O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
Por julgar que já tinham acabado as arengas do Prof. Marcelo RS, liguei a RTP1. O homem, que chatice, ainda lá estava. Fiquei preso àquilo, a admirar a beleza dos conceitos do académico. Em resposta à falta de contraditório referida pelo patético ministro da agricultura que temos, Marcelo opina que, “se ele quer debater”, então que “saia do governo”, e vamos a isso. Porque ele, Marcelo, como está fora da política (!?) pode ter opiniões. O ministro, se as quiser ter, que venha cá para fora. Faz lembrar os miúdos da escola a desafiar para a porrada os colegas de quem têm medo: “lá fora, levas”.
Mais: o conceito (já histórico e de históricas consequências) de contraditório do Marcelo não é o de fazer um programa frente a frente com quem não o grame, é dizer a quem não concorda “venham cá para fora”. O mesmo que é dizer “agarrem-me senão bato-lhes”.
Não é surpresa, mas não deixa de ser esclarecedor.
O Irritado condenou, aberta e fortemente, as grandes amizades dos senhores Soares, Pinto de Sousa e outros muchachos pelo senhor Chávez, vaticinando um futuro sombrio às relações económicas entre este pobre país socialista e o socialismo petrolífero da Venezuela.
Infelizmente, o Irritado tinha razão. Com pretexto na directiva do Parlamento Europeu sobre a emigração – ao contrário do que se diz, tal directiva humaniza as leis dos países onde era demasiado dura sem alterar a daqueles em que era mais soft, como é o nosso caso – o senhor Chávez pediu ao parlamento da Venezuela que legislasse no sentido de dar um pontapé no rabo às empresas europeias que por lá operam.
Vai estalar a castanha na boca dos Soares e dos Pintos de Sousa. O problema não é que eles queimem as delicadas boquinhas, é o que nós iremos sofrer com as iniciativas do amigo deles…
Pode gostar-se ou não das aventuras literárias do senhor Saramago. Numa coisa, porém, todos os que usam alguns neurónios estarão de acordo: o homem é, de longe, o mais desagradável de todos os portugueses. Antipático, pesporrente, convencidão, pedante, invejoso, chicaneiro, dono da razão e da justiça, etc.
Vem isto a propósito de uma entrevista que a sua amantíssima esposa, não se sabe por que carga de água, deu a um jornal qualquer. É que a senhora consegue ser ainda mais desagradável que o marido! Leiam, e vejam como é possível uma pessoa alcandorar-se a um nível tão alto, tão alto, que a humanidade em geral passa a ser integrada por um bando de insectos, estúpidos, fascistas, incultos, desgraçados, machistas e idiotas. Safa-se ela e mais umas mulheres. Para além do dulcíssimo esposo, é claro.
Lá para terras de Espanha, anda uma propagandista a defender o “espanhol” contra a invasão das línguas catalã, basca e galega, que andarão a ameaçar a língua de Cervantes.
O Irritado está-se nas tintas para os problemas da senhora.
Se fala na coisa é para a informar que “espanhol” é coisa que não existe. Há, sim, várias línguas espanholas, entre as quais o castelhano, a que a senhora, impropriamente chama “espanhol”, e que é língua veicular.
Já agora, talvez fosse bom chamar ao galego galaico-português…
Discretamente (não vi, nos jornais referências de maior à coisa), o venerando conselho de ministros aprovou um diploma incluindo as mulheres que abortam no subsídio social de maternidade.
Segundo a filosofia governamental, ter um filho ou matá-lo antes de nascer tem, para o Estado, o mesmo valor.
Mais uma benesse do socialismo.
Um sistema prático para ganhar uns cobres.
Uma menina necessitada não tem mais que truca-truca, que é uma coisa agradável, dirigir-se depois a uma instituição pública, tomar umas pastilhas oferecidas pelo povo, e receber o dela. É fácil, não dará milhões, mas compensa.
Num país onde a natalidade desce todos os dias, o facto de não só se permitir o aborto livre, gratuito e incondicional, mas também de oferecer incentivos financeiros à sua prática é, pelo menos, um crime de lesa Pátria. Não se vislumbra onde pode um governo, seja de que cor for, ir buscar justificação moral e política para uma coisa destas. Ainda menos se pode imaginar que não haja, a tal respeito, uma tempestade mediática, um protesto visível das associações anti-aborto, da Igreja Católica, ou mesmo das pessoas que, sendo a favor do dito, se julgam com um mínimo de bom senso e de escrúpulo moral.
Aqui fica o protesto do Irritado, para registo cibernético da porcaria em que estamos envolvidos. Da porcaria que, afinal, somos.
Em mais um significativo avanço civilizacional, o governo tomou a louvável medida de mandar colocar, no pescoço dos cães (os gatos, coitadinhos, estão à espera de regulamentação), um micro chip que lhes conferirá a devida identificação. A coisa ficará submetida ao SICAFE, organismo público da área da DGV, que é dona da respectiva base de dados e que, nesta matéria, é concorrente da SIRA, que pertence ao SNMV. Estão a ver, não é?
A brilhante medida deve inserir-se, como é de timbre, no âmbito do SIMPLEX.
O Irritado, sempre preocupado em melhorar a performance governamental, permite-se sugerir que se ponha, nos cães, nos gatos e, sobretudo, nos respectivos donos, um outro dispositivo electrónico, desta vez anti-xixi e anti-cócó. O aparelhómetro seria munido de um detector de odores indesejáveis e emissões gasosas de natureza afim, e determinaria a quantidade de dejectos deixados sobre os relvados dos jardins onde as criancinhas brincam e nos passeios onde as velhinhas escorregam, permitindo determinar o contributo de cada animal de estimação e do respectivo proprietário para os incómodos e para os perigos sanitários provenientes das necessidades fisiológicas civicamente derramadas no chamado espaço público.
O Estado poderia encontrar nesta medida mais uma fonte de receita, coisa de que, coitado, anda tão carente.
Via ondas de telemóvel, os cacochips transmitiriam os dados a uma central electrónica, a qual estabeleceria, à semelhança do que acontece com o CO2, uma Taxa Mijocacotráquica, que permitiria, segundo critérios a estabelecer por via regulamentar, a quantidade admitida, para cada agente, de produtos sólidos, líquidos e gasosos. As autoridades competentes publicariam as tabelas das emissões cagómetras, urinómetras e peidáceas correspondentes ao valor de cada taxa, os animais seriam classificados, através de outras tabelas (a aprovar por portaria), em Cagões Leves, Médios e Pesados, variando as tabelas segundo uma fórmula já calculada pela Universidade Independente – Faculdade de Engenharia Sanitária, nos seguintes termos:
T= qc + qu + pg x ic x cqi
mtirsputa
Em que:
T - taxa
qc - quantidade de caca em quilos ajustados à milésima
qu - quantidade de urina em mililitros/hora
pg – pressão dos gases em bares
ic - índice de contaminação
mtirsputa - média da taxa de IRS do proprietário nos três últimos
anos
cqi - coeficiente quântico de incerteza.
Os cacochips seriam entregues pelo LNEC (secção de esgotos e ratazanas) aos proprietários, bem como aos cães e aos gatos, mediante requerimento em três vias, acompanhado de certidão narrativa completa de nascimento dos ditos, do último recibo de electricidade emitido em via especial pela EDP, de uma certidão de não dívida à Segurança Social, às finanças e ao Benfica, além de um termo de responsabilidade garantindo, por honra dos subscritores, que as emissões de dejectos previstas na tabela não seriam ultrapassadas.
O não cumprimento deste compromisso seria considerado crime público, sendo o Código Penal alterado em conformidade pela Assembleia da República.
Estes procedimentos, dadas a sua cristalina transparência e acessibilidade, seriam integrados no sistema SIMPLEX.
Uma AACMTCGP, Alta Autoridade para a Caca, o Mijo e os Traques de Cães, Gatos e Proprietários, seria fundada e dotada de um Presidente, cinco Administradores, vinte e dois técnicos, cinquenta a quatro funcionários administrativos, dezoito secretárias, dez motoristas, seis contínuos e três porteiros. A referida Autoridade funcionaria segundo o tradicional sistema de cunhas, tão ao jeito dos portugueses.
Eis uma modesta contribuição do Irritado, modelada no espírito progressista do governo e destinada a debelar o desemprego e a proporcionar aos que poluem as cidades e as vidas das pessoas com dejectos humanos e animalescos o enquadramento global e integrado da sua benemérita actividade.
IRRITADO
PS. Com os chips do governo ou com os cacochips do Irritado, a situação continuará a ser exactamente a mesma, pelo menos no que se refere aos legítimos interesses do cidadão. As mastrafonas e os porcalhões continuarão a espalhar pela cidade a trampa dos respectivos cãezinhos, as crianças continuarão a chafurdar no produto, as velhinhas a escorregar, as pessoas em geral a levar para casa, agarradas à sola do sapato, as excedências merdíficas dos animais de estimação, os relvados continuarão azotados e mal cheirosos, os polícias, se existissem nas ruas, assobiariam para o ar, os almeidas continuarão a não sujar a vassoura e o governo continuará a convencer as pessoas da excelência do simplex. O povo, esse, como é esperto e está bem informado, é capaz de ir votar outra vez no partido socialista. O mesmo farão, por diversas razões, os escolhidos do Pinto de Sousa, que não serão muitos, mas são eficazes.
Os habituais contestatários voltaram à rua para protestar contra o fecho da CRIL. Espera-se que o senhor Costa e o seu primo Pinto de Sousa, se não acagacem, se não borrem, como de costume, com as ameaças da multidão - olhem os professores, os pescadores, os camionistas - e não mandem parar as obras.
Aqui há uns anos, o impensável senhor Miguel Coelho, grande líder e educador das massas socialistas da capital, deputado do PS, membro militante do GOL, apresentava na Assembleia Municipal de Lisboa um voto de protesto contra a demora do “feixo” (sic) da CRIL. Agora, que a coisa está a andar, espera-se que se “feixe” o mais rapidamente possível.
O cagaço é mau conselheiro.
PROPAGANDAS
O ex-bolchevista Vital Moreira, propagandista número um do governo socrélfio e atacante permanente da concorrência, publicou, no jornal privado chamado “Público”, uma extensa e prolixa diatribe (para receber o dele, o homem tem que encher ¾ de página a toda a largura…) contra a Dr.ª Manuela, a quem acusa, pelo menos, de oportunismo, demagogia, populismo e ausência de credibilidade.
No esclarecido pensamento do académico propagandista, talvez ainda informado pelos princípios que enchem a alma do camarada Jerónimo de razão e o país de miséria, as obras públicas são o mais excelente, o mais reprodutivo, o mais fundamental dos elementos para a condução das sociedades ao progresso e à Justiça. Por isso que a Drª Manuela ande a pescar em águas turvas, em vez de embandeirar em arco com os buracos financeiros e os elefantes brancos que o senhor Pinto de Sousa tem para aí anunciado.
Para completar o ramalhete, o propagandista alardeia o rol das maravilhas que o governo tem espalhado sobre a Pátria. Faz lembrar a célebre história do inventor de anedotas políticas a quem o Doutor Oliveira Salazar fez sentir que não era justo que fizesse humor sobre as inigualáveis maravilhas do regime. “Fiz isto, fiz aquilo, fiz aqueloutro”, arengou o autocrata. Ao que o fabricante de anedotas respondeu: “essa, senhor presidente, não é minha”…
JUSTIÇA
Rezam os cronistas que o processo da Maddie vai ser arquivado.
Se assim for, passa a ser perfeitamente legítimo, pelo menos, abandonar criancinhas em casa enquanto os papás e as mamãs vão para os copos…
Grande justiça a nossa!
"EMPREENDEDORISMO"
O grande magnata João Pereira Coutinho informou o orbe de que o problema do governo é não ter meia dúzia de Pintos de Sousa (Sócrates), em vez de um só.
Em matéria de graxa, nunca vi melhor. São assim os nossos empresários. À boa maneira africana. A lei é uma chatice, o despacho é que é bom.
Finalmente, o livro cujas principais passagens o Irritado teve a subida honra de publicar (Cf. “Citações”, de 12 de Junho), foi lançado no mercado, com a devida pompa.
As bem-pensantes vozes do grande socialista Vitorino e do empresário do PSD Dias Loureiro, trataram de devidamente incensar o biografado. Este, em notável demonstração da modéstia que o caracteriza, não estava presente. Enquanto os dois panegiristas se desunhavam a elogiá-lo em Lisboa, o senhor Pinto de Sousa estava, lá para o Norte, a lançar uma barragem, uns dez anos depois de o seu santo protector, o senhor Guterres, ter deitado para o lixo os 38 milhões de contos que ficaram enterrados em Foz-Coa, para que se desenterrasse uns bonecos quaisquer a que ninguém liga bóia e que vão custando mais uns milhões todos os anos.
Utilizando um dom que ainda nos era desconhecido, o da ubiquidade, o senhor Pinto de Sousa matou dois coelhos, ocupando o dobro das páginas dos jornais com dois acontecimentos. A isto chama-se, não oprtunismo, mas boa gestão da "agenda mediática...
O “menino de ouro” – por certo o ouro dos muitos milhões que já nos sacou e com que se propõe endividar os nossos filhos e os nossos netos e bisnetos – aparece de calções, de calças, com o papá, com a mamã, com os amigos, e assim por diante, numa demonstração do que é, à boa moda sovieto-africana, o chamado culto da personalidade.
Não li, nem lerei, o tal livro. Mas, não sei porquê, aposto que não há nele referências aos belíssimos projectos de arquitectura que o menino de ouro concebeu e subscreveu, ou não concebeu mas subscreveu, tão pouco aos máximos mundiais que alcançou em matéria de desenrascanço universitário.
O mais triste, no meio disto tudo, é a presença na sessão do senhor Loureiro e as loas por ele tecidas a quem se julgaria ser seu adversário político. O bloco central no seu melhor, pela mão de um cavaquista e actual proclamado leitista.
Estas coisas não se fazem de borla. Têm além disso, neste caso, um significado político evidente: o apoio do Presidente da República e da chefe do PSD à “cooperação institucional” com os desmandos do PS e à preparação de um horrível futuro para todos nós. Bem pode a Dr.ª Manuela dizer que “bloco central só se estivesse louca”. O que se vê diz-nos, sem margem para dúvidas, que, ou já está louca, ou se prepara para enlouquecer.
Anos atrás, quem chamou ao Dr. Santana Lopes “menino guerreiro” foi, com ele, queimado na praça pública. Ao senhor Pinto de Sousa tudo se pode chamar, desde que seja para incensar tão ilustre personalidade. Aí estão a imprensa e as televisões para achar tudo normalíssimo, e para tratar de convencer as pessoas de que o que era ridículo para um, se torna justíssimo e adequado ao outro.
Ser socialista paga bem. Em ouro, que as commodities é que estão a dar.
Foi uma gracinha, esta guerra de dichotes entre o ministro da agricultura e o Marcelo R. de Sousa.
Deu-nos imenso gozo ouvir o segundo a chamar ultra incompetente ao primeiro, classificá-lo como nulidade absoluta, e por aí fora. Encheu-nos o papinho ouvir o primeiro falar do “programa de entretenimento” do segundo, afirmar que não lhe ligava bóia, etc.
O problema é que o impossível ministro, ao que parece mais especializado em bocas que em agricultura e pescas, se queixou da “ausência de contraditório” nos programas que o irritante académico vende à RTP.
Poucos anos atrás, um ministro do governo do Dr. Santana Lopes queixou-se exactamente, rigorosamente, do mesmo. Lembram-se do que aconteceu? A imprensa, a rádio, as televisões, passaram semanas a esmiuçar o assunto. O senhor Pais do Amaral foi interrogado, a oposição exigiu um inquérito, o Presidente da República (valha-me Santa Engrácia!) chamou o Sousa ao palácio, a fim de, publicamente, lhe manifestar o seu superior apoio e a sua magnânima compreensão. O Sousa, acusando o Amaral de mentiroso, demitiu-se da TVI (dizem as línguas viperinas que já tinha um acordozinho com a RTP). Caiu o Carmo e a Trindade. Um governo que se atrevia a dizer que, nos marcelais programas, não havia contraditório, tinha que ser demitido, e quanto mais depressa melhor.
Agora? Agora, nada. O assunto ocupou uns segundos nos telejornais, umas linhas nos jornais, e pronto. Morreu. Não passou de fait divers.
Digam-me lá se não vale mais cair em graça do que ser engraçado.
Sob o nobre bom gosto da finíssima, delicada, imaginativa e esclarecedora sigla, ou slogan, “Quem Não Leva No Pandeiro Não É Homem Verdadeiro”, desfilou em Lisboa, de pleno direito, um cortejo de tarados, cropofílicos e malcheirosos indivíduos, cidadãos que têm orgulho em se tornar conhecidos por “atracar de popa”, “abafar a costeleta”, “pertencer à filarmónica”, “meter carga pelo porão”, ou por outras asserções menos explícitas que a que resolveram usar.
Patéticos, uns magrizelas vestidos de cor de rosa, cheios de aigrettes, sapatinho de Cinderela, mini-saia, cuequinha de renda, rabiosque repenicado, davam pulinhos de contente pelas ruas. Umas fulanas e uns seres menos explícitos acompanhavam o préstito, cheios de pederástico-folclórica emulação. Intelectuais da organização encarregavam-se de prestar à comunicação social as devidas declarações, cheias de seriedade e de acendrado amor pelos “direitos humanos”. Os jornais trataram de noticiar a coisa com o devido relevo. As televisões e as estações de rádio não sei, porque, felizmente, passei uns dias sem me deixar atacar por tais organizações. Calculo que, a bem das criancinhas que vêm o telejornal com os papás e as mamãs, a rapaziada tele-comunicadora não deve ter deixado e dar o devido relevo a tão importante acontecimento.
É sabido que, tendo o género masculino os dois cromossomas, ás vezes a natureza engana-se e dá primazia a um deles, o errado. É sabido que, não tão raro como seria de desejar, acontece que, por pura perversão, frustração, incapacidade de relacionamento com o outro sexo ou atracção pelo pivete – a sexualidade tem destas coisas – há fulanos que preferem “contactar” com o próprio sexo em vez de o fazer com o outro. As fulanas, que não têm a desculpa dos cromossomas, servem-se de outras para os mesmos fins. Coisas que “estão a dar”.
De um ponto de vista civilizacional, o que marca a diferença não é a que separa o senhor Hitler e o senhor Ahmadinejad – que mandam matar esta gente – dos padres protestantes que os casam ou do senhor Sapateiro que manda fazer o mesmo e até quer que tenham filhos (filhos?).
A grande diferença é a que separa a discrição e o respeito, pelo próprio e pelo alheio, pelas crianças, pela sociedade em geral, da propaganda desbragada e da defesa dos defeitos e malformações de cada um como se de excelsas qualidades se tratasse. É a constituição do conjunto dos aleijados e dos viciados em classe social, é a defesa dos vícios e das malformações, erigidas estas em fonte de direitos outros que não sejam os que ao tratamento fisiológico e/ou psiquiátrico se referem.
À discrição e ao respeito chama a nova “civilização” hipocrisia. Ao pudor que levaria a guardar para si o que não deve ser público – mesmo o que é comum não deve, ou não devia, ser público – substitui-se o louvor, a visibilidade social e a criação de um corpo de barbaridades jurídicas destinadas a “igualar” o que não quer, ou não pode, ser igual.
A palavra de ordem do desfile lisboeta expressa bem o que está em causa: a propaganda de um negócio sujo. Pois que levem no pandeiro e chamem homens a si próprios. Ninguém terá nada com isso, a não ser que incomodem terceiros.
Já que estamos em maré de sexo, ou dos seus desvios, perguntemos:
Podem os homens ser feministas?
Esta magna questão ocupou um sem número de impolutos intelectuais durante umas horas, dizem os plumitivos de serviço.
Um castelhano afirmou que “há muitos machos mas poucos homens”. Não se percebe bem o que isto quer dizer. O notável pensador encarrega-se, porém, de esclarecer o assunto. Afirma que há “distintas masculinidades”, delas destacando a “subordinada e marginalizada dos homossexuais”.
Não é estranho que, numa conferência levada a efeito para defender o feminismo, o competente orador tenha resolvido defender os homossexuais, atribuindo-lhes inegável “masculinidade”? Julgo que as lésbicas devem ficar ofendidíssimas com esta descriminação. Então, e elas? O que serão?
O extraordinário “nuestro hermano” esclarece que, contrariando os conselhos do papá, cada vez tem menos “respostas de homem”. Presumo que estará a dizer a verdade. Por isso, o homem (homem?) opina que “devíamos todas e todos ser feministas”. Não diz se se inclui a si próprio nas todas ou nos todos, mas a resposta a esta importante pergunta não deve ser lá muito difícil.
Por sua vez, na mesma brilhante reunião, a dona Sónia Alvarez, muito conhecida lá em casa, opina que, na América latina, é preciso desenvolver uma “radicalização dos feminismos”, de forma a integrá-los na “resistência ao neo-liberalismo”. Até porque a senhora acha que “a agenda global do género interessa à tendência global para o neo-liberalismo".