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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

NACIONALISMO DE ESQUERDA

Houve, durante seis meses, uma trégua entre o Hamas e Israel.

Esgotado o prazo da trégua (o Hamas é cumpridor!), vai de pegar nos rockets e desatar aos tiros, por cima do muro, a flagelar o inimigo.
Se olharmos com alguma atenção para os chamados media, a coisa passou como a mais natural delas. Pois se os israelitas são inimigos e se a trégua chegou ao fim, é mais qque natural que a rapaziada do Hamas desate à bomba, não é? Coisas que se metem pelos olhos dentro.
O pior foi quando os israeleitas se irritaram e vai de responder com umas bojardas curúrgicas, as quais, como é evidente e não pode deixar de ser, causam “danos colaterias”. E aí temos os chamados media a meter-nos pela casa dentro os horrores dos danos colaterais. A multidão aos berros, o sangue na televisão, os funerais ululantes, etc.
A ninguém ainda ocorreu dizer que, no caso dos rockets do Hamas, os danos são todos “colaterais”. São a regra, não a excepção.
 
Os governos ocidentais, a União Europeia, o mundo livre em geral, reage oficialmente condenando o Hamas e pedindo a Israel respostas “proporcionais”. A coisa é referida nos telejornais e quejandos como se se tratasse de desculpas de mau pagador. Vão multiplicar-se as entrevistas com os que, coitados, perderam alguém, mas só do lado do Hamas, a dar ideia de que os outros não morrem, nem têm família, nem merecem atenção.
 
Efeitos do nacionalismo que a esquerda foi buscar aos arcanos do fascismo.
 
28.12.08
 
António Borges de Carvalho

A VER VAMOS

 

 

 

O Presidente tem outra batata quente nas mãos.

 

Toda a gente, a começar pelos seus autores, já percebeu que o orçamanto do Estado para 2009 é um papelucho sem sentido, um mar de pressupostos falsos, uma aldrabice irrealizável, um pano encharcado atirado à cara das pessoas por um governo sem rei nem roque, nem filosofia, nem projecto outro que não seja continuar a ser governo.
Ora, se se fabricou tal chorrilho de disparates, o Presidente tem a mais elementar obrigação de mandar a coisa para trás, mais que não seja com a exigência de que sejam revistos os pontos de partida das contas do governo. O que não pode é deixar que se entre o ano com contas erradas à partida, e se baseie a nossa vidinha em tais dislates.
A ver vamos.
 
28.12.08
 
António Borges de Carvalho

DISSOLUÇÕES

 

Não surpreende ninguém que o General Eanes ache que o Presidente devia dissolver o parlamento por causa da guerra dos Açores. Para o General Eanes, enquanto Presidente, dissolver o Parlamento era o desporto predilecto. Nas horas vagas, nomeava governos. Depois, a Constituição foi revista (1982) e o General teve que meter a viola no saco. Até ao dia em que o partido que fabricou (o horroroso e felizmente já defunto PRD) arranjou uma moção de censura e obrigou a mais uma dissolução.
A coisa, nos termos da Constituição, ficou estabilizada. Até que o golpista Sampaio abusou dela e exerceu o poder de dissolução sem mais nem ontem, ao sabor das suas preferências partidárias. O PS tinha um novo líder, estava estabilizado, O PC também. O governo PSD/CDS era atacado por dá cá aquela palha. Era o momento! Trás!
Terá começado a IV República.
 
Demos a mão à palmatória: o General, agora, tem razão.
Se o Presidente é o guardião da Constituição, se a Constituição é miseravelmente espezinhada pelo Parlamento, se este, apesar dos avisos do Presidente, comete a brutal irresponsabilidade de devolver o estatuto dos Açores sem o modificar, isto é, se, provocatória e desrespeitosamente, põe em causa as funções contitucionais do Presidente, então o Presidente tem que dissolver a recalcitrante e irrazoável assembleia.
Cavaco tem, porém, o direito a fazer as suas contas políticas. Sampaio não as fez?
Então se, a avaliar pelas sondagens, o senhor Pinto de Sousa é capaz de ganhar as eleições e continuar a sua devastadora obra por mais quatro anos, a única hipótese que o Presidente tem, se puser os interesses da Nação acima da sua própria honra, é a de aguentar, mandar a porcaria dos Açores para o Tribunal Constitucional, e esperar calmamente que os meses que faltam para as eleições tragam algum bom senso à cabecita tonta dos portugueses.
Com a “informação” que temos vai ser difícil. Com os pachecos, os sarmentos, os marcelos a dizer asneiras, vai ser difícil. Mas, quem sabe, se a tal “informação” suspeitar que pode haver outra saída, talvez comece a informar com alguma independência. Se o fizer, daqui a uns meses o futuro talvez seja menos negro do que é agora.
 
28.12.08
 
António Borges de Carvalho

A VIDA E A MORTE

 

 

Avoluma-se a multidão dos fiéis do anti-capitalismo e do anti-liberalismo, primários, secundários e terciários.
À frente do cortejo, os camaradas Jerónimo, Louça e Soares, riem a bandeiras despregadas, agitanto os braços à turba que os aplaude. No seio das massas, o camarada Tavares, de todos o mais intransigente, agita o povo. Em São Bento, o senhor Pinto Sousa ouve o último conselho do Silva antes de anunciar mais umas borlas. O seu problema é o velho ditado que reza que “quando a esmola é grande o pobre desconfia”. E como, no seu caso, nem sequer hà esmola, só blá blá, só aldrabices, só o socialismo a triunfar no BPP, no BPN, na CGD, o senhor Pinto de Sousa inquieta-se, coitado, e com razão.
 
Verdade, porém, é que, segundo a esperança ou a certeza dos fiéis, a religião socialista, finalmente, vai triunfar!
Afogado nos seus mortais pecados, o cadáver do capitalismo, sobretudo da mais negregada das suas formas, o capitalismo liberal, já quase frio, encaminha-se para as chamas do inferno. Porque faltou aos mandamentos da moral republicana, da moral marxista, da moral trotskista, da moral mussoliniana, porque, entre nós, não foi, como os profetas justamente aconselhavam, dizimado na arena justiceira do Campo Pequeno e renasceu das cinzas pela mão da mais tenebrosa reacção e do engano fatal do camarada Soares.
Na senda gloriosa de Marx, Lenine, Bernstein, Trotsky, Staline, Hitler, Fidel, Che, Kim Sung Il, Mussolini e de tantos outros honrados socialistas, os fiéis proclamam, não (ainda!) a vitória final dos amanhãs que cantam, mas a morte do infiel, do herético, do excomungado capitalismo.
A crise aí está, a pedir uma “nova ordem”, um novo “paradigma”, uma “organização baseada noutros princípios”, que não os da escória liberal, do gangsterismo americano, das cedências chinesas.
 
O problema, para a parte menos ignorante das hostes, é que, nos últimos duzentos anos, já houve nada menos que 17 (dezassete!) crises financeiras e que o capitalismo se aguentou com todas elas. O problema é que o capitalismo brota como as flores da Primavera depois do Inverno. O problema é que, por exemplo, no auge do socialismo soviético, os motoristas de praça vendiam caviar aos estrangeiros a um dólar cada lata e os empregados de mesa trocavam rublos ao preço da uva podre. O problema, por exemplo, é que, no auge do socialismo angolano – o socialismo esquemático -, os mercados paralelos eram tantos e tão grandes que não havia força que os conseguisse combater.
O problema é que os mais pobres dos mais pobres querem ser propritários, nem que seja da paragem de autocarro onde passam a noite.
O problema é que o capitalismo é a vida, como dizia Revel. E, quando sob o primado do direito, é aquilo a que se chama capitalismo liberal. O resto, a “salvação”, os “novos paradigmas”, como diz Soares, as “novas ordens” como diz Jerónimo e dizia Hitler, não é vida.
Por isso que, no fundo, a constipação do sistema, que talvez seja uma pneumonia, é isso mesmo. Cura-se. Não se sabe como. Há quem queira curar a doença com veneno, como é o caso do senhor Pinto de Sousa. Há quem queira curar o mal com receitas esquerdistas. Há, até, horribile visu!, quem se valha de Lord Keynes para defender o socialismo! Há de tudo, como na farmácia. O problema é que não se curam pneumonias com remédios para a caspa.
 
A vida encarregar-se-á de ganhar sobre a morte, ou seja, o capitalismo passará. As hordas de fiéis do socialismo voltarão para o sossego do lar, até que uma nova crise lhes devolva a esperança de fazer com que a morte triunfe sobre a vida.
 
28.12.08
 
António Borges de Carvalho

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