O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
Na opinião do primeiro-ministro que temos, uma dramática viragem se está a dar na sociedade portuguesa. Em vez da proverbial seriedade do governo, preponderam “poderes ocultos” que criam “campanhas negras” e que põem em causa a sua credibilidade e a do governo a que, honradamente, preside.
Se compaginarmos esta insuspeita opinião com a não menos credível asserção do doutor Freitas acusando o PSD de estar por detrás da “campanha negra”, poderemos, finalmente, perceber o que se passa.
Foi o que fizeram os assessores do primeiro-ministro. Inquiriram, inquiriram, e apuraram os seguintes factos:
Dona Manuela, impaciente por ganhar as eleições mas convencida que, como diz o Doutor Freitas, não o vai conseguir, resolveu usar sofisticados meios para virar as coisas a seu favor.
Assim:
- Mandou o doutor Mota Pinto ao Haiti, a fim de consultar alguns feiticeiros vudus. Após conversações, em cuecas e com um osso de cobra de água ao peito, o doutor Mota Pinto participou no ritual do sacrifício de duas dúzias de galinhas, cujo sangue bebeu com delícia e fé. Seguiu-se a liturgia do batuque, na qual a secretária do doutor Mota Pinto foi estrela, agarrada ao neto do PapaDoc, tendo o doutor Mota Pinto feito uma sessão de rap acelerado, com ferozes invectivas ao PS. Regressado do Haiti, levou à dona Manuela um boneco com a cara do senhor Pinto de Sousa. Durante uma noite inteira, os dois políticos, ela de saia de ráfia, ele de tanga haitiana, dançaram e enfrascaram-se em rum, ao mesmo tempo que espetavam agulhas de croché no boneco, com o fim de despertar “poderes ocultos” que procedessem a infalível maldição. Foi assim que um “poder oculto” se apoderou da alma do tio do primeiro-ministro e o fez desbroncar-se, demonstrando um estado de espinhela caída que seria improvável não fora o feitiço.
- O Professor Borges, por sua vez, foi encarregado de visitar a Federação Espirita. Posto em contacto com o Sumo Sacerdote, compincha do Hermes Trimegistro, levou-o invocar o espírito do mal, vulgo Belzebu, a quem, em amena conversa, encomendou o agravamento da situação do senhor Pinto de Sousa. Belzebu, das negras profundezas dos seus domínios, arranjou um primo para agravar as bojardas do tio. Assim se agravou a negra urdidura.
- Ao mesmo, e a fim de o afastar da campanha de propaganda pessoal em que está envolvido, dona Manuela chamou o Coelho, e disse-lhe: “Eh pá, vê lá mas é se me dás uma mãozinha!” E aí vai ele de longada ter com a bruxa da Arruda. Fizeram em conjunto umas martingalas com conchas, ossos de sagui, rabos de coelho e outros artefactos altamente eficazes, e assassinaram dois cabritos que viriam a fazer imenso jeito para um jantar de cerimónia que a bruxa dava nesse dia. O Coelho lá voltou à presença de dona Manuela munido de uma dúzia de demoníacos virus informáticos, os quais foram dirigidos a uns computadores com o fim de criar uns e-mails “negros”.
- Mesmo com estes “poderes ocultos” já em acção, dona Manuela não se deu por satifeita: mandou aquele Dr. que foi ministro da justiça consultar o Professor Karamba. Este, entrando sem hesitações na tenebrosa trama, com sábias manipulações conseguiu mudar a órbita de Plutão, a fim de causar uma perturbação grave no horóscopo do senhor Pinto de Sousa.
- Finalmente, o encarregado da relações internacionais do PSD foi a Londres falar com o Grão Mestre da Maçonaria britânica e com o Sumo Sacerdote da Royal Society for Serious Fraud, figuras, como se sabe, inspiradas por poderes ocultos, relacionados com práticas negras, cabalas, injunções e malapatas. A missão foi um êxito, assim se tendo constituído a parte externa da tenebrosa conspiração.
Diga-se entre parêntesis que aquela aldrabona que faz horóscopos nos jornais e na TV já moveu um processo contra o professor Karamba, acusando-o de ter mexido no Plutão propositadamente, com o fim de inviabilizar as previsões astrológicas que o senhor Pinto de Sousa tinha encomendado.
E é assim que os factos vêm provar as carradas de razão que o homem tem ao queixar-se das “campanhas negras” e dos “poderes ocultos”. Pudera!
Mais uma vez, os portugueses são precursores. Trata-se da primeira crise política totalmente esotérica da história da humanidade.
Fui amigo de um senhor, falecido há um bom par de anos, que conhecia muito bem o nosso actual primeiro-ministro. O meu amigo admirava-lhe a verve, a persistência, a coerência na prossecução de objectivos. Criticava-lhe a incultura, a ignorância, o provincianismo, a inteligência mediana, a capacidade de atropelo e o desenrascanço teimoso e sem critérios morais que se vissem.
Na sua opinião, se o senhor Pinto de Sousa fosse devidamente “monitorizado”, isto é, se “comprasse” uma boa ideia, seria como um cão a defendê-la. Caso contrário era uma desgraça. Se embarcasse na asneira, ou se o fizessem embarcar, ninguém o tirava de lá.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com a chamada co-incineração. Mesmo quando lhe foi demonstrado, por a+b, que havia melhor solução, agarrou-se àquilo e foi o que se viu. Se, pelo contrário, tivesse bom conselho e boa companhia, era capaz de coisas notáveis, como aconteceu com o Tratado de Lisboa.
Estas qualidades e estes defeitos vieram a caracterizar-lhe o mandato. O pior é que os defeitos, sempre mais fáceis de praticar que as virtudes, acabaram por tomar conta dele ao ponto de ser legítimo, hoje, duvidar da mera inteligência do homem.
Praticou, ao longo do mandato, a “doutrina” da mentira, da criação de expectativas, da promessa fácil, da manipulação, da ausência de escrúpulo, do desprezo pela inteligência e pela dignidade de terceiros.
Quem se esqueceu do primado da economia sobre as finanças que defendia antes das eleições, e do primado das finanças sobre a economia que praticou assim que subiu ao poder?
Quem não se lembra dos cento e cinquenta mil empregos, do não aumento de impostos, da repugnate trafulhice orçamental e de tantas e tão evidentes inverdades, meias verdades e mentiras que marcaram a desgraça nacional do seu mandato?
Quem não se lembra da escolha do “Magalhães”, à revelia das boas práticas e dos procedimentos administrativos aplicáveis?
Quem não se apercebe do castrador aumento do peso do Estado, do poder do despacho sobre o da lei, da eleição de parceiros particulares em desrespeito do interesse geral?
Quem não sente na pele a vergonha da escolha do senhor Chávez como parceiro preferencial?
Quem se esqueceu da pessegada académica, do inglês técnico, dos projectos pacóvios, tudo coisas que, cada uma de per si e todas somadas, deveriam ter chegado para caracterizar o personagem como absolutamente indigno do mandato que o eleitorado lhe deu?
Parece que, apesar de tudo isto, o paleio infrene e o espernear do homem acabaram por anestesiar a sociedade portuguesa, matraqueada com a propaganda das doiradas perspectivas que a brutalidade dos impostos e a tirania fiscal, mascaradas de “rigor orçamental”, lhe abriam.
Para quem não bastava o que bastava, os últimos dias têm demonstrado como, objectivamente, já nada resta que justifique dar-lhe uma réstea que seja de benefício da dúvida.
Não interessa saber se o homem recebeu dinheiro ou não. É um detalhe menor. O pecado, esse bem provado, é o de ter presidido e defender um processo administrativo trafulha, um ror de atropelos e de manigâncias. O pecado é o de vir apresentar-se-nos angelicamente, assacando a imaginárias forças “ocultas”, a fantasmáticos intentos “negros”, a miríficas “perseguições” políticas os males que as suas próprias acções criaram. Nem um só argumento, uma só certeza, um único facto ele aduz que permita justificar o que fez ou deixou que se fizesse. Limita-se a uma queixa contra desconhecidos que, a partir do “oculto” se movem espalhando calúnias e congeminando urdiduras. Para além, é claro, dessa monumental cobardia que consiste em dizer que “não assinou nada”!
Ao ouvi-lo, os portugueses devem pensar se estará bom da cabeça.
A resposta é: está, é feitio, não é defeito.
1.2.09
António Borges de Carvalho
PS. Por falar de loucura, vale a pena ler um artigo que a dona Fernanda Câncio, jornalista usualmente preocupada com questões fracturantes e distinta defensora dos “direitos” dos pederastas e da fufas, publicou no DN. Tratava a senhora de uma conspiração para dar cabo de um homem. Quem? O senhor Pinto de Sousa? Não! O Capitão Dreyfus!
Terá a senhora, como é voz corrente, razões de ordem sentimental para escrever o que escreveu. Mas, que diabo, não havia necessidade! Coitado do Dreyfus, sofreu o que sofreu e ainda há quem se sirva do seu cadáver em proveito próprio!
Há uns anos, uma carta anónima que, dias depois, se sabia quem escrevera e que, por isso, deixara de ser anónima, despertou o interesse de uns polícias. Fizeram umas investigações e houve, até, um juiz que despachou a coisa com altas suspeitas de irregularidades ou crimes a envolver o processo Freeport de Alcochete.
Depois, os polícias, ou o dito juiz, mandaram uma carta aos colegas ingleses a pedir umas coisas.
A indignação socialista estava ao rubro. Levantar suspeitas sobre o chefe? Nem pensar. Puzeram-se em campo. Urdiram.
Como resultado desta nobre reacção, muita gente foi enxovalhada por estar a mentir e um polícia apanhou 18 meses de cadeia por fuga de informação. Mais importante do que isso, nem os ingleses mandaram fosse o que fosse, nem ninguém insistiu para que mandassem.
Assim se passaram vários anos na maior das harmonias. Toda a gente descansada. O assunto estava morto e enterrado.
A urdidura tinha resultado!
A coisa, porém, ressuscitou. Agora que os “conspiradores” não se limitam a uns polícias curiosos, um autarca invejoso e um juiz ignorado, não é possível repetir a urdidura. As hostes andam à rasca e, como quem se vê ao espelho, assacam a terceiros as práticas negras em que são especialistas.