O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
(por cá, chama-se cidadão anónimo a quem, sendo tudo menos anónimo, não faz parte da classe das pessoas que tem o direito de chamar anónimo a quem muito bem lhes apetece, ou seja, a todos os que não façam parte de tal classe)
indigna-se, em carta publicada não sei onde, contra a chamada “lei das uniões de facto”. Diz o homem que vive com uma senhora há 14 anos, mas que nunca se quis casar com ela, nem ela com ele. E afirma que, passando a ser classificado como “unido de facto”, passa a ser como se fosse casado, coisa que nunca quis, nem quer ser. Querem obrigar-me a casar? Que raio é isto?
Trata-se de uma revolta mais que justificada, ainda que venha ao arrepio do politicamente correcto e seja, pelas pessoas “que pensam”, classificada como “passadista”, “anti-progresso”, etc.
Talvez valha a pena pensar dois minutos sobre este assunto. Comecemos por ser “modernos”: a vida dos outros não nos diz respeito, não nos compete saber com quem vive quem, nem o que faz, desde que não chateie.
Posta nestes termos – talvez primários - a “filosofia de base”, vejamos o que é uma “união de facto”, e se chateia ou não. Chama-se “união de facto” ao que antigamente se chamava “juntar os trapinhos”: um homem e uma mulher que vivem como se fossem casados, mas não são. A moderna “sociologia jurídica” tende a achar que tais uniões devem conferir aos unidos os mesmos direitos que aos casados. Parece que ainda ninguém reparou que, neste caso, as uniões deixam de ser “de facto”, para passar a ser “de direito”, ou seja, que a lei, ao enquadrá-las, lhes altera a natureza. A união de facto transforma-se numa espécie de contrato não escrito nem subscrito pelas partes, mas que a lei por elas “escreve”, e “subscreve”. Com que direito?, perguntar-se-á, como perguntava o cidadão anónimo acima referido. Com que direito?
A união de facto passa a ser uma espécie de casamento de segunda, que tem consequências como se o fosse, mas não é. Não se percebe a sanha legislatória da bem-pensância dos louças e dos pintos de sousa a este respeito, a não ser que se considere tal e tão abstrusa coisa como uma “causa” uma manifestação de “progressimo” ou outra patacoada do estilo.
Era inteiramente legítima a luta pelo casamento civil, quando este não era possível. Mas conferir a quem se não quer casar o mesmo estatuto de quem o quer, corresponde a enfraquecer e desqualificar brutalmente a ordem civil e a introduzir nela novas áreas de conflito e de incerteza jurídica. O contrário do que deveria ser o espírito e o objectivo da Lei.
Casar não é só fazer um contrato de vida em comum com outra pessoa. Casar é assumir perante terceiros, com todas as consequências, as alterações da esfera jurídica de cada um, alterações que têm a ver com o seu estatuto e com as suas acções e interacções no meio social. Quando um terceiro faz um negócio jurídico com uma pessoa casada, tem o direito de saber se a esfera jurídica de tal pessoa é, ou não, afectada pela sua situação civil e pelas especificidades do seu contrato de casamento e, por consequência, conhecer da legitimidade de tal pessoas para fazer o negócio. De outra forma, tal terceiro corre sempre o risco de vir a ser confrontado com uma “união de facto” que, à la carte, pode ou não vir a ser exibida.
Em suma, a equiparação das uniões de facto ao casamento corresponde a afastar as pessoas das suas responsabilidades civis, a condenar terceiros a conflitos desnecessários, a legitimar as mais vis manobras, a tornar incerto aquilo onde a certeza do terreno que se pisa é fundamental.
Dir-se-á que me move algum “moralismo” em relação a estas coisas. Nem pensar. Que cada um viva como lhe apetece. Mas, se quiser, daí, obter direitos, sobretudo direitos que intersectem (não intersectam sempre?) a esfera de terceiros, então terá a mais elementar obrigação de, publicamente, registar a situação que tais direitos confere, ou seja, casar-se. Se casar não quer, então que fique solteiro para todos efeitos, e não casado para uns e solteiro para outros.
Diferente desta idiotice das uniões de facto seria legislar no sentido de eventuais “pactos de vida em comum”, em que as partes registariam, mais ou menos à la carte, os direitos e obrigações que decidem partilhar, a fim de que quem com eles juridicamente lidar, saiba com quem lida.
Mas isto não interessa ao senhor Pinto de Sousa, ao Louça e quejandos. O que interessa são outras coisas, coisas que, para já, não lhes interessa referir.
Espera-se que os eleitores não sejam tão parvos como eles os julgam.
Viram o senhor Pinto de Sousa no túnel do Marão? Qual túnel? Não há túnel nenhum. O que há são as obras iniciais de uma infra-estrutura que talvez venha a estar pronta daqui a três anos.
O que não impede, como é justo e lógico, que o senhor Pinto de Sousa lá tenha ido:
a)Anunciar, em sessão solene na Câmara de Moncos de Cima, que estava a pensar o assunto;
b)Afirmar, em três entrevistas exclusivas a vários órgãos, que se tratava de coisa urgentíssima, que os outros (Guterres e Soares excluídos) tinham deixado para trás, em manifestação da mais radical irresponsabilidade;
c)Anunciar o início do projecto na feira de galinhas de Figueiró das Fossas, perante as forças vivas do distrito;
d)Declarar, num alarde de cultura e de originalidade, que “para cá do Marão mandam os que cá estão”;
e)Lançar a primeira pedra (ou a primeira cavadela) da coisa, perante o embevecido aplauso das populações em delírio;
f)Visitar os trabalhos uma vez por semana, aproveitando sempre a ocasião para vituperar os malefícios da oposição, que não faz propostas, que não tem nada a dizer, etc., e para denunciar as forças demoníacas que, a coberto das trevas, conspiram contra a sua honestíssima pessoa.
A contabilidade destas acções em prol da Pátria é feita num centro de comunicação devidamente computorizado, em que os êxitos de Sua Excelência são medidos em minutos de telejornal. Assim, um túnel que valha menos de 89 minutos e 27 segundos, segundo o software utilizado (elaborado na universidade de Caracas), não é túnel não é nada, ou seja, tecnicamente não tem a produtividade estabelecida por Sua Excelência. Por seu lado, algo que foi anunciado, re-anunciado, tornado a anunciar… etc., embora se não tenha feito e já esteja esquecido, se rendeu duas sessões solenes, um banho de multidão e, pelo menos 19 minutos e 53 segundos de notícias, pode ser considerado como tendo uma produtividade próxima dos 100%.
Poder-se-á, através destes tão modestos exemplos, avaliar, sobretudo admirar, a grande obra de “modernização das estruturas e das mentalidades” que, em boa hora, os nossos bem-amados dirigentes nos prometeram.
Segundo o jornal socialista Diário de Notícias, na semana passada (5 dias) as estações de TV que temos transmitiram 90 notícias sobre o primeiro-ministro, 31 sobre a ministra da doença, perdão, da saúde, 29 sobre o camarada Jerónimo, 27 sobre o Portas (Paulo) e 20 sobre a dona Manuela.
Ou seja, o respeitável público levou com o senhor Pinto de Sousa nas fuças noventa vezes, o que dá uma média de 18 – DEZOITO VEZES POR DIA!!! Não sei se o Big Borther ou o controlador ideológico do primeiro-ministro, camarada Hugo Chávez, alguma vez chegaram a este “afinação informativa”. Chapeau!
Se tivermos a pachorra de fazer mais umas contas concluiremos que o governo da república teve, nas ditas televisões, em cinco dias (refiro estes, que são os mais recentes, mas é mais ou menos sempre a mesma coisa), 65% de posse de bola, pertencendo os sobrantes 35 aos diversos adversários. E, se tivermos em consideração, de entre estes, o chefe do outro participante no derby, perceberemos que este não conseguiu mais que 10%, ou seja 6,5 vezes menos que o outro, o tal.
Aqui há dias fiquei a saber que os professores recebem, por cada ponto de exame que classificam, nem mais nem menos que cinco euros. Se se tratar de “reapreciar” uma prova, recebem 7,48 euros. Se decidirem sobre reclamações, é a 14.96 euros cada.
Acrescente-se que a cada professor é dado corrigir 50 provas, o que garante um mínimo de 250 euros. Segundo um amigo meu que sabe da poda, o trabalhinho levará, com todo o ripanço, uns dois dias a fazer.
Eu – burro – que julgava que classificar provas era uma tarefa compreendida nas obrigações, portanto nos salários, dos professores, fiquei muito bem impressionado com a coisa. Tratava-se, na pior das hipóteses, de trocar dois dias dos sessenta das férias por dois de trabalho, recebendo uma contrapartida de cinquenta contitos, o que não é nada mau. Bem bom, pensei, é uma forma de pagar umas sardinhadas com a malta e uns caramelos para os miúdos, melhorando a qualidade das vilegiaturas de cada um.
Fatal engano! É tudo mentira. Os professores já declararam que nem pensar, que é uma violência, que não têm obrigação nenhuma de corrigir provas, que não admitem receber cinco euros por cada uma (é o preço da hora da mulher a dias lá de casa, informam), que não admitem tirar dois dias às férias para o efeito, que não, e não, e não.
Conclusões:
a)Os professores são principescamente pagos, uma vez que consideram ofensivo um suplemento de cinquenta contos por dois dias de trabalho;
b)O governo tratou esta gente de forma tão estupidamente estúpida, que quem a seguir vier terá que se haver com milhares de pessoas transformadas em prima-donas, incapazes de qualquer sombra de diálogo e convencidas que são as melhores do mundo;
Já repararam que, antes das eleições europeias, havia sondagens quase todos os dias e que agora nem uma apareceu e só é dito que “consta”, ou que “parece que”, ou que “diz-se que” o PS e o PSD estão em “empate técnico”?
Porquê? Mistério! Porque se calou a UC? Porque se calou o Oliveira Costa (o tipo é tão desagradável que porreiro é não lhe pôr a vista em cima). A Marktest fechou? Os jornais e as TV’s, dada a aldrabice quase universal das sondagens para as europeias, não pagam mais aos aldrabões?
Não sei. O que sei é que, assim como era suposto que as sondagens aldrabadas beneficiassem o PS e não beneficiaram, tudo leva a pensar que há quem pense que a ausência de sondagens é capaz de beneficiar o PS. O que nos pode encher a alma de justa esperança: se se enganaram nas europeias pode ser que agora se enganem também. E que levem outra tunda de morte. Para que não nos sujeitemos a ser enganados, aldrabados, prejudicados, tidos por estúpidos, etc., durante mais quatro anos. Compensemos a visão de tal horror com a esperança que a ausência de sondagens vem abrir nos nossos tristes peitos!
Vejam esta: o Benfica comprou, no Brasil, um tipo qualquer que se chama Ramires. Portuguesíssimo nome. Pois não é que os intelectuais da bola chamam Ràmìrez ao homem? Insuportável castelhanismo. Que diabo, há limites para a subserviência! Deixemo-la pela chamada “hospitalidade portuguesa”: se não for servil, já chega, se o for, já sobra.
E esta: altíssimas figuras da nossa mais correcta intelectualidade estão ao lado dos tipos da bola. Todos os dias ouvimos professores doutores e quejandos perorar na televisão sobre os mídia. Até nos jornais a palavra começa a aparecer escrita desta estranha maneira. Desta vez, o servilismo é de natureza anglo-saxónica. Que se procure pronunciar o melhor possível palavras daquela origem, certo estará. Neste caso, porém, trata-se de uma palavra, mais que de origem latina, latina mesmo: medium (meio) media (meios), em português com o e aberto, médium, média. Passe o plebeísmo da transcrição fonética. A visceral subserviência de certos intelectuais leva-os, no entanto, a dizer mídia, como os ingleses e os americanos. Imperdoável saloiismo! Os tipos da TV, do “Expresso” e tantos mais que se arrogam o direito de dar lições de português a toda a gente, pelos vistos não têm lá em casa, uma alma qualquer que os obrigue a falar com mínimo de propriedade.
Já agora só mais esta: a palavra bus, que a gente fina pronuncia mais ou menos bâss. Ora bus vem do latim omnibus (a todos), forma do plural de omnis (todo), palavra assumida em diversas culturas (a brasileira, a francesa e a anglo-saxónica, por exemplo) com o significado de meio de transporte colectivo, dantes de tracção animal, hoje a motor. No Brasil, a palavra tomou a forma da corruptela ônibus, em França e nos países de língua inglesa a forma truncada bus, naquela pronunciada mais ou menos büss e nestes bâss, todos eles adaptando a palavra à respectiva língua. Só em Portugal a estupidez subserviente e pedante das classes correctas pronuncia bâss, à inglesa,em vez de buch, à boa pátria maneira.
Isto dava para quinhentas páginas, mas fico-me por aqui, que já estou farto.
Ontem ouvi o senhor Soares (João) proclamar, na excelsa esteira do senhor seu pai, o fim do neo-liberalismo, a irreparável doença do capitalismo e a imperiosa necessidade de dar asas a uma política socialista, seja ela qual for. Mais socialista que a que já temos, entenda-se.
Uma profunda tristeza me invadiu a alma. Tristeza por ser português, tristeza por fazer parte de uma gente que parece querer insistir em andar ao arrepio da corrente, da história e da cultura, em escolher mal, gente que, trinta e tal anos depois, ainda é mentalmente prisioneira dos paradigmas esquerdistas que em má hora lhe impingiram.
As primeiras eleições depois da crise foram, felizmente, as europeias. Felizmente porque permitiram ver a reacção maioritária dos povos da Europa à crise que a todos vem lesando. Tal reacção, esmagadoramente maioritária, foi a recusa do socialismo.
Os povos europeus, em vez de, como o Dr. Mário Soares e o seu rebento, dar gritos histéricos contra o neo-liberalismo e o capitalismo, gritaram que era preciso salvar uma coisa e outra. Os povos europeus disseram “a economia capitalista adoeceu, salve-se, cure-se a economia capitalista!”. Os povos europeus perceberam que a Europa, muito mais que os EUA, está sitiada e que muito há a fazer, ou para quebrar o cerco – financeiro, económico, científico, tecnológico, militar, demográfico… - ou para repensar os modelos que lhe têm permitido o bem-estar das últimas cinco ou seis décadas. Com uma condição: não cair nas mãos do socialismo. Salvar o capitalismo, proporcionando mais uma vez aos europeus os meios que sistema algum jamais lhes pôs à disposição.
Portugal não faz parte desta Europa. Vítima da demagogia socialista, crente de que é possível distribuir o que não se produz, convencido que tirando aos ricos se enriquecerá os pobres, ufano por considerar o trabalho como intocável direito e fonte de lazer, espartilhado por ideias que a inteligência já condenou e que a prática largamente revelou como as piores, Portugal, em vez de fazer desaparecer os partidos comunistas como sucedeu por toda a Europa, deu-lhes mais de vinte por cento dos votos, mais ainda, deu ao partido para quem o socialismo é o que estiver a dar, vai do Chávez ao Blair…, reservando a quem não alinha, nem no esquerdismo nem na demagogia barata, os votos que, restantes, se exprimiram.
Portugal não está na cauda da Europa só porque, de 74 até hoje é governado pelo socialismo. Com um intervalo de dez anos (85/95) cujos feitos o socialismo logo a seguir destruiu, e outro de dois anos (93/95) que o socialismo brutalmente interrompeu. Portugal está na cauda da Europa porque, formado por gerações filhas do estatismo, do bolchevismo e do socialismo dito democrático, não foi capaz, em mais de trinta anos de Liberdade, de criar a massa crítica e a opinião informadas que levaram os países europeus a, perante a crise do capitalismo, dar vivas ao capitalismo.
Assistimos nestes dias a um interessante bailado. Peralvilho Safardana saracoteia-se diante de Beatriz Escada, fazendo oa que pode para chamar a atenção.
PS
A menina dança?
BE
Não, não e não!
BE encolhe-se toda. Não é preciso ser muito esperto para perceber que a moçoila está doidinha por dar uns passes com o pretendente. Este, que sabe da poda, não perde a coragem. Manda de França, expressamente para renovar a corte, um emigrante.
EMIGRANTE
Mas não dança porquê? A menina é tão gira! O Peralvilho, coitado, anda tão cheio de pica por si!
BE
Não…, ai filho, que seca, não, já disse, já disse, já disse!
PS(surgindo da esquerda baixa)
Minha linda moçoila, eu até vou deixar o teu primo casar com o guarda-nocturno, como tu andas a pedir há tanto tempo…
BE
Não me acenes com as tuas promessas, ai, que me pões nervosa!
PS
E olha que o emigrante já disse que, se não danças comigo, terei que ir dançar com a minha Prima Sónia Duarte!
BE
Pois vai. É bem feita. Se quisesses dançar comigo… enfim, tinhas que mudar de vida…
PS
Mas eu mudo, eu mudo, não vá por aí o gato às filhoses!
BE
P’ra já, a resposta continua a ser não!
PS
Veremos…
(e sai, orgulhoso, pela esquerda alta)
Quanto mais a menina, mesmo quando nada lhe perguntam, grita que não e que já disse, mais a malta desconfia que está toda derretida. Ai! Se não fosse umas primas que lá tenho, umas estúpidas que não querem que eu dance, ai como eu dançava…
No bairro, as pessoas interrogam-se. O senhor Pedro Comuta, fulano sabido, emite a sua opinião:
PC
A Beatriz é uma tonta! Vão ver que acaba por se agarrar ao Peralvilho. Não quer outra coisa há muito tempo. Vai é vender caro o tango. Depois de umas bailações, o gajo julga que ganha: faz um namoro com incidência balnear, uma união de facto ou um casamento com comunhão de bens. De uma forma ou de outra, a gaja vai sugá-lo até ao tutano. E ele todo contente! Hi,hi.
Várias personalidades locais, sobretudo as ligadas às marchas populares, previnem a maralha. Paulo Porteiro avisa.
PP
Olhem que isto vai dar bota, ponham-se a pau! O nosso baile é outro. Se ela for outra, mais séria, por exemplo a Carolina Duarte Simões, a ruína não vai ser tão rápida. O Peralvilho vai acabar por me dar razão.
No bairro, o pessoal olha para o baile com a maior desconfiança. Quem ainda tem cabeça para pensar (muitos ou poucos, não se sabe) já percebeu que a desgraça menos desgraçada será ser a Prima Sónia Duarte a escolher com quem dança ou a poder dançar sozinha, como é moda nas modernas boîtes.
Ao longo destes tristíssimos e infindáveis quatro anos e meio, vários psicólogos se têm debruçado sobre a personalidade do nosso (?) primeiro-ministro. As explicações adiantadas para o extraordinário comportamento do senhor em causa não têm tido o condão de ser, para o IRRITADO, convincentes ou suficientes.
Os profundos estudos a que o IRRITADO procedeu, e de que o seu Blog é eloquente testemunho, vieram finalmente a encontrar a almejada explicação. Trata-se nada mais nada menos que do “Efeito Dunning-Kruger”. Tal efeito define-se como “o fenómeno pelo qual indivíduos que possuem pouco conhecimento sobre um assunto acreditam ser mais que outros mais preparados”.
Dunnig e Kruger, após investigações na Universidade de Cornell, investigações cujos resultados foram publicados no Journal of Personality and Social Psichology, concluíram quea ignorância, com mais frequência que o conhecimento, gera confiança. No ano 2000, ganharam o IgNobel com esta descoberta, a qual acaba por não ir muito além do que a sabedoria popular há muito postulava.
É ela, ou não, a explicação para a estranha personalidade do senhor Pinto de Sousa?
O homem fez, ao Domingo à tarde, exame de “inglês técnico”, mas ousa exprimir-se em tal língua como se a soubesse falar. Sem exame nenhum, faz o mesmo com o castelhano. O homem assume, como coisa normalíssima, a autoria de projectos que nem da cabeça do mais ignorante “bonequista” sairiam. O homem, confrontado com as suas próprias aldrabicezinhas e aldrabicezonas, diz que tem razão em tudo e que negá-las é “campanha negra”, instigada por “forças ocultas”. O homem acha perfeitamente natural e honestíssimo comprar andares muito abaixo do preço de mercado, nem sequer se dando ao trabalho de desmentir as informações a tal respeito publicadas. O homem… etc.
Segundo Dunning e Kruger:
Indivíduos incompetentes tendem a sobrestimar o seu próprio nível de habilidade, não reconhecem habilidade genuína noutros e não se dão conta do grau extremo da sua inadequação.
Não é isto, exactamente, precisamente, rigorosamente, o que se passa com o senhor Pinto de Sousa? Não passa ele a vida a proclamar que tem razão e que os demais são umas bestas? Não continua a dizer que um relatório é da OCDE quando toda a gente lhe escarrapacha na cara que não é?
Segundo Dunning e Kruger:
Em 4 estudos, participantes com notas integrando os 25% mais baixos em avaliações de humor, gramática e lógica, sobrestimaram de forma brutal a sua performance na avaliação da sua própria habilidade.
De forma brutal. É por isso que a crassa ignorância, o provincianismo bacoco, a arrogância e o auto-elogio do primeiro-ministro de têm abatido sobre todos nós como camartelos.
Leio, no jornal de hoje, a palavra “eludir”. De seguida, no mesmo texto, “que só a nós nos cabem”. E, na linha seguinte, “pode-se compreender”.
Arcaísmo, pleonasmo, pontapé na gramática. Três lugares no pódio da asneira.
Não se trata de coisa grave, dirá quem me lê.
Pois é. O problema não é o da gravidade dos erros, mas o de o português do seu autor ser estudado nas escolas como produzido por um “grande escritor da língua portuguesa” que merece ser tratado, analisado e interpretado como exemplo de pureza e perfeição linguística.
Trata-se, como já devem ter adivinhado, do senhor José Saramago, marido da “presidenta” e prémio Nobel da literatura, prémio este dado por gente que não sabe uma palavra de português.
Registe-se.
Registe-se também a esclarecida opinião do “grande escritor” estalinista acerca das guerras africanas. Mais ou menos assim:
Não foi o MPLA que matou tipos da UNITA, nem os tipos da UNTA mataram fulanos do MPLA.
Foram os brancos.
O senhor Mugabe jamais mandou matar fosse quem fosse. Se alguém foi assassinado, roubado, expulso, torturado no Zimbaué, o senhor Mugabe nada tem a ver com isso.
Foram os brancos.
Não foram os tutsis quem matou os hutus, nem foram os hutus que andaram a malhar nos tutsis.
Foram os brancos.
Na Somália, não foram, são, os locais senhores da guerra quem andou, anda, a matar gente por todos os lados.
Foram, são, os brancos.
No Sudão, a mesma coisa.
São os brancos os culpados de guerras tribais e religiosas que houve, há e continuará a haver em África.
Os brancos? Sim, os soviéticos e os cubanos nunca foram brancos, porque, por definição, nunca mataram ninguém. São libertadores dos povos oprimidos. Quando o senhor Saramago fala dos malefícios dos brancos refere-se, naturalmente, aos europeus ocidentais e aos americanos, ou seja, aos tenebrosos capitalistas.
O esclarecido espírito deste nobre rebento da Pátria Portuguesa é, por isso, indispensável para a formação da nossa juventude.
Parece que o PR ficou estupefacto perante a notícia da não recondução de Lobo Antunes (não confundir com Lobo Antunes) não ter sido reconduzido pelo governo no cargo que tinha numa coisa qualquer que se chama, assim, mais ou menos, CNCV.
Nesta matéria, haverá que dizer que quem está errado é o PR. Não tinha nada que ficar estupefacto. O senhor Pinto de Sousa tinha-se comprometido a nomeá-lo e não o nomeou? Toda a gente acha isto natural, menos o PR. Não é do que a casa gasta? Olha que novidade ele ter dito uma coisa e feito o contrário! Pffff…
A dona Maria de Belém (não confundir com a dona Maria, de Belém) também ficou estupefacta, uma vez que, diz ela, a nomeação do homem era um compromisso do PS. Qual compromisso, qual carapuça! Então a dona Maria não sabe que, sob a batuta do senhor Pinto de Sousa, os compromissos do partido dela são o que são? Estupefacta! Ora vá bugiar!
O senhor Rangel veio em socorro do PR, afirmando que sim senhor, o PS lhe tinha, pessoalmente, garantido que o homem ia ser reconduzido. O senhor Rangel, dada a experiência adquirida nos últimos 4 anos, não ficou estupefacto. Declarou o que toda a gente sabe que é verdade e que, há bem mais de 4 anos, é o normalíssimo pano de fundo da nossa vida política: a mentira, a falsidade, mais tudo o de que a “casa” gasta, sem escrúpulos, sem categoria, sem atitude…
Li, há tempos, um livrinho de um francês que se chama (o livrinho, não o francês) “Elogio da Corrupção”.
Com um título destes, não se pode deixar de comprar, não é? Ora o que livro postula, como o IRRITADO já tem feito, é que, muitas vezes, são mais intoleráveis e rascas os moralistas que os corruptos. O IRRITADO ficou felicíssimo ao encontrar uma alma gémea neste autor, cujo nome já esqueceu mas que ficará para sempre na sua memória como marca indelével (grande frase!) do fim da sua “corrupta” solidão.
Aqui há dias, insurgiu-se o IRRITADO contra o senhor Mendes, porque o dito, a dois meses das eleições, se lembrou de vituperar o seu próprio partido por não ter contribuído para levar avante uma sua iniciativa tendente a seleccionar candidatos a lugares políticos por critérios judiciários. A iniciativa do homem vale o que vale, ou seja, nada. Os partidos deixariam de ser responsáveis por quem escolhem, uma vez que a Lei do Mendes se encarregaria de o fazer por eles. Santa inteligência!
É evidente que o Mendes, antes de dizer de sua “justiça”, deve ter sido informado acerca das intenções da dona Manuela de meter no parlamento o Preto e a Lopes da Costa. Então, zás! Toma! Aí vem ele dar mais uma lição de moralidade, ou seja, contribuir activamente para o insucesso político do (seu?) partido. Não contente com ter apeado o PSD da CML por razões de chacha, o grande moralista da nossa praça vem agora deitar as suas achas na fogueira em que gostaria de fazer arder a pobre dona Manuela.
De resto, a(s) ala(a) canalha do PSD não se tem cansado de fazer o mesmo. A plêiade de ilustres inimigos internos não se cansa de criticar a senhora, nada havendo que lhe não chamem. Carreiras, Marcelo (há alguém que ele ainda não tenha traído?), Ângelo Correia, Morais Sarmento, etc., não param na sua cruzada contra o seu próprio partido*. Num momento em que o PSD parecia estar em condições de nos libertar do jugo do senhor Pinto de Sousa e da sua malta – o que é a melhor coisa que estas eleições nos podem trazer - eis que são aqueles a quem competiria, agora mais que nunca, estar calado, quem vem desbocar-se na praça pública! Bando de canalhas!
Ponhamos as coisas em pratos limpos. Dona Manuela fez o que tinha a fazer colocando nas listas pessoas em cuja fidelidade e idoneidade acredita. É uma prova de gratidão por vidas políticas em comum vividas, um preito à amizade e a outros valores que se não devia esquecer.
No entanto, uma coisa é a qualidade humana da senhora, outra é o evidente incómodo político, eventualmente devastador, que a candidatura de um tipo como o Preto pode causar-lhe e ao partido. Por isso, se algum amigo do Preto me ouvir, que vá ter com ele e lhe diga que desista. Se quer ser digno da amizade da senhora, por Deus, desista! Se percebe o que se passa e se alguma honradez o inspira, por todos nós, desista.
Vai-te embora, ó Preto, vai à tua vidinha!
9.8.09
António Borges de Carvalho
*Até aquele burro, serventuário da esquerda, que aparece na SIC armado em “liberal”, de seu nome Pedro marques Lopes, anda para aí, vejo agora, aos gritinhos contra a senhora. Ó Preto, vai-te embora, mais que não seja para calar esta gente!
Anda a dona Manuela a dizer coisas há uma data de tempo, e a ver-se ignorada ou corrida para a página dez. Precisa de se enganar para ter direito de cidade nos media.
De repente, porém, a chamada comunicação social desata a falar dela e do PSD. Todos, mas todos os jornais, os telejornais e outros que tais, ocupam primeiras páginas ou matraqueiam o povo 24 horas por dia com o PSD.
A senhora e o PSD ganharam inusitada importância. Como houve uns tipos que ficaram de cara à banda com as listas que a senhora fez, vai de pô-los no ar e no papel a dizer as mesmas coisas de cinco em cinco minutos. Que estão tristes, que não é assim, que é um erro, que que que. Reagem exactamente ao contrário do que seria de esperar de políticos que querem ganhar as eleições. Vale mais a capelinha que o partido e o país.
A malta da “informação” pela-se por estas coisas. Acha-as mais importantes que qualquer ideia programática que a senhora possa expressar a ver se passa. Mas não passa. Ou não passa como devia passar num país civilizado.
Os comentadores, esses, vão pelo mesmo caminho. É vê-los (olhem o “PPD” Sarsfield Cabral, por exemplo!) a vituperar a falta de programa, o atraso na publicação do programa, como se alguma vez fizessem tenções de o ler ou alguma vez, no passado, o tivessem lido. Não percebem, coitados, que é da mais elementar sabedoria guardar o programa para mais tarde, a fim de não dar alguma ideia que possa cair no deserto intelectual da cabecinha do senhor Pinto de Sousa? Não percebem que o programa, para o eleitor, é o que vier nos jornais? Não percebem que, ao insistir na “urgência” do programa outra coisa não fazem que papaguear a propaganda do PS?
Bom, este post era sobre as listas do PSD, não era? Já não sei. Em todo o caso, aí vai.
Em relação ao rapazola Coelho, o que é que ele queria? Então anda desde o primeiro dia a roer nas canelas da senhora e queria agora ir minar o grupo parlamentar? Dir-se-á que mais vale ter os inimigos por perto do que deixá-los à vara larga. Talvez. Não sei. Mas compreendo a dona Manuela.
Quanto aos “arguidos”, muito bem faz a senhora em convidá-los, muito mal fazem eles em aceitar o convite. Ela marca a diferença em relação aos instintos inquisitórios e pidescos do Marques Mendes. Eles põem, como os “protestantes”, os seus interesses à frente dos do partido e do país.
O erro mais grave destas listas – o futuro dirá se letal – é a integração da dona Maria José. Dona Maria José pode ser muito esperta, muito executiva, muito desenrascada, muito católica. Mas não é de confiança. Ponto final.
O ilustre doutor Marques Mendes, de há muito felizmente caladinho, resolver vir à liça com mais uma tirada moralista. Contra o PSD, como não podia deixar de ser.
Além de suicida, o homem é frustrado e de mau perder.
Acusa o seu partido (seu?) de não ter batido o pé ao PS para aprovar uma lei de sua autoria, na qual propunha nada mais nada menos que a impossibilidade de qualquer “arguido” se candidatar fosse ao que fosse.
Quer dizer, quem fosse arguido num processo de uma multa de estacionamento (tão arguido como um suspeito de assassínio) estava feito ao bife. Qual não haver acusação, qual presunção da inocência, qual carapuça! Mendes dixit.
Para justificar a monumental asneira de correr com o Carmona sem mais nem menos, asneira de que o PSD ainda não recuperou, o homem quer agora que as suas doutas opiniões ganhem obrigatoriedade legal.
A criatura não percebe que uma coisa é decidir, como decidiu, não querer mais o Isaltino ou o Loureiro, ou seja, uma coisa é tomar decisões políticas, outra é lançar o anátema da “moralidade pública” sobre qualquer cidadão, que poucos haverá que não tenham, alguma vez, sido arguidos de qualquer coisa.
O homem não distingue política de judiciarite, mistura as duas coisas num salganhada sem nome.
É evidente que, em muitos casos, são os próprios, arguidos ou não, suspeitos ou não, que decidem não se candidatar ou ir-se embora para não dificultar, nem a Justiça, nem o partido a que pertencem. O Coelho, por exemplo, foi embora por causa de uma ponte que caiu. O Vitorino foi embora porque era suspeito (inocente) de fuga fiscal. Houve um político que deixou de o ser porque um filho se meteu em alhadas. Outro que saiu do governo porque, dizia-se, tinha posto dez mil dólares a bom recato. Trata-se de atitudes políticas de homens políticos. Só o senhor Pinto de Sousa nem com a “campanha negra” se vai embora. Há Homens e homens.
Mas o Dr. Marques Mendes, que se inclui nos segundos, não percebe estas coisas. O que lhe interessa é apregoar a sua “moralidade”, à custa da dos outros – sugerindo que tais outros, a começar pelos tipos do PSD, não passam de um bando de canalhas que, para se safar a si mesmos, se esqueceram das brilhantíssimas propostas do fulano.