O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
Estou sempre atento às doidices com que o esquerdismo culto mas idiota do senhor Tavares (Rui) brinda os cidadãos no jornal privado chamado “Público”. Estranhamente, a expensas do senhor Azevedo (Belmiro) e sob a protecção editorial do senhor Fernandes (José Manuel).
Desta vez, o ilustre candidato do Bloco de Esquerda, no que à trafulhice intelectualóide diz respeito, vai mais longe do que é costume.
Talvez inspirado nesse mestre dos alarves que dá pelo nome de Lino - o qual, numa das abundantes sessões solenes do governo a anunciar o que se fará um dia, teve a estúpida e despropositada lata de chamar salazarento ao Dr. Rangel - o tal Tavares opina que a Dr.ª Manuela anda a ressuscitar a União Nacional e o “orgulhosamente sós”.
De facto, desde que o PS de Guterres destruiu o que o PSD de Cavaco tinha conseguido e que o PS de Pinto de Sousa deitou para o caixote a obra, ainda incipiente, de Barroso/Ferreira Leite e de Santana Lopes/Bagão Félix - desta vez mediante um golpe de estado levado a cabo por um ex-líder do PS e um “orçamento” da treta inventado à la manière por outro ilustre ex-líder do PS, Portugal passou a ser um país só. Nisso, tem o Tavares razão. Só, no fim da tabela do PIB per capita. Só, como lanterna vermelha da União Europeia, só, no fim da bicha dos resultados das medidas anti-crise. Só, só só. Só, atrás dos que estavam atrás dele, até atrás de outras vítimas do socialismo. Só, e envergonhado. Só, na miserável situação a que o socialismo o levou, essa sim, com algum paralelismo com a “modéstia” do Estado Novo, mais que não seja no que aos resultados diz respeito.
O artigo do Tavares, que não merece mais escrutínio, é uma amostra clara dos sentimentos que inspiram esta gente, isto é, dos sentimentos que inspiram o socialismo em geral e o Tavares em particular. Em síntese, são eles um só: o ódio. Ódio intelectual a quem se atreve a pensar com seriedade e isenção com bitolas diferentes das dele, ódio social que se revela pela incontrolável inveja que o move, ódio feito de intolerância, de insulto, de imaginação retorcida e desonesta.
O texto do Tavares, não a Dr.ª Manuela, faz lembrar, por exemplo, os escritos do grupo do Café Aviz (os ultras do fascismo em Portugal), os panfletos do "Jóvem Portugal", ou a retórica do "Avante!" nos idos de cinquenta e sessenta. A mesma linguagem, a mesma verborreia insultuosa, a mesma mentalidade rasca e intolerante.
Não são o fascismo e o comunismo formas de socialismo?
(aquele cujo director foi altamente elogiado pelo senhor Pinto de Sousa)
publica hoje em manchete - duas linhas negras sobre fundo amarelo - a toda a largura (cinco colunas) do topo da primeira página, com a fotografia da líder do PSD, uma parangona do seguinte teor:
“Ferreira Leite admite união com PS… e recua”.
O jornal privado chamado “Público”
(aquele cujo director foi processado pelo senhor Pinto de Sousa)
publica, na página 8 da edição de hoje, a quatro colunas, com fotografia da mesma senhora, o seguinte título:
“ Manuela Ferreira Leite reafirma recusa de um governo de Bloco Central após as eleições legislativas”.
Em que ficamos?
Leiam o “esclarecimento” do “Diário de Notícias”.
Em subtítulo da manchete, diz: “em entrevista à SIC disse-se ‘confortável com qualquer solução em que acredite’. Antes da emissão, desmentiu ser a favor do bloco central: ‘é leitura abusiva’”.
É de concluir que estamos, por conta do senhor Pinto de Sousa, no mundo da aldrabice e da manipulação informativa. Pois se a senhora “antes da entrevista” disse que era contra o bloco central, é evidente que, ao referir soluções “em que acredite”, não inclui o bloco central em tais soluções.
O assunto estava esclarecido antes da entrevista. Mas o “Diário de Notícias” não é de modas. Sempre, sempre ao serviço do senhor Pinto de Sousa, faz manchete do que mais pode confundir o eleitorado.
Se se ler o restante da notícia do jornal privado chamado “Público”, ficar-se-á de posse de todos os elementos necessários para compreender os efeitos que os elogios do senhor Pinto de Sousa podem causar à “independência” dos jornais.
Não faço ideia (ninguém o fará) do que estará por trás da súbita fúria anti-tauromáquica do Presidente Capucho. A praça de Cascais já foi demolida, a ver vamos para quê. Não consta que haja alguém a querer fazer outra no concelho. Então por que carga de água vem o senhor pronunciar-se, e de forma tão vigorosa, contra as corridas?
- Quererá seguir as passadas desse grande socialista de Viana do Castelo, que resolveu ser contra elas, com certeza para poder, com grande apoio das santas almas, aproveitar, a seu bel prazer, os terrenos da praça?
- Quererá alinhar com os bandos de selvagens que insultam as pessoas à porta do Campo Pequeno?
- Terá tido alguma inspiração “Zen”, instilada por um dos gurus que, passando a vida a comer peixinhos que morreram asfixiados e bifes do lombo de animais barbaramente assassinados, andam para aí, comovidíssimos, cheios de ódio à humanidade e de “amor” pelos bichos?
- Quererá, em contra corrente, acabar com a diversidade genética no que aos touros diz respeito?
- Terá alguma coisa contra os bichinhos que, felizes, vivem em liberdade nos campos portugueses, bem comidos e bem tratados e, pela lógica das coisas, a favor da tortura das vaquinhas estabuladas e diariamente mungidas, sem cheirar uma ervinha nem ver a luz do dia?
- Terá sido ameaçado por algum dos vândalos das associações de “defesa dos animais”?
- Quererá aumentar o desemprego no país lançando na miséria os milhares de pessoas que vivem da criação e da lide de touros, da criação de cavalos, os veterinários, os ferradores, os tratadores, os correeiros?
Ou será puro parlapaté eleitoral?
SEGUNDO
Compreende-se que o Presidente Capucho esteja preocupado com as eleições.
É que a dona Leonor Coutinho, candidata da ala esquerda do PS, especialista no empréstimo de BMW’s do Estado para farras nocturnas, fabricante de parvoíces legislativas, infrene demagoga, veio anunciar, na senda do magnífico líder do seu partido, que criará nada menos que 6.000 (seis mil!) empregos no concelho, que reporá, nos bolsos dos munícipes, nada menos que €30.000.000 (trinta milhões de euros!), que vai lançar estaleiros navais e outros que tais, que vai atrair turistas doentes e moribundos para se tratar no concelho, que... mais uma série de disparates só possíveis a partir de uma mente retorcida e de uma demagogia sem nome.
Se o Presidente Capucho anda preocupado com isto, então é porque considera os eleitores de Cascais um bando de cretinos capaz de ir neste tipo de conversa.
Numa coisa a dona Leonor tem razão: o município não devia deixar certas instituições camarárias (as Águas de Cascais, por exemplo) em roda livre, a cobrar desalmadamente serviços que prestam e que não prestam.
Pense nisto, Presidente Capucho, em vez de andar armado em alma pura, daquelas que não gostam de corridas de touros.
O artigo que o Irritado, com a devida vénia, abaixo na íntegra transcreve, recomendando-o aos eleitores alfacinhas, é uma peça extremamente esclarecedora para quem se prepara para votar em consciência:
É A FALAR VERDADE QUE AS PESSOAS SE ENTENDEM
27.04.2009, Mafalda Magalhães Barros
O texto publicado no PÚBLICO de dia 16 "Obras coercivas...desastrosas para as finanças de Lisboa" contém incorrecções que importa corrigir, sob pena de ser transmitida uma imagem que falseia a realidade.
Começa o artigo com uma afirmação do actual presidente da câmara que se queixa das "consequências desastrosas" que tiveram para os munícipes e para as finanças da autarquia as acções de reabilitação urbana desencadeadas num passado recente. Fica no ar a insinuação de que teriam sido apenas executadas obras de fachada com "consequências desastrosas" para aqueles que habitavam os referidos edifícios.
Estas declarações foram proferidas pelo presidente na Freguesia do Castelo, no acto de entrega de casas de um edifício na Rua do Recolhimento, obra agora finalizada, cuja origem remonta a uma empreitada lançada em 2004, pelo executivo de Santana Lopes. A pergunta que aqui coloco é como poderia agora o presidente entregar casas, se as obras então lançadas fossem, como afirma, apenas de fachada?
Para um melhor conhecimento sobre a situação encontrada em 2002 convém esclarecer que existiam, só na referida Freguesia do Castelo, 89 agregados familiares a receberem subsídios para realojamento temporário, em alguns casos desde 1997, aquando da gestão da coligação de esquerda. E que muitos desses subsídios serviram para os beneficiários comprar casa e sair definitivamente da cidade, contribuindo para a sua desertificação. No entanto, entre 2002-05, em consequência das obras de recuperação do edificado levadas a efeito naquele bairro, puderam voltar aos seus fogos de origem 48 famílias, libertando o erário municipal do enorme encargo que suportava com as tais mensalidades.
Continua o artigo com afirmações relativas às "mega-
empreitadas" e à dificuldade do município reaver as verbas investidas em obras ditas "coercivas". Ora, aquelas empreitadas, concursos públicos devidamente aprovados pelo Tribunal de Contas, foram lançados tendo como alvo privilegiado os edifícios municipais. Só episodicamente foram incluídos alguns edifícios particulares, sempre que integrados nas zonas abrangidas e que se revelavam em muito mau estado de conservação.
Se o presidente afirma que apenas se reabilitaram 33 edifícios, no âmbito destas empreitadas, no espaço de três anos, esquecendo todas as outras empreitadas lançadas e concluídas naquele período, considerando pouco o trabalho realizado, o que diremos nós se ao fim de quase dois anos de mandato vemos apenas terminadas as obras num edifício... E não é seguramente por falta de qualidade técnica de quantos trabalham na Reabilitação Urbana, pois já deram provas, assim sejam definidas políticas concertadas e haja vontade de as implementar.
Lembro aqui, a título de exemplo, o caso da Rua de S. Bento que beneficiou de uma dessas grandes empreitadas (de cerca de 5 milhões de euros) que envolveu a recuperação de 18 edifícios, sendo 15 municipais, possibilitando que os fogos recuperados no âmbito dessa acção fossem ocupados pelos anteriores locatários, que agora vivem em condições condignas, disponibilizando ainda um considerável número de fogos para outros realojamentos, e que agora tanta utilidade têm tido.
O mesmo tipo de intervenção levado a efeito no Bairro Alto permitiu a recuperação de diversos prédios de habitação, 17 ao todo, sendo 12 municipais, muitos igualmente com fogos devolutos, o que permite agora dispor de uma bolsa de fogos para arrendamento a custos controlados. Lembro ainda as obras de reabilitação da Escola 12, na Rua da Rosa 168, que dotou aquele bairro de uma escola condigna para os seus moradores. E ainda as obras nos edifícios das juntas de freguesia de Santa Catarina (Palácio Cabral, na Calçada do Combro) e de S. Paulo. As obras foram tantas que seria fastidioso enumerar todas...
E se as condições de habitabilidade eram precárias em grande parte destes edifícios, seguramente que as obras não poderiam ser efectuadas com os moradores neles habitando, sobretudo quando se tratava de proceder a consolidações estruturais e de os dotar de condições de salubridade que passavam pela introdução de instalações sanitárias e de renovação total de redes de abastecimento. Fossem as obras só de fachada e tais cuidados não seriam necessários....
Ou será que o presidente considera que se atrai população para as zonas centrais da cidade sem primeiro as dotar de condições dignas de habitabilidade? E não deverá a autarquia dar primeiro o exemplo, conservando o património que é seu e depois exigir aos particulares que também o façam? Ou considera que, em vez de "mega-
empreitadas", é com mega-
assadores de castanhas, como o que colocou no Terreiro do Paço, ou outras acções de carácter populista, como esta, que vai requalificar e atrair moradores para as áreas históricas centrais? A Baixa pombalina merecia melhor...
Lembro apenas que a prioridade atribuída então à Reabilitação Urbana permitiu não só a concentração de meios para a recuperação da habitação nas zonas históricas centrais, como, de igual modo, lançar um programa pioneiro de conservação e valorização do património monumental e artístico que envolveu trabalhos de conservação em 17 igrejas, quatro das quais na zona da Baixa pombalina. É bem o testemunho de uma política que privilegiava a conservação patrimonial como modo de qualificação da cidade, entendida ela própria como portadora de valores estéticos e artísticos, capazes de lhe conferir qualidade e singularidade próprias.
Quanto a uma verdadeira política de reabilitação do edificado que privilegie a conservação em vez da demolição integral, com total perda de interiores e de elementos de interesse patrimonial, estamos certos que bastaria cumprir o que diz o actual PDM, quando define que só se deve proceder a demolições quando os edifícios se encontram em estado de ruína. Não me parece que seja o caso dos edifícios da Rua Rosa Araújo, ou da Av. Duque de Loulé 35, com recentes aprovações para projectos de "obras novas (...) escondidas atrás da manutenção da fachada". Se condena esse procedimento, como é referido no citado artigo, o que até considero louvável, tinha aqui bons casos para pôr em prática essa opção.
Ora, a razia sistemática dos conjuntos urbanos que definiam o perfil da cidade e os modos de construir das suas gentes, a demolição sistemática de interiores, com a consequente perda de valores patrimoniais e o êxodo da população para as áreas periféricas, têm andado a par e foi esse paradigma que combatemos durante três anos.
É que a Reabilitação Urbana entendida como conservação da cidade consolidada constitui uma forma de combater a desertificação dos seus núcleos centrais, de promover a salvaguarda dos valores patrimoniais singulares neles inseridos e um meio de fomentar uma verdadeira política de inclusão social.
E, já agora, porque persistem as incorrecções, a obra do Castelo que o presidente foi inaugurar não estava incluída em nenhuma "megaempreitada" como é referido no artigo do dia 17 p.p. Tratou-se tão-só de uma empreitada lançada para um edifício e, contrariamente ao que o referido autarca diz, tinha projecto de arquitectura, aliás da autoria do então coordenador do gabinete daquela área, funcionário da autarquia. Algum reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelos funcionários seria seguramente um estímulo ao seu empenho.
Tanta incorrecção revelando tanto desconhecimento sobre estas matérias ou é fruto de desinteresse, ou de simples vontade de intoxicar a opinião pública. É que é a falar verdade que as pessoas se entendem...
Directora municipal da Conservação e Reabilitação Urbana (2002-2005)
O Presidente Obama revelou há dias o seu plano para o desenvolvimento do sistema HSR (High Speed Passenger Rail), o que, por cá, em bom franciú, se chama TGV.
Não direi que o fez por influência do senhor Pinto de Sousa, mas não deixo de notar a coincidência. Estranho, até, que o nosso tão arguto primeiro-ministro ainda não se tenha servido, como argumento de peso, da progressista iniciativa do seu “colega” americano.
O projecto era há muito defendido pelo Presidente, mas só agora foi anunciado como intenção a concretizar.
Lá, como cá, a polémica é mais que muita.
A “religião” da esquerda obamista tende a confundir o comboio com “o bem” e o automóvel com “o mal”. Os obamistas moderados levantam algumas interrogações, ainda que, em princípio, tendam a apoiar o projecto do Presidente. À direita discute-se, faz-se contas, estuda-se cenários.
Interessante é verificar que as projecções do futuro de médio prazo apontam para um boom da indústria automóvel dentro de mais ou menos três anos, com a entrada no mercado de novos consumidores, com a adaptação a novos paradigmas construtivos e com alívio da intensidade da presente crise financeira.
É também interessante verificar que, na prática, as opiniões são unânimes quanto ao facto de o sector dos transportes, nos Estados Unidos, ser cronicamente deficitário e cronicamente subsidiado, no que diz respeito ao automóvel como à aviação e ao transporte ferroviário e, nos três casos, tanto nas infra-estruturas como no material circulante.
Parece que, de um ponto de vista “filosófico”, Obama pretende – terá três anos, o que é pouquíssimo, para o conseguir - criar uma espécie de “novo americano” que se disponha a abandonar a privacidade, a flexibilidade e a liberdade que o automóvel oferece, em favor do transporte ferroviário, menos poluente, mais “colectivo”, mais adequado ao longo curso, só lhe faltando, neste último aspecto, a velocidade.
Muito se duvida que este objectivo seja conseguido, e não é preciso fazer muitas contas para concluir que é possível que tal viragem represente uma sobrecarga de subsídios para o Estado, quer dizer, para o tax payer, e mais um factor de crise para a indústria automóvel.
Por outro lado, não falta quem se horrorize com os 13.000.000.000 de dólares que, numa primeira fase, o Estado se propõe gastar só para as “primeiras impressões” na adaptação das vias. Se estas, como está previsto, forem objecto de upgrading sem duplicação, colocarão gravíssimos problemas de circulação, mormente no transporte de mercadorias, sector em que o track é vital.
Lá como cá, não falta quem se interrogue sobre a viabilidade e a real utilidade do projecto de Obama. Uma diferença, porém, haverá que relaçar: é que o material de via, carris, travessas, fixações, catenárias, como o circulante, locomotivas, carruagens, maquinaria, tudo ou quase é de produção americana. Seja qual for o sucesso económico e financeiro do projecto, poderá sempre defender-se que os dinheiros que Obama irá mobilizar para o projecto criarão emprego, alimentarão a indústria americana, e não contribuirão para o défice comercial. Lá, não cá.
O financiamento desta operação de grande fôlego é outra questão por resolver. Os habituais tomadores da dívida americana deixaram de estar permanentemente disponíveis para tal, por um lado preocupados que estão com a sua própria estabilidade financeira e, por outro, repensando as suas posições quanto à fiabilidade da tomada de obrigações americanas. Preferem, como é natural, esperar pelos resultados das políticas da nova admistração.
Por cá, não. Por cá o poder não tem dúvidas. Precisa, para as suas loucuras, de muito mais que o Presidente Obama anunciou para o HSP. O dinheiro entrará, ao preço do ouro, pagará uns salários, e sairá, de novo, correcto e aumentado, para pagar colossais importações.
A dívida, o que é isso da dívida? Uma maluquice do Cavaco.
Encravar, sem remédio, o futuro, mas o que é que tal interessa? Nada, a não ser à líder da oposição que, coitada, tem a mania do dinheiro.
Desproporção brutal entre os EUA e esta coisa, vale como argumento? De maneira nenhuma.
Preciso é ganhar as eleições, depois logo se vê. Se as maluquices dão votos, vamos a elas. De qualquer forma, estes tipos nem sequer se lembram que jamais terão o TGV ou o aeroporto. Depois das eleições, vão ver. Se aguentaram as mais evidentes aldrabices e as trampolinices mais primárias durante quatro anos, porque é que não as hão-de aguentar outros quatro?
*
UM FUTURO BRASILEIRO?
A performance de Barak Obama na cimeira de Trinidad e Tobago foi, em termos de opinião pública, praticamente reduzida às novidades sobre a política dos EUA em relação a Cuba.
Obama lançou a “banana” das viagens e de um reduzido número de outras facilidades, e utilizou o “chicote” do embargo para convencer o actual ditador cubano a aliviar a inaceitável inexistência dos mais elementares direitos dos seus “cidadãos”. Em termos diplomáticos procedeu como devia, deixando antever a possibilidade do fim do embargo sem acabar com ele, antes exigindo sinais claros de libertação da sociedade civil cubana, coisas que o mundo civilizado compreende e aceita e que as habituais pitonisas esquerdistas consideram de menos, uma vez que, para tal gente, os EUA deviam “sustentar”, literalmente, a ditadura cubana, sob pena de “ingerência nos assuntos internos” do enorme campo de concentração que a ilha é há tantas décadas.
Menos badalado mas tão importante, ou mais, que este shift na política dos EUA, foi a abertura do chamado ethanol partnership com o Brasil, destinado a reduzir as importações americanas de crude. Isto, em princípio, corresponderá ao fim dos 54 por cento de tarifa alfandegária que torna proibitivas as compras de etanol ao Brasil e que protegem a produção doméstica a partir do milho.
Esta proposta, aparentemente destinada a abrir o mercado ao novo gigante económico das Américas, o que é, ou será, positivo, parece vir um pouco ao arrepio de um futuro previsível. É que, ainda que se possa considerar que o arrefecimento dos mercados de capitais vai impedir, a curto e médio prazo, a exploração das monumentais reservas petrolíferas brasileiras recentemente descobertas, não resta aos Estados Unidos outra alternativa senão a de vir a comprar crude ao Brasil, mais que não seja para substituir a brutal dependência americana em relação à Venezuela, a qual, perversamente, financia o desenvolvimento do autoritarismo “bolivariano” do senhor Chávez e potencia e o consequente anti-americanismo na região.
Uma coisa não impede a outra, dir-se-á. Veremos como a administração Obama irá gerir estas questões. Na certeza, porém, que o Brasil, de uma forma ou de outra, ou das duas, se prepara para exponenciar o seu potencial energético e a sua influência geo-estratégica.
Em catadupas, aí estão as “provas” da mais pura inocência do senhor Pinto de Sousa no caso Freeport ( fripór, no lingurejar do senhor).
Logo a seguir à entrevista em que teceu rasgados elogios ao director do Diário de Notícias, o director do Diário de Notícias (notável coincidência) publicou um relatório de uns advogados em que se “prova” que era tudo mentira. O “Expresso” não lhe fica atrás. O senhor Smith, como dizem os tais advogados, mentiu à câmara oculta quando acusou o senhor Pinto de Sousa. Tudo mentira, ele só tinha dado uns tostões (não se sabe se mil euros por mês, se quatro mil euros de uma vez só, se mil euros durante quatro meses) a um tipo da Câmara de Alcochete que, por acaso, até tinha sido presidente da “Conservação da Natureza”, ou coisa que o valha.
E agora?
O interessante desta questão é que não se trata da “verdade” duns contra a “verdade” de outros. Desta vez as duas verdades cabem no mesmo saco, isto é, o senhor Smith ora diz uma coisa ora outra, dando um claro sinal da sua credibilidade ou dos seus momentâneos interesses.
Estão as cartas baralhadas. A conclusão que se pode tirar tem a ver com a “fé”. Ou se acredita no senhor Pinto de Sousa, ou não se acredita. Provas? Testemunhos? Tanto valem os que dizem que é branco como as que dizem que é preto. Ou seja, não valem nada. Só a “fé” nos pode salvar.
Os que não acreditam no senhor Pinto de Sousa tem sólidas bases para tal: a história do curso, a pessegada dos projectos, a barateza do andarzinho, o primo, o tio, o raio.
Os que acreditam são gente de “fé”, coisa que, pela sua própria natureza, não se discute. Há, também, pelo menos formalmente, a presunção da inocência, que a ninguém se pode negar.
Há, acima de tudo, a chamada Justiça. Coisa em que ninguém acredita, mas em que toda a gente, a bem de alguma decência, diz acreditar.
Querem saber o que eu penso? Nada.
Querem saber o que eu acho? Que, daqui a uns anos, quando a história chegar ao fim, ninguém acreditará, por causa do estado em que se encontra, no que a Justiça “sentenciar”.
Seja qual for o veredicto, os que tinham fé continuarão a proclamá-la, os que não tinham ficarão na mesma. Certeza, certeza, é que jamais se saberá a verdade, se é que existe alguma verdade nesta porcaria toda.
A seu tempo, ninguém quis tirar as consequências políticas das coisas, consequências que seriam inivitáveis em qualquer democracia saudável.
Protestou veementemente a sua intocável virgindade e o seu amor pelos terráqueos.
Vituperou, perante o Povo extasiado, os ataques que, das mais negras profundezas do universo, Dart Vader, senhor da escuridão e da morte, lhe tem dirigido, por intermédio dos servos da noite e dos exércitos da barbárie que a Galáxia do Bem ainda não conseguiu dominar.
A princesa chora, lamenta-se, ofende-se, jura vingança, persegue os malfeitores. E reúne as suas hostes.
Em seu socorro, de imediato, surge Martelinho, o Herói. Descobriu, no planeta Dino, os sábios que atestam a inteireza do principesco hímen, e tratou de o comunicar ao povo. Apesar de confusas – quem não anda confuso no espaço sideral? – as suas informações são o atestado de que o Império precisava para lançar os seus exércitos na luta final em defesa da sua tão pura Princesa. Bem fez ela em elogiar o Martelinho no seu discurso.
Para trás ficaram as aleivosias que Vader propalara sobre a educação da Princesa, na escola do planeta Ui.
Esquecidas estão as paisagens do asteróide Guardex329, que os servos das trevas disseram ter sido ofendidas pela doce Princesinha.
Cale tudo o que o Mal propagandeia,
Que a Princesa, impoluta, se alteia!
Muria Vedes, prima do Vader, bruxa e imperatriz da Galáxia do Mal, ficou sem pinga de sangue e, olhando o espelho, perguntou: será que a princesa é mais virgem que eu?
O Mago Jomanfer, do planeta Púfio, pagará, como a bruxa, os males que causou.
E, gloriosa e pura, a princesinha voltará a reinar, justa e verdadeira, sobre o grato Povo que tanto a ama.
Foi um consolo ver um dos principais progenitores da Constituição de 76 levar na cabeça como um desgraçado, ontem, no programa da RTP judiciosamente concebido para o apresentar à Nação de hoje - que já o tinha esquecido ou nem sequer sabia da sua existência - e o lançar na corrida ao Parlamento Europeu.
O homem que inventou ou promoveu, na constituinte, o prólogo marxista-leninista da Constituição (que ainda por lá anda), que nos quis fazer a todos marchar que nem uns pacóvios para a sociedade sem classes e o socialismo obrigatório, que foi campeão da institucionalização da vigilância militar sobre o regime, que elencou os horrendos limites materiais da revisão constitucional, a irreversibilidade das nacionalizações e tantos outros institutos que nos arruinaram, anda agora com uma falta de traquejo político e de capacidade de desenrascanço que são uma maravilha para quem o ouve.
O homem que, em 82 – primeira revisão constitucional - lutou como um louco pela manutenção das mais desbragadas loucuras e contra tudo o que viesse desviar a Constituição da sua matriz comunista, coitado, já não sabe sequer se apoia ou não apoia a candidatura de Durão Barroso, não sabe nada sobre as maravilhas do governo do PS a não ser aquela monumental aldrabice de ter baixado o défice de 6,8 para 4 e depois para 2,9 por cento, quando a verdade é que o subiu de 3 para mais de 4 e só mais tarde o fez voltar ao que era antes do senhor Pinto de Sousa ter brutalizado a Nação com impostos, ter aumentado a despesa pública e baixado a receita privada.
O homem que, em 89, quando a grande pátria soviética começou a abanar, tratou de ser dos primeiros a abandonar o barco e a passar a compagnon de route do PS, nem capaz foi de repetir as arengas laudatórias com que tem presenteado o senhor Pinto de Sousa, aos molhos, nas páginas do jornal privado chamado “Público”.
Foi um consolo. Um consolo ver como o senhor Pinto de Sousa apostou no mais errado dos cavalos.
Foi um consolo ver as matronas da lista – dona Ana Gomes e dona Edite Estrela – na primeira fila, meio aparvalhadas com os tropeços da criatura.
Já agora, para que não se diga que o Irritado só diz mal, foi impressionante a prestação de três dos outros candidatos. Dos comunistas, destaque para Miguel Portas, aristocrata alentejano convertido ao marxismo, perigosíssimo, demagoguíssimo, mas esperto como um alho, inteligente, carismático.
Do outro lado, o Rangel foi uma revelação, uma surpresa pela positiva, um homem que sabe o que quer e para onde vai. Quem disse que a dona Manuela não sabia escolher as pessoas?
O rapazito do CDS também fez jus aos galões que, com inteira justiça, tem vindo a ganhar. Uma boa escolha do (outro) Portas.
E, para que não fique ninguém por contemplar, note-se o sopeirismo (sem ofensa para as empregadas domésticas) da dona Ilda, a repetir as mais estafadas cassetes, que não convencem ninguém para além dos membros da seita, que já estão convencidos e são, de um modo geral, incapazes de qualquer raciocínio lógico.
No que respeita ao fim do sigilo bancário, o inenarrável Rui Tavares (“Público” de hoje*) não está contente com a solução do Bloco de Esquerda, partido pelo qual é candidato a um tacho em Estrasburgo.
Ainda que aceitando o extraordinário princípio de que o levantamento do sigilo é destinado a que as “autoridades” possam controlar os movimentos a crédito e não os a débito, como se quem controlasse uma coisa não controlasse, mesmo não querendo, a outra, o grande esquerdóide revolta-se contra o facto de as novas normas não serem “preventivas e universais”.
Trocando estes adjectivos por miúdos, teremos, em relação ao “universais”, que o homem quer que todas as contas bancárias passem a estar, automaticamente, abertas à curiosidade do fisco e de outras entidades. Assim, garante o prosélito socialista, evita-se a descriminação, uma vez que seremos todos fiscalizados: como ninguém fica de fora, somos todos gloriosamente iguais. Por outro lado, trata-se de coisa “preventiva”, uma vez que qualquer cidadão que, num determinado mês, receba mais do que é costume, será, automática e preventivamente, chamado pelo computador das finanças, a fim de prestar todos os necessários esclarecimentos sobre a receita em causa, ou seja, passando a ser, automaticamente, suspeito das maiores tropelias, e ainda mais se não tiver meios de prova considerados fiáveis ou suficientes pelos fiscais.
Mais uma vez, opina a criatura, todos seremos iguais.
Pois.
Os russos eram todos iguais no brilhantíssimo tempo do socialismo: nenhum podia viajar, mudar de casa, ter automóvel, comprar um andar, etc. Maravilha! Os cubanos têm sido todos iguais, isto é, vão todos para o xilindró se piarem contra o governo, a nenhum é dado usufruir seja de que direito for, etc. Os coreanos estão na mesma, ou pior.
As maravilhas deste tipo de igualdade, tão do agrado deste bolseiro de várias escolas (meu rico dinheirinho!), pululam por aí como cogumelos.
Portugal, dado o seu histórico atraso, teria, agora, uma possibilidade única de se pôr no pelotão da frente das igualdades socialistas.
Uma pena, deve pensar o fulano, uma pena que o seu partido não tenha ido tão longe como devia.
Há, apesar de tudo, uma ressalva a fazer quanto ao pensamento do Tavares e, sobretudo, quanto aos resultados dele.
É que o socialismo, possuído de alto sentido de justiça, prevê umas indispensáveis excepções à regra geral. A bem do povo, como é evidente. As “vanguardas organizadas” podem ter dólares, viajar, ter umas casinhas de férias, etc.
A salvífica ideia do Tavares seria, modestamente, um pequeno passo a caminho da vitória final do socialismo.
Não é com pequenos passos que se constrói o “homem novo”?
20.4.09
António Borges de Carvalho
*Porque carga de água acoita o “Público” este exemplar?
A Dona Ana Benavente ficou célebre, aqui há uns anos, quando era secretária de estado do governo Guterres. Tal celebridade ficou a dever-se à sua justa indignação contra um jornal diário, por ter sido excluída de uma fotografia. Passo a explicar. Numa cerimónia qualquer, tiraram uma fotografia a um grupo de ilustres personalidades: ao meio, o primeiro-ministro, à esquerda e à direita uns ministros, ou equivalente. A uma ponta, a dona Ana Benavente, toda apertadinha para ficar no leque. Um jornal qualquer publicou a coisa au complet. Outro, por óbvia falta de espaço, publicou a fotografia só com as figuras centrais. A dona Ana ficou furibunda. Desatou aos gritos, que havia manipulação da informação, que era uma perseguição, etc.
Coitada! Tinha carradas de razão. Uma tão insigne personalidade saneada da fotografia! Inimaginável! Intolerável! Fascista!
Dez anos depois, a importantíssima criatura, que até foi, vejam lá, vereadora suplente em Lisboa, no consulado Sampaio, volta às páginas dos jornais, a anunciar que une esforços com os “notáveis” esquerdistas que estão borrados de medo com a candidatura de Santana Lopes.
Um tal Paulo Fidalgo, “renovador comunista”, tão importante como a dona Ana, anunciou que a fulana se juntara a SS (Sampaio/Saramago) para promover a desesperada petição a favor da união de esquerda contra Santana, petição essa que já reúne, calcule-se, a esmagadora multidão de 170 criaturas!
A senhora está zangadíssima com o senhor Pinto de Sousa, o qual, na sua douta opinião, “tem face autoritária e neo-liberal”. Ainda não percebeu, coitadinha, que o governo actual é o mais socialista e o mais estatista de todos os governos que tivemos desde os gloriosos tempos da paranóia gonçalvista.
E tem a lata, ou a analfabruta e psico-estúpida ignorância de dizer que Santana “está ao nível zero da política”, mas que os lisboetas, possuídos de terrível “zanga” contra o senhor Pinto de Sousa, vão votar nele. Grandes bestas são os lisboetas!
Acrescente-se que a fulana também tem medo que a dona Helena “se dissolva”. Por isso, acha que a tremebunda arquitecta deve ficar de fora da coligação de esquerda, a fim de evitar tal e tão químico processo.
Algo me diz que o que a dona Ana quer é um lugarzinho nas listas da dona Helena.
1. A ilustríssima e doutérrima Procuradora-Geral-Adjunta da III República, Exmª Senhora Doutora Dona Cândida Almeida, fazendo jus à sua justa fama de dizer coisas, veio informar a canalha acerca do andamento do processo Freeport (Fripór, no linguarejar do senhor Pinto de Sousa).
Dando ao assunto a celeridade que lhe é universalmente exigida, a senhora declarou que... talvez lá para Dezembro a coisa esteja esclarecida.
Quer isto dizer que, se o senhor Pinto de Sousa é corrupto, o pessoal só terá direito a tal novidade depois de disputadas todas as três eleições que aí vêm. O que funciona, como é evidente, a favor dele.
Caso o dito não seja corrupto, então terá que disputar as eleições sob suspeita, o que, para ele, é mau.
Donde se pode logicamente concluir que quem conhecer as simpatias políticas da Doutora, saberá se o homem é corrupto ou não.
Ou seja, no que à senhora diz respeito, to be xuxa or not to be xuxa, that’s the question.
2. Outra dúvida que assalta o espírito da plebe é a de saber como é que um processo urgente leva pelo menos 5 anos a investigar. Sabe-se que, a certa altura, as investigações entraram em hibernação, sendo fácil imaginar porquê. Mas, que diabo, cinco anos são cinco anos e, com os ingleses à perna, ainda menos se percebe a olímpica calma da insigne magistrada.
À plebe è dado perguntar, em shakspeareana paráfrase, se se trata de much ado about nothing, ou de nothing about much ado?
Nos ominosos tempos da economia clássica, o dinheiro era uma “categoria económinca” cuja principal característica era o anonimato, ou seja, era a de proporcionar aos cidadãos a liberdade de comprar e vender, ganhar e perder, sem que a terceiros fosse dado o direito de os vigiar ou constranger.
O direito fiscal perseguia os maus pagadores, o direito penal os criminosos, os tribunais aplicavam as leis.
Tudo mudou.
Os dinheiros de cada um vão passando a ser coisa do domínio público. Os tribunais vão perdendo importância a favor da administração fiscal. A prova do crime faz-se, não provando-o, mas imaginando-o a partir do sacrifício do tal instrumento de liberdade, que era o dinheirinho.
As pessoas começam a ter medo de ter dinheiro. Os pais deixam de ajudar os filhos, a fim de não ter que pagar impostos. Quando se passa a ter medo de ter dinheiro, o dinheiro perde o valor e as sociedades civis vão à falência. Fica o Estado, ou seja, o Big Brother.
Talvez tudo isto seja, para já, um exagero. Mas é a tendência, o trend das sociedades modernas. Está na altura de aparecer outro Orwell, que escreva o 2084, a fim de precaver as pessoas para o que lhes está a suceder.
A propósito, uma anedota real: o Bloco de Esquerda grita para aí que o fim do sigilo bancário diz respeito tão só ao que as pessoas recebem, não ao que gastam. Quer dizer, se eu receber dinheiro ilegítimo (segundo os conceitos do fisco e do BE) estou frito. Mas se, com ele, comprar umas metralhadoras ou uns quilitos de ganza, tudo bem, sou um cidadão exemplar.
Não lhes parece que, no meio desta pangaiada toda, há qualquer coisa que está de pernas para o ar?
Genialmente, o governo do senhor Pinto de Sousa, descobriu uma forma de aliviar os Tribunais dos processos que por lá se amontoam sem solução.
Unanimemente, os profissionais do foro, juízes, advogados, funcionários, etc., comunicam hoje à Nação que, se V.Exª for ofendido, terá como melhor das soluções a de não se queixar. Porquê? Porque a coisa lhe vai custar mais caro do que a quem o ofendeu.
Esta inteligentíssima medida, prenhe de justiça pintodesousiana, vem dissuadir a tendência, cada vez mais grave, que se revela na sociedade portuguesa de as pessoas passarem a vida a queixar-se dos maus-tratos de que são vítimas. Trata-se duma medida a todos os títulos profilática, e tendente a poupar uns tostões aos ofendidos. Será, com certeza, mas barato arranjar um marginal qualquer que dê um enxugo de porrada a quem nos ofende. A justiça fica feita, os Tribunais aliviados, o Estado mais leve, e a vida continuará, mais barata e mais fácil, com a felicidade e a satisfação que o socialismo proporciona aos cidadãos.
O congelamento das rendas, obra da Primeira República que a Segunda agravou e a Terceira gloriosamente continuou, assassinou, como é do conhecimento geral sem que ninguém se atreva a contestá-lo, o mercado de arrendamento. Com este, morreu grande parte do património construído e fenece, moribunda, outra vasta fatia dele.
Nos bons tempos da AD deu-se um primeiro passinho para tentar ressuscitar a coisa. Os tempos que aí vieram, a inflacção, a desvalorização do escudo e a modéstia das medidas tomadas acabaram, se não por agravar as coisas, pelo menos por mantê-las como estavam.
Mais tarde, já não sei que governo estabeleceu novas normas, mais ou menos decentes, para os contratos novos, deixando os antigos na mesma. O brilhante resultado desta medida “social” foi o de criar duas classes de portugueses: a dos privilegiados, que continuaram, paulatinamente, a não pagar renda, e a dos raríssimos novos inquilinos, que tiveram que se sujeitar a rendas muito naturalmente inflaccionadas, dada a paralisia das restantes. Entretanto, pressionadas pela “alta” das rendas novas, pela propaganda bancária e pelas asneiras dos governos, centenas e centenas de milhar de portugueses meteram-se a comprar casa, o que motivou encravanços de longo prazo, paralisia social, fabricação de dormitórios invivíveis e infelicidade a rodos.
Não se sabe em que “princípio” moral ou constitucional se baseia a insistência pública no sistema vigente, insistência tão brutalmente reiterada no absurdo legislativo e impraticável do NRAU, coisa que só pode explicar-se pela colossal estupidez socialista que nos (des)governa.
O Estado socialista (de esquerda e de direita) extorquiu ao mercado de arrendamento e à possibilidade de conservação dos edifícios muitos triliões de contos. Não exagero, façam as contas. O Estado socialista é, por conseguinte, o único e exclusivo culpado da situação a que o património construído foi levado, inclusivamente o património próprio, de que, pública e notoriamente, não cuida nem deixa cuidar. O Estado socialista sacrifica as pessoas com uma brutalidade fiscal injusta e sem precedentes, ao mesmo tempo que continua não querer obter receitas a partir de rendimentos legítimos, que proíbe.
O acima descrito não é novidade para ninguém.
Novidade é o conjunto de “medidas” que o senhor Pinto de Sousa e seus camaradas vêm anunciando ao povo.
Tens um prédio a cair? Porreiro, pá. Ora vamos lá a resolver o problema: fazes obras, pões tudo num brinquinho, e pronto. Vês como é fácil? Se não quiseres, também não há problema: vendes o prédio, e pronto. Recebes o dinheirinho que a malta (o Estado socialista) achar bem, e pronto. Não queres vender nem tens dinheiro para as obras, ou não queres endividar-te por causa delas, ou não queres ir buscar ao suor do teu rosto os meios necessários? Também não há problema: o Estado socialista descobriu a fórmula mágica, ou seja, obriga-te a vender, e pronto. Não há clientes? Paciência, o Estado socialista estabelece para aquilo que achas que é teu um preço tão baixo, tão baixo, que os clientes acabam por aparecer.
Em alternativa, a dona Helena, patroa dos “participativos” e dos oportunistas, oferece-se para arranjar um sistema segundo o qual os inquilinos pagarão as obras, debitar-tas-ão, continuarão a não pagar renda, e pronto: o problema resolve-se com inteira justiça.
Se as inteligentíssimas medidas do socialismo do Estado ou do socialismo da dona Helena não derem resultado, porreiro, pá.
O problema será resovido por intervenção de Tanatos. O Estado socialista, qual Servilusa, espera calmamente que passe mais uma geração. Depois de enterrados todos os inquilinos antigos, a coisa resolve-se.
Restará o problema dos arrendamentos comerciais, e da dificuldade que Tanatos tem em acabar com as firmas que vivem de não pagar as instalações em que funcionam. Também não há problema: arranja-se-lhes um esquema fiscal de tal ordem que o fim da sua presente vida vegetativa, ligada à máquina das rendas ridículas, será cientificamente acelerado. Porreiro, pá.
Não há um Tribunal Europeu, ou da ONU, que meta esta malta na cadeia e a mande pagar ao mercado o que ao mercado roubou?
O que andam a fazer os propagandistas dos “direitos humanos”? A dormir a sesta enquanto Tanatos toma conta disto?
O nosso ilustre prémio Nobel está muito honrado com o facto de o cão do Obama ser português do Midwest.
Até aqui, tudo bem. Cada um honra-se com o que tem à mão.
O pior é que, para dar uma de poliglota, o senhor Saramago sugere que o cão, que se chama Bo, passe a ver o seu ilustre nome escrito com acento circunflexo: Bô.
É que, mais uma vez segundo a prolixa personalidade, Bô, em francês, quer dizer “belo”…
Não falta quem pergunte por alma de quem anda o PS a legislar, e a insistir depois de levar com os pés do PR, sobre aquilo a que chama “pluralismo” na comunicação social.
É que toda a gente sabe que não há, à excepção da RTP, onde o governo prepondera, e dos órgãos dos partidos, jornais que não sejam pluralistas.
Dando uma olhada à generalidade da imprensa escrita, vemos que, dados como mais à direita ou mais à esquerda, não há um só que não albergue opinadores de esquerda e de direita, onde os próprios editoriais não dêem abébias em vários sentidos, onde as pessoas não encontrem de tudo um pouco. Nenhum jornal português, à excepção, talvez, do “Diabo” (passei os olhos por uma dúzia de vezes), tem “cara”, isto é, todos se reclamam, e são, indefectivelmente “democráticos”, ou seja, têm da democracia a ideia de que um jornal, para o ser, tem que disparar para todos os lados, acoitar todas as tendências, mesmo quando a linha editorial tem, em si, alguma coerência.
Isto é bom? É mau? Para o caso não interessa. Interessa é sublinhar que pluralismo é coisa que não falta, antes pelo contrário.
Então porque é que o PS resolveu fazer uma “Lei do Pluralismo”?
Porque, para o PS, pluralismo tem a ver com propriedade, não com informação. Para o PS, importante é ter poder para “tirar” a propriedade de jornais aos seus detentores, desde que ache que os seus detentores detêm órgãos “em demasia”. Lidas as coisas como elas são, o que o PS quer não é proteger o pluralismo, mas confundi-lo com propriedade, o que, é por um lado, muito socialista e, por outro, dá ao Estado (leia-se, ao PS) a prerrogativa de intervir mais à vontade na informação.
Não lhe basta aplicar as leis existentes em relação aos monopólios. Não lhe basta as “entidades” da concorrência e outras estruturas que, tão ao seu gosto, “vigiam”, por conta do PS, os desmandos da sociedade civil. O PS quer ter uma intervenção directa mais facilitada do que tem hoje. E, como socialista que é, embora ainda haja quem diga que governa à direita, nada melhor do que atacar a propriedade!
Ora a propriedade de órgãos de informação não domina, nem pouco nem muito, a dita em Portugal.
Por exemplo, o “Expresso” fartou-se de atacar o patrão quando ele era Primeiro-Ministro, e vai continuando a sua tradicional política de recados e de opiniões à esquerda e à direita.
Por exemplo, a TVI, propriedade de socialistas espanhóis, trata de, legitimamente, pregar rasteiras aos camaradas portugueses.
E por aí adiante.
Fica a ideia de que os proprietários do órgãos de comunicação (à excepção da RTP e dos partidos) estão mais interessados em vender os seus produtos do que em fazer política.
Se os jornais tivessem “cara”, aposto que haveria proprietários que o seriam, simultaneamente, de órgãos de esquerda e de direita. Como não a têm, vão-se agarrando ao que estiver “a dar”, ainda que, reconheça-se, as mais das vezes com algum critério e algum escrúpulo deontológico.
O PR faz muito bem em dar com os pés em mais esta (desesperada) manobra do socialismo para limitar o pluralismo, apregoando defendê-lo.
Não sabia que havia, mas há, uma pensão do Estado que é atribuída “por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia”, a pessoas que “estiveram presas pela PIDE”. OK.
Parece que houve, recentemente, a atribuição de tal pensão a uma série de pessoas (os jornais não referem nem quantas nem os respectivos nomes) que teriam tais atributos.
Um dos candidatos foi recusado, o que vem causando um frisson do caneco em várias hostes. O infeliz chama-se Cartaxo, é militante do PC e esteve preso quatro anos.
Quanto a esta última parte das qualificações necessárias, tudo bem: o homem esteve mesmo preso, por delito de opinião, o que não é tolerável e merece atenção.
Quanto à primeira, porém, outro galo canta, uma vez que é preciso analisar se um tipo do PC alguma vez na vida "lutou pela liberdade e pela democracia”.
É facto que os PC’s lutaram contra a II República, com métodos que não diferiam muito dos da PIDE, havendo até quem diga que PC e PIDE eram duas faces da mesma moeda e que cada um justificava a sua existência com a do outro.
Não iria tão longe. Mas, segundo uma memória que me não larga, também é facto que o PC sempre se opôs a qualquer tentativa de pôr fim à II República, apelidando tais iniciativas de “burguesas” e dizendo que “não estavam reunidas as condições objectivas para uma viragem política”, “que a classe operária ainda não estava devidamente consciencializada ou organizada”, que era ainda preciso que as “vanguardas” (leia-se, o PC) continuassem o seu trabalho até que tais condições estivessem reunidas.
E não é menos facto que a “democracia” e a “liberdade” de que o PC falava e por que “lutava” era uma espécie de gato com guelras, isto é, era tão parecida com a democracia e a liberdade como a Torre de Belém com o metropolitano.
A “democracia” e a “liberdade” que o PC defendia era a ditadura em vigor na União Soviética, ao pé da qual a da II República era um kinder garden.
É por isso que a nenhum PC deve ser dada a tal pensão, uma vez que tais cidadãos jamais defenderam, ou defendem, qualquer democracia ou qualquer liberdade. O que, por cá, até ficou bem patente nos anos negros de 74 e 75.
Não haverá grande escândalo se o senhor Cartaxo for contemplado com uma pensão, se estiver em estado de necessidade, o que é provável.
Mas, por quem são, não lha atribuam em nome de coisas que o homem não sabe ou não quer saber o que são, a favor das quais nunca mexeu uma palha e com as quais gostosamente acabaria, se para tal houvesse "condições objectivas".
O Presidente da República é, por todos os lados, instado a que se meta no caso Freeport.
Também acho. Sem problemas constitucionais após desgraçadamente aberto o precedente pelo seu antecessor que, sem razão alguma que não fosse a intrigalhada em vigor, dissolveu a assembleia, o PR devia, agora com carradas de razão, fazer o mesmo.
A situação do Primeiro-Ministro é, em termos de regime, absolutamente insustentável. Isto, independentemente de ter recebido luvas ou de não ter recebido luvas.
O partido maioritário acoita-se atrás da absurda e irrelevante argumentação do senhor Pinto de Sousa, e lança achas para a fogueira da descredibilização da Justiça, em vez de propor ao PR uma solução alternativa de governo. Coloca-se, assim, na mesma insustentável situação do seu chefe. Devia o PS ser corrido com o chefe, e quanto mais depressa melhor.
Não são estas, todavia, as razões por que os plumitivos de serviço espicaçam o PR. Bem pelo contrário, querem envolvê-lo na querela, querem co-responsabilizá-lo pela bagunça que por aí vai, querem dar cabo dele.
E, com ele, dar cabo da idoneidade que resta à III República.
Afinal, a “coragem”, o “desassombro”, a “noção de Estado e de Regime” desta gente está longe de ser corajosa, desassombrada e sabedora.
12.4.09
António Borges de Carvalho
E.T. A dissolução da Assembleia, agora, teria, além do mais, a vantagem de se poder fazer coincidir as europeias com as legislativas, o que poupava montes de massa ao Estado, de chatices às pessoas e evitava uma abstenção monstra.
O sinistro Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (espécie de 2ª via do Vitalino) prepara-se para enfrentar o Isaltino nas eleições para a câmara de Oeiras. Se ganhar, porreiro pá, livramo-nos dele em Lisboa. Se perder, coitadinho, deve ir para o parlamento, ou voltar a tempo inteiro à vidinha de aparatchik, que é a sua desde sempre e que não deve ser desconfortável.
A Dona Ana Gomes que, que se saiba, já há alguns meses não anda à trolha com o vizinho/colega (notável!), vai concorrer a Sintra. Os sintrenses, cheios de medo das fúrias e dos dislates da senhora, saberão tratá-la como merece.
Para já, louve-se a patriótica noção de serviço público que a anima: se não for eleita em Sintra, terá já garantido o lugarzinho de deputada europeia, o que lhe permitirá continuar em sacrificial actividade, sem prejuízo de manter, como é de timbre, outro lugarzinho no frigorífico, isto é, no Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Em Cascais, a loucura socialista atinge as raias do delirium tremens. Vão candidatar a Dona Leonor Coutinho, célebre por ter proposto uma lei do arrendamento ainda mais estúpida do que a que veio a ser aprovada pelo PS, e também por causa de uma história nunca esclarecida, relacionada com um BMW.
A tunda vai ser das grandes. Um rebuçado para o Capucho.
De notar que a ilustre camarada também não prescinde de servir o povo: se não for eleita, continuará em São Bento!
Em louvável iniciativa, o Ministério da Cultura vai começar a levar grupos de criancinhas, dos 6 aos 12 anos, ao Panteão Nacional, “a fim de lhes dar a conhecer a história da Bandeira Portuguesa”, símbolo que a Constituição consagra como “nacional”, sem que reconheça em artigo algum a existência da Nação.
Demos de barato este pormenor.
Sem esperança nenhuma, espero que os ilustres professores contratados para o efeito expliquem às criancinhas que as cores da Bandeira Nacional foram o azul e o branco durante cerca de seis séculos, e só o branco durante quase dois.
E que lhes ensinem que as cores da Bandeira Portuguesa são hoje as do defunto Partido Republicano. Não as da Nação.
E que comparem o “avanço histórico” que República operou na Bandeira com o que se passou na Rússia quando as cores da Nação foram deitadas para o lixo e substituídas pelo vermelho dos sovietes.
Sabemos que a História, em Portugal e não só, se escreve com agá pequeno. E algo nos diz que as “explicações” às criancinhas vão ser um chorrilho de historietas, asneiras e aldrabices.