O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA.
Winston Churchill
Décadas atrás havia em Espanha um senhor cheio de dinheiro que, como tantos, era um dos notáveis do regime franquista: o señor Jesus Polanco.
Pouco depois de o franquismo cair, houve um tipo (um tal Casas) que escreveu um livro chamado “Os vira-casacas” ou coisa do género, criticando a multidão de adesivos que se juntaram à democrácia e, mais que isso, se juntavam a ela pela esquerda(!).
Destes, um dos mais notáveis foi o tal Polanco. Ele, e os seus sucessores colaram-se, prenhes de fervor socialista, ao PSOE.
A dado passo da vida do grupo, criaram um jornal diário, o “El País”, destinado a ser o porta-voz oficioso e opinioso do partido. A coisa expandiu-se. O Partido Socialista, perdão, o señor Polanco, passou a ter interesses num império mediático, a Prisa, coisa que se espalhou pelo orbe como erva daninha e que veio a incluir no seu universo a Media Capital SA, empresa portuguesa dona da TVI.
A TVI seguiu o seu caminho. Passou de último a primeiro dos canais, em matéria de audiências. Passou de deficitária a lucrativa. No entanto – azar – começou a noticiar umas coisas acerca do primeiro-ministro que temos. Nenhuma delas era inventada, todas tinham suporte documental. O primeiro-ministro que temos nada desmentiu, tendo resolvido alegar que se tratava de uma “campanha negra” e que era vítima de “forças ocultas”. Nada menos “oculto” que a TVI, mas enfim, o homem lá saberá que a vitimização, mesmo sem um só argumento real, às vezes dá resultado! E não ficou por aqui. Desatou a fazer discursos e a dar entrevistas, condenando a TVI da maneira mais primária que imaginar se possa.
Estas reclamações passaram as fronteiras terrestres. É legítimo pensar que, às primeiras investidas, os hermanos do senhor Pinto de Sousa lhe tenham dito que a Media Capital era uma empresa altamente lucrativa e que numa empresa dessas não se mexe. Furioso, o senhor Pinto de Sousa terá chamado o seu amigo Zeinal Crava, ou o indefectível Granadeiro, e ter-lhes-á dito que a melhor maneira de acabar com o temível tele-jornal das 6as feiras era a PT comprar uma fatia tal da TVI que lhe desse para demitir quem lhe apetecesse. Mas o pagode desatou aos gritos e o senhor Pinto de Sousa viu-se obrigado a meter a viola no saco, depois de mentir que nem um herói acerca do assunto.
Terá, como é natural, voltado à carga junto dos camaradas espanhóis, quem sabe se com o Sapateiro metido no barulho. Desta vez, conseguiu. Primeiro, a horda castelhana acabou com o negregado tele-jornal. Depois, o padrinho do programa foi demitido.
Grande vitória do socialismo!
O pior, ou o melhor, é que os espanhóis, esmagados por uma dividazinha de 5.000.000.000 de euros (nada que não seja próprio da “gestão” socialista), resolveram que já tinham feito o que a solidariedade para com o camarada Pinto de Sousa impunha e que o melhor era arranjar alguma liquidez, antes que tudo estoirasse, sem audiências nem publicidade.
É assim que damos hoje com a felicíssima notícia: um tal Vasconcelos, acolitado pelo fulano que fora despedido pelos espanhóis, comprou à Prisa acções que lhe conferem o domínio da administração da TVI.
Sursum corda!!!
O povo aguarda com ansiedade a ressurreição da dona Manuela Guedes, do seu jornal das 6as e de mais notícias bem documentadas sobre o senhor Pinto de Sousa.
Muito latim gastaram os comentadores para demonstrar que a dona Manuela apresentava listas de gente “velha” (entenda-se, sem préstimo), o que é uma boa maneira de matar dois coelhos de uma cajadada: diz-se que as listas do PSD não prestam e que os “velhos” são uma merda. Vi os mesmos, ou quejandos acusar a senhora de não respeitar a famosa lei da paridade, ou seja, aquela coisa que determina que os partidos escolham uns homens e metam umas senhoras a martelo.
Estas aldrabices, frutos da habitual trafulhice do PS, foram tantas vezes repetidas pelos plumitivos de serviço e pelos propagandistas do partido, que toda a gente passou a acreditar nelas. Verdade é que fizeram caminho…
Um olhar menos trafulha chega, porém, às seguintes conclusões:
a)O partido mais “velho” é o PS – idade média dos deputados, 50 anos, contra 47 do PSD, 41 do CDS* e do BE e 42 do PC;
b)O partido mais machista é o PS – 17% de mulheres, contra 27% do PSD, 19% do CDS e do PC e 35% do BE.
Vale a pena fazer umas continhas – é o que, na generalidade, se devia fazer com todos os números divulgados pelo governo e pelo PS – para se perceber a cambada de aldrabões a que estamos submetidos.
30.9.09
António Borges de Carvalho
* Os números do CDS, no que se refere à "velhice", não passam de estimativa, uma vez que a fonte consultada não referia a idade dos eleitos.
Segundo rezam alguns jornais, o General Doutor Eanes vai ao Japão assistir a uma conferência da ONU sobre o futuro da África. Nela se pronunciará sobre o tema em discussão, designadamente defendendo, como verdades basilares, que a colonização e a globalização tiveram “consequências desastrosas” para o continente e que, para obviar a tais consequências, se impõe que os atingidos por elas optem pela “reafirmação dos valores africanos tradicionais”.
Notável. Preste-se a devida homenagem ao esclarecido intelecto do General Doutor.
Por mim, curvar-me-ei.
Até agora, julgava que a colonização, por muito màzona que fosse, tinha tido a qualidade de tirar milhões de pessoas da idade da pedra, ou de uma vaga idade dos metais. Julgava, também, que as guerras tribais, as lutas fratricidas, os genocídios e a destruição das economias africanas, via marxismo, tinham ressurgido, ou surgido, a seguir à descolonização e não durante ela ou por causa dela.
Julgava eu que a globalização era muito mais perigosa para o primeiro mundo do que para o terceiro, já que tem vindo a permitir que a África, como a Ásia ou a América do Sul gozem de condições nunca vistas para comerciar com o mundo inteiro, para entrar na lucrativa da transformação industrial, sendo a África, além disso, objecto de uma ajuda internacional que mete o Plano Marshall num chinelo.
Julgava eu ter, de África, um saber de experiência feito mais profundo que o do General Doutor Eanes. Até que ele veio pôr ponto final às minhas convicções! Que maçada.
A mais importante das manifestações de sabedoria do General Doutor é, porém, o remédio que preconiza para os males cuja origem tão luminosamente identificou. Uma verdadeira panaceia: a “reafirmação dos valores africanos tradicionais”.
Esmagado por esta brilhantíssima tese, ouso tentar descortinar a que “valores tradicionais” se refere o General Doutor. Do ponto de vista civil, teremos por exemplo a poligamia, o casamento por compra da noiva ao respectivo pai, o direito de pernada, a circuncisão bi-sexo obrigatória… Politicamente será desejável que se volte ao tribalismo, com a necessária quão legítima autoridade dos sobas, dos reis do povo, dos anciãos e dos feiticeiros. Além disso, a ONU terá que tratar de abolir as fronteiras, desenhadas pela colonização, e que as substituir pelos limites informais do poder de cada chefe autóctone... Do ponto de vista cultural, o parecer do General Doutor levará, logicamente, à imediata abolição das línguas europeias, abusivamente introduzidas pela colonização: os congos passarão a falar, em exclusivo, mussurongo e quissolongo, os suaílis suaíli, e assim por diante. A medicina europeia será, naturalmente, abolida e substituída pelos feitiços e pela invocação dos espíritos, “valores tradicionais”... Lá para o Norte que, ainda que pouco, é África, serão, por exemplo, abolidos os automóveis e os aviões, e devidamente substituídos por camelos. O dinheiro, corruptora invenção da colonização, será abolido, já que a troca directa e a vontade do soba são valores muito mais tradicionais. No que à moral diz respeito, será abolida a fidelidade, a gratidão, a honra e outros terríveis valores da civilização europeia, os quais serão substituídos pela vontade do “mais velho”, pela ameaça do feitiço e pela obediência à tribo. Deixará de haver prisões. Os prevaricadores serão mortos, mutilados, espancados ou apedrejados in situ, segundo os valores tradicionais africanos.
Tudo isto não é mais do que uma pálida imagem do enorme avanço que a proposta do General Doutor, uma vez realizada, traria aos povos de África.
O genial doutor, perdão, o General Doutor, vem assim iluminar o mundo, começando em Portugal, continuando no Japão e acabando na ONU.
Dada a tradicional escuridão do continente africano, é de esperar que tal iluminação lá não chegue.
JUSTA GREVE
Não é de deixar escoar-se este triste fim de semana sem uma palavra de apreço por esses eméritos cidadãos que são os motoristas dos aviões da TAP.
Os rapazes, que constituem, como é do conhecimento geral, uma das classes profissionais mais bem pagas do país, decidiram fazer uma greve. Objectivo: aumentos!
Têm toda a razão. Senão, vejamos: a TAP está falida, como toda a gente sabe. Tratando-se, porém, de uma empresa do Estado, isso não tem qualquer importância. O Estado tapará o buraco, tal como o faz com a RTP e tantas outras, uma vez que o dinheiro dos impostos é para isso que serve, pelo menos no esclarecido raciocínio dos admiráveis motoristas dos aviões. Os passageiros prejudicados, diz-se, foram só quarenta mil, o que, se comparado com as pessoas que, no mesmo espaço de tempo, andaram de avião, é uma gota de água no oceano. Considere-se ainda o contributo dos motoristas em causa para a saúde dos tipos que carregam com as malas dos passageiros, os quais se viram aliviados de várias toneladas de trapos e objectos pessoais de quem ficou em terra.
Os motoristas da Carris têm todo o direito à greve, não é? Os dos táxis, do metropolitano, da transtejo, os cocheiros dos “landaus” do Palácio de Sintra, e tantos outros, também.
Que diabo, como é que pode haver quem se indigne com a greve dos da TAP?
O TEMPORA, O MORES!
Às vezes ficamos espantados com a evolução dos conceitos. Por exemplo, os nossos doutos magistrados dividem-se acerca da retroactividade ou não da lei socialista sobre a responsabilidade decorrente das sentenças proferidas. No meu tempo, este tipo de normas jamais podia ser retroactiva. Era um conceito de base. Não se discutia. Estava entranhado.
Pergunta: o que evoluiu ou mudou de tal maneira que seja “normal” para os próprios juízes, e ao mais alto nível, discutir uma coisa destas?
Pior. Os ilustres magistrados, que usam um sindicato, o seu, como os metalúrgicos e os almeidas usam os deles, ou seja, para defender qualquer prerrogativazinha, sempre ultra preocupados com a sua chamada independência, põem em causa essa mesma independência quando atribuem aos colegas “culpas” por terem julgado como achavam que podiam e deviam julgar.
Ora aquilo a que, no meu tempo, se chamava independência dos juízes era a independência de julgar e não outra coisa, fazer sindicatos, por exemplo. Por isso eram os juízes irresponsáveis, isto é, para garantir a sua independência de julgar, não podiam ser responsabilizados pelas suas decisões.
Hoje, porém, os juízes discutem entre si se um colega pode ou não ser prejudicado na sua carreira por ter tomado a decisão A em vez de tomar a B, coisa que, em boa verdade, pertenceria em exclusivo, e não em termos de "culpa", à instância seguinte. Não a nenhum conselho, por muito “superior” que fosse. A não ser, como é óbvio, em casos de corrupção, compadrio ou coisa do género. O que não é, manifestamente, o que tem estado em causa. O que tem estado em causa é uma decisão política, tomada, por iniciativa de políticos, num conselho que não devia ser político, e com evidentes efeitos políticos. Ainda por cima prevalecendo-se do “princípio”, em tempos impensável, da retroactividade.
Pergunta: o que mudou para termos chegado a tão profundas mudanças de mentalidade?
Para as minhas perguntas, é mais que certo não haver respostas. Bateram no fundo.
“MEDIATISMO”
Fiquei parvo. Estou eu muito bem sentado na minha poltrona quando, de repente, o locutor anuncia que o programa vai ser interrompido para uma importante declaração governamental.
Mudado o cenário, apareceu a senhora ministro da saúde, com ar solene. Ao todo, declarou que (grande vitória do governo!) tinha morrido o primeiro cidadão vítima da gripe dos porcos.
Por acaso, a informação até era falsa. Mas, para o caso, não importa. O que importa é que, em plena campanha eleitoral, o governo vem anunciar, com a solenidade de quem declara guerra à Papuásia, que morreu um cidadão.
Imagine-se o diálogo:
- Ó Zé, morreu um gajo com gripe suína. Que fazer?
- Ó filha, aproveita! É uma oportunidade para o governo arranjar mais tempo de antena!
- Mas é uma má notícia!
- Qual má, qual carapuça! É só um! O primeiro! O único!
- Bom, se achas…
- Claro que acho. Faz isso com a serenidade em que és especialista! Convoca uma conferência de imprensa (não te esqueças das televisões!) e, sem dar direito a perguntas - que podem ser chatas – dá a notícia às portuguesas e aos portugueses. Olha, diz aqui o tipo das manipulações que a coisa, bem trabalhada, deve dar para uns quatro ou cinco minutos. É obra!
E assim foi utilizado o cadáver de um infeliz para propaganda eleitoral.
Quando morreu o segundo, este sim, com a gripe dos porcos, a ministra não veio interromper programa nenhum. As eleições estavam no papo e o morto, ainda por cima, era da oposição.
Brrr…
PÉ DE PÁGINA
Ah! É verdade! O senhor Pinto de Sousa e aquilo em que transformou o PS vão continuar no poleiro. Desgraça, não é?
- utiliza materiais que sabe ter sido subtraídos a colegas seus.
Num país civilizado, um jornalista (homem?) que faz tudo isto já não seria jornalista e, como homem, seria oficial e particularmente acusado de vários crimes públicos, pública e notoriamente cometidos.
Em Portugal, um criminoso à solta como este não ouve uma crítica do seu sindicato, não é objecto de um comunicado das autoridades socialistas que, as mais das vezes abusiva e estupidamente, se ocupam de vigiar a comunicação social, não é sujeito de nota da Procuradoria Geral da República, não é preso pela polícia apesar dos flagrantes delitos cometidos, não é multado pela ASAE, não nada. Pelo contrário, é louvado pelo partido do poder.
Tão escandaloso como os seus crimes, e tão criminoso como ele, é, por exemplo, o elogio que ontem o impossível camarada Costa lhe fez.
Trata-se, como já devem ter reparado, de um tal Marcelino, director do jornal ultra-socialista-disfarçado-de-independente que dá pelo nome de Diário de Notícias, publicação que já foi salazarista e comunista, e que, após uns anitos de relativa honestidade, caiu nas mão da clique do senhor Pinto de Sousa.
Onde iremos parar? Deixaremos que o senhor Pinto de Sousa acabe com o que resta – tão pouco! – do apregoado “Estado de Direito”?
Nunca tive grande simpatia pessoal pelo juiz Rui Teixeira. Sou, como é sabido, um tipo antiquado, que ainda se choca quando vê um juiz macho de jeans ou um juiz fêmea de mini-saia. Confesso que é tudo. Nada mais sei do senhor, a não ser o que vem nos jornais.
O juiz em causa voltou à baila. Convirá, em resumo, relembrar os factos.
Os factos são:
- O Juiz Rui Teixeira mandou prender um deputado do PS, que julgava envolvido num processo de pedofilia maricas;
- O juiz Rui Teixeira foi corrido do processo;
- O deputado do PS foi libertado por falta de provas;
- O PS fez passar uma lei a criar a figura do “erro grosseiro”;
- O PS fez passar outra lei a criar a “responsabilidade extra contratual do Estado”;
- O juiz Rui Teixeira foi acusado de “erro grosseiro”;
- O Estado foi condenado, por causa da sua “responsabilidade extra contratual”, a pagar ao deputado nada menos que 130.000 euros, processo que ainda corre;
- O juiz Rui Teixeira foi, há dias, privado de classificação e de progressão na carreira por iniciativa de três juízes que o PS indicou para o conselho que tem competência para tal. Coisa que acontece pela primeira vez na história, ditadura incluída.
- O sindicato dos juízes está calado como um rato.
A mandatária para a juventude escolhida pelo senhor Pinto de Sousa é bem a imagem do que há de trafulhice e de pornografia moral e material naquilo (o que será?) em que o dito fulano transformou o PS, ou da viciosa natureza do PS, que o dito tratou de agigantar.
A tipa confessa que “prefere fazer batota que perder”. Aqui temos, em admirável síntese, a política do governo que temos e que, para nossa desgraça, é possível que continuemos a ter.
A tipa “só come cerejas quando a empregada lhes tira os caroços” e “só come fruta se não tiver que a descascar”. Nova beleza, em termos de “realpolitik”! Todos nós andamos há mais de quatro anos a engolir os caroços das cerejas que o PS come, todos nós andamos a comer as cascas da fruta (o nosso dinheiro) que descascámos (que pagámos) ao PS.
Além disso, a gaja, verdadeiro exemplo do que se chama vender o corpinho, está, frente ao respeitável público, a propagandear a respeitabilidade própria, a qual, moralmente, é a do patrão. Se não acredita, vá a:
Multiplicam-se as exigências de “explicações” sobre a demissão do senhor Lima, personagem até anteontem completamente desconhecida para 9.999.784 portugueses.
A rapaziada da esquerda movimenta-se. Santos Silva, esse Quasímodo mental, que se tornou, na prática, porta-voz do PS desde que o sucessor do Vitalino foi “obnubilado” por razões de gritante incompetência, ronca que o Presidente tem que “dar explicações” à Nação. Os tipos dos partidos comunistas fazem o mesmo, quase nos mesmos termos. Como se o senhor Pinto de Sousa tivesse dado alguma explicação quando demitiu o Vitalino, que era trafulha como compete, mas não totalmente parvo. O pequenote Vitorino esperneia que “isto não chega”.
É evidente que os fulanos se estão nas tintas para as explicações do Presidente. O que eles querem, como o homem não é da sua área, é dar cabo dele e capitalizar para as eleições.
E a direita? A direita, medrosa como sempre, refugia-se em declarações sem sentido nem conteúdo. Parece que não sabe o que se passou, ou que não é capaz de interpretar o que tem em frente do nariz.
Olhemos o que a direita devia ver e parece que não vê:
a)Os previsíveis resultados desta coisa:
1.Vai ser cortada a cabeça do director do Público, pessoa que o senhor Pinto de Sousa considerava seu principal inimigo a seguir à dona Manuela Guedes;
2.Vais ser científica e sistematicamente corroída a imagem pública do Presidente da República, seja o que for que ele venha dizer sobre o assunto;
3.O PS ganha votos;
4.O senhor Pinto de Sousa tem a oportunidade de, ganhos os trunfos, dizer, armado em bonzinho, que não quer tirá-los deste assunto.
b)Os meandros da coisa são:
1.Há muito mais de um ano alguém da Presidência contactou o jornal privado chamado Público queixando-se de que o PM andava a “espiar” o PR;
2.O jornal em causa não pegou no assunto, por eventual falta de elementos que o tornassem credível;
3.Um ano e tal depois, sem mais nem menos, quatro deputados do PS vêm acusar assessores anónimos do PR de prestar assistência à elaboração do programa do PSD, como se tal fosse um crime ou os tipos do Sampaio e do Soares jamais tivessem assessorado o PS para o mesmo efeito, coisa aliás normalíssima;
4.Alguém, já não sei quem, da área do PSD, replicou à provocação interrogando-se porque teriam quatro deputados ao mesmo tempo lançado a coisa e insinuando que, afinal, se sabiam disso é porque tinham espiado o que se passava na Presidência;
5.O jornal Público noticiou a insinuação, aliás lógica, uma vez que, quando quatro tipos do PS ao mesmo tempo dizem a mesma coisa é porque receberam instruções para o fazer e porque alguma manobra importante está em curso;
6.No fim de contas, a manobra não veio a dar os resultados bombásticos que os “mensageiros” do PS pretendiam;
7.Dias depois (et pour cause…),o jornal Diário de Notícias faz o que se sabe fazer desde que se tornou socialista: enche a primeira página com a história de um email que, há mais de um ano, teria sido trocado entre um jornalista do Público e o tal Lima, assim alimentando, à revelia dos mais elementares princípios da moral jornalística, a borrasca “mediática” que para aí vai.
Estes, b), são os factos, aquelas, a), as consequências.
Não é preciso ser muito esperto para perceber os meandros e os propósitos da montagem. Pior que de uma “campanha negra”, trata-se de uma campanha socialista.
Mas a direita, sabendo:
a)Que, mesmo tendo existido o tal email (parece que foi manipulado..), o caso tinha barbas e não tinha interessado a ninguém porque não teria pés para andar;
b)Que o PS, a fim de matar dois coelhos de uma cajadada (o PR e o José Manuel Fernandes), fez avançar os quatro mamíferos;
c)Que, quando um jornal se presta à hedionda publicação de correspondência pessoal (se não a manipulá-la também) ainda por cima obtida de forma ilegítima, e a revelar fontes de jornalistas terceiros, não pisa a sua própria deontologia sem mais nem menos: está ao serviço de alguém;
d) Que esse alguém só pode ser o senhor Pinto de Sousa e a gente que ele comanda ou a quem ele obedece,
A rapaziada prepara-se para uma nova guerra intestina, ou seja, civil, ou seja, lá entre eles. Que se lixem!
O camarada Alegre apareceu lado a lado com o camarada Pinto de Sousa, pesporreando alevosias e dislates ante a turba multa entusiasmada e ignara. Que quer isto dizer? Só quem estiver a dormir não perceberá que o camarada Alegre está a comprar o apoio do camarada Pinto de Sousa para se candidatar a Belém.
O camarada Lelo (primitivo, piadético, funcionário político e cabeça de alho porro) vem, no mesmo dia, no dia seguinte ou no dia anterior, lançar a candidatura do camarada Jaime Gama.
As tropas ainda não se safaram desta (e, praza a Deus, não se safarão) e já começam a afinar as espingardas para a próxima.
O camarada Alegre manda, às suas tropas, a mensagem de que está vivo, que terá o apoio do chefe e que até o Louça estará pelo seu lado, como aliás já se sabia.
O camarada Lelo, já a ver-se ao espelho com um lugarzinho no palácio em vindouros e dourados dias, avança com o seu homem para pôr baias ao Alegre e dizer ao PSD que, se o professor continuar a meter o pezinho no charco, não terá outro remédio senão ir atrás do Gama.
Se os tipos, lá pelo Rato, se forem embrulhando em zaragatas, muito terá a Pátria a ganhar com isso.
Toca a rebate. A Família une-se. Os irmãos pródigos voltam ao lar. Alto, deixemo-nos de coisas, há muito a ganhar se este idiota ganhar. Vamos a isto!
De fora ficam os primos, os próximos como os afastados. O que não chega para que a Família possa ser mais numerosa que as outras.
Grave problema. Há que recorrer ao Patriarca.
O Patriarca não tem dúvidas.
Grande referência das gentes, com pergaminhos vários em matéria de socialismo dito democrático, veio pôr os pontos nos is quanto à verdadeira natureza da Família: para quem o quis ouvir, declarou que “não lhe repugna” que ela se una mais, recebendo no seu seio os primos em primeiro grau. Que diabo, são quase irmãos!
O alívio das massas é imenso! Em vastos e alegres peitos fervilha já a esperança que o Patriarca chame também os primos em segundo grau. Não são eles, também, da grande Família Socialista?
O Patriarca pensa no que mais lhe convém. O mais provável é que venha dizer às massas que ainda não é a hora: tais primos não têm sabido, como os mais chegados, dar um ar de democrática gracinha!
Entretanto, contrariando as suas mais profundas aspirações, o Prelado dos primos de primeiro grau, vai dizendo, respeitosamente, que ouve o patriarca “com toda a atenção”. Pudera!
Aos que ainda não viram que a Família está à beira de se juntar competirá perceber a tempo que famílias deste tipo não são julgadas pelos tribunais mas pelas urnas.
Sempre à frente dos demais, o nosso (deles) mui sábio ministro das finanças foi classificado pela generalidade das organizações internacionais que fazem contas com a bela nota de 16,4 valores, numa escala de 20. Todos, mas todos, os demais ministros das finanças da EU obtiveram menos valores que o nosso!
Razão para que todos os portugueses se congratulem com mais esta importante vitória do governo do senhor Pinto de Sousa. Sobretudo aqueles que lerem a classificação de baixo para cima sem perceber que a escala não é de 1 a 20 mas de 20 a 1.
Fora de brincadeiras, aqui temos um verdadeiro marco na apreciação da excelência do socialismo nacional. Abaixo de cão.
Quando, a pedido do Dr. Soares (Mário), o camarada Louça mandar no camarada Pinto de Sousa ou em quem o substituir a seguir às eleições, podem ter a certeza que cairemos da escala abaixo. Abaixo de rato dos canos.
21.9.09
António Borges de Carvalho
PS. Já viram isto nalgum jornal? Temo que tenham que ir comprar o Financial Times.Por cá é o que se sabe, não é?
Segundo o júnior de um Marques, notável “capitão de Abril”, actual deputado do PS e chefe de uma coisa que, brilhantemente, diz que controla as secretas, afirmou peremptoriamente que as tais secretas nada têm a ver com a publicação de umas ditas mensagens cuja existência “prova” que o Presidente da República se acha ilegitimamente vigiado por uns capangas a soldo do primeiro-ministro, e resolveu queixar-se por ínvias formas. Mais. Opina o homem que é absolutamente irrecusável que jamais as secretas tiveram, ou têm seja o que for a ver com a “descoberta” ou a invenção de tais mensagens.
Atente-se no pormenor da coisa. O ilustre deputado sabe de ciência certa que os polícias não mexeram uma palha a este respeito. Não consultou os seus pares, não reuniu com os responsáveis, não falou com o senhor Pinto de Sousa, que é, por auto nomeação (tipo Chávez), chefe das polícias, nem nada. O homem, se sabe de ciência certa que não foram as secretas é porque está a par de tudo, mas tudo, o que as secretas, sob o comando do chefe, fazem ou deixam de fazer. Ora como não é possível que esteja a par de tudo, mas tudo, o que as secretas fazem, ou é parvo, ou está a mentir (o exemplo do chefe frutifica…), ou então está a fazer política à moda do PS, isto é, da forma mais rasca possível. Para quem não estiver a dormir na forma, as palavras, “certeiras e indignadas” do tal Marques só podem querer dizer que foram mesmo as secretas quem forneceu as bocas ao Marcelino, mandando-as, para disfarçar, a outros dois jornais. Quer também dizer que o senhor Pinto de Sousa pode contar com este fulano para todas as imoralidades que entender. Sobretudo se, para nossa pavorosa desgraça, ganhar as eleições.
*
É evidente, para quem não anda na vida só a ver os passarinhos a voar, que a origem desta história cheira muito mais a manobra do senhor Pinto de Sousa ou de alguém sob as ordens dele do que a queixinhas presidenciais. De uma assentada, o homem desvia as atenções do caso da Guedes Manuela, faz esquecer o Freeport, arranja maneira de desacreditar José Manuel Fernandes, seu “inimigo” nº2, põe em cheque o Presidente e, por via dele a, Drª Manuela, “acusada” de “próxima”. O senhor Pinto de Sousa, desgraça viva da Pátria, fica, angelical, fora de tudo, a fazer a sua aldrabófona propagandazita. De mestre, não é? A outra hipótese é a de que, nem o senhor Pinto de Sousa, nem o Grande Oriente Lusitano, nem o Partido Socialista, nem as secretas, têm a ver com o assunto. Esta tese é a adoptada pelos que são, ou completa, total e absolutamente estúpidos, ou por gente mal-intencionada (entenda-se, do PS), interessada em desviar as atenções do ambiente de pústula em que o chefe sempre navegou. Estes grupos são naturalmente os mesmos que dizem que o “Diário de Notícias” é um jornal “pluralista” e de “informação independente” e não o jornal a que o IRRITADO chama socialista há muito, muito tempo: um jornal que, quando se trata de atacar os que não são do partido, da Irmandade ou próximos do condotireri, é capaz de se borrar nos mais elementares princípios da profissão jornalística e o faz à frente de toda a gente, sem vergonha nem nojo de si próprio. Não só não é um jornal independente como mostra à saciedade que, quando o chefe está desesperado, vale tudo para o safar.
Há homens que nascem com especiais talentos. Uns diferem dos outros pela forma como os utilizam. José Manuel de Mello “pegou” no que lhe seria inato e pô-lo ao serviço do seu trabalho. Seu, e de tantos mais.
Espoliado pelo comunismo (as nacionalizações outra coisa não foram senão um crime de lesa pátria), soube regressar e, em adversas circunstâncias, construir o que construiu. O que estado nenhum, governo algum, jamais conseguiram ou conseguirão. Deu essa lição de inteligência, de seriedade, de verdadeira utilidade pública e social aos que quiseram destruir o pais e negar as esperanças que a Liberdade abrira.
Do inferno das nacionalizações à estranha quão inesperada política de Cavaco Silva, nada lhe era propício. José Manuel de Mello atravessou a borrasca e ressurgiu, sem a trágica e oportunista subserviência ao poder que caracteriza o nosso “escol” empresarial.
Com a devida vénia, o IRRITADO transcreve, o que não é seu hábito mas vale a pena. Ora leiam isto:
A VINGANÇA DE MANUELA FERREIRA LEITE
Por Carlos Cipriano
• No princípio, o reino de Portugal começou por construir o caminho-de-ferro de Lisboa a Elvas, numa linha onde algures num ponto chamado Entroncamento partiria um ramal para o Porto. E assim foi. O comboio chegou primeiro a Badajoz em 1863, mas de Lisboa ao Porto só viria a haver comboios directos em 1877 com a inauguração da Ponte de Maria Pia.
A prioridade foi sempre a de ligar os portos a Espanha e por isso tudo se fez para romper as linhas em direcção à fronteira.
Enquanto a Linha do Norte foi construída aos soluços, a da Beira Alta (1882), que ligaria Figueira da Foz a Vilar Formoso, foi feita em quatro anos (um tempo recorde para a época) e pôs o Porto em polvorosa a clamar por uma linha directa a Espanha pelo vale do Douro. Fez-se então a linha do Porto a Barca de Alva (1887), após um investimento brutal que levaria a praça financeira da Invicta à falência, ficando os seus bancos impedidos de cunhar moeda - um caso que ficou para a História como a “Salamancada”.
Mais a sul, em 1880 era inaugurado o ramal de Cáceres (Torre das Vargens a Beirã/Marvão) que constituía um bom atalho para Madrid. O objectivo era chegar aos fosfatos da zona de Cáceres, que seriam escoados para o Porto de Lisboa, mas a nova linha revelou-se outro fiasco porque o filão esgotou rapidamente. Além das amortizações de um investimento inútil, a Real Companhia dos Caminhos-de-Ferro assumiu então encargos que a obrigaram a pagar as obras de conservação da estação madrilena de Delicias.
Enquanto isto, Espanha construía um eixo ferroviário desde Vigo até Ayamonte que contornava a fronteira portuguesa. Era a “cintura de ferro”, como ficou conhecido. De resto, em Badajoz e em Vilar Formoso, durante vários anos, havia linha desde Lisboa, mas não havia continuação para Madrid porque os espanhóis tardaram em ligar-se às fronteiras.
Portugal construiu, pois, a sua rede ao sabor dos interesses espanhóis. E também foram eles os prineiros a fechar as poucas ligações à fronteira quando nos finais do século XX se tornou moda encerrar linhas de caminho-de-ferro: desmantelaram a linha de Huelva a Ayamonte e foram os primeiros a fechar La Fregeneda quando o comboio ainda apitava em Barca de Alva.
Mais recentemente, em 1998, a Refer inaugura a electrificação da Linha da Beira Alta até Vilar Formoso. Mas a Espanha, apesar dos compromissos assumidos na cimeira da Figueira da Foz em 2003 e de já ter um projecto terminado, nunca avançou com as obras de electrificação até à fronteira lusa.
E quando, nos alvores do século XXI, se começa a falar no TGV, Portugal começou por querer fazer uma linha Lisboa-Porto- Madrid (T deitado) para se opor ao centralismo do país vizinho. Mas acabaria por se conformar com uma linha directa de Lisboa a Madrid. Com prioridade para a primeira, claro. Tal como no século XIX.
Ferreira Leite, se for eleita, diz que não senhor. Explica que as motivações são financeiras. Mas sabe-se lá se não quererá acertar contas com a História.
Serve a presente para aconselhar Vossa Excelência sobre o CAV, conhecido em Portugal, gálico servilismo, por TGV.
É que há dois importantíssimos pontos de que Vossa Excelência nunca toca, a saber:
a)O senhor Pinto de Sousa defende o CAV com unhas e dentes. A verdade é que ninguém saberá ao certo se o homem tem ou não tem razão. Terá, pois, Vossa Excelência que o desafiar a tornar públicas as contas que faz. Quanto gasta, onde vai buscar o dinheiro, em que condições, quantos anos, com que serviço da divida, como é que a exploração comercial do CAV vai financiá-lo, qual é o break even point, etc., etc.. Neste terreno, de que o tipo nada sabe, Vossa Excelência move-se bem e, se é verdade que a coisa é um desastre económico e financeiro, ficará em melhor posição para o demonstrar. Se o deixa continuar caladinho a este respeito, favorece-lhe a demagogia;
b)É fundamental desmontar a história da “ligação à Europa”. Trata-se, quando muito, de ligação a Madrid e, se calhar, a Vigo, destinada a que as empresas multinacionais que estabeleceram sede em Madrid venham mais comodamente visitar a sucursal. Não há ligação nenhuma à Europa. É pura aldrabice. Deve Vossa Excelência argumentar - já que entrou, com toda a razão, na história dos espanhóis - que ainda não viu em parte nenhuma o compromisso do Sarkozy de ligar Paris ao país Basco, nem do Sapateiro de ligar o País basco a Madrid. O CAV, na cabecinha tonta do senhor Pinto de Sousa, talvez nos ligue à Europa, porque se calhar a Europa para ele é esta desgraça do socialismo ibérico. Ou Vossa Excelência agarra a coisa por aqui, ou deixará perdurar a dúvida no crédulo espírito do cidadão comum. Diga que aceita o CAV quando vir o Sakozy e o Sapateiro comprometer-se a ligar-nos à Europa propriamente dita, não a Castela e à Galiza!
O CAV, para merecer que se façam contas, tem que deixar de ser SS (Sapateiro Sócrates), para ser SSL (Sakozy, Sapateiro &Leite)!
Com os desejos de um resultado brilhante no dia 27 e na expectativa de ver Vossa Excelência seguir estes humildes conselhos, subscreve-se
Na República da Irlanda, um endinheirado canalha resolveu gastar uns milhões para sustentar e alargar o movimento anti-europa. Ganhou o referendo, com o resultado que se conhece: 2% do eleitorado europeu impedem os outros 98 de pôr as instituições europeias a funcionar um bocadinho melhor.
Por cá, como seria de esperar, esse tipo de opinião, com nuances para inglês ver, foi tomado a peito pelos partidos comunistas e pelo partido fascista, normal e historicamente muito próximos quando se trata de assuntos básicos.
Agora contamos com mais um parceiro do ricaço irlandês: o MPT.
Fundado pelo Arquitecto Paisagista Ribeiro Telles (que já o abandonou, como já tinha abandonado o PPM a favor do PS, como já tinha abandonado o PS a favor do MPT, como já tinha abandonado o MPT a favor do PS, como já tinha abandonado outra vez o PS a favor do BE e do caloteiro Fernandes, como, diz-se, vai abandonar o BE a favor do caloteiro Fernandes e do PS, uff!), o MPT filiou-se na organização proto-fascista ou proto-comunista – o que é a mesma coisa - que se auto intitula “Libertas”.
Como se não tivéssemos já primitivismo ideológico que chegasse!
O que vale é que o senhor Quartim (sem) Graça, eleitoralmente, não vale um… caracol.
Lembram-se das hediondas coisas que o IRRITADO disse daquele pequenote de olho de xarroco que, qual Álvares Cabral do século XXI, descobriu o caminho do Pinto de Sousa para a Venezuela, assim inaugurando a nova era de amizade e língua no ouvido do PM com o tirano Chávez? Pois foi, o IRRITADO, à altura, ficou irritadíssimo. E continua, meus senhores, continua!
Calcule-se que, desta vez, o fulano aparece com grande impacto no jornal socialista Diário de Notícias, gabarolando-se de ter entregue aos espanhóis o edifício do consulado de Portugal em Sevilha, edifício histórico que fazia parte da dignidade portuguesa na Andaluzia. A coisa integra-se, como é de ver, numa “reforma consular”. Como se esse emblema, ou símbolo de Portugal, tivesse a ver com burocracias consulares, a não ser na cabecinha tonta e chavista do pequenote.
Mas atenção! Não critiquemos o rapaz de tão acerba forma! É que, explica ele, Portugal continuará a usar umas salas do rés-do-chão e até, calcule-se, terá o honroso acesso à cave que lhe é devido! Formidável.
Se o homem tivesse meio dedo de testa, já que deu o edifício aos espanhóis, alugava um escritório num prédio moderno e punha lá o consulado, a fim de não vir a assistir ao brilhante espectáculo do Ayuntamiento a dar cabo, à picareta, dos símbolos portugueses.
Mas que interessa isso à intelligentsia socialista?
Se o primeiro-ministro fosse outro, talvez valesse a pena reclamar perante ele. Mas tratando-se da criatura de que se trata, para quê?
O Sapateiro não é, como ele disse (sem contar com o Chávez nem com o Càdáfi, claro), o seu melhor amigo?
Ali para os lados do Ramalhão, na estrada que há quem conheça por “recta dourada”, um anúncio de um motel parangona que “amar dá saúde”. À moda brasileira, a instalação em causa vem dizer ao povo que aluga quartos à hora para actividades mais ou menos clandestinas.
Digamos que se trata de um sinal dos tempos, que as coisas já não são o que eram, que “amar”, na cabeça da malta XXI, quer dizer fazer umas brincadeiras mais ou menos clandestinas com parceiros ou parceiras de ocasião.
Vejamos outro anúncio, este largamente espalhado pelo concelho de Cascais. Uma fulana que aqui há uns anos se celebrizou por emprestar o carro do governo para umas farras em discotecas africanas e por ter congeminado uma lei do arrendamento que ultrapassa a mais radical noção de estupidez, aparece-nos com uma mão a segurar o queixo e a exibir um canino de draculíneas dimensões. Para quê? Para nos comunicar que quer pôr Cascais a “saber amar”. Sim, a saber amar. Não, não é a saber a mar. É a “saber amar”.
É de admitir que a senhora em causa seja sócia do motel e queira dar “saúde” aos cascaenses, mandando-os fornicar para Sintra. Ensiná-los a amar. Nobre intenção!
Ou então… ou então não sei. Trata-se do amor das discotecas que o BMW do Estado frequentava? Ou da bem provada estupidez da criatura?
Questão que nem no dia das eleições encontrará resposta. A senhora levará uma monumental tunda. Depois irá ao Largo do Rato, apresentará a bowl application*, e logo se verá o brilhante destino com que o camarada chefe lhe dará.
A seguir ao debate entre a dona Manuela e o senhor Pinto de Sousa, a SIC Notícias lançou um repto às massas para que se pronunciassem sobre o que tinham visto. Muito bem. Dois números de telefone foram postos à disposição do respeitável público.
O IRRITADO, furioso com as trafulhices do trafulha, quis utilizar a facilidade em causa. Nem pensar. As linhas estiveram ocupadas toda a noite.
Entretanto, o programa prosseguia. Um filósofo socrafífio, pago para o efeito, cofiava os queixos com ar embevecido e, de vez em quando, dizia coisas. O locutor, coitado, não sabia o que estava a fazer. Do éter, em catadupas, vinham discursos bem preparados em defesa do senhor Pinto de Sousa. A dizer bem da dona Manuela, nem um. E, no entanto, ela não se tinha portado nada mal.
Será um abuso pensá-lo, ainda mais dizê-lo, mas parece evidente a habitual central de (des)informação terá tomado conta das linhas, reservando-as para si, ou seja, para (mais) uma sessão de banha da cobra sobre o chefe.
Com a ajuda da PT? Aqui está uma questão que seria interessante resolver, mas que jamais se resolverá.
O grande problema com que a Pátria se debate já não é o desemprego, nem a crise, nem o défice, nem os professores, nem os juízes, ainda menos o casamento dos maricas ou a improdutividade da economia. O verdadeiro problema do país é o de saber se foi o PS ou não foi o PS quem arranjou uma casca de banana à dona Guedes Manuela.
Pelo menos é a tratar disso que se entretêm a “informação”, os comentadores e os políticos. Inutilmente, porque a malta já sabe a solução do problema. A malta raciocina. Assim
a)A dona Guedes Manuela é uma chata;
b)A dona Guedes Manuela deu pancadaria de morte ao senhor Pinto de Sousa;
c)O senhor Pinto de Sousa não é capaz de desmentir os factos adiantados pela dona Guedes Manuela – porque são todos verdadeiros;
d)O senhor Pinto de Sousa não é capaz de convencer ninguém que há uma “campanha negra” contra ele, movida por “forças ocultas”, pela simples razão que não há campanha negra nem forças ocultas;
e)O senhor Pinto de Sousa perdeu a cabeça, várias vezes, tendo chegado a fazer discursos (2) ao congresso do PS e à dona Sousa Judite, a dizer cobras e lagartos da dona Guedes Manuela;
f)O senhor Pinto de Sousa, tendo sido acusado de montar uma estratégia para a PT comprar a TVI, a fim de correr com a dona Guedes Manuela, foi obrigado a recuar;
g)A TVI, onde a dona Guedes Manuela trabalha, é propriedade de uma empresa espanhola que é feroz e confessa adepta do socialismo dito democrático;
h)O socialismo dito democrático espanhol tem relações íntimas com o socialismo dito democrático português que o senhor Pinto de Sousa chefia;
i)A dona Guedes Manuela foi apeada do altar onde oficiava às sextas feiras;
j)O altar da dona Guedes Manuela tinha audiências monstras.
Postas estas premissas, o povo conclui:
a)Nenhuma empresa privada deste mundo deita fora a galinha dos ovos de ouro;
b)A decisão de correr com a dona Guedes Manuela foi política;
c)Se a dona Guedes Manuela era inimiga do senhor Pinto de Sousa, é evidente que correr com ela foi coisa feita a pedido, directo ou indirecto, do Senhor Pinto de Sousa;
d)Se tal decisão foi, aparentemente, tomada fora de tempo, tal se deve ao facto de a dona Manuela ter dito que ia pôr no ar, naquele dia, novidades sobre o caso Freeport;
Portanto, nada há que não tenha explicação. Bem o sabe a malta.
O problema do senhor Pinto de Sousa é que o povo não é tão estúpido como ele o julga.
2
Há longos anos escovado da TVI, o falhado socialista Rangel acumulou despeito, inveja e ódio em quantidades industriais. Estas coisas, como é sabido, se não são exorcizadas, vão inchando nos peitos dos mais primitivos portugueses, a ponto de quase os fazer estoirar.
Foi o que aconteceu ao Rangel, coitado. A felicidade começou a entrar no seu augusto peito quando o Moniz foi corrido. Mas a inveja do balúrdio que o homem recebeu aliada à frustração que o novo tacho com que foi contemplado provocou, fizeram voltar ao de cima, tumefactos, tristes e raivosos sentimentos tão longamente recalcados.
Aí, o Rangel começou a ranger. E soltou rangidos que pareciam uivos. Que a dona Guedes Manuela é uma besta, que foi muito bem corrida, que o marido é outro que tal, que tem vergonha da existência de tal gente, e por aí fora, numa catilinária digna da Ribeira ou do Bolhão.
Isolado no terreno, raivoso, invejoso, o Rangel lança uns uivos, a ver se ou os espanhóis ou o senhor Pinto de Sousa se lembram dele.
Aqui há dias, um jornal embandeirava em arco porque havia uma portuguesa serventuária da dona Carla Bruni. Orgulhosamente, referia que a tal portuguesaaté tinha o direito a tirar fotografias com a patroa, para além de ter tido a honra de assistir (de pé), a um jantar (sentado) comemorativo não sei de quê em casa dos pais dela.
Somos os maiores, alguém duvida?
Há meses a chamada comunicação social fez-nos viver com a maior das emoções o importantíssimo caso da compra de um cão pelo senhor Obama. Não era caso para menos. O fulano estava tentado a comprar um terrierportuguês(terrier ou outra coisa qualquer, mas lá portuguêsera, de certeza). Compra, não compra, compra não compra… comprou! Vitória! O cão do Barak é português! É claro que o tal cão é tão português como eu sou papua, mas que interessa isso? Querem ensombrar a nossa glória, ou quê?
Somos os maiores, ou não?
Na semana passada, um jornal, inchado de importância, comunicou ao orbe que a dona Jackeline Kenedy/Onassis foi servida, durante um ano (um ano!) por um portuguêsque lhe punha o gelo no balde e lhe preparava os cocktails. Mais: o tal portuguêsera o número dois do pessoal lá de casa. Só obedecia à governanta! Formidável.