DGV foi substituída ela ANSR e pelo IMTT. A ANSR, coitada, não pode mexer nos arquivos do IMTT, onde estão as multas do trânsito da DGV. Daí que o governo, numa genial inspiração, em vez de pôr o computador da ANSR em sintonia com o do IMTT, ambos ex-DGV, tenha resolvido contratar a ordem dos advogados para processar vinte mil tenebrosos cidadãos que não pagaram as multas (contra-ordenações!!!) do estacionamento. Saúde-se mais esta preciosa iniciativa das autoridades competentes. Em vez de pôr as coisas (os computadores e os funcionários)a funcionar,  vai pagar outsourcing aos advogados.
Quanto ao que as siglas querem dizer, bem como para saber porque se fez mais esta brilhante “reforma do Estado”, queiram V.Exas contactar o “site” do governo. O Irritado não está para isso.
ABC
 
 

ZANGAS

Anda tudo à bordoada.
O ministro da agricultura, um imbecil (quem ainda não deu por isso?) diz asneiras e graçolas. O primeiro-ministro não se importa e chega ao ponto de pôr as culpas ao ofendido.
A ministra de educação leva pancada de meia-noite dos professores (professores?). A ex-secretária de estado da educação, horribile visu!, uma fulana que se queixava dos paginadores dos jornais que a deixavam fora da fotografia, desanca a ministra com os mais vis epítetos.
O procurador geral está zangado com os polícias. Os polícias odeiam o procurador geral. O chefe da polícia também. O ministro assobia para o ar. Os sindicatos dos magistrados estão cronicamente zangados com o governo. Os dos polícias também. Os advogados, zangadíssimos, processam-se uns aos outros.
A ponte, que tinha um sítio escolhido deixou de o ter e passou a três pontes e um túnel, não se sabendo ao certo, neste caso, quem se zangou com quem, ou se as pontes e o túnel são para comboios ou para automóveis, ou para o ex-PR Sampaio fazer maratonas, lado a lado com o afilhado Pinto de Sousa.
O senhor Pacheco Pereira está permanentemente zangado, desancando na família como um desvairado. Um dia destes começa a deitar fumo pelos ouvidos. Outros o seguem, em grande alarde de fervor partidário. O clínico Meneses zanga-se com os pactos. Os parceiros dos pactos desatam à martelada na cabeça do clínico.
O senhor Alegre zanga-se por achar que há falta de esquerdismo. O senhor Pinto de Sousa, zangado, gostava de limpar o sarampo ao senhor Alegre, mas tem medo de ficar mal na fotografia.
Os arquitectos estão zangados com o primeiro-ministro, sem qualquer dúvida culpado dos mais desbragados pontapés na paisagem, no urbanismo e num mínimo de bom gosto.
Um tipo que levou um enxerto de bordoada sem saber porquê (ou sabendo?) viu o processo arquivado. A malta zanga-se com os juízes que fazem destas e começa a pensar que a cambada de assassinos que para aí anda à solta vai ver os crimes prescritos.
O senhor Valentim está zangado com a morgadinha dos processos, e ela com toda a gente.
O senhor Isaltino zangou-se com o juiz, e até lhe aplicou a receita do costume por causa de um bidé fora do sítio.
O camarada Jerónimo está, cartilha oblige, irreversivelmente zangado com o senhor Pinto de Sousa.
O camarada Loiça está perdido de fúria, de tal forma que até acha que o senhor Pinto de Sousa é liberal!
Os tipos da Madeira deram um porradão ao ministro das finanças. O ministro das finanças, para se vingar, diz que vai meter sessenta e tal mil contribuintes na cadeia.
Os jornais, ainda que já tenham percebido que o casino de Lisboa foi o melhor negócio que o Estado fez nos últimos cento e cinquenta anos, continuam a encher papel com a história. Têm que se zangar com alguém. Uma questão de marketing.
Os desempregados estão zangados com o governo, ou seja, ainda não perceberam que o que o governo só tem a ver com emprego (não foi isso o que prometeu?), não lhe dizendo respeito essa estúpida história do desemprego. Burros.
Os tipos do taco zangam-se uns com os outros e põem-se a lavar roupa suja no meio da rua. Depois abaixam-se, e lá vem o governo dar uma ajudinha. Com esses é melhor não se zangar. Se o taco começa a fugir (ainda não começou?) é o fim da macacada.
 
Enfim, estejam descansados. O senhor Pinto de Sousa, extremoso pai do socretinismo, vela sobre nós.   
 
António Borges de Carvalho

CULPAS

Esta coisa – Portugal – tem várias vantagens comparativas em relação à demais “Europa”. Não, não estou a falar do sol, nem da luz de Lisboa, nem dos brandos costumes. O que sublinho, desta vez, é a extraordinária capacidade dos portugueses para identificar com precisão quem não está na origem dos seus males.
Assim:
- Se a Justiça anda de rastos, é evidente que a culpa não é dos juízes, nem dos procuradores, nem dos funcionários, nem dos advogados; andam todos preocupadíssimos com assuntos mais relevantes;
- Se cada vez há mais assaltos e mais assassínios, é evidente que a culpa não é dos polícias, que andam a passear de automóvel em vez de fazer rondas;
- Se a educação não presta, é evidente que a culpa não é dos professores, que mal têm tempo, coitados, para fazer manifestações:
- Se a saúde dá raia, é evidente que a culpa não é dos médicos, nem dos enfermeiros, nem das empregadas da limpeza, todos eles demasiado ocupados com a defesa das respectivas carreiras;
- Se as pontes caem, é evidente que a culpa não é dos engenheiros (engenheiros?);
- Se ninguém sabe se se deve, ou não, reconhecer o Kosovo, é evidente que a culpa não é do governo, que se está nas tintas para o assunto;
- Se as ruas estão sujas, é evidente que a culpa não é dos almeidas, que têm uma vida muito dura;
- Se as sarjetas estão entupidas, é evidente que a culpa não é da câmara, que é um conjunto de celebridades, não uma equipa de desentupidores de sarjetas;
- Se não há investigação científica, é evidente que a culpa não é dos investigadores, que até queriam, mas…
- Se os impostos aumentam todos os dias, a culpa não é do governo que, coitado, mais não faz que obter meios para pagar as despesas que o povo ignaro lhe arranja.
 
A culpa disto tudo, garanto, também não é do Irritado, que não tem culpa nenhuma de ser português.
 
E, embora alguns ignaros digam o contrário, a culpa não pode ser do senhor Pinto de Sousa, coitado, que só quer o nosso bem. Não é?
 
António Borges de Carvalho
 
 

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