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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

INQUIRIR OS INQUIRIDORES

 

Viram, meus senhores, aquela solene reunião nos salões dos devoristas, tectos lavrados, telas de estilo (por trás da presidência, um burro!) mesa imperial, parquet “versailliano”, cadeirões de veludo? Inúmeras senhoras e senhores, altos responsáveis, ali estiveram, horas sem conta, a deliberar se haviam, ou não, de se inquirir a si próprios (faz lembrar, em versão aristocrática, os internal affairs dos polícias nos filmes americanos) sobre as investigações ao caso Freeport.
 
Como a classe anda de rastos, resolveram dar um ar da sua graça, pondo-a ainda mais no fundo?
 
Porquê?
Antes da mais, porque precisam da arranjar um bode expiatório para a sua ineficácia. Andaram anos a proteger o senhor Pinto de Sousa, abafando o caso. Quando este se tornou explosivo, vai de arranjar desculpas. Como as desculpas não funcionam, mas é preciso continuar a proteger o senhor Pinto de Sousa, faz-se um inquérito aos inquiridores, com o objectivo (brada aos céus!) de descobrir se houve manipulação política da coisa.
 
Recapitulemos em poucas palavras:
- Aqui há uns anos, uma carta anónima cujo autor toda a gente sabe quem é revelou uma investigação policial em curso sobre o licenciamento do Freeport;
- Em concertada manobra política, as forças socialistas montaram uma urdidura de tal ordem que a verdade foi transformada em conspiração política;
- Consequência desta manobra, o polícia que, alegadamente, teria deitado a verdade cá para fora foi preso, os que a puseram no jornal foram insultados, os “culpados” políticos enxovalhados, o dito jornal, pouco depois, fechou, e o senhor Pinto de Sousa triunfou;
- Quase quatro anos passaram. Nunca mais se ouviu falar no assunto;
- De repente, salta cá para fora que os ingleses andavam atrás de uns dinheiros que desapareceram de uma empresa, ao que lhes parece para pagar luvas a uns portugueses, entre os quais o senhor Pinto de Sousa;
- A imprensa desatou aos coices, descobriu coisas inacreditáveis, a família do senhor Pinto de Sousa desbroncou-se, uma bola de neve começou a girar;
- Perante isto, que fez o senhor Pinto de Sousa? Não, não veio à televisão dizer que as suas contas bancárias estavam à disposição da Justiça, que nada tinha a esconder, etc. Não. O senhor Pinto de Sousa fabricou uma teoria da conspiração, inventou forças ocultas e poderes negros, a fazer inveja aos protocolos dos sábios do Sião, como se a Scotland Yard, ou o Serious Fraud Office fossem ersatze da PIDE ou lojas de magia negra. Tudo a confirmar o que já há muito se sabe: o senhor Pinto de Sousa e o PS têm por base ideológica a convicção de que os portugueses são, regra geral, parvos, ou que devem ser tratados como tal;
- A trupe do costume (Freitas do Amaral, Vitalino & Vital, Silva Pereira, Santos Silva…) acompanhou o chefe na esotérica cortina de fumo, repetindo e exponenciando dislates e alegações cabalísticas.
- Por seu lado, a cúbica estupidez, e não só, dos costumeiros barões do PSD (Meneses, Marcelo, Sarmento, Coelho…) tratou, e trata, de desviar as atenções para alegados handicaps do seu próprio partido…
 
No meio disto tudo, o respeitável Ministério Público, em vez de fazer aquilo para que é pago, dedica-se, com a maior das solenidades e ao mais alto nível, a investigar-se a si próprio, não para acelerar as investigações ou para saber porque não aceleram, mas para investigar a tenebrosa suspeita de que haja motivações políticas na acção dos seus agentes.     
Quem está, afinal, a fazer política? Os ingleses? Os jornais? Os “poderes ocultos” que querem dar cabo do primeiro-ministro?
Ou o Ministério Público que parece querer safá-lo, mesmo à custa do seu próprio prestígio, se é que lhe resta algum?
 
11.2.09

António Borges de Carvalho

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