O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
A esfusiante simpatia, boa educação, humildade e tolerância do senhor primeiro-ministro não cessam de nos surpreender, com o agrado e a emulação que tão ilustre personalidade suscita nos nossos peitos agradecidos e veneradores.
Na sua última declaração pública, fato liso, gravata lisa power tie, camisa lisa - como deve achar que é fino - o senhor primeiro-ministro, com um esgar de indignação e despeito, invectivou a “maledicência” da oposição a seu respeito, hediondo crime, suprema injustiça. Não contente com isto, o senhor Pinto de Sousa acusou os mesmos, com inteira razão, de “não apresentar propostas concretas”, de não contribuir para a boa governação, como, na sua esclarecida opinião, é seu dever. Sim, já houve pelo menos um país onde vicejavam partidos outros que o do poder, mas que, todos eles, se dedicavam honradamente a dizer bem do governo. Chamava-se RDA, e era um paraíso socialista que uns canalhas aniquilaram por causa da estúpida história de um muro qualquer.
Os nossos corações não podiam rejubilar mais com as palavras de sua excelência.
Ainda há (por enquanto!) por aí quem se atreva a dizer mal dele. Ele que, e que e que. Ele, que moderniza, que reforma, que acerta, que educa, que promete, que promete, que promete, ele que fará, um dia, obras públicas de fazer inveja ao Staline, ele, que heroicamente, suprema generosidade, só aumentará as SCUTS depois das eleições, ele que, com corajosa galhardia, se recusa a baixar o ISP e o IVA a fim de não lançar a Nação na bancarrota e permitir que o Estado tenha dinheirinho para gastar, ele, que à custa de benesses aos estrangeiros, consegue investimentos que fariam inveja ao Bangladesh, ele, que cria milhões de empregos que só a oposição não vê, porque é cega, porque não tem propostas, pelo menos propostas que lhe agradem, sim, que ele é o supremo juiz da qualidade das propostas dos outros. Só a ele cabe julgar, decidir, ordenar, castigar, mandar, cobrar, ai que bom, cobrar, cobrar, cobrar, cobrar intensamente!
Quando se fará, a este homem sem igual, a justiça de só dizer bem dele, a justiça de lhe propor o que ele quer que lhe seja proposto? Quando?
Ah! Portugueses mal agradecidos! Gente desalmada e grosseira!
A Irlanda está para a Europa como Freguesia das Mercês está para Portugal.
Se a Freguesia das Mercês vota A, mas a maioria dos eleitores portugueses vota B, que interessa o voto da Freguesia das Mercês? Nada, ou muito pouco. Então, porque carga de água estamos todos à rasca porque uns vinte por cento dos irlandeses disseram não querer o Tratado de Lisboa?
Queixam-se as elites pátrias da “Europa”, uma Europa que é liderada por governos legítimos, os quais, legitimamente e por esmagadora maioria, estão com o Tratado. Queixam-se, como se se tratasse de uma ditadura dos governos “contra” os povos europeus. E consideram óptimo que os irlandeses tenham demonstrado que o David pode bater o Golias, como um deles escreveu. Bíblica inspiração!
Estão felicíssimos os Pachecos, os Barretos, os Alegres, todos do alto da sua “nobre” e “incontornável” “competência” intelectual. Do seu “escrúpulo” intelectual. E depois, dizem que os outros é que são populistas e demagogos!
Que democracia para a Europa se for a Freguesia da Mercês a condicioná-la? Que defesa para a Europa, se a Freguesia das Mercês for cobarde e quiser parasitar a defesa dos demais? Que capacidade de funcionamento para a Europa se quem quer que seja pode impedi-la de fazer seja o que for?
É evidente que a tal Europa tem inúmeros defeitos. É evidente que há um ror de burocratas que justificam o ordenado chateando as pessoas com pormenores idiotas. Mas não é o que se passa nas câmaras municipais, nos ministérios, nas repartições públicas deste país, todos os dias, a todas as horas? Não é isso o que é preciso erradicar, tanto por cá como na Europa? Então porque não se dedicam as ilustres inteligências a encontrar caminhos para resolver o que está errado, em vez de querer impedir que quaisquer canais de funcionamento aceitável, antes de mais político, possam ser abertos?
O Tratado de Lisboa, como todos os tratados, devia funcionar entre e com aqueles que o querem subscrever.
O grande problema, o maior perigo para a Europa, é esta cobardia de dizer que a Irlanda não pode ser excluída. Então porque votou contra? É óbvia, a resposta. Votou contra porque queria ficar de fora. Ou então, votou contra porque queria pôr os demais de joelhos, e aproveitar para os chantagear.
Se o grande defensor, o grande arquitecto do Tratado, como diz a propaganda, foi o senhor Pinto de Sousa, e se o senhor Pinto de Sousa se abaixa, então o que vai ser da Europa?
O que há a dizer à Irlanda é simples: se não querem, ficam de fora. Damos-lhes tempo para pensar. Quando quiserem reconsiderar, cá estamos. Entretanto, façam o favor de sair da UEM e as nossas fronteiras passam a funcionar para os vossos produtos.
Se outros quiserem seguir os irlandese, não hesitem. Respeitaremos as vossas soberaníssimas decisões.
Se os demais se abaixam, borrados de medo como o senhor Pinto de Sousa, então vê-se-lhes o rabinho. E vai ser o diabo.
António Borges de Carvalho
PS. A este respeito, vale a pena ler um artigo que o Doutor António Barreto escreveu no jornal privado chamado “Público”. Aí se vê como o culto do rebarbativo, a paixão pela fraseologia prolixa, o amor ao “que está a dar”, a espampanância de conceitos, quantas vezes contraditórios, pode levar uma pessoa com vários dedos de testa a escrever as desconchavadas considerações com que Barreto nos brinda.
Recebi este texto por email. Algumas são bem achadas. outras não tanto. Ms vale a pena dar uma olhadela. Aí vão, pelo preço de compra, e sem saber quem é o seu autor:
A ANEDOTA em que se transformou o País do Sócrates:
-Uma adolescente de 16 anos pode fazer livremente um aborto mas não
pode pôr um piercing.
-Um cônjuge para se divorciar, basta pedir.
-Um empregador para despedir um trabalhador que o agrediu precisa de
uma sentença judicial que demora 5 anos a sair.
-Na escola um professor é agredido por um aluno. O professor nada pode
fazer, porque a sua progressão na carreira está dependente da nota que
dá ao seu aluno.
-Um jovem de 18 anos recebe €200 do Estado para não trabalhar; um
idoso recebe de reforma €236 depois de toda uma vida do trabalho.
-Um marido oferece um anel à sua mulher e tem de declarar a doação ao fisco.
-O mesmo fisco penhora indevidamente o salário de um trabalhador e
demora 3 anos a corrigir o erro.
-O Estado que queria gastar 6 mil milhões de euros no novo Aeroporto da Ota
recusa-se a baixar impostos porque não tem dinheiro.
-Nas zonas mais problemáticas das áreas urbanas existe 1 polícia para
cada 2 000 habitantes; o Governo diz que não precisa de mais polícias.
-Numa empreitada pública, os trabalhadores são todos imigrantes
ilegais, que recebem abaixo do salário mínimo e o Estado não
fiscaliza.
-Num café, o proprietário vê o seu estabelecimento ser encerrado só
porque não tinha uma placa a dizer que é proibido fumar.
-Um cão ataca uma criança e o Governo diz que vai fazer uma lei.
-Um professor é sovado por um aluno e o Governo diz que a culpa á das
causas sociais.
-O IVA de um preservativo é 5%. O IVA de uma cadeirinha de automóvel,
obrigatória para quem tem filhos até aos 12 anos, assim como o das
fraldas descartáveis, é 21%.
-Numa entrevista à televisão, o Primeiro-Ministro define a Política
como 'A Arte de aprender a viver com a decepção'.
-Um polícia bate num negro é uma atitude racista, um bando de negros
mata 3 polícias, não estão inseridos na sociedade.
- Um presidente de um clube de futebol, fala com o árbitro para
favorecer a sua equipa, esta mesmo desce de divisão, se lhe der
dinheiro é subtraído 6 pontos.
- Um clube inscreve um jogador mal, são lhe retirados 6 pontos, um
clube suborna um arbitro são lhe retirados 6 pontos.
- O café da esquina fechou porque não tinha WC para homens, mulheres e
empregados, no Fórum Montijo a WC da Pizza Hut fica a 100mts, nem tem
local para lavar mãos.
- O governo incentiva as pessoas a procurarem energias alternativas ao
petróleo e depois multa que coloca óleo vegetal nos carros porque não
paga ISP (Imposto sobre produtos petrolíferos).
- O ministério do ambiente incentiva o uso de meios alternativos ao
combustível, no edifício do ministério do ambiente não há
estacionamento para bicicletas, nem se sabe de nenhum ministro que
utiliza a bicicleta.
- Nas prisões é distribuído gratuitamente seringas por causa do HIV,
mas como entra droga nas prisões?
- No exame final de 12º ano és apanhado a copiar chumbas o ano, o
primeiro-ministro fez o exame de inglês técnico em casa e mandou por
faxe e é engenheiro.
- A inflação para ter os valores que tem, é baseado em que produtos?
Eis a lista:
ÁGUA DE MARIALVA, MARGARINA MARIA INÉS, PAO DE TRIGO DAS BERLENGAS,
SAL PURIFINADO DAS ILHAS SELVAGENS, COUVE DE AMARELEJA, FEIJAO BANHA,
CARNE DE SUINO ISRAELITA, LEITE DE LAMA, AZEITE IMPORTADO DO SURINAME,
BANANAS DA ISLANDIA, FRALDAS DESCARTAVEIS PARA ADULTOS COM 2,15 MTS,
PASSE SOCIAL ENTRE AS ILHAS SELVAGENS, CARNE DE DINOSSAURO, PEIXE
RARO, CAMARÃO DE TROMBA ARREGAÇADA, CHOCOS COM TINTA TRANSPARENTE,
ALHOS DO SRILANKA, AZEITONAS DA GUATEMALA, LIMOES DO SARA OCIDENTAL,
ARROZ DA JORDANIA, CARACOIS DA MONGOLIA, TOMATES DE LILLIPUT E SABÃO
MERCURIAL DA ETIÓPIA.
Com estes produtos e a sua variação anual se fixa a taxa de inflação
em Portugal de 2,1%
- Um jovem de 14 mata um adulto, não tem idade para ir a tribunal, um
jovem de 15 leva um chapada do pai, por ter roubado dinheiro para
droga é violência doméstica.
- Uma família a quem uma casa ruiu e não tem dinheiro para comprar
outra o estado não tem dinheiro para fazer uma nova, tem de viver
conforme podem, 6 presos que mataram e violaram idosos numa sela de 4
e sem wc privado, não estão a viver condignamente e associação de
direitos humanos faz queixa ao tribunal europeu.
- Militares que combateram em África a mando do governo da época não
lhes é reconhecido nenhuma causa nem direito de guerra, o
primeiro-ministro elogia as tropas que estão em defesa da pátria no
KOSOSO, AFEGANISTÃO E IRAQUE.
- Começas a descontar em Janeiro o IRS e só vais receber o excesso em
Agosto do ano que vem, não pagas as finanças a tempo e horas passado
um dia já estas a pagar juros.
- Fechas a janela da tua varanda e estas a fazer uma obra ilegal,
constrói-se um bairro de lata e ninguém vê.
- Se o teu filho não tem cabeça para a escola e com 14 anos pões a
trabalhar contigo num oficio respeitável, é exploração do trabalho
infantil, se és artista e o teu filho com 7 anos participa em
gravações de telenovelas 8 horas por dia ou mais a criança tem muito
talento, sai ao pai ou à mãe.
- O primeiro-ministro diz que o serviço de saúde com as medidas
tomadas está mais prático e eficiente, não há registo de na última
década alguém ter visto, ministro, esposa ou enteados nos SAP´s.
O notável advogado/hoteleiro/neo-socialista, etc., J.M. Júdice, em mais uma demonstração do seu colossal jogo de ancas, tomou a original solução de se demitir antes de tomar posse do fabuloso cargo de manda-chuva da zona ribeirinha de Lisboa. Uma boa notícia para os alfacinhas.
A monumental quão ridícula pastelada em que a CML e o governo se meteram, atropelando-se mutuamente, apresentando projectos e fazendo declarações contraditórios, guerreando-se surdamente, dá, à malta que gosta de Lisboa, um formidável gozo.
Tudo tem a sua lógica. A realização do(s) projecto(s) para a zona ribeirinha de Lisboa é, na mente privilegiada dos neo-socialistas e de SEPIIIRPPDAACS, digna forma de comemorar os cem anos do 5 de Outubro. Que melhor comemoração da desgraçada efeméride do que entrar em pessegadas, demissões, contradições, guerrilhas, dissenções e zangas de comadres?
Os tempos mudaram, a coisa já não dá para uns assassinatos, umas bombas, umas cargas da polícia, uns sindicalistas para o degredo, umas golpadas de quartel, o que impede que a implantação da República seja comemorada em moldes mais compatíveis com a origem, a prática e as consequências do movimento de 1910.
Em termos “europeus”, seria uma chatice. Por isso, ponha-se o Júdice a zangar-se com o Costa, o Costa à cacetada, moral e verbal, ao Pinto de Sousa, SEPIIIRPPDAACS a desdizê-lo, o Salgado a projectar contra o governo, o Fernandes a estrebuchar entre as exigências do Louça e as maledicências do Costa.
Baralhe-se e dê-se de novo.
A República tem, pelo menos para já, as comemorações que merece.
António Borges de Carvalho
PS. Em demonstração da mais invejável inteligência, a CML apresentou, entre outros mimos, o projecto de uma praia artificial… no Poço do Bispo! Ondas artificiais, areia de plástico, piscina flutuante, etc. e tal. Não é lindo? Como, à volta da cidade, não há praias, nem ondas, nem mar – tal e qual como em Madrid ou Paris – há que dar aos lisboetas a possibilidade de se banhar nas salsas águas do seu rio. Uns milhõezitos para as construtoras, outros para a energia necessária à movimentação das ondas, outros ainda para uma sociedade gestora da coisa, mais o fundo de maneio, bons ordenados, etc., que melhor, mais necessária, mais luminosa ideia seria possível parir ao Costa? É que, para o poder neo-socialista, Lisboa escreve-se com um efe e com um zê, tal e qual como banana.
Sábado. 20 horas e 22 minutos no relógio da sala. O senhor Santos (Rodrigues dos) anunciou: “O PSD reuniu o seu congresso…”.
A abrir o telejornal, futebol. Depois, umas coisas quaisquer para passar o tempo. Às 20 horas e 22 minutos, o congresso do PSD. Uns minutitos e… “voltaremos mais tarde ao assunto”. Assim foi, aos 45 minutos.
Longe vai a meia dúzia de anos em que o “serviço público” esteve independente do governo. Longe vão os tempos em que, nos congressos partidários, se afinavam as coisas para apanhar, na abertura dos telejornais do Estado, o discurso do líder.
A coisa, agora, fia mais fino. Quem quiser manchetes, tem que esperar pelo senhor Pinto de Sousa e pelo seu PS. Voltámos aos gloriosos tempos do PM Soares.
E muito bem, que com isto de “serviço público” não se brinca. Ainda menos com o governo. E, com o senhor Santos (Rodrigues dos), nem pensar. Profissionais são profissionais.
Julgo que os chefes políticos, quando há eleições, têm sempre, pelo menos, dois discursos preparados. Um, para ser dito em caso de vitória, outro se as coisas correrem mal.
Com os intelectuais da bola passa-se coisa semelhante. Ouvimo-los, sempre em linguagem oblonga e neológica, a bolsar elogios idiotas quando as coisas correm bem, e a arrotar as críticas que lhes vêm à cabeça no caso contrário. É assim. Têm sempre razão.
Outra característica dos discursos desta gente – se são pensadores têm que saber a razão, a lógica das coisas – é a infalibilidade dos resultados. Os resultados são sempre justos, porque os pensadores descobrem sempre as razões profundas que os determinaram, mesmo que tais razões só estejam ao alcance de mentes profundas, que são as deles.
Os alemães praticaram um futebol oportunista, bacoco, violento e pobre de espírito. Os portugueses deram um espectáculo magnífico, de esforço e de classe. O futebol dos boches foi premiado, o nosso castigado.
É evidente que, pelo menos um dos golos germânicos podia ter sido evitado, se a nossa defesa tivesse estado à altura dos acontecimentos. É evidente, também, que um dos golos dos ganhadores foi obtido na sequência de uma falta não menos evidente. Também é evidente que os golos dos portugueses foram limpos, obtidos a jogar, bonitos, sem discussão possível.
Por isso que fosse de elogiar a equipa portuguesa, de lamentar a sorte dos que menos futebol sabem jogar, e de criticar os árbitros que deram aos tudescos o golo ilegal que os fez ganhar.
Nada disso sucedeu. Sobre a ignominiosa atitude dos árbitros, nem uma palavra. Sobre a luta insana e o futebol excepcional que a equipa portuguesa praticou, umas duvidosas migalhas. Não importa o que a equipa jogou, importa que “o Cristiano não estava nos seus dias”. Sobre a “justiça” da vitória nem uma palavra que não fosse de concordância e louvor.
Da turbas multas que esperneavam bandeirinhas da República pelas esquinas, “umas dezenas” foram esperar a equipa ao aeroporto.
Assim se vê como o patriotismo dos portugueses é forte, firme e profundo. Assim se vê como as “elites” da bola são inteligentes e criteriosas.
O Presidente Soares arranjou mais um tachito no “serviço público” de televisão, organização do Estado a que o governo deitou a generosa mãozinha.
A abrir uma série de programas em que funciona como jornalista, tipo Judite de Sousa, o Presidente Soares apresentou á Nação o seu amigo íntimo (dele e do senhor Pinto de Sousa) Hugo Chávez, lídimo dirigente político da América do Sul.
Ficámos a saber, entre outras coisas, que Jesus Cristo era socialista e que o Che era uma reincarnação do Senhor em versão ateia. Apesar da insistência do senhor Soares acerca da sua crença no agnosticismo, o camarada Chávez em grande manifestação de fé, insistiu que nada seria possível sem o auxílio divino. Tivemos a dita de ouvir dizer, com a sorridente cumplicidade do Presidente Soares, que o senhor Fidel é um democrata e um justiceiro a quem o seu povo e o mundo muito devem.
Ficámos, além disso, cientes da grande obra o Chávez no plano internacional, obra que consiste em trocar vacas, bois, tractores e mais o que der jeito por barris de petróleo. Ou seja, o camarada não faz descontos no petróleo que os demais não façam nos bois. Fica ela por ela.
Nesta altura, a dos bois, fartei-me do Chávez e do Soares e mudei de canal. Não sei que mais esclarecimentos prestaram ao povo essas duas gigantescas figuras do socialismo mundial.
Facto é que, em sintonia com o senhor Pinto de Sousa (uma no cravo outra na ferradura) o Presidente Soares trata de defender o camarada Chávez perante as massas, a fim de anular algumas estúpidas dúvidas, presentes em espíritos menos bem intencionados, quanto à confiança que o homem merece para cumprimento dos ternurentos acordos que celebrou com o nosso bem-amado primeiro-ministro.
Com pompa e circunstância, o governo do senhor Pinto de Sousa anunciou ao mundo o extraordinário êxito da sua política educativa.
Números redondos, então não é que, de 90% de chumbos a português e a matemática, se passou a 90% de estrondosas notas positivas? Não é miraculoso?
Estava o Irritado a pensar muito seriamente em propor ao Vaticano a canonização imediata e incondicional do senhor Pinto de Sousa e da dona Rodrigues, á conta de umas centenas de milhar de públicos e notórios milagres, quando, de repente, ouve e vê, na televisão, umas entrevistas com os felizes examinados. Por unanimidade, a rapaziada opinava que as provas tinham sido de caras, uma xaxada, nem valia a pena ter estudado, qualquer analfabruto as faria sem dificuldade.
Grande foi a desilusão do Irritado. Afinal não tinha havido milagre nenhum. Tratava-se, simplesmente, de uma genial forma de resolver um problema bicudo.
Os alunos não são capazes de responder se lhes perguntarem o resultado de 4X4? Então pergunte-se-lhes quanto dá 2X1! Noventa por cento acerta na resposta.
Se não sabem se foice é com cê cedilhado, com cê simples ou com dois esses, então pergunte-se-lhes como se escreve pá. Noventa por cento sabe que é com acento agudo.
Assim se aumenta, exponencialmente, o número de respostas certas. O progresso escolar passa a ser indiscutível. A Pátria passa a ter literacia para dar e vender.
Se há intelectuais que não se perceba, são eles os da bola. Cá e lá fora.
A moda, agora, talvez por influência do senhor Pinto da Costa, é a de que os árbitros são intocáveis. Façam as asneiras que fizerem, são intocáveis. Ao contrário do que diz a furibunda turba multa, são intocáveis.
O Irritado pensa de forma diversa, se é, ainda, dado a alguém pensar de forma diversa. Acha que os árbitros devem ser criticados, castigados, investigados, responsabilizados pelas suas asneiras e desmandos.
O Portugal-Suíça foi dirigido por um árbitro austríaco. Deverá, antes de mais, perguntar-se como é possível a UEFA seleccionar um árbitro austríaco para um jogo dos parceiros da Áustria no Europeu. E mais: como é possível que o senhor Funil (não sei se é funil, mas acaba em il) tenha aceite tal promiscuidade.
Veja-se, agora, o resultado: um golo mal anulado (indiscutível), dois penáltis (um, pelo menos, indiscutível) por marcar, um penalti duvidoso indevidamente assinalado.
Se considerarmos que todas estas asneiras funcionaram a favor da Suiça, teremos uma imagem clara do que são os árbitros, do que é a política da UEFA e de como é justo este pudor, este receio, esta timidez que põe os árbitros acima de críticas e homologa resultados obtidos a partir de múltiplas asneiras.
Perguntar-se-á, ainda, por que carga de água hão-de o senhor Pinto da Costa e o senhor Loureiro ter problemas, se a coisa de que os acusam está institucionalizada ao mais alto nível. Ou será só incompetência?
Aqui há tempos, o Irritado insurgiu-se contra o facto de a vigilância do Jardim da Estrela ser feita por polícias devidamente instalados em automóveis Smart.
Julgava o Irritado que a distinta PSP não leria o post em causa. Mas enganou-se. A PSP tomou as devidas providências.
A ver:
Ontem, o Irritado foi outra vez com as netas ao Jardim da Estrela. A cena do costume. Reformados a jogar à sueca, velhinhas a fazer croché, mamãs com carrinhos de bébé, criancinhas aos pulos, outras de skate board, patins, trotinetas.
As netas andaram uma boa hora nas delícias do parque infantil. O avô, sentado num banco de jardim, à sombrinha, foi vendo, embevecido, a cena, enquanto fumava os seus cigarritos (que horror, que falta de civismo! E se alguém vai fazer queixa ao senhor Pinto de Sousa?).
E foi durante essa fresca e feliz hora que o Irritado viu o resultado do seu post. Já não havia polícias a passear de Smart!!! Nem pensar! Andavam de carro de cinco lugares! Dois carros! Um com três polícias, outro com dois. Cinco prestimosos agentes da autoridade vigiavam, com ar de arcebispos, a multidão anónima e desprezível. Bem sentados, rádio ligado, ar condicionado, davam voltas e mais voltas pelas umbrosas áleas do Jardim da Estrela.
O Irritado ainda pensou que, se cinco polícias andassem a passear a pé pelo jardim, dariam muito melhor cobertura à coisa e encontrariam muito mais pedófilos e outros prevaricadores. Isto, porque o Irritado é, indiscutivelmente, estúpido como as casas. O Irritado não percebe, manifestamente, que os polícias não se podem cansar, que trabalhar faz calos, que os carros da polícia, nos jardins, não atropelam ninguém que não se ponha à sua frente, que quem quiser que se desvie e que, num estado policial como o nosso, há que respeitar as fardas, façam elas o que fizerem.
Espero que os distintos comandantes da PSP não leiam este texto, senão ainda põem os polícias a passear de autocarro no Jardim da Estrela!
Com o devido respeito, e a vénia que esta gente merece.
O celebérrimo casal MCann informou o orbe de que está chocadíssimo com a perspectiva de vir a ser acusado pelas autoridades portuguesas de negligência culposa.
Negligência culposa? Que gente ordinária! Então não é de um extremoso amor paternal deixar três criancinhas sozinhas em casa, à noite? Então não é de louvar que os respectivos pais tenham feito o sacrifício de ir para os copos num restaurante vizinho, sacrificando, por exemplo, a boîte, por ser mais longe?
Negligência? Que ideia mais estúpida!
O que esta gente queria é que os lindos paizinhos se vissem obrigados a pagar a uma algarvia para lhes tomar conta das crianças enquanto nadavam em tinto! Exploradores! Dois pobres médicos mal pagos a sustentar uma selvagem qualquer com tal e tão estúpido pretexto! Não queriam mais nada?
Espera-se, a bem do orgulho britânico, que a ignara mourama não tenha a coragem, o topete, a falta de respeito de os meter trabalhos para além dos que já vêm tendo, ao longo de um angustioso ano, com a correcta gestão do seu caso, com os seus financiadores, os seus fund raisers, os seus consultores de imagem, os seus adjuntos, assessores, secretárias, serventuários, agentes de publicidade, etc.
Os deputados municipais do PSD resolveram propor uma moção de censura ao Fernandes pela indecente e má figura que o tipo fez, dizem eles, alugando o jardim da Praça das Flores a uns vendedores de automóveis. O homem diz que não, que não foi ele, foi um funcionário qualquer.
Quer dizer, para além de inimigo da cidade e caloteiro, o Fernandes é cobarde, atira para as costas de terceiros aquilo que é de sua inteira responsabilidade. Nada que seja de espantar. Que o fulano não presta, já toda a gente sabia.
Pena é que os deputados do PSD, em vez de andar à procura de minhoquices, não o tenham, logo após, ou até antes, da tomada de posse, processado pelos vários crimes contra a cidade que já cometeu e que são públicos e notórios.
Um tipo que é um monstro, acaba por ser perseguido por razõezinhas de caca.
Na Câmara dos Comuns, o governo de Sua Majestade Britânica viu-se aflito para fazer passar uma lei que aumenta para 45 dias o prazo em que os suspeitos de terrorismo podem ficar em prisão preventiva. A coisa deu brado. Se quem de direito não é capaz de deduzir acusação em trinta e dois dias, então que se liberte os suspeitos, opinava a oposição conservadora, acompanhada por largo número de trabalhistas. Quarenta e cinco dias! Um escândalo!
Compare-se esta polémica com o que se passa em Portugal. Há quem esteja anos na pildra à espera que o acusem. E não há escândalo nenhum! É claro que os nossos polícias, os nossos juízes de instrução (tão espertos quando se trata de sindicalices), são de uma incompetência, de uma falta de profissionalismo, de um desprezo pelos direitos dos cidadãos que vão além do imaginável. É claro que o sistema em vigor não funciona, não protege, nem os interesses das pessoas nem os da Lei e do Direito.
Estado de direito? Uma gaita!
Dos transportadores espanhóis envolvidos nos criminosos piquetes, há um que já apanhou oito meses de choldra, e há mais uns cento e cinquenta acusados. Por cá, foram, no dizer cretino do primeiro-ministro, levantados uns autos. Daqui a dois anos haverá umas acusações. Daqui a dez, uns tipos apanharão uns dias de pena suspensa. Talvez.
Não há referendos que não sejam uma aldrabice. A não ser, talvez, se a pergunta for extremamente simples e não se revestir de consequências políticas de monta. Pode perguntar-se a um habitante da freguesia de Badalhufe de Baixo se quer, ou não, um urinol público em determinado sítio. Será legítimo construi-lo, ou não, segundo a vontade da maioria? Talvez seja.
Noutros casos, os referendos são sempre, substancialmente, um atentado à democracia representativa, a única que existe e que é, na conhecida expressão de Churchill, o pior dos regimes, se excluirmos todos os outros.
Hoje e aqui, esta história de “devolver o poder ao povo”, de “auscultar a Nação”, etc., não passa de arma de arremesso dos Louças e dos Jerónimos, fanáticos inimigos da democracia representativa, ou seja, fanáticos inimigos da democracia tout court.
Um referendo sobre uma matéria tal que o Tratado de Lisboa atinge as raias da loucura anti-democrática. Não está em causa saber se o tratado é bom ou mau. A generalidade dos portugueses, como a generalidade dos europeus, não faz a menor ideia a tal respeito, mais que não seja porque não conseguem imaginar, com um mínimo de segurança, quais as efectivas consequências da sua entrada em vigor. Exigir que os cidadãos digam sim ou não ao tratado é o mesmo que perguntar a uma criança o que é o coeficiente quântico de incerteza e esperar uma resposta com pés e cabeça.
O referendo irlandês é uma demonstração clara desta realidade. Sob a batuta de um ex-terrorista profissional e de um demagogo rico de última hora, votaram contra o Tratado sem fazer a mais leve sombra de ideia acerca do que se tratava. Votaram Não, porque eram contra o aborto, como se o tratado tivesse alguma coisa a ver com tal assunto. Votaram Não, porque são contra o casamento dos maricas, como se o tratado lhe dissesse respeito. Votaram Não, porque são contra a eutanásia, como se houvesse, no tratado, alguma referência à coisa. Votaram Não, porque foram “informados” que o Sim significava aumento de impostos, como se o seu País não ficasse, em matéria fiscal, rigorosamente na mesma. Votaram Não, porque achavam que estava em risco a sua tradicional quão cobarde “neutralidade”, como se essa triste circunstância fosse “mordida” pelo tratado.
Em casos anteriores, como os da França e da Holanda, o Não foi motivado por descontentamentos diversos, que nada tinham a ver com a matéria a votar. Votaram Não, para chatear os respectivos governos.
A resposta maioritária dos irlandeses tem uma característica peculiar que nada abona em favor dos próprios. É que, sendo a Irlanda o país que, de longe, mais lucrou com a União, que passou de miserável, coisa que era há séculos, a rico, coisa que nunca foi, por causa dela, à custa dela, como se pode entender que não queira que ela tenha melhores condições de funcionamento? Estupidez? Egoísmo? Nacionalismo? Então, quando têm a barriga cheia dá-lhes para o nacionalismo? Céus!
Na Irlanda ganhou uma estranha união entre a extrema direita do demagogo milionário americano de última hora e a esquerda republicana do Sin Féin, filha dilecta do terrorismo, com 4 deputados em 166. Juntos, fizeram uma campanha baseada em inverdades e invenções. Assim como se o senhor Louça e o senhor Jerónimo se juntassem àquele tipo, cujo nome não sei, do partido nacionalista. Ou seja, les bons esprits se rencontrent. Lá como cá, quando se trata de desacreditar a democracia (e não só), são iguaizinhos.
E agora? Agora, sugere o Irritado, ponham os tipos na rua. Não é aceitável que a decisão legítima de 26 governos legítimos, representando 489 milhões de cidadãos, seja posta em causa por um milhão de irlandeses, ou idiotas ou desinformados. Se se deixasse vingar a vontade destes, então, adeus democracia na União. O remédio é, para aquela gente, acabar com o mercado único, taxar-lhes os produtos de exportação, fazer o que se sugeriu fazer aos catalães se insistissem em independentices.
Meta-se essa gente nos varais! Daqui a uns anos, quando sentirem na carne as consequências dos seus actos, então que venham pedir batatinhas. Sugira-se que, nessa altura, não antes, lhes poderá ser dada uma nova oportunidade.
Se não se tratar do assunto com firmeza a União está arrumada.
Da biografia autorizada de José Sócrates de Carvalho Pinto de Sousa:
Era melhor ser engenheiro do que não ser
Eu sou virgem
Corro em cada cidade… porque é a melhor maneira de a conhecer
Eu já tentei ler o Hegel, mas… Não se percebe nada!
Estive cinco anos sem fumar
Fizemos uma figura de parolos!
… sentia-me na pele daquelas mulheres urbanas que às dez da manhã acham que já fizeram meio dia
Nestes três anos não se viu nada do que se passou no conselho de ministros nos jornais
Tirem V.Exas. as ilações que entenderem.
ABC
Atenção: é opinião sincera do Irritado que, apesar da monumental barulheira que, sem dúvida, se irá fazer acerca de mais esta iniciativa do senhor Pinto de Sousa, não vai valer a pena comprar a obra…
Honradamente, e de acordo com as suas convicções, o Irritado subscreveu a petição contra o Acordo Ortográfico.
Os manda-chuvas da petição deslocaram-se ao Palácio Real de Belém, a fim de apresentar a coisa a SEPIIIRPPDAACS. Até aqui, tudo bem. O problema é que o ilustre Dr. Graça Moura, chefe da delegação, explicou à imprensa que o Acordo não pode ser aceite porque contém inúmeros erros técnicos.
O Irritado ficou irritadíssimo. Já não pode voltar atrás mas, se pudesse, voltava, e desassinava a coisa.
É indiferente que o Acordo tenha erros ou deixe de os ter. O Acordo é um erro em si. Todo ele. O espírito que o informa. A filosofia que lhe serve de base. O objectivo que se propõe. É, fundamentalmente, acima e abaixo de tudo, uma indignidade, um erro político monstruoso, um atentado violento, terrorista, contra a língua portuguesa, e contra a Pátria da língua portuguesa.
A língua portuguesa é e será sempre a que se fala e escreve em Portugal. Há nações, como o Brasil e a Galiza, onde são escritas e faladas versões adulteradas, ou regionalizadas, da língua portuguesa. Noutras, não se podendo usar a palavra “versão”, fala-se e escreve-se português com algumas variantes e expressões locais. E é tudo.
Os outros têm o direito de derivar, como nós temos o de conservar o que é nosso. Se tais direitos forem respeitados, haverá sempre uma referência da língua, uma base, um útero, que é a raiz de tudo. Se, daqui a uns séculos, houver línguas lusas como hoje há línguas latinas, que honra para nós, que bem para o mundo!
O Acordo Ortográfico, enquanto submissão às corruptelas do português que se usam no Brasil, é uma hedionda ofensa aos portugueses e um gozo estúpido para os brasileiros. Um absurdo sem nome.
Porque será que nos deu para isto? Já viram os ingleses preocupados com as (pelo menos) dezasseis versões da sua língua? Já viram os castelhanos preocupados com as (pelo menos) vinte variantes da deles? Já viram os franceses, tão ciosos da francophonie, andar atrás dos canadianos e dos outros (pelo menos) quinze que usam a sua língua com liberdades próprias?
Já viram algum destes países, que têm, como nós, línguas universais, submeter-se às versões de terceiros? Já viram algum deles “traduzir” obras literárias dos outros para a língua original ou para as versões dela, como nós, estúpida e indignamente, fazemos?
É sabido que o gosto de ser português se resume, hoje em dia, a uns jogos de futebol. Mas, que diabo, porquê destruir, sem utilidade alguma, o último sinal de identidade que, para além do Ronaldo, nos resta?
Disseram-me que, naquele programa em que o Doutor António Barreto se sujeita, sabe-se lá porquê, a contracenar com o advogado/hoteleiro/tasqueiro/socialista Júdice,os intervenientes terão concordado com a tese de que a energia nuclear é indispensável para Portugal.
Há para aí cinquenta anos que há quem diga o mesmo. Nos tempos do autoritarismo chegou a estar nos planos do governo. Até já havia localização (em Ferrel) para a primeira central. Depois… depois vieram os Ecologistas & Cª Lda., a demagogia barata, a aldrabice ambiental, e nada se fez.
A água foi passando por baixo das pontes. Os países civilizados equiparam-se devidamente, e têm hoje, em perfeita segurança e sem estragos para o meio, energia mais barata.
Por cá, nada. Até que o senhor Pinto de Sousa, quando lhe propuseram a construção de uma central, declarou olimpicamente que tal coisa estava “fora da agenda do governo”.
Ou seja, declarou que, por sua decisão e ordem, continuaríamos a ser os atrasados mentais, e energéticos, da Europa.
A demagogia ambiental continuou a percorrer o seu glorioso caminho para a estagnação e a miséria. Gasta-se milhões em auto-estradas que não são precisas, gasta-se milhões em aeroportos que toda a gente sabe ser os elefantes brancos do nosso futuro. Vão gastar-se milhões para poupar vinte minutos no comboio do Porto. E, talvez pior, enche-se o país de “energias alternativas”, com parques eólicos que produzirão energia ainda mais cara que a que já temos. Nuclear é que não.
Interessante é verificar que, na Europa digna desse nome, são os próprios ecologistas a chegar à conclusão de que o nuclear é a mais limpa e mais barata das fontes de energia conhecidas, com experiência e tecnologia viáveis e seguras.
Por cá, “está fora da agenda”.
Por isso que tenha causado um enorme frisson na imprensa, a súbita descoberta dos intelectuais da SIC. Os fulanos tiveram a “coragem” de defender o que o cavernícola Pinto de Sousa e os ecologistas trogloditas abominam.
A luta continua. Não, não é a luta pré-histórica do senhor Carvalho da Silva pelos amanhãs que cantam. Não é a luta dos pontapés na bola pela conquista da taça. É a luta da “informação” contra o Dr. Santana Lopes. Vá lá entender-se porquê. A balsemónica “Visão”, em vez de se preocupar com os malefícios do senhor Pinto de Sousa, vem zurzir o governo anterior por ter feito o negócio do Casino de Lisboa.
Apesar de tudo.
Apesar de o dito governo ter sido “dissolvido” há mais de três anos pela golpada do Dr. Sampaio.
Apesar de toda a gente já ter percebido que o Estado fez, com o casino, um proveitoso negócio.
Apesar de o poder judicial já ter percebido que a decisão traduz “uma solução legislativa equitativa não desconforme com o princípio do Estado de Direito”.
Porquê, então, esta sanha persecutória?
Embora já seja evidente que as pobres desculpas do senhor Pinto de Sousa se consubstanciam em meros ataques ao passado (nem que, para tal, seja preciso inventar dados, como no caso do défice inexistente e aldrabado), seria de pensar que a “informação” podia usar um mínimo de inteligência para tratar as notícias, em vez de continuar a ser veículo privilegiado da propaganda do governo.
No tempo em que vivíamos em ditadura, era-me descontado um por cento do vencimento a título de cota sindical. Nem sequer sabia a que sindicato se destinava o meu dinheirinho. Era obrigatório, e pronto.
Logo que chegou o 25, apressei-me a dar instruções para que a coisa acabasse. Estava-me nas tintas para os sindicatos, fossem eles salazaristas, democráticos ou comunistas. E lá passei a empochar o meu rico um por cento.
Depois, veio a “luta” pela “unicidade” sindical, coisa grata ao camarada Cunhal, para quem controlar o nascente movimento era fundamental para a gloriosa marcha a caminho da miséria, da fome e das demais benesses do “socialismo”.
Fui a todos os comícios e manifestações contra a coisa. Essa batalha foi ganha, e nunca mais me vieram ao bolso com tais fantasias.
Trinta e tal anos passados, um senhor que fuma havanos e dirige os sindicatos do PS, vem propor que ao pobre povo seja cobrado, queira ou não queira, uma importância qualquer, a título de pagamento das negociações dos contratos colectivos que o tipo faz com o governo. Quer dizer: na opinião do homem essa coisa de a cada um ser dado contratar livremente as suas condições de trabalho não deve existir. Assiste ao canalha o “direito” de representar quem lhe não deu procuração nem se filiou na sua organização. Perguntar-se-á em nome de que filosofia, de que cartilha, de que princípio advém a criminosa ideia. Perguntar-se-á qual é a noção de liberdade desta gente.
A resposta é simples. É óbvio que o homem jamais avançaria com esta história sem o acordo prévio do chefe. Por isso que a arrancada para sacar mais uns milhões tenha toda a lógica. Trata-se de aplicar a noção de liberdade individual que mora na mente privilegiada do senhor Pinto de Sousa.
Quem nem liberdade tem para usar uma colher de pau pode arrogar-se a liberdade de não pagar aos agentes do poder? É evidente que não.
O fiel amigo do senhor Pinto de Sousa, de seu nome Hugo Chávez, acaba de tomar providências no sentido de evitar aqueles pequenos aborrecimentos a que o seu amigo é tão sensível.
Os venezuelanos, sob pena de prisão, passam a ser obrigados a bufar sempre que forem intimados a fazê-lo pelos serviços secretos ou, mesmo não o sendo, a bufar sempre que saibam de alguma malandrice praticada pelos canalhas que não são apoiantes do regime. Os serviços secretos, por seu lado, passam a poder fazer as escutas que entenderem sem pedir licença a ninguém.
Por cá, os apelos à bufaria, muito comuns no consulado de senhor Pinto de Sousa, ainda não se viram vertidos em letra de Lei, pelo menos com a sinceridade e a frontalidade do grande democrata e líder social da Venezuela.
No entanto, segundo algumas informações secretas de que o Irritado dispõe, vontade não falta por aí. Há que ser fiel às amizades!