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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

NOS MEANDROS DA LOUCURA

 

Parece que o senhor Pinto de Sousa entrou na fase do delirium tremens.
Uma multidão de idiotas e de ignorantes, que se têm por artistas, gente “educada” pelo Estado, como não podia deixar de ser, chamou-lhe fascista.
O homem borrou-se de tal maneira que nem foi capaz de sair pela porta principal. Esgueirou-se pelas traseiras, não fosse o diabo tecê-las. Os jornalistas em presença nem sequer conseguiram ver em que carro se fez transportar, sendo de pôr a hipótese de ir escondido nalgum porta-bagagens.
   
Logo a seguir, o seu alter-ego, chamado Vital, encarregado de mandar as bocas que o chefe, para já, não arrisca, pleiteou a favor de mais um imposto, a que chamou "europeu". O Dr. Almeida Santos, possuído de gerontológico furor, resolveu transformar a brilhante ideia em "imposto mundial". Ou seja, a tirada de pré-aviso que o senhor Pinto de Sousa encomendou, transformou-se em destrambelhado disparate.[1]
 
No que diz respeito ao Dr. Barroso, bombo de festa do Vital, a coisa vai dar mais ou menos no mesmo. O senhor Pinto de Sousa, vítima do síndroma da António Arroio, encomendou mais esta.
- Ó Vital, vai abrindo caminho para que, depois das eleições eu possa dizer que, afinal, por pressão dos deputados, deixamos de apoiar o homem!
 
Os inteligentes jornalistas que por aí vegetam caíram na esparrela. Vai daí, exploram à saciedade as “contradições” entre o chefe do PS e o seu representante nas eleições europeias.
Não perceberam três coisas:
Primo: o senhor Pinto de Sousa, politicamente, há muito não está no pleno uso das suas faculdades mentais. Percebeu que as coisas não estão fáceis e resolveu esbracejar, num desespero quase esquizofrénico.
Secundo: o senhor Pinto de Sousa chegou à conclusão que a malta não quer aturar mais mentiras e, como verdades são coisas que não estão no seu léxico, encarrega o Vital de as dizer
Tertio: o senhor Pinto de Sousa continuará, assim, a dizer as suas inevitáveis mentiras, e manda o Vital falazar as verdades, para que possa ter “terreno” para as vir a adoptar logo que se caia na real, isto é, depois das eleições.
 
O mais que se pode desejar é estes vitais tiros saiam aos dois pela culatra.
 
28.5.09
 
António Borges de Carvalho

 


[1] Dado que o Dr. Almeida Santos é um espertalhão, é de arriscar a explicação seguinte: como o homem concorda tanto como eu com o novo imposto do Vital, tratou de o tornar ainda mais absurdo, na estulta esperança de acabar com mais esta loucura do primeiro-ministro. Malandrice!

DO SENTIDO DE JUSTIÇA SOCIALISTA, OU O PINTO DE SOUSA PARA A RUA, JÁ!

 

O Dr. Dias Loureiro lá foi, finalmente, à vida.
Já o devia ter feito há muito. Poupava o seu amigo Cavaco Silva e o nosso Presidente da República a uma data de chatices.
 
Estranho é que este tipo de atitude esteja reservado aos homens da oposição. Em relação aos do governo, nada há que os abane. Pelo contrário. Se se for socialista, levanta-se a favor dos suspeitos o clamor da presunção da inocência, do segredo de Justiça, dos processos em curso, do horror ao julgamento sumário da opinião pública, do diabo a quatro. Para socialista, não há critérios políticos, só judiciais. Como os processos judiciais levam o tempo que levam, eles, nem que tenham assassinado a sogra, deixam-se ficar sentadinhos.
 
Mas, como no caso do Dr. Dias Loureiro, se se for da oposição, demissão, já! Tudo minha gente reclamou que não podia ser, que o homem não tinha condições para manter o cargo, mais as diatribes do costume. Eu também acho mas, se não comem todos, não há moralidade de espécie nenhuma.
 
O tipo do Eurojust tem a cobertura oficial e oficiosa do governo. Demissão, nem pensar! Então se ainda não acabou o inquérito, não querem lá ver! Julgamentos na imprensa, jamais! Suspeitas de tal maneira fortes que implicam um processo disciplinar, que é que isso tem?
E o senhor Pinto de Sousa?
Bom, se tirou um curso à pressão, que raio, foi provado mas não é crime!?
Bom, se fazia projectos atentatórios do ordenamento do território, isso é uma questão de gosto. Projectos marados não impedem seja quem for de ser primeiro-ministro!
Bom, assinar projectos de terceiros para ganhar algum? Meus amigos, quem o não faz? E, se houve crime, já prescreveu!
Bom, comprou um andar por metade do preço?* Meus amigos, isso é arte negocial, não tem nada a ver com “manobras ocultas”!
Bom, há uns malandrins que o acusam de corrupção? E depois?
Bom, aprovou um projecto à pressão e alterou uma zona protegida para o tal projecto lá caber? Nada está provado, nem julgado, nem coisa nenhuma!
Bom, está metido num processo de luvas nuns esgotos quaisquer lá para as Beiras, onde foi beneficiado o professor que lhe deu o curso, quatro cadeirinhas ao Domingo? E o que é que querem dizer com isso? Provaram alguma coisa?
 
Para os tipos do PSD e do CDS, basta a “falta de condições políticas para o exercício do lugar”. Não foi o que o senhor Pinto de Sousa, em tempos, advogou contra o Ministro da Defesa Paulo Portas?
Seguindo o mesmo raciocínio do senhor Pinto de Sousa, o próprio senhor Pinto de Sousa já devia ter sido corrido uma data de vezes.
 
É este o sentido de Justiça e de idoneidade política que caracteriza o socialismo em geral e o PS em particular.
 
Resta saber porque é que a dona Manuela, o senhor Rangel e o senhor Portas (Paulo) não clamam há muitos meses pela demissão do senhor Pinto de Sousa. Obscuros mistérios, ou malhas que o império tece?
 
27.5.09
 
António Borges de Carvalho
 
 
* Li algures que a escritura da compra desta casa desapareceu. DESAPARECEU! Não posso acreditar, mas a verdade é que a coisa não foi desmentida. Arrisco a hipótese de se tratar de mais uma manobra de algum poder oculto...

UM FUTURO RISONHO

 

Há uma data de anos que os tipos da JS andam com a ideia fixa dos preservativos.
Nos já recuados tempos do consulado de um tal Sérgio, os JS’s andavam a distribuir camisinhas nas praias, como se fossem barquilhos.
Hoje, o tal Sérgio é deputado europeu e a ASAE proibiu os barquilhos (se não proibiu vai proibir).
Mas a JS está na mesma. Só pensa em levar borrachinhas para as escolas, tipo livro único. Não se lhe conhece outra proposta que não seja a dos preservativos para o povo. Minto. Também querem o casamento dos pederastas e das fufas, a eutanásia e coisas do género.
Eros e Tanatos. Não sabem quem é um nem quem é o outro, mas não fazem coisa que não seja do seu domínio.
 
Já viram o nosso destino se esta gente chega à idade adulta e ao poder?
Passaremos a alimentar-nos de camisas de Vénus, a ser obrigados a ir à parada dos gays e, quando estivermos a cair da tripeça, seremos eliminados, numa operação “cívica” caracterizada pela aplicação “liberal e intensiva” do instituto da eutanásia.
 
27.5.09
 
António Borges de Carvalho

SENTIDO DE ESTADO E AMOR À PÁTRIA

 

Quase todos os dias, os jornais referem, como se se tratasse de problema exclusivo dos venezuelanos, as malfeitorias do senhor Chávez e da sua acanalhada camarilha. Nacionalizações trafulhas, ataques cada vez mais violentos a quem não é da cor ou deixou de o ser, atropelos a tudo o que é Direito, processos, prisões, aldrabices políticas.
Perante isto, os amigos portugueses do senhor Chávez andam caladinhos como uns ratos.
Um pequenote de nome Braga, que “abriu”, com pompa e circunstância, as portas da Nação ao fulano, nunca mais apareceu.
O senhor Pinto de Sousa, visita do senhor Chávez e o mais visitado dos seus amigos, mete-se em copas.
O Dr. Mário Soares, o maior nacional-elogiador do homem, nunca mais tocou no assunto. “Tá queto ó mau!”
 
Como o Irritado, e muito bem, não se cansou de avisar, os tão celebrados “negócios” do senhor Pinto de Sousa com o tirano da Venezuela vão todos por água abaixo, a começar no “Magalhães” e a acabar nas “energias renováveis”.
Uns, nem sequer chegarão a realizar-se. Foram “suspensos”. Felizes os que se livraram a tempo das propostas da parelha Pinto de Sousa/Chávez.
Outros, estão em banho-Maria. Ai de quem já lá pôs um chavo!
Outros ainda, jamais passarão de bombásticas declarações para impressionar o Zé.
 
Como sempre foi mais que óbvio, o senhor Chávez tem mais que fazer que aturar o senhor Pinto de Sousa ou que se preocupar
com o Zé. Não lhe chega o tempo para perseguir a oposição, nem o dinheiro para pagar as armas à Rússia.
Serviu-se da propaganda do governo desta pasmaceira para obter os votos da comunidade portuguesa na Venezuela e, por cá, para épater le bourgeois. Foi tudo.
 
O socialismo nacional, possuído da mais profunda falta de inteligência, do mais arrevesado sentido de estado, do mais mal parido amor à Pátria, da mais desbragada demagogia e da propangandite aguda que é a marca número um da sua “governação”, embarcou-nos nas suas espúrias amizades, fez de nós os palhaços da Europa (o único país europeu com relações íntimas com o bandido), atirou sobre as nossas cabeças o pesado manto da sua irremediável estupidez.
 
É claro que a revolução socialista do senhor Chávez vai ter o destino de todas as revoluções socialistas passadas, presentes e futuras: mergulhará a Venezuela na mais horrenda das misérias, na total ausência de Liberdade, no isolamento e, quem sabe, na guerra.
O problema é dos venezuelanos mas é também do mundo, sobretudo daqueles do mundo que embarcaram na “crença” no socialismo chavista, igual a todos os socialismos.
  
Bem pode o Dr. Soares e quejandos limpar as mãos à parede. Se fossem capazes disso, recomendar-lhes-ia que guardassem para si os seus amigos e não os impingissem ao povo.
 
27.5.09
  
António Borges de Carvalho

EDIFICANTE!

 

Calculem vossas mercês que anda para aí uma enorme polémica sobre se os médicos devem, ou não, ajudar quem queira deixar de ser membro da filarmónica dos homossexuais.
Trocando isto por miúdos, se alguma de vossas mercês pertencer à filarmónica e quiser “desarriscar-se”, não tem esse direito, pelo menos na opinião de distintos psiquiatras, como Daniel Sampaio (que se tornou célebre depois de o irmão Jorge ter sido eleito Presidente da República), de diversas luminárias da psicologia e de “ciências” conexas e, como é evidente, de uma vasta multidão de associações especializadas na protecção da pederastia e do lesbianismo.
Há mesmo uma petição em curso para protestar contra a Ordem dos Médicos que se terá, timidamente, pronunciado a favor, em certos casos, de terapias de reconversão.
 
Para os bem pensantes da nossa praça, quem entra para a filarmónica não pode sair. Trata-se de uma espécie de religião, isto é, excomungados sejam os heréticos, os apóstatas e os despadrados.
 
Quem, mesmo sem saber música, sentir a mais leve tendência para tocar algum instrumento e quiser entrar para a filarmónica, pode fazê-lo. Será recebido de… braços abertos.
Mas, se não se adaptar a nenhum instrumento e quiser abandonar a organização, alto! Não tem tal direito.
Mais. Deverão a classe médica e congéneres ser proibidas de ajudar seja quem for a cometer tal pecado.
 
Perante este edificante estado de coisas, não lhes parece que anda por aí muita gente com a cabeça nos pés?
 
27.5.09
 
António Borges de Carvalho

EDUCAÇÃO TRAFULHA

 

Como é do conhecimento geral, a Educação, como a Justiça, está de rastos.
Acumulam-se as asneiras. O hiper sindicalismo dos professores encontra merecida consorte na incompetência do governo.
Às criancinhas, como universal panaceia, é dado um computador, adquirido por vias dificilmente descortináveis e que a União Europeia considera ilegítimas. As criancinhas, privadas da tabuada e viciadas em joguinhos da internet, perderão qualquer hipótese de fazer contas por si próprias, para já não falar em cálculo mental ou em tempo para fazer trabalhos de casa. Os demais alunos (do secundário), a quem os computadores podiam fazer algum jeito sem os prejudicar, ficam a ver navios.
Os exames não são exames, mas “provas de aferição”. A aferição destina-se exclusivamente a alimentar as estatísticas do governo. Para os alunos, a aferição é indiferente e, como tal, contraproducente. Chumbar é proibido!
O ministério está entregue a gente do calibre daquela fulana, socialista de gema, que, com provas dadas, não sabe absolutamente nada de português e se dedica a fazer perseguições políticas aos seus subordinados que não gostam do senhor Pinto de Sousa, perante o olhar enlevado deste.
As autoridades educativas, à boa maneira dos manuais do estalinismo, ou das NEP’s do nazismo, dedicam-se a mandar os professores proferir um determinado número de frases, que devem “ler em voz alta” nas provas de aferição, sendo-lhes proibido falar por palavras suas. É o discurso do Big Brother reeditado.
Uma professora vem para as aulas contar as suas tropelias sexuais (com o marido, nada de infidelidades!) às criancinhas. Mas o mau da fita foi o aluno que gravou a conversa, não a professora que a fez ou provocou.
As meninas são incentivadas a ir para a escola com as maminhas e as coxas à mostra. Um professor reaccionário queixou-se de que uma menina, na aulas, insistia em mostrar-lhe as cuecas, o que provocou inúmeras manifestações de indignação, contra o professor, como é evidente.
No meio desta miserável pangaiada, de que só dei, acima, alguns modestos exemplos, o que preocupa o PS, a esquerda, o governo, o senhor Pinto de Sousa? A “educação sexual”. Não faço ideia do que seja educação sexual, porque, no meu tempo (bem sei que era o tempo do “fascismo”), o sexo não se aprendia, descobria-se e vivia-se, umas vezes melhor outras pior.
Algo me diz que a educação sexual consistirá em explicar às criancinhas que, fazer asneiras, muito bem, machos com fêmeas, machos com machos, fêmeas com fêmeas. Tudo, como é evidente, dentro de regras de moral higiénica, isto é, respeitando o uso da camisa de Vénus, do tampão, da pílula preventiva e da do dia seguinte. Será dito às meninas que, se se distraírem, haverá sempre um subsídio do Estado para o aborto, e umas férias de “maternidade” à disposição.
A educação sexual, preocupação maior das forças vivas da esquerda, governo incluído, em relação ao ensino, veio substituir a Organização Política e Administrativa da Nação que se dava no meu tempo. Só que esta, como era dada a fulanos já com cabeça para pensar, tinha efeito reduzido. A educação sexual, essa, vai começar aos onze ou doze anos. Calcule-se a confusão na cabeça das criancinhas!
Mais um favor que a Nação vai, por certo, ficar a dever ao senhor Pinto de Sousa.
24.5.09
António Borges de Carvalho

ENERGIA PARA O POVO

 

Foi noticiado que a energia, em Portugal, é 23% mais cara do que em Espanha. Parece que o MIBEL não serve para nada, ou que interesses alheios ao do consumidor, v.g. os do Estado, são o que move as rodas da “máquina” energética.
Quantificada a energia produzida, com ensurdecedora propaganda, pelas novas fontes (eólica, solar, fotovoltaica e geotérmica) verifica-se que não chega para cobrir 6% das necessidades. A renovável hídrica, essa, andará pelos 23%.
 
Como se vê, as tão elogiadas eólicas, as florestas de horríveis ventoinhas que por aí andam, não resolvem problema nenhum. Se a isto acrescermos que o investimento nas ventoinhas é caríssimo e que ninguém sabe como ou quando vai ser amortizado, a certeza que resta é de que tal forma de produção vai contribuir, e não pouco, para sacrificar cada vez mais o consumidor. Com as outras a história é mais ou menos a mesma.
O programa de barragens esteve parado durante uma data de anos. Retomado pelo governo do Prof. Cavaco, foi cancelado pelo governo socialista que se lhe seguiu, a favor de uns bonecos nas pedras subitamente erigidos em fabulosa riqueza. Entretanto, vastos milhões tinham sido gastos em Foz Côa, com o triste destino de ser deitados ao caixote do lixo do socialismo.
Agora, com os opositores do costume, parece que se vai investir mais nas hídricas. Isto se não aparecer algum pedregulho susceptível de arranjar tacho a cientistas da treta.
 
 
Por outro lado, não há dúvida – a experiência o demonstra – que o nuclear é a forma estavelmente mais barata, mais limpa e mais fiável de produção de energia que se conhece e domina, e a que produz ou provoca a produção de menos CO2.
 
Desde os anos 60 que se vem falando do nuclear em Portugal. No tempo da ditadura tinha-se, até, seleccionado o local para instalação da primeira central (Ferrel). Mais tarde (fins da década de 70) voltou a falar-se no assunto. Como a opinião já era livre, levantaram-se vozes – muitas das quais ainda existentes e tão nhurras como há trinta anos – que vociferaram contra o nuclear e os seus perigos. O assunto acabou por morrer.
Há poucos anos, lá fora, o nuclear tomou novo alento, novas tecnologias se desenvolveram, os países mais avançados da Europa formularam novos planos de reforma do nuclear existente e de construção de novo. Por cá, algumas pessoas voltaram a equacionar o problema. Com o advento do senhor Pinto de Sousa e do seu socialismo, dito de direita mas indubitavelmente de esquerda - e que esquerda! - o assunto passou a “não estar na agenda do governo”.
Traição à Pátria, dirão uns. Pura estupidez, dirão outros. Magna inteligência, dizem os socialistas e os maluquinhos do costume.
O que se sabe é que a energia está mais cara que lá fora e que ninguém liga ao assunto. O que se sabe é que o governo se vangloria, com os altifalantes do costume, de estar avançadíssimo na produção de energia. Esquece-se, como é óbvio, que se meteu numa série de investimentos para os quais não há dinheiro, que dá incentivos fiscais a coisa caríssimas, e que todos vamos amargamente pagar as asneiras do senhor Pinto de Sousa durante várias gerações, sem que nenhuma delas, actual ou futura, goze de meios energéticos em melhores condições económicas, antes pelo contrário.
Haver (ainda!) quem vá votar nesta gente, é coisa que escapa a qualquer raciocínio lógico.
24.5.09
António Borges de Carvalho

À BORLA!

 

Em quatro anos de mandato, poucas vezes o Costa se meteu em grandes discussões públicas sobre os destinos da cidade de Lisboa.
Agora, com as eleições a escassos meses, eis o grande anúncio. Sua Excelência convoca o povo.
Descubra a resposta às questões com as quais a nossa cidade se debate.
E não deixe de colocar as suas.
Participe na Carta Estratégica de Lisboa
Assim se dirige o Costa (não o Costa, a Câmara, que a coisa não vem assinada) aos alfacinhas. Em 25 de Maio, das 9,30 às 19, a distinta Câmara que temos “discutirá”, perante o povo maravilhado e sequioso, a estratégia do futuro.
Não se trata do futuro da cidade, mas dos do PS e do Costa, como é evidente.
Sessão de propaganda eleitoral avant la lettre, como é evidente. Paga pela Câmara, como é evidente. Para o poder, tudo de borla, desde que o poder seja socialista. Além disso, televisão de borla, jornais de borla, sem descontar nos tempos de campanha, como é evidente.
Depois, venham para cá blablabear contra a corrupção, a ver se a gente acredita.
24.5.09
António Borges de Carvalho

SOMOS AFRICANOS

 

Um tal Monteiro, em entrevista ao “Expresso”, vem defender que “o Estado deve entrar no capital das PME”.
O dito Monteiro é o líder eleito da Associação Nacional dos Jovens Empresários.
Quando um jovem empresário faz uma proposta como aquela, o nosso futuro torna-se ainda mais negro que o imaginável. A obra do senhor Pinto de Sousa é a nossa desgraça actual. Se a “juventude” que o entrevistado representa é o que a sua proposta indica, então o nosso futuro vai ser ainda mais desgraçado.
Diz-se, e é facto, que os portugueses têm uma estúpida tendência para ser estado-dependentes. Têm do Estado a ideia de que se trata de uma espécie de mezinha para as as suas aflições e necessidades. Para falar só de tempos recentes, diga-se que os grandes empresários da II República tinham um pacto de privilégio com o estado novo. Depois vieram as nacionalizações. O problema ficou resolvido da pior maneira. O Estado passou a ser dono de tudo, e acabou-se.
Mais tarde, via PSD (Balsemão e Cavaco), quis-se “libertar a sociedade civil” e “transformar o Estado numa pessoa de bem”. Ideias sérias, boas, fundamentais, mas com pouco ou nenhum sucesso. A sociedade civil continuou a não se tornar autónoma e o Estado não passou a ser pessoa de bem.
Se exceptuarmos um ou outro grande empresário, a coisa continua. Os pequenos e médios seguem o exemplo dos grandes. O Estado continua a ter presença, ou voto, ou veto, em tudo o que é importante, e um poderoso sim ou não em tudo o resto. Por isso, e por vício adquirido, ninguém, para fazer seja o que for, dispensa o apoio do Estado. O Estado, por seu lado, ao mesmo tempo que diz desburocratizar, burocratiza cada vez mais, “fiscaliza” cada vez mais, isto é, lança cada vez mais novas receitas (impostos, “contribuições”, multas, coimas, taxas, licenças…) para si próprio, aumenta incessantemente as suas despesas, mete-se (olhem a CGD!) em tudo o que é empreendimento “privado”, segura, com dinheiro que melhor aplicação poderia ter, bancos falidos e mergulhados em crimes, etc.
Somos africanos, isto é, dependemos mais do despacho que da Lei. A Lei é de tal maneira complicada que a benesse, a cunha e a gorjeta se transformam na única ou mais prática maneira de conseguir seja o que for. O governo, para conservar o poder espúrio do Estado, que é o seu, não mexe uma palha pare alterar seja o que for.
De alguma forma, o nosso “jovem” tem razão. Se não consegue singrar por causa do Estado, nada melhor que metê-lo no capital das empresas. É um raciocínio lógico. Estúpido, mas lógico. Esperteza saloia, talvez. O “jovem”, em vez de exigir uma real reforma do Estado que acabe de vez com a burocracia, com os padrinhos e os afilhados, com os vícios nacionais de pendurice e irresponsabilidade, isto é, que acabe com o estatismo, que é a doença crónica e incurável do socialismo, a nossa doença, não senhor, o “jovem” vem meter-se nas mãos do Estado, sem ser capaz de imaginar outra maneira de chegar onde quer.
Ou acabamos com o socialismo profundo e arreigado que há tantos anos nos tolhe, ou a apagada e vil tristeza continuará a ser a nossa sina. Socialismo e insucesso são frutos da mesma árvore.
24.5.09
António Borges de Carvalho

BENESSES FARMACOLÓGICAS OU DO LIBERALISMO SOCRÉLFIO

 

O governo que temos anunciou a “liberalização” dos preços dos medicamentos. Muito bem.
 
Não vos iludais, ó gentes!
 
Vejam o que isto quer dizer em “socialistês”.
O que isto quer dizer é que os preços deixarão de ser determinados pelo Estado. Mas não quer dizer que sejam liberalizados. Na proposta socialista a determinação dos preços ao consumidor será entregue ao monopólio das farmácias – a ANF -  “que os negociará com os laboratórios e os grossistas”.
O Estado socrélfio não entende o que é liberal, ou seja, adopta os piores defeitos da economia liberal (os monopólios, os cartéis, as práticas de dominação dos mercados), sem usar de nenhuma das suas vantagens (a concorrência, a baixa de preços, o funcionamento a favor do consumidor).
O que o Estado socrélfio propõe é deixar de se chatear com negociações de preços, passando tal tarefa para os tubarões da ANF, da APIFARMA e dos grossistas. Estes conhecidos cartéis ficarão oficialmente autorizados a dominar os interesses dos consumidores, a constituir cambões “legais” e a fazer o que muito bem lhes der na realíssima gana. É evidente que os socrélfios inventarão mais alguma “entidade” para dar uns tachos à rapaziada e poder dizer que “regulam” o mercado.
Concorrência de preços entre fabricantes, entre grossistas, entre farmácias? Nem sonhar!
Se a farmácia A quiser baixar as suas margens a fim de atrair a clientela, sacrilégio! Se a farmácia B quiser fazer promoções, pecado! Se a farmácia C quiser instituir um cartão de pontos, ilegítimo! Quem trata disso, com mão de ferro, é o Cordeiro. Isto, claro, perante o olhar de ternura da “autoridade”, da “agência” ou seja do que for onde o governo vá buscar (mais) algum.
 
O mexilhão, esse, continuará a bater na rocha, a pagar e a não bufar.
 
Para isto, mais vale deixar tudo como está.
 
21.5.09
 
António Borges de Carvalho

AÍ ESTÃO ELES! (OSFILHOS DA VIÚVA)

 

Em mais uma notável iniciativa, eventualmente destinada a proteger o povo, o Grande Oriente Lusitano aprovou, por 57 votos contra 21, uma proposta do mui nobre Grão-Mestre. Trata-se, nada mais nada menos do que da formação de um “núcleo interno de intelligence” destinado a desempenhar as “funções próprias daqueles organismos (de espionagem) no âmbito da defesa e prevenção”.
Esta brilhantíssima iniciativa foi completada por outra (77 votos a favor, 7 contra) que preconiza a “contratação de ‘equipas técnicas’ externas” destinadas a “consultadoria” e “apoio efectivo” “nos domínios da segurança de pessoas, património e informação”.
Antes de mais reconheça-se que os factos vieram provar que o mui nobre senhor tinha carradas de razão ao fazer a sua proposta: esta, mal foi aprovada, foi parar à “Lusa”, ao que se supõe pela mão de algum dos 21 ou dos 7 traidores que votaram contra. Da “Lusa” aos jornais (alguns…) foi um saltinho. Se o mui nobre Grão-Mestre já tivesse à sua disposição o “núcleo interno de intelligence”, nada disto aconteceria. O “núcleo” meteria um cagaço de tal ordem aos delatores internos e aos ímpios da Lusa, que os primeiros não poriam a coisa cá fora e os segundos não a espalhariam. Se a tal se atrevessem, o Grão-Mestre enviaria uma “equipa técnica” para tratar do assunto: esta, após as devidas consultas, por ordem directa do mui nobre daria “apoio efectivo”, isto é, os delatores e os ímpios eram capazes de ter algum aborrecimento, que poderia, em caso de contumácia, transformar-se em acidente.
Além desta enorme utilidade, imagine-se o que a intelligence poderá vir a ter como funções:
a)     Comunicar ao Grão-Mestre todas as intenções menos republicanas, menos laicas e menos socialistas dos partidos políticos e dos seus agentes, a fim de que as “equipas técnicas” possam desencadear as acções de “apoio efectivo” que, caso a caso, o Grão-Mestre tiver por bem;
b)    Investigar a vida privada dos irmãos e dos cidadãos em geral, a fim de verificar se jogam aos matraquilhos, se preferem o berlinde ou se têm tendências monárquicas, isto na nobre intenção de pôr fim a tais hábitos ou ideias através, mais uma vez, de tarefas de “apoio efectivo”;
c)     Introduzir-se nas empresas, igrejas, clubes de futebol, associações de empregadas domésticas e outras forças vivas da Nação, a fim de verificar a conformidade das suas actividades com os princípios e determinações do Grande Oriente Lusitano, desencadeando a seguir as necessárias medidas de contenção, através das “equipas técnicas”;
d)    Vigiar de perto os agentes políticos e económicos e submeter a “apoio efectivo” - via “equipas técnicas” - todos os suspeitos de ter, ou espalhar, matérias subversivas, entendendo-se por subversivo tudo o que possa ser do desagrado do mui nobre Grão-Mestre (ideias, pensamentos, intenções, desejos, acções ou omissões).
O Irritado fornece estas sugestões sem qualquer paternalismo, uma vez que compete ao mui nobre Grão-Mestre de tão alta e tão benemérita instituição determinar as tarefas a desempenhar pelo “núcleo” e pelas “equipas”, e sem qualquer intenção de obter vantagens de qualquer ordem. Trata-se de mera solidariedade.
Por outro lado, o Irritado avisa o respeitável público que será abusiva qualquer comparação entre o GOL e os directórios da I República, entre a consultadoria e a conspiração, entre o “núcleo interno” e a Carbonária ou entre o “apoio efectivo” e os métodos desta.
21.5.09
Irritad(íssim)o

VIAGEM A UM PASSADO JÁ VELHO, OU A UMA VERDADE AINDA NOVA

 

O PSD e o PS juntaram-se para fazer regressar a Lei de Defesa Nacional à pureza constitucional, há muito controvertida no que respeita à dependência hierárquica das chefias militares. Confirmaram  tal dependência como existindo em relação ao governo, através do Ministro da Defesa, não em relação ao Presidente da República.
Queixam-se o PC e o CDS de parlamentarização ou de governamentalização do regime, uma vez que tal solução parece retirar ao Presidente da República as suas “funções”, enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas.
Nada mais falso. Em 1982,os constituintes decidiram que assim devia ser, e assim o deixaram escrito, talvez não de forma tão explícita como seria de desejar. No entanto, para quem dúvidas tiver, ficou claríssimo, no processo de revisão constitucional, que a parte significativa dos mais de dois terços que a aprovaram (o PS, o PSD e o PPM) tinha em tal matéria uma posição muito clara: as “funções”, “prerrogativas” ou “poderes” do Presidente da República em relação às Forças Armadas são as contidas e descritas na própria Constituição, não outras. Ou seja, em bom português, não se trata de um cargo, mas de uma dignidade à qual correspondem certas prerrogativas, que a Constituição exaustivamente descreve e que não são compagináveis com o comando efectivo das Forças Armadas.
O processo de revisão constitucional, para quem o queira consultar em caso de dúvida interpretativa, é claro a este respeito. O espírito, aliás expresso, do legislador, primeiro recurso de interpretação autêntica da Lei, não deixa lugar a dúvidas.
Ao longo do tempo estas disposições constitucionais conheceram, da parte dos presidentes, vários tipos de atitude ou reacção.
O General Eanes resistiu quanto pode às alterações de 1982, o que foi público e notório, e que o próprio confirma. O general Eanes sabia perfeitamente que lhe estavam a retirar o seu poder de comandante militar, e não gostou. Estava no seu direito. Vencido que foi nesta batalha, cumpriu sem rebuço o que os constituintes tinham legislado.
O mesmo se veio a passar com Mário Soares, o qual “herdou” uma situação para a qual, aliás, tinha contribuído. Absurdo seria se com ela se considerasse diminuído.
Com Sampaio, porém, a Constituição foi torcida, manipulada, pervertida. Quando o governo, bem ou mal não vem ao caso, resolveu “alinhar” na guerra do Iraque, o Presidente lembrou-se que era Comandante Supremo e tratou de impedir a entrada das Forças Armadas no conflito. O que, como é sabido, resultou na estúpida decisão de mandar forças de ordem pública para a guerra, já que o Primeiro-Ministro da altura não quis negar os compromissos que achava que o País tinha com os norte-americanos. O Presidente Sampaio, com o inacreditável aval do PS, “vestiu a farda”, pôs estrelas várias aos ombros e, sabendo tão bem como eu que estava a interpretar a Constituição de forma totalmente ilegítima, fez valer os “galões”, com o absurdo resultado que se conhece. Mais tarde, numa atitude meramente partidária e claramente contrária ao espírito e à própria letra da Constituição, viria a “despedir” a maioria parlamentar, assunto que, em pormenor, não cabe neste post.
Saúde-se o regresso da Lei, expressamente, aos ditames da Constituição. É evidente que o PS, se o Presidente da República fosse da sua área política, não se lembraria de tal coisa, como fez no tempo de Sampaio. O PSD, por seu lado, mais não fez que ser fiel às suas posições de sempre nesta matéria. A mesma coerência por parte do PC e do CDS, que sempre defenderam a “militarização” da Presidência da República.
Não se trata, por isso, de parlamentarizar ou de governamentalizar o regime. Trata-se apenas de pôr os pontos nos is, evitando o uso abusivo de um texto que pode não ser totalmente claro mas que, para quem não esteja vinculado a circunstancialismos ou interesses políticos imediatos, não oferecerá dúvidas nem se deve comprazer com distorções.     
15.5.09
António Borges de Carvalho

O VERDADEIRO SOCIALISMO

O camarada Louça saiu-se com mais uma de estalo, desta vez em socorro dos sentimentos de esquerda do senhor Pinto de Sousa. Integrar o BPN na CGD, eis do que se trata. Brilhantíssima ideia.

 
O senhor Pinto de Sousa resolveu, do alto, ou do baixo, do seu esquerdismo balofo e ignorante, nacionalizar o BPN. Pois. Nada de falências, que o sistema bancário pode ressentir-se, etc., blá blá blá.
À altura, o buraco era de 450 milhões. Com o aval e a instâncias do senhor Pinto de Sousa, lá se arranjou o cacau. O pior é que, dias passados, os 450 passaram a 680, semanas depois já eram 1.200, indo agora em dois mil e tal milhões.
 
Entretanto, descobriu-se uma série de tropelias que o banco vinha fazendo há anos, sem que o camarada Constâncio desse por nada, ou melhor, sem que o camarada Constâncio, tendo conhecimento dos sinais exteriores das ditas tropelias, fizesse fosse o que fosse,.
Mandaram prender o Oliveira Costa, culpado ou não. Se o senhor Pinto de Sousa é presumível inocente em tudo o que se tem metido, por que carga de água há-de o Oliveira Costa ser presumível culpado? O Oliveira é do PSD e o Pinto de Sousa do PS. Será por isso? Não se sabe. O que se sabe é que o Oliveira é o ideal como bode expiatório. Todos o outros, do Coelho ao Machete, passando pelo Loureiro, são almas puras que andavam por lá a ver passar as miúdas na avenida. O Loureiro, no entanto, é mais suspeito que os outros. Será por ser cavaquista? Quem sabe o que não vai nos bastidores das mentes socrélfias.
 
Importante, agora, é saber que ninguém sabe como se há-de dar a volta ao texto. O buraco cada vez está mais fundo mas como, socialismo oblige, o banco passou a ser do Estado, não se pode deixar falir.
O Estado, transformado num monstro pelo socialismo - monstro que se alimenta do nosso sangue - em vez de usar os fundos de garantia para os depósitos que nele cabem e de deixar a coisa morrer de exaustão como mandam os bons princípios capitalistas, não senhor, nacionaliza o buraco e a sua geométrica progressão, assim arranjando maneira de nos pôr todos a pagar as asneiras do BPN e do camarada Constâncio.
 
É preciso tapar o buraco? Como? O camarada Louça vem em socorro do camarada Pinto de Sousa. É fácil, diz ele. Mete-se o buraco na CGD e está o problema resolvido. Ou seja, pagamos todos pelas asneiras do Oliveira, do Constâncio e do Pinto de Sousa, devidamente reforçadas com as socialistíssimas opiniões do Louça, aliás habilitado por altos canudos, ao contrário do Pinto de Sousa.
 
Já vimos o socialismo tratar de dominar a banca privada transferindo para ela uns craques da CGD.
Já vimos o socialismo injectar não sei quantas centenas de milhões no capital da Caixa, a fim de a habilitar a comprar não sei quantas ou quais empresas privadas.
Já vimos o socialismo, através da Caixa, servir-se de um negócio com um privado para aumentar a sua participação numa empresa onde não devia estar.
Já vimos o socialismo autorizar a Caixa a ser promotora e proprietária de um hospital a que chama “privado” para poder cobrar o que lhe apetecer.
Já vimos o socialismo meter a Caixa num negócio, meio falido, de refrigerantes.
Já vimos... etc.
 
Que raio, o Louça tem razão. Por alma de quem não há-de a Caixa “encaixar” o buraco do BPN?
Quem paga é o mesmo cliente, aquele que vai pagar o TGV, o aeroporto e as demais maluquices do Pinto de Sousa.
 
 
 
Não é isto o verdadeiro socialismo?
 
14.5.09
 
António Borges de Carvalho

APELO AOS LÍDERES DA DIREITA

 

Aturada investigação concluiu que o Lopes da Mota tinha feito pressões, parece que por conta do governo, para que o caso Freeport (fripór, no linguarejar do primeiro-ministro) fosse prontamente mandado para o caixote. Daí, um processo disciplinar. OK.
Das profundezas da indignação, o PSD, o CDS e o PC clamaram pela imediata demissão do homem. OK. O BE foi mais cauteloso, sabe-se lá porquê. OK.
Toda esta gente acha que o Dr. Loureiro devia ir à vida. Toda esta gente acha que o ministro da agricultura devia ir à vida. Toda esta gente acha que o Lino devia ir à vida. OK.
E o Pinto de Sousa? Não acham? O pinto de Sousa é mais que os outros? O Pinto de Sousa não aldrabou com o curso? O Pinto de Sousa não aldrabou com os impostos que não ia aumentar e aumentou? O Pinto de Sousa não fez projectos objectivamente ofensivos da paisagem e do ordenamento do território? Não é suspeito de andar a ganhar dinheiro assinando projectos de terceiros? Não está envolvido numa história de lixos que anda a aboborar nos Tribunais? Não está metido, de uma forma ou de outra, numa martingala que mete ingleses e portugueses, com eventuais moengas de luvas e de aprovações “expeditas”? Não comprou um andar com suspeitas de favorecimento?   
O que leva a oposição a não pedir a demissão do Pinto de Sousa?
Os comunistas do PC e do BE tratam de o acusar de fazer “política de direita”. Por isso, deixam-no estar. Quanto mais “política de direita” ele fizer, mais cresce a esquerda. Como a direita, burra que nem um comboio, é incapaz de denunciar a política de esquerda que o Pinto de Sousa nunca deixou de fazer (mais impostos, mais contribuições, mais taxas, mais propaganda, mais “políticas sociais”, mais regulamentos, mais bagunça na justiça, perseguições a quem não está de acordo, intrusões na comunicação social, nacionalizações, intromissões constantes na esfera privada, “parcerias” suspeitas, política estalinista de grandes obras públicas, mais Estado, mais Estado, mais Estado…), a esquerda faz vingar a sua tese, e o eleitorado é capaz de acabar por ir na conversa.
A direita, como a esquerda, deixa-o estar. Acha, como a esquerda, que é bom que o homem tenha mais tempo para se enterrar. Não percebe que, a continuar a deixar que a esquerda repita sem cessar a mentira de que as culpas são de se governar “à direita”, o que faz é tirar votos a si própria. Não percebe que, por mais que gritasse, nem o homem caía, nem o Presidente, que não é o Sampaio, o punha na rua. Por conseguinte, assim como clama pela demissão deste e daquele, por razões de “ética política”, poupa o Pinto de Sousa, o único para o qual há razões fortes de ética política para ser posto na rua.
Trata-se de um “moralismo”, quiçá republicano, cuja principal característica é a selectividade.
Aqui fica um apelo à Dona Manuela e ao Portas (Paulo). Clamem pela demissão de quem deve ser demitido. Os outros caem com ele. Figos da mesma figueira, não valem um caracol.
14.5.09
António Borges de Carvalho

UMA ALEGRIA

 

Várias vezes se tem o Irritado afirmado contra a existência de sindicatos de magistrados. Várias vezes tem o Irritado denunciado a perversão do sistema de poder que tais sindicatos representam. Várias vezes tem o Irritado gritado contra as incursões políticas de tais organizações e contra o absurdo que é haver fulanos que se consideram, e são, órgãos de soberania, e que usam instrumentos corporativos como se de cidadãos comuns se tratasse.
Se alguém quiser tratar a sério da monumental desgraça da Justiça, a primeira coisa a fazer é acabar com os sindicatos dos magistrados. Não é tão difícil como isso. Às vezes não era mau que a Constituição servisse para alguma coisa.  
 
É claro que os clamores do Irritado não fazem fé nos meios políticos e que os meios políticos não estão para se maçar tratando do necessário para ilegalizar tais organizações. É claro que os clamores do Irritado não encontram eco de espécie nenhuma, nem na “opinião” politicamente correcta (que é a que há), nem na vox populi.
Por isso que seja, para o Irritado, uma grande alegria ver o Doutor António Barreto, na TVI, insurgir-se contra a existência de tais e tão deletérias organizações, mais ou menos nos mesmos termos que o Irritado soe usar.
O Irritado já não está só!
14.5.09

António Borges de Carvalho

TRAPALHADAS FERNANDINAS

 

O camarada Fernandes, sempre sempre igual a si próprio, aceitou de braços abertos a proposta do arquitecto Salgado para a redefinição do futuro da zona ribeirinha de Alcântara.
Para quem não tem a memória curta, a dita criatura tinha-se zangado com o Louça por causa deste assunto. O Fernandes queria os contentores onde o PS os queria. O Louça não queria. Ficaram de candeias às avessas. O Louça retirou a “confiança” no Fernandes. O Fernandes deu com os pés ao Louça.
O Fernandes defendeu com unhas e dentes, recorrendo aos mais inacreditáveis argumentos, a floresta de contentores que o Coelho e o Pinto de Sousa queriam plantar à beira-rio. Com este nobre gesto o Fernandes conquistou um lugarzinho no coração do Costa, outro nas listas do PS, acautelou o futuro e ameaçou a cidade com a sua eventual continuidade no poder municipal.
Agora que o Salgado pôs tudo de pernas para o ar, ou seja, substituiu os contentores por couves, o Fernandes continua de acordo, isto é, não arrisca o presente tacho e previne o futuro. Tanto faz. Os objectivos do homem continuam os mesmos. De obscuro advogado a “ministro” do Costa, vai-se precavendo.
Em relação ao Fernandes, nada de novo, toda a gente já percebeu do que a casa gasta.
O Costa é mais difícil de perceber. Queria os contentores porque o chefe assim mandava. Agora quer as couves. Como irá sair desta? Algo me diz que o contrato celebrado entre o governo e a APL, com o aval da Câmara, de um lado, e o Coelho do outro, pode ser denunciado unilateralmente pelo município, que nem parte era na coisa? Como irão o Costa, o Pinto de Sousa, o Lino e o Coelho descalçar esta bota?
Aguarda-se o desenrolar dos próximos capítulos. Valha-nos o gozo de ver a xuxaria metida num saco de gatos. A solução, meus amigos, será sempre a que mais convier ao PS. Só por acaso será favorável à cidade.
12.5.09
António Borges de Carvalho

ORA VAMOS LÁ PÔR OS PONTOS NOS IS

 

O camarada Vital conhece o PC como poucos, conhece o seu funcionamento interno, os seus métodos, o que o PC pensa, como reage, conhece o PC na clandestinidade e o PC na liberdade, sabe o que é viver num apartamento com três camaradas machos e uma camarada fêmea para tratar do serviço doméstico, todos deputados, conhece a disciplina, os sentimentos que animam os militantes, numa palavra, sabe do que a casa gasta.
O camarada Vital sabe, talvez melhor que ninguém, o que é a CGTP e o que pensam e querem, mesmo não o dizendo, os camaradas da multinacional Carvalho da Silva & Cª.
O camarada Vital está ao corrente, em pormenor, do facto de a tal CGTP ser uma agência do PC, e mais nada senão isso mesmo.
O camarada Vital, de ciência certa, está consciente de que a manifestação do 1º de Maio organizada pela CGTP não tem a ver com o 1º de Maio (dita festa dos trabalhadores), mas que é, como sempre foi, uma manifestação contra o governo, seja que governo for (à excepção dos já longínquos governos do camarada Gonçalves), organizada pelo PC e apoiada, de há uns anos a esta parte, pelos outros comunistas, ou seja, pelo BE, na sua qualidade de raminho de salsa, tempero que os bolchevistas muito apreciam.
 
O camarada Vital sabe tudo isto, e muito mais.
 
O camarada Vital é um comunista défroqué, e está perfeitamente, rigorosamente consciente dos sentimentos que animam os comunistas em relação aos que, como ele, abandonaram a religião.
 
Posto isto, pensemos duas vezes.
O que pode levar o camarada Vital a meter-se na tal manifestação? O que pode levar o camarada Vital a ignorar o que não ignora, e a ir meter-se na boca do lobo?
Não direi que os que o atacaram foram contratados pelo PS para criar um facto político. Mas não tenho a mais remota sombra de dúvida que o camarada Vital e seus amigos sabiam, como eu sei que estou a escrever estas linhas, como iriam os manifestantes da Intersindical reagir à sua presença. Era preciso ser muito estúpido para não saber tal coisa, e o camarada Vital pouco ou nada tem de estúpido.
Conclusão: a ida do camarada Vital à manifestação foi uma provocação. O que o camarada Vital queria era sair da obscuridade, tornar-se conhecido. O que o camarada queria era arranjar uma maneira de entrar em casa das pessoas com qualquer coisa que motivasse simpatia, o que, manifestamente, não tem acontecido nas suas desgraçadas aparições públicas.
Objectivo magistralmente conseguido! Chapeau!
O camarada Vital foi agarrado, empurrado, sacudido, mas sem fazer mal. O camarada Vital foi insultado q.b., como se pode observar no filho da puta cientificamente obtido pela televisão e propalado tantas vezes quanto as necessárias para dar aos ignaros a sensação de mero exemplo de mais e mais insultos.
Não terá havido uma encenação: o camarada Vital entrou num palco onde os actores já estavam. Bastou a sua presença para desencadear a “peça”.
 
Os tontos caíram na esparrela como tontos que são. O PS tratou de propagandear a coisa como se de uma indigna manifestação de selvajaria se tratasse, e muito mais selvagem e violenta do que, na verdade, foi. O camarada Vital saiu em ombros, no meio de uma tempestade de desculpas e contra-desculpas. O camarada Vital passou do obscuro nevoeiro do anonimato para as primeiras páginas, como vítima, coitadinho, de um bando de criminosos.
Grande jornada de propaganda! Grande malha, camarada Vital!
 
Assim se conhece a “inteligência” do pêésse!
 
 10.5.09
 
António Borges de Carvalho

OS DOIS FORA, OU OS DOIS DENTRO

 

 Andam para aí inúmeras almas preocupadíssimas com o “incómodo” que a presença do Dr. Dias Loureiro no Conselho de Estado causa a SEPIIIRPPDAACS*.
Que ternurentos estes súbitos cuidados de tanta gente com a comodidade do senhor!
 
Presumo tratar-se de alguma aplicação prática da moral republicana.
Compreende-se. É dificilmente aceitável que um fulano sobre o qual recaem inúmeras suspeitas de má gestão e, quem sabe, de outras coisas, tenha assento num órgão com a dignidade do Conselho de Estado.
Para as mesmas santas almas é perfeitamente aceitável que um outro cidadão, o qual, como foi provado à saciedade, tirou um curso com calçadeira, assinou projectos inimagináveis (provadíssimo) feitos por ele ou por terceiros (falta provar esta dos terceiros, ficou em águas de bacalhau porque o crime prescreveu), que comprou um andar por 60% do que os demais pagaram (provado), que, à tord ou à raison, está envolvido numa “intriga internacional” de corrupção (Freeport), que está metido num processo judicial, também de corrupção (Cova da Beira)… continue, paulatinamente, a ser primeiro-ministro de Portugal.
 
Daqui se conclui que a moral republicana e socialista faz uma natural distinção entre os que são da cor e os que não são.
Foi sempre assim. Há-de ser sempre assim.
 
Só não se percebe o que anda SEPIIIRPPDAACS a fazer.
Ainda menos se percebe porque é que a oposição não diz nada.
 
8.5.09
 
António Borges de Carvalho
 
*Sua Excelência o Presidente da III República Portuguesa Professor Doutor Aníbal António Cavaco Silva

COITADINHO!

 

O coração das gentes anda num virote, ansioso, emocionado, possuído de uma inquietação sem limites. É que, meus senhores, um tal Alegre vai dizer, dentro de dias, se vai, ou não vai, ser candidato a deputado pelo Partido Socialista.
Aqui temos uma inversão completa do sistema. Não é o partido que escolhe, e aprova, as suas listas, é um tipo que não tem cargos no partido que “negoceia” a sua própria entrada nas listas. E não é de borla, isto é, o homem faz uma série interminável de exigências, quer mais uma data de fulanas da sua igualha incluídas com ele, quer segurar uma série de decisões que acha bem e o partido acha mal, quer isto e aquilo.
O mais interessante é que o chefe do partido se presta a “negociar”, cumprindo o que o Costa tinha aconselhado: uma “coligação com o tal Alegre. Notável.
Dá um gozo desmedido: o senhor Pinto de Sousa, para não perder votos à esquerda, precisa do Alegre. Mas, se dá guarida ao Alegre, perde votos à direita, depois de, por aldrabófonas artes, a ter andado a convencer que não é tão de esquerda como, na verdade, é, que não governa à esquerda como, na verdade, governa.
Tenebroso dilema! Imagine-se as insónias do senhor Pinto de Sousa. Imagine-se como se arrepela todo por ter deixado chegar onde chegaram as manobras do Alegre. Imagine-se as toutiçadas que dá nas paredes do condomínio da Rua Braancamp!
 
É de partir o coco a rir, não é verdade?  
Alguma coisa, afinal, é susceptível de nos divertir, no meio da desgraça em que vivemos.
 
9.5.09
 
António Borges de Carvalho

PINHO, O GROSSO

 

No meu tempo, logo a seguir à guerra, faltava tudo. As pessoas, munidas de uns papelinhos amarelos, verdes e azuis, metiam-se em bichas quilométricas, nos postos de abastecimento. Um papelinho amarelo dava direito a 125gr.de manteiga, com dois azuis comprava-se meio quilo de açúcar. Já não sei para que serviam os verdes.
Farinha de trigo era coisa inexistente, ou quase.
Em casa, as crianças como eu comiam umas horrorosas papas de farinha de milho adoçadas com uma coisa preta cujo nome me escapa.
 
Os tempos mudaram, a farinha de milho, mais tecnológica, arranjou a versão Maizena. Com Maizena também se fazia papas, até que outras papices apareceram. Detesto papas, seja de que espécie for.
A Maizena passou a ser usada em culinária, para engrossar molhos e sopas.
Até aqui, tudo bem.
 
O que não passaria pela cabeça de ninguém é que viesse a ser usada por um tipo engrossado, ou grosso (vilão, ordinário, primário, rasca, troglodita) para engrossar a conversa. Ainda menos por um tipo que é ministro de um governo que se deveria supor civilizado mas que, evidentemente, não o é.
O grosso teve o topete de usar a farinha Maizena para “provar” que um político, por ser mais jovem, não tinha a “categoria” de um oportunista mais velho. É claro que o oportunista mais velho adorou a história, e disse-o. Há muitos anos que ninguém o “apreciava”! Oriundo da ala direita do primitivo CDS, o homem viajou paulatinamente ao sabor das conveniências, até se tornar num socialista convicto e bem pago. Merece as loas do grosso.
 
A história não teria outra importância que não a de provar que o grosso é mesmo grosso, coisa que toda a gente já sabia.
O problema é que não é só o grosso que é grosso. Os outros, a começar pelo primeiro-ministro, são tão grossos como ele. Olhem o Lino! Mais grosso não há. Olhem a pesporrência balofa e ignara do chefe! Querem maior grossura? Olhem esta gente que faz propaganda eleitoral, da mais ordinária, em cerimónias públicas. Olhem esta gente que não distingue a dignidade formal de um ministro da mais primitiva chicana eleitoral. Olhem a quem estamos entregues!
Estes tipos são grossos (vilões, ordinários, primários, rascas, trogloditas), com Maizena ou sem ela. Não estão grossos, são grossos. Não é defeito, é feitio.
 
8.5.09
 
António Borges de Carvalho

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