SOCIALISMO PACÓVIO
Pedro Ribeiro da Cunha, engenheiro dos a sério, gestor com carreira brilhante na área privada, foi nomeado pelo governo Presidente da Investfar, entidade detentora de uma das marcas portuguesas mais prestigiadas e internacionalizadas. Dir-se-ia que tal nomeação merecia aplauso, uma vez que se recrutava um homem que nada tinha a ver com a política nem vinha da colecção de gestores públicos que, desde as nacionalizações, tem vindo a gerir os tristes destinos das empresas que ficaram, ou caíram, nas mãos do Estado.
Pedro Ribeiro da Cunha, que não precisava do “tacho” para nada, aceitou o desafio e impôs a si mesmo a tarefa de tentar salvar a empresa.
Foi tentando o que lhe era possível. Mas, como a solução do problema dependia do Estado e como o Estado (um secretário de estado qualquer) não lhe ligava bóia, Pedro Ribeiro da Cunha demitiu-se. O tal secretário de estado nunca se deu ao trabalho de falar com ele, tendo-se dedicado a conversações várias com a presidente do sindicato do calçado.
Sendo sabido que a maioria dos sindicatos dependem da CGTP e que a CGTP depende do PC, como é possível que o governo ande a negociar com os sindicatos, marginalizando a gestão? Não sabe que, para o PC, quanto pior melhor? Quer ouvir quem propõe as soluções ou quem quer arranjar mais problemas?
Espero que o Engº Ribeiro da Cunha não caia noutra. Com esta gente, nada!
2.12.09
António Borges de Carvalho