Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

31 DE JANEIRO

 

Em 31 de Janeiro de 1892, a republicanite aguda que, por mimetismo francófilo, se espalhava em certos meios intelectuais e tinha adeptos na pequena burguesia urbana e nas Forças Armadas, decidiu que a culpa da cedência ao ultimato inglês nada tinha a ver com a política europeia em relação às colónias, nem com as exigências da potência marítima universal que era o Reino Unido. Tratava-se de "crime de lesa Pátria", atribuível, em exclusivo, a uma pessoa, o Senhor Dom Carlos, e a um regime, a Monarquia Constitucional.
Excitados por sentimentos nacionalistas e coloniais que fariam Salazar roer-se de inveja, houve uns tipos, uns heróis, dirão os alegres, os soares e o GOL, que fizeram uma arruaça no Porto com o fim de implantar a República.
O Senhor Dom Carlos, a quem qualquer historiador isento atribui qualidades diplomáticas de excepção, era o bode expiatório do republicanismo nascente. De tal forma que acabaria por ser barbaramente assassinado. Assassínio que, na historiografia alegrista, soarista e GOLista, é um acto nobre, fundador dessa coisa a que chamam república. Pois é. Um acto de moral republicana.
 
A República (a do 5 de Outubro) foi um regime miserável, confuso, disfuncional, persecutório, intolerante, colonial, baseado em ódios mesquinhos, caldeado em perseguições, repressão, assassínios, prisões, deportações, garrote do sindicalismo e pasto de bandos armados e de máfias secretas, alimentado pelo terrorismo bombista e pela intimidação sectária, tudo isto com base “democrática”, entendida a democracia como o triunfo do caciquismo, das chapeladas, das fraudes e da mais infrene sanha pela conquista do poder.
 
A República (a do 28 de Maio), a que os alegres, os soares e o GOL recusam o nome apesar de jamais ter sido outra coisa, mais não foi que a consequência directa, inevitável, fatal, a filha natural da do 5 de Outubro. O país reorganizou-se, tendo como base a autoridade autoritária e policial de um regime que adoptou como filosofia a “apagada e vil tristeza” do poeta, a modéstia dos conventos, o isolamento dos ilhéus, que conseguiu a “paz” civil através da polícia, no fundo o mesmo processo da do 5 de Outubro, mas sem roupagem democrática e com maior sucesso. A República do 28 de Maio seguiu, com empenho e eficácia, as teses coloniais da do 5 de Outubro, que acabariam por ter o triste fim que tiveram.
Neste aspecto, em mais uma das nobres atitudes que os caracterizam, os seguidores do 5 de Outubro viraram o bico ao prego e passaram a ser ferozmente anti-coloniais, o que quer dizer que, quando se trata de abater o inimigo e conquistar o poder, qualquer coisa serve, nem que seja trair o pai.
 
A República do 25 de Abril ou, mais propriamente, do 25 de Novembro, é o que está à vista. Um regime que teria condições para, finalmente, funcionar a contento e em liberdade, não fora o pecado original do socialismo constitucional, não fora ter adoptado uma articulação de poderes que não é carne nem peixe, não fora ter deseducado as pessoas no que às suas obrigações cívicas diz respeito.       
 
Não pode haver maior vergonha para o país que esta história de comemorar a República.
Repare-se que, ao contrário do que sucede em países que têm alguma admiração patriótica pelas instituições, não houve em Portugal o mais leve bulir da sociedade civil a este respeito. Não houve cidadãos, nem empresas, nem instituições (à excepção do GOL), nem universidades, nem nada, que, espontaneamente, se interessasse pela coisa, não houve uma subscrição, um abaixo-assinado, nada que revelasse empenho da sociedade civil em tais comemorações.
Trata-se de iniciativa meramente oficial, como se o povo, apesar de “injectado” com as mais diversas e despudoradas aldrabices históricas, tivesse, no fundo da consciência, a certeza de que a República jamais o serviu.
Trata-se de coisa financiada com dez milhões de euros do dinheirinho dos nossos impostos, sem um chavo proveniente de voluntarismo social.
Trata-se de comemorações que nada têm a ver com o país, a não ser na medida em que o prejudicam.
Prejudicam mais do que financeiramente. Não vai ser só o prejuízo de sermos matraqueados durante um ano inteiro com sessões solenes, paradas, visitas dos alegres à campa do Buíça e demais vergonhosas patacoadas do género.
Imaginando o que vai ser, nas escolas, a propaganda do alegrismo/soarismo/golismo, pode perceber-se o monumental rombo moral e educacional que vamos ter na nossa já tão confusa e mal educada juventude.
 
31.1.10
 
António Borges de Carvalho

MAIS UM ILUSTRE FIEL

 

O camarada Bin Laden converteu-se! Não, não foi ao cristianismo, nem ao budismo, nada disso.
O camarada Bin Laden continua muçulmano, presumindo-se, segundo as suas últimas declarações, que Alá o tenha inspirado no sentido de aderir a uma religião, ou a uma “mensagem” suplementar, que não contraria o Corão: o gorelamismo integrista.
Al Gore, o grande profeta da nova religião, tem, em relação a outros, uma diferença fundamental. É que, enquanto os profetas clássicos actuavam por convicção e fé, Gore cobra cem mil dólares por cada discurso e vende filmes que põem os cataclismos bíblicos no saco das coisas de pouca monta.
Pois o camarada Bin Laden, que deve ter tido acesso aos trabalhos do Gore e almeja facturar como ele, veio declarar às gentes que aderiu ao gorelamismo integrista, autenticando-o com a sua indiscutível e corânica autoridade.
Evidentemente, o homem descobriu, para além da nova “verdade”, que a culpa das “alterações climáticas e suas repercussões” é, como não podia deixar de ser, dos Estados Unidos da América, o grande Satã, o patrão de todas as máfias.    
A culpa é também, segundo ele, dos “Estados industrializados”, ainda que estes tenham uma sombra de desculpa por ter subscrito o Protocolo de Quioto.
Consta que o Gore vai, a breve prazo, visitar Bin Laden ao seu palácio nas grutas do Paquistão, a fim de lhe prestar vassalagem e de lhe solicitar mais uns atentados, dos a sério, a fim de que as massas aterrorizadas venham a aderir mais “em massa”, leia-se em dólares, à nova crença universal no holocausto climático. Será a forma de deixar o Bin Laden cada vez mais satisfeito e o Gore cada vez mais rico.
Por seu lado, o senhor Ban Ki Moon e a chusma de cientistas que contratou e paga para colaborar no terror climático e na afirmação da sua “antropogénese”, ficarão gratos pelo impulso que estas manobras darão à continuidade dos respectivos ordenadinhos.
 
31.1.10
 
António Borges de Carvalho

FRASES E FEITOS

 I

 

O Exm.º Senhor Procurador Geral Adjunto, Dr. Euclides Dâmaso, sobre a crise da Justiça, declarou:
 
Em crise vivemos todos nós, desde o parto.
 
Esta frase, bem mais profunda que o cogito ergo sum (quem era Descartes comparado com o Dr. Euclides?), é de uma extraordinária importância para o nosso devir colectivo.
Pelo menos porque ficamos a saber que o Dr. Euclides, coitadinho, para não se sentir só, acha que todos nós entrámos em crise ao nascer, e que nunca mais nos livrámos dela.
Ficamos, outrossim, cientes de que a crise da Justiça é fatal, endémica e irremediável, não valendo a pena fazer seja o que for a tal respeito.
Sabedores ficamos ainda que, de ciência certa, os problemas da Justiça nada têm a ver com as acções ou omissões dos seus agentes, pobres deles, mergulhados desde os primeiros vagidos numa crise universal de que é impossível sair e, portanto, inimputáveis seja a que título for.
Os próprios vagidos não passam de um sinal claríssimo da crise em que o Euclides mergulhou ao nascer.
 
 II
 
O Exm.º Senhor Professor Doutor Vital Moreira declarou:
 
O princípio de igualdade só exige que seja tratado de forma igual o que é igual
 
Muito bem. O problema é que o ilustre patrão socialista do PE aplica esta máxima ao tratamento diferenciado que acha que o Estado deve dar aos que têm dinheiro, ou seja, cair-lhes em cima a quatro patas, porque não são iguais aos outros.
Sem discutir o princípio geral, pelo menos nesta sede, ocorre perguntar porque não se lembrou a desagradável criatura de tal princípio quando escreveu o que escreveu sobre os “casamentos” homo.
Donde se conclui que, no enviesado bestunto do professor, homo e hetero são exactamente a mesma coisa.
Xiça!
 
III
 
Um dos grandes dirigentes e educadores dos enfermeiros, reflectindo as exigências da corporação, declarou:
 
Sou licenciado e ganho como bacharel!
 
O Louça declarou:
 
Estou com eles! (os enfermeiros)
 
Donde se conclui que, nesta pobre terra, os ordenados devem corresponder às qualificações académicas de cada um*, não ao valor do trabalho que fazem nem à forma como o fazem. Mesmo que tais qualificações sejam as que sempre foram, mas tenham passado a “licenciaturas”.
A fim de acabar com a crise económica, o IRRITADO sugere que o título de licenciado passe a ser dado a todos os que forem admitidos nas novas oportunidades, bem como aos trolhas, aos almeidas e aos titulares de qualquer “formação”. E que todos os novos licenciados passem a ser pagos como tal. Ainda que, como é o caso do IRRITADO, não se saiba ao certo o que é isso de ser “pago como licenciado”.
O Jerónimo ainda não se lembrou desta, mas, para não deixar os trunfos nas mãos do Louça, vai defendê-la na sua próxima visita à Amareleja.
*Nesta conformidade, desde já se sugere que o senhor Salvador Caetano, como só têm a 3ª classe, passe a vencer o ordenado mínimo. E nem mais um chavo.
 
 
 
 
 
 
 
 
IV
 
O Sapateiro decidiu:
Cortar 50 mil milhões de euros na despesa do Estado Espanhol.
 
O Pinto de Sousa decidiu:
Aumentar em mil milhões de euros a despesa do Estado Português.
 
São ambos socialistas, mas parece que um é mais burro e mais aldrabão que o outro.
 
30.1.10
 
António Borges de Carvalho

CARTA ABERTA AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR VICTOR CONSTÂNCIO

 

 
Sua Excelência Dr. Victor Constâncio
M.Il. Governador do Banco de Portugal
Lisboa
 
Lisboa, 30 de Janeiro de 2010-01-30
 
 
Excelência
 
IRRITADO, abaixo-assinado, NIF 10.000.000, respeitosamente, toma a liberdade de fazer a Vossa Excelência a seguinte humilde sugestão:
 
A fim de esclarecer a Nação, poderia Vossa Excelência, à semelhança do que fez em 2005, imaginar, imaginar não!, cacular um orçamento putativo, a fim de proporcionar ao governo sólida base de trabalho para as suas decisões económico-financeiras.
Trata-se de uma questão de Justiça.
Dada a irrefutável independência que caracteriza a função de Vossa Excelência, haverá que tratar o primeiro governo do senhor Pinto de Sousa, antecessor do actual, da mesma forma que tratou o governo do Dr. Santana Lopes, antecessor do primeiro governo do senhor Pinto de Sousa.
Tendo Vossa Excelência declarado que, ao contrário do que reza o Eurostat, o défice não era de 3,2% do PIB, mas de 6,83, poderá, com o escrúpulo matemático, o rigor profissional e a moral republicana que, indiscutivelmente, o caracterizam, aplicar, desta vez, a mesma regra, isto é, se Vossa Excelência multiplicou o défice de 2004 por 2,134275, o mesmo, gostosamente fará ao défice de 9,3 que se verificou em 2009. Poderá então Vossa Excelência anunciar ao país que, em 2010, o verdadeiro défice é de 19,8487575% do PIB (9,3x2,134275), e não 9,3.
Estou certo que o senhor Pinto de Sousa não deixará, como fez há cinco anos, de reconhecer aos seus números a maior das credibilidades, ao contrário do que, também há cinco anos, fez essa horrível gente comandada pelos Drs. Santana Lopes e Bagão Félix, que chegaram ao ponto de dizer que Vossa Excelência tinha inventado aquilo tudo. Canalhas!  
Mais uma vez, terá Vossa Excelência a oportunidade de mostrar à Nação a sua alta competência técnica, política e moral, desta vez informada por altíssimos critérios de Justiça e Equidade.
 
Certo de que Vossa Excelência não deixará de, honradamente, corresponder positivamente ao que lhe é, respeitosamente, pedido por este seu concidadão,
 
Subscrevo-me, com os protestos da mais elevada consideração e estima,
De Vossa Excelência atento, venerador e obrigado
 
IRRITADO      

AS SOMBRAS E A VERDADE

 

Lembram-se da história clássica da pessoa que, tendo vivido toda a vida numa gruta de onde só via sombras, se convenceu que as sombras eram a realidade e a realidade não passava de fantasia?
Lembram-se da história dos reflexos de Pavlov? Dava-se carne ao cão a seguir a tocar um sino. Passados tempos desta prática, quando o sino tocava, o cão começava a salivar, mesmo sem carne nenhuma.
 
Mutatis mutandis, é o que uma matilha de psicólogos e quejandos querem fazer às criancinhas deste país.
Partem do mesmo princípio do homem das sombras e do cão de Pavlov. Se as criancinhas vivem, desde pequenas, com um “casal” de fufas ou de pederastas, acham, naturalmente, que ter duas mães ou dois pais é a coisa mais normal deste mundo. Um pouco como os filhos do Don Corleone, que, com toda a inocência, achavam absolutamente justo e socialmente recomendável mandar matar quem incomodasse a família. Não era o que o querido papá passava a vida a fazer?
Como o cão do Pavlov e o homem da caverna, as criancinhas estão virgens de conhecimento. Entra-lhes na cabeça o que lá se quiser meter.
“Explicar aos nossos filhos o que é o ‘casamento’ homossexual não é um bicho de sete cabeças. Para as crianças, importante é mesmo o afecto”.  Reza isto um dos magníficos psicólogos, possuído de proselitismo homofílico.
Outros “especialistas” destas matérias declaram, “unanimemente”, que “casais” formados por dois homens ou duas mulheres “não fazem confusão nenhuma às crianças”.  Pois não. Aos filhos do Bin Laden também não faz confusão nenhuma que a mãezinha ande de burca ou que o paizinho mande deitar torres abaixo.
“Se a verdade sai da boca das crianças, então não temos que nos preocupar com o impacto… do ‘casamento’ entre pessoas do mesmo sexo”, dizem os entendidos. Pois não. As crianças raciocinam segundo os dados que os adultos lhes deram para raciocinar.
“A confusão está na cabeça dos adultos, não das crianças”. Pois é. Se o papá escarrar para cima do tapete todos os dias, que confusão fazem os escarros ao fifi? Nenhuma.
 
Um miúdo de sete anos contrapõe: “Quando dois homens se
casam, por onde é que saem os bebés?”
 
Pois é. O pior desta porcaria surge quando os meninos começam a pensar por si. Se lhes pouparam os traumas de infância explicando a naturalidade e a normalidade da coisa, o que vão elas pensar quando crescerem? Não arranjarão traumas muito piores?  
 
28.1.10
 
António Borges de Carvalho

A CRIANCINHA E O BILHETE DE CARRO ELÉCTRICO

 

“Há vida para além do défice”, dizia o Presidente Sampaio num dos mais eficazes dos múltiplos ataques com que brindou o governo legítimo e maioritário do Dr. Barroso.
Isto, no tempo em que a ministra das finanças, Dr.ª Manuela, insistia em que era imprescindível endireitar as contas públicas.
Em parceria de bom camarada, nas suas primitivas patacoadas televisivas semanais, o senhor Pinto de Sousa encarniçava-se contra a Dr.ª Manuela e contra a contenção orçamental, “explicando” que prioritário era outras coisas que não tratar das finanças públicas.
 
Quem poderia prever que o mesmo Pinto de Sousa, chegado ao poder, havia de erigir o equilíbrio das finanças públicas em objectivo número um do seu governo? Ninguém. Ninguém podia imaginar que se pudesse ser tão aldrabão, ou que, sendo-o, fosse possível ao homem, para nossa desgraça, chegar onde chegou.
Mas chegou, e de tal maneira que, hoje, os portugueses já acham natural a aldrabice crónica em que estão mergulhados vai para cinco anos e já nem sequer ligam à coisa. Tanto faz, não vale a pena, não temos alternativa que não seja a de nadar nestas águas.
Ainda ontem, ouvi o senhor Pinto de Sousa dizer que “endireitámos as finanças públicas” (à custa de impostos, sabemos nós, não ele, e nada se endireitou, sabemos nós, não ele).
No estado a que chegámos, só por masoquismo se pode ouvir uma coisa destas sem sair de casa aos gritos: Haja alguém que ponha este tipo na rua!, o Presidente, a Assembleia, o São Pancrácio, seja lá quem for!
Não, ninguém sai de casa, a malta já não acredita em nada, não sabe nada, perdeu a honra de viver e de opinar, tem medo.
 
Postas estas irritadas considerações, não fará mal lançar um olhar muito simples às contas que nos são propostas e que o PSD e o CDS se preparam para “viabilizar”.
Um olhar como o da criança que via o imperador todo nu, sem que ninguém mais visse. Um olhar como o daquele grande empresário que conheci e que dizia “se as contas feitas em milhares de páginas pelos meus economistas não chegarem ao mesmo resultado das que faço nas costas de um bilhete de carro eléctrico, quem está errado são eles, não o bilhete de carro eléctrico”.
 
Vejamos o que eles dizem:
 
A receita do Estado, que era 72 mil milhões em 2008, passou a 66 em 2009, e passará a 67 em 2010.
A receita fiscal que era 61 em 2008, passou a 53,7 em 2009, e será cerca de 54,5 em 2010.
A despesa total, que era 77 em 2008, passou a 80 em 2009, e será 81 em 2010.
A despesa corrente primária, 67 em 2008, passou a 69 em 2010 e será 70 em 2010.
O saldo negativo de 4,5 em 2008, foi de 15,3 em 2008, e vai ser de 14 em 2010.
O investimento, de 3,6 em 2008, passou a 4,3 em 2009 e será 4,4 em 2010.
A dívida pública era de 110 em 2008, de 126 em 2009 e será de 145 em 2010.
 
O bilhete de carro eléctrico diz-nos que:
 
- A receita encolhe;
- A carga fiscal fica na mesma;
- A despesa continua a aumentar;
- A despesa corrente primária (o cancro) expande-se perigosamente;
- O saldo negativo pouco baixa, em relação a 09, é claro;
- O investimento fica mais ou menos na mesma;
- A dívida pública cresce brutalmente.
 
A criança que via o imperador todo nu pergunta:
 
- Então, e as obras públicas? Onde estão escondidas as dezenas de milhar de milhões do aeroporto, do CAV (“TGV”), dos hospitais, das barragens, das pontes, onde estão os buracos das estradas, dos metropolitanos, da TAP, da Carris, da RTP, do BPN…?
- Olha olha, responde o menino, estão debaixo da sela do cavalo do imperador, disfarçadas de parcerias, de empresas de direito “privado” e capitais públicos, e só sairão de lá daqui a uns tempos.
- Então e o crédito internacional? As agências de rating? Os juros? Como é que, com estas contas, não vai ficar tudo cada vez pior?
O menino não precisa de se preocupar com a resposta a esta. O mercado já respondeu.
 
A multidão ignara continua a achar que o imperador está muito bem vestido.
Quando descobrir que está nu vai ser o caraças.
 
27.1.10
 
António Borges de Carvalho

CONTAS

 

A Casa Real espanhola tem uma dotação do orçamento de estado de cerca de 10 milhões de euros.
O orçamento de desgraça que o PS apresentou inclui uma verba de 21 milhões de euros para a Presidência da República.
O Rei Dom Juan Carlos está no Trono há uns trinta e cinco anos.
Entretanto, em Portugal, houve 7 eleições para Belém. Atribuamos a cada acto eleitoral, por defeito, um custo de 3 milhões.
Acrescentemos as reformas douradas de, até agora, três presidentes. Todos foram eleitos duas vezes, caso contrário seria 6. Teremos, grosso modo, mais uns 50 mil por ano por cada um. Demos isto de barato.
 
Feitas as contas, teremos que, em Espanha, uma Chefia do Estado serena, democrática, verdadeiramente representativa de todos, custará a cada espanhol uns 25 cêntimos por ano.
Em Portugal, por uma chefia do Estado incómoda, ansiosa por se afirmar, sempre controversa, representando, para além da República, os que elegeram o presidente e mais nada nem mais ninguém, paga cada português qualquer coisa como 2,5 euros por ano, mais os custos eleitorais. Muito mais de dez vezes o que pagam os espanhóis. Por pior serviço, por menos representatividade, por mais controvérsia, por mais perturbação da nossa vida!
 
Sem comentários. Quem quiser que os pense e os faça.
 
27.1.10
 
António Borges de Carvalho

DOS TRIUNFOS DO SOCIALISMO

Raro é o dia em que não lemos nos jornais notícias de alguma medida “democrática” e socialista tomada pelo camarada Hugo Chávez. Nacionalizações aos pontapés, televisões fechadas, jornais proibidos, extorsões várias, repressão de desalinhados, compras de armas para “defender o socialismo bolivariano”, obrigatoriedade de transmissão em todos os meios dos discursos semanais do Presidente…

A última do regime foi a de atribuir a causa do sismo do Haiti… aos EUA! Sim, para o socialismo chavista os EUA têm uma “fábrica” de terramotos.
Trata-se de um processo revolucionário clássico, de que não faltam exemplos, todos com resultados semelhantes: miséria, fome, atraso, isolamento, repressão…
Já começou na Venezuela o conhecido processo de formação de moeda interna e de moeda externa, em circuitos paralelos, o que quer dizer monopolização do comércio pelo Estado, falta de bens essenciais, privilégios para a classe dirigente, etc. No fundo, miserabilização da vida de cada um em nome do socialismo.
Criou-se, o que também é clássico, o inimigo externo, capaz de todos os males, até de provocar terramotos! Extorquiu-se, a tal inimigo, o que dele era. Outros se lhe seguiram. Em nome do socialismo.
É claro, dir-se-á, que a coisa se passa em longes terras e que até pode servir, pela negativa, de exemplo a quem se sente tentado por experiências do género.
Mas diz-nos respeito. Porque pouco falta para as centenas de milhar de portugueses que ali fazem vida começarem a ser espoliadas ou a ser obrigadas a fugir da monumental crise que, a passos largos, o socialismo se vem encarregando de criar.
Diz-nos respeito também porque, empurrados por um governo que não faz instrumento da inteligência, não poucos empreendedores portugueses são levados a lançar os seus negócios naquele desgraçado país. Quando chegar a hora da verdade, que não vem longe (basta que o preço do petróleo não suba), onde irão os investidores portugueses desencantar os créditos a que têm direito? Não terão que voltar com o rabo entre as pernas, arruinados pelo socialismo?
Os conselhos do senhor Pinto de Sousa, grande amigo e irmão político do senhor Chávez, são, neste como noutros casos, coisa a evitar a qualquer preço. Perguntar-se-á como é possível a um dirigente socialista europeu tido por moderado cair nos braços de um ditador sul-americano do calibre de um Chávez.
Porque são ambos socialistas? Porque o senhor Pinto de Sousa está a preparar alguma datcha na Venezuela para quando for defenestrado em Portugal?
Julgo que não. Trata-se de simples burrice, ignorância, palermice.
O pior é que são a burrice, a ignorância e a palermice o que está no poder em Portugal vai para cinco longos e tristes anos.  
 
27.1.10
 
António Borges de Carvalho

MUNDO CÃO

 

As preocupações com o ambiente que, há algumas dezenas de anos, animaram gente de boa-fé e recta intenção, depressa se transformaram em pasto para o que há de pior à face da terra.
Uma multidão imensa de oportunistas, demagogos, cavalheiros de indústria, pseudo cientistas, etc., apoderou-se de uma temática que começou a estar “a dar” e se espalhou pelo mundo, atraindo inocentes estúpidos, multidões mais ou menos ignorantes, hordas de frustrados e de jovens vazios à procura de uma qualquer raison d’être.
Em paralelo, criou-se, com gente ou com papéis - é o caso nacional de “os verdes” - partidos políticos apostados em cavalgar a onda que perante seus ávidos olhos se agigantava.
Vicejaram organizações, à custa, as mais delas, de benesses de um estado medroso, gente que vende “estudos de impacte” e relatórios à maneira, e que se revela à saciedade nas mais inacreditáveis causas, entre nós loucuras como a do fim da barragem de Foz Côa, o “lobotúnel”, o impedimento do nuclear e tantas outras monumentais alarvidades, todas pagas com língua de palmo por um contribuinte exangue às mãos de gente que o desgoverna e explora.
 
Desde cedo houve quem resistisse ao politicamente correcto e continuasse um esforço sério de conservação da Natureza, de cuidados com a bio-diversidade e de outras matérias hoje praticamente caídas no saco do esquecimento e tidas por folclóricas. Trata-se de gente pouca e facilmente descartável pelo establishment. Quem poluía continua a poluir, quem estragava continua a estragar, enquanto a sociedade é mantida no terror que lhe impingem como se da última verdade se tratasse.
 
Dir-me-ão que se trata de um fenómeno universal, e que temos que seguir os demais, sob pena de perdermos a chamada “credibilidade”. Talvez tenham razão.
 
O terror tem sido vendido em ondas sucessivas de aldrabices. Começa nas escolas, onde se ensina que o homem é um predador sem escrúpulos. Por arrogante ganância explora a Natureza sem barreiras. O homem não é, para a moderna “educação", o ser inteligente que, desde que existe, a transforma, usufrui e conduz quanto pode. Nada do que comemos, do que vestimos, do que amamos, seria possível sem esse esforço nobre e hercúleo da espécie humana na transformação do que é natural.
Mas as escolas, em vez de incutir nas criancinhas o orgulho que a inteligência justifica e de as aconselhar a utilizar os dons que têm a bem dos cuidados que o progresso exige, trata de as diminuir e de confundir progresso com delapidação e uso da Terra com crime.
 
Nos últimos anos, assistimos a histerias várias, a princípio veiculadas por organizações bandidas como a green peace, depois assumidas por governos e instituições multilaterais como se, tratando-se de  dogmas, implicassem a salvação da espécie e do próprio planeta.
 
Ele foi a camada de ozono, cheia de buracos, coitadinha. Hoje já não se fala dela. Alterados que foram os compressores dos frigoríficos e as lacas dos cabelos, a camada de ozono perdeu o interesse.
Ele foi a gripe das aves, que ia devastar a humanidade espalhando a morte em imparável e geométrica progressão.
Ele é a gripe dos porcos, hoje reconduzida a uma dimensão quase benigna tão só por se ter descoberto que houve uns tipos que se fartaram de ganhar dinheiro à custa da incompetência da ONU e dos governos.
Ele é uma série de “ameaças”, as mais delas provenientes da cupidez humana, que seria redundante enumerar. 
Ele é, acima de tudo, o chamado aquecimento global, horrível fenómeno que nos vai afogar a todos nas águas montantes dos oceanos, que vai estender o deserto de África ao canal da Mancha, que nos vai matar, atrozmente, de fome, de sede e de suor.
A ONU paga incalculáveis fortunas a um conjunto de oportunistas (admito que haja alguns que o não são) para convencer as gentes que o globo está a “aquecer” e que a culpa é nossa.
Já se provou a manipulação de dados desta gente e o brutal falhanço dos seus modelos matemáticos.
Já se provou que, se a Antártida tem uns gelos a desmoronar-se a Ocidente*, juntou, no mesmo período, mais de cinquenta mil milhões de toneladas por ano de gelo a Oriente, o que quer dizer que, na década em que houve, globalmente, temperaturas mais altas, os gelos da Antártida Este foram acrescentados em qualquer coisa como quinhentos mil milhões de toneladas de gelo!  
Já se provou que, se há uma “tendência” climática demonstrável, ela aponta mais para uma qualquer nova idade do gelo do que para o aquecimento global. O que, aliás, foi afirmado durante anos por várias academias, até que se tornou politicamente incorrecto defender tal tese. 
Já se provou que os ursos do Ártico estão de boa saúde e se reproduzem como nunca.
Já se provou que o desaparecimento de alguns gelos a Norte, se continuar, vai abrir novas rotas à navegação e pôr a descoberto novos campos petrolíferos, isto para não ir mais longe.
Já se provou que a chamada antropogénese do putativo aquecimento é uma balela, pela simples razão que, em recuados tempos, sendo a concentração de dióxido de carbono (7.000 ppm) dezoito vezes o que é hoje (385ppm), a temperatura média da Terra era cerca de metade.
É sabido que a China, os EUA e quejandos, todos juntos, contribuem menos para a formação de dióxido de carbono que… a floresta do Amazonas!
É sabido que, não fora o CO2, a Terra arrefeceria letalmente.
 
E, no entanto, organizam-se conferências milionárias em Copenhaga para obrigar as nações (leia-se o contribuinte) a pagar cotas de CO2, para o comércio das quais já há firmas especializadas e brokers por toda a parte.
E, no entanto, milhares de seres humanos acotovelam-se nas ruas da cidade a gritar por mais compromissos, por mais coisas mirabolantes que não fazem ideia que vão ter que pagar, mesmo que não valham um cordel.
E, no entanto, governos, União Europeia, ONU e companhia, histerizam-se a gritar que a Terra está a morrer e que o homem, grande culpado, ser repelente, tem que pagar pelos males que causou.
 
Querem mais mundo cão que isto?
 
26.1.10
 
António Borges de Carvalho

 

 

* As encostas da calota antártica em desmoronamento, cujas magníficas imagens foram usadas comercialmente pelo vigarista Al Gore no seu filme, nada têm a ver com o "aquecimento global", nem com o CO2, nem com os malefícios da humanidade. Pensa-se que se trata de fissuras interiores, fenómeno que terá séculos de existência e de expansão. Pode também ser fruto das correntes marítimas cuja temperatura subiu por influência do El Niño. Seja como for, trata-se de acontecimento cuja origem estará por baixo da calota, nada tendo a ver com a temperatura da atmosfera. 

ALEGRIAS

 

Depois do santarrão do Louça ter entronizado o beato Alegre, muito tem o homem esperneado a dizer que não é candidato do Bloco de Esquerda. Vá-se lá perceber a diferença política entre ser “apoiado por” ou “do”. A não ser que se trate do rimar de alguma quadra popular ou, tratando-se de tão celebrado poeta, de invernosa écloga, não se vislumbra a diferença.
Sofrendo a criatura, não tão alegre quanto Alegre, da ingente pulsão democrática que - apesar de aliado de longa data aos, à altura, inimigos militares do país - o levou a acompanhar os democratas em 75, não tem rebuço agora em preparar, cuidadosa e detalhadamente, o apoio de um dos partidos comunistas, dos quais, evidentemente, “não é nem será candidato”. De tal forma bem construída estava a marosca, que o Louça nem precisou de reunir a “mesa” da organização para propagandear o indefectível apoio das suas hostes ao declarado futuro candidato. Que não é o seu candidato!
O PC, a bem de formalidades de tipo soviético, apresentará um candidato próprio. O Alegre que trate de ir à segunda volta, ficando desde já garantido que os votinhos dos tovaritches irão parar, ainda que requentados, ao saco dele.
A seu tempo virá o Pinto de Sousa dizer que, após ouvir os quadros, as bases, o secretariado e o Lelo, decidiu que o PS, não como o BE e o PC, de quem o homem não é candidato, o nomeia seu desde a primeira hora. Aldrabice… O Pinto de Sousa foi entalado e bem entalado e, a não ser que aconteça algum milagre ou que perca a cabeça, não terá outro remédio.  
 
Postas as coisas nestes termos, outra frente de combate está a tomar forma. Um pouco por toda a parte aparecem comentadores encartados e opiniosos de nome a chamar a atenção para as origens semi-aristocráticas do indivíduo (o nome dele é Mello-Duarte), para o seu gosto pela caça de elite e pelo tiro aos pratos, pela roupinha do “Picadilly” ou equivalente, e até, imagine-se, pelas suas tiradas, tão acéfalas como incoerentes, sobre “a Pátria”, “os descobrimentos”, “as tradições” e outras coisas que, ou não sabe o que são ou traiu quanto pôde.
Há também quem diga, talvez com razão, que a criatura é o candidato da mais “negra reacção”, desta vez juntando os comunistas (BE/PC) e a direita mais fundamentalista, que estão bem uns para os outros.  
 
Entretanto, o futuro candidato, que não será do BE, nem do PC, nem do PS, nem de ninguém – é capaz de pensar que é de nós todos, t’arrenego! – continua, com aquela ar profundo e ribombante de Adamastor do quarto esquerdo, a dizer inanidades sem sentido nem correspondendo seja ao que for que não seja o desejo ardente de se candidatar à custa delas.
Triste é que um tipo tão gloriosamente oco ainda leve atrás de si seja quem for. Para além da Roseta, claro.
 
24.1.10
 
António Borges de Carvalho

PONHA-SE A PAU!

 

Desta vez, nada de política.
Falemos de informática, marosca de que percebo aproximadamente nada, mas que utilizo com gosto e sofro q.b.
 
Aqui há tempos, alguém me mandou uma mensagem dizendo “queres ser meu amigo?”. Tratando-se de pessoa que já era minha amiga, tratei de saber do que se tratava. Piquei na coisa. Passos passados, eis-me metido no “Facebook”. Bom, lá estava a minha amiga, com fotografia e tudo, bem como mais uma série de criaturas que não faço ideia quem são e que se dedicam a anunciar o seu “perfil” e o seu focinho, na esperança de encontrar imateriais “amigos”. Alinhei, sem perceber que me metia numa camisa-de-onze-varas. Comecei a receber as mais inacreditáveis propostas. Não vou referi-las, porque não interessam.
O que interessa é que, dois ou três dias depois, decidi que era preciso sair daquela floresta de estupidez.
 
Para ajuda de alguém que me leia e que tenha problema semelhante, aqui vai o que acabei por descobrir.
 
Faz-se assim:
- Abre-se a janela “parâmetros”, depois activa-se o comando “conta”;
- Pica-se então em “desactivar”;
- Vai daí, entra-se com os respectivos dados;
- Depois pica-se em “desactivar a minha conta”.
Tudo bem. Mas, atenção! Todos os dados, perfil, fotografia, ligações, lista de “amigos”, etc., ficam, quietinhos dizem eles, nos servidores do tal “Facebook”, o que, evidentemente, quer dizer prontos para ser utilizados, sabe-se lá como ou por quem.
 
Quem queira livrar-se mesmo deste campo de concentração electrónico terá que trabalhar mais um bocado:
- Pica em “acolhimento” (o léxico pode variar), depois selecciona, em baixo, à direita, “a propósito”, “publicidade”, etc.;
- Vai ter a uma coisa que se chama “confidencialidade”, na rubrica “modo de emprego”;
- Desce pelo texto até à secção “políticas de confidencialidade e segurança na internet”;
- Agora, pica em “desactivação, supressão e contas de defuntos”;
- Escolhe a segunda opção, “quero suprimir a minha conta de forma definitiva”;
- No primeiro parágrafo, a máquina reza o conselho de “desactivar a conta conforme previamente explicado”(!), isto é, ficando lá tudo na mesma;
- No fim da última frase do segundo parágrafo pica em “aqui”, para enviar um formulário requerendo (não ordenando, note-se) a supressão definitiva da conta;
- Surge então uma simpática e muito democrática mensagem, chamando a atenção do infeliz para que jamais poderá reactivar a conta ou recuperar o seu conteúdo;
- Para confirmar, pica em “enviar”;
- Agora, pedem a palavra passe;
- O “cidadão” bota a palavra passe;
- Não sendo suficiente, mandam-no digitar o “código de segurança”;
- O “cidadão” digita.
 
Julga que chegou ao fim. Nem pensar!
- Tem de ficar à espera de uma “mensagem electrónica que lhe será enviada para autenticar o pedido”;
- Responde, autenticando.
 
Acabou-se? Não queria mais nada?
- Tem quinze dias para pensar;
- Se, durante estes quinze dias o filhinho do “cidadão” resolver ligar a máquina àquela coisa, está frito;
- De novo no “Facebook”, se quiser sair… volta ao princípio.
 
Voilá.     
  
Não sei se os manuéis alegres e as anas gomes da nossa praça (lá vem a política…), sempre tão preocupados com aquilo a que chamam “direitos humanos”, se preocupam com as miríades de ditaduras desta natureza que andam por aí a condicionar a vida de cada um e a transformar aquilo que poderia ser um instrumento de liberdade num antro de ditadores apostados em tornar a pessoa humana num escravo dos big brothers que fabricam.
Também não sei se alguma “entidade”, da multidão de “entidades”, “autoridades”, “agências” que o socialismo criou e nós pagamos para fiscalizar a nossa vida, alguma vez se debruçou sobre este tipo de coisas, nem se as “comissões” que por aí andam à nossa custa, como a de “protecção de dados” são “competentes” para fazer seja o que for a este respeito.
 
Estamos entregues aos bichos, às bichas, às “entidades”, às “autoridades”, às “comissões”, às “agências”. E ao Pinto de Sousa.
Gaita.
 
24.1.10
 
António Borges de Carvalho

REABILITAÇÃO URBANA. MAIS UM MALEFÍCIO DA MORAL REPUBLICANA

 

 
Segundo as empresas de construção, para reabilitar os edifícios em mau estado são necessários nada menos de vinte mil milhões de euros. Eis o que a rapaziada dos andaimes poderia facturar se o património construído fosse reabilitado.
Não custa a acreditar que o número esteja mais ou menos certo.
 
Se perguntarem ao Costa & C.ª onde se vai descobrir este tipo de trocos, o homem dirá que já respondeu.
É fácil. Duplica-se ou triplica-se o IMI a quem tenha o património em mau estado, toma-se posse administrativa dos prédios, põe-se os inquilinos a pagar as obras e a descontar nas rendas, obriga-se os proprietários a vender o que não querem vender (!), etc.… enfim uma série de receitas socialistas do mais refinado espírito, gostosamente aplaudidas pelo Fernandes, pela Roseta e pelos camaradas do PC.
 
Umas perguntas se pode pôr, com toda a inocência:
Porque é que os proprietários dos imóveis deixam o seu património degradar-se como se degrada?
A que proprietário pode interessar ver o que é seu em estado lastimável?
 
As respostas são óbvias.
 
Porque é que as coisas chegaram onde chegaram?
A resposta também é óbvia, mas merece algumas considerações.
 
Nos horrendos tempos da I República - desgraça que esta pobre Pátria se prepara para comemorar - lançou-se uma medida de vasto alcance “social”: o congelamento das rendas.
De uma forma ou de outra, esta brilhante iniciativa foi continuada pela II República, vindo a III República a estabelecer um regime de actualizações que manteve contidas as rendas antigas (sem prazo e com sucessão) e libertou o mercado no que às novas (a prazo) diz respeito.
Assim, genial e republicanamente, duas classes de cidadãos foram criadas: a dos que têm “direito” a pagar quase nada e a jamais largar o locado (casas, apartamentos, lojas, lojecas e escritórios), e a dos que pagam valores às vezes exagerados, com contratos a termo. Filhos e enteados do socialismo republicano.
No paroxismo da loucura, o primeiro governo do senhor Pinto de Sousa deu à luz um dos mais estúpidos diplomas legais da história da Humanidade: o NRAU, paranóia jurídica que consiste em dizer que “actualiza” as rendas ao mesmo tempo que cria um imbróglio de tal forma arrevesado que jamais produzirá outro efeito que não seja o de aumentar o IMI a quem cair na asneira de se meter nele.
 
Os resultados das malhas que o império da burrice criou estão à vista. Perante eles o que o poder faz é cair a quatro patas em cima da gente que anda a roubar há cem anos, a ver se lhe saca o dinheirinho outra vez.
 
Se fizermos um cálculo modesto, sempre por defeito, poderemos perceber melhor do que se trata.
Para um universo de 150.000 fracções com uma renda média de 35 euros, partindo do princípio que essa renda média, a valores de hoje, seria de 500 euros, teremos que, nos últimos 35 anos (III República), o Estado proibiu o mercado de receber nada menos que o equivalente, nos nossos dias, a 29.950.000.000 (vinte e nove mil novecentos e cinquenta milhões de euros), ou seja, aos proprietários dos imóveis foi pura e simplesmente roubada uma importância que, por defeito e considerando só os anos da III República - dita democrática, de direito e solidária - se poderá cifrar em 29.232.000.000 (vinte e nove mil duzentos e trinta e dois milhões de euros).
Dava para pagar as obras aos patos bravos e ainda sobrava uma pipa de massa.      
Faça-se as contas como se fizer, as conclusões serão sempre deste tipo.
   
Dirão que estou doido. Não será bem assim.
Se é evidente que dificilmente se poderá pagar aos proprietários o que se lhes roubou, não menos evidente é que as autoridades governamentais, os costas, aderentes e simpatizantes, deveriam partir do ponto de vista contrário ao que o socialismo e a República lhes meteram na cabeça: que a propriedade é um crime e que os proprietários são uns malandros por definição.
 
Não é fácil mudar as mentalidades. Pô-las de pernas para o ar ainda menos.
 
Mas, que diabo, diz-se que o comunismo acabou em 1975. Talvez. O que não quer dizer que o proclamado Estado de Direito tenha alguma coisa a ver com o país em que vivemos.   
 
19.1,10
 
António Borges de Carvalho

MISTERIOSA MANOBRA

 

Com a devida “contenção”, tem vindo a ser anunciada a saída do Prof. Marcelo da RTP. A desculpa é que, saído o Vitorino, não se justificava que o Marcelo lá ficasse. Teoricamente, talvez pudesse ser assim. Na prática, o que acontece é que, fugido um comentador socialista, foi corrido o mais verrinoso inimigo do PSD, fulano que, ao longo de anos, se dedicou a destrui-lo, primeiro na TVI, depois na RTP.
Se não havia contraditório na TVI, também nunca o houve na RTP, uma vez que os dois comentadores de serviço estavam, indefectível e inabalavelmente ao serviço do PS. E, nesta matéria, muito mais eficaz era o Marcelo que o Vitorino.
Quando o Marcelo saiu da TVI teve honras de “saneado”, foi recebido de emergência pelo Presidente Sampaio, com quem colaborou activamente para a destruição da maioria parlamentar e para a defenestração do governo PSD/CDS. Como é sabido, o PSD, certamente para grande felicidade do fulano, nunca mais voltou à tona de água.
É um mistério que, agora, a administração da RTP, fiel servidora do governo do senhor Pinto de Sousa, tenha posto na rua um colega de serviço.
A não ser que… a não ser que o tal Marcelo tenha aproveitado a boleia do Vitorino para ficar “livre” para se candidatar a chefe do PSD, com a nobre intenção de destruir, por dentro, o que dele resta, já que, por fora, a missão está cumprida.
 
17.1.10
 
António Borges de Carvalho

UMA SAÍDA INFELIZ

 

É do conhecimento de quem o lê que o IRRITADO é um admirador do Dr. Pedro Santana Lopes. Considera-o um homem sério, coerente, e com ideias claras e bem definidas. Foi, aliás, por isso, que, há quase cinco anos, se reuniram as forças da inveja, do medo e do socialismo para apear o que era talvez o melhor governo dos últimos trinta anos.
Mas o IRRITADO não tem nada de fundamentalista. Por isso que aqui deixe um grito de revolta contra a infeliz declaração de apoio a Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto putativo candidato à liderança do PSD, que o Dr. Santana Lopes expressou no “Expresso”. Tratar-se-á de acto falhado, de lapsus linguae, de inexplicável hiato de bom senso, de exagerado maquiavelismo? Não sei. O que sei é que o senhor Pinto de Sousa deve estar contentíssimo, tão contente quanto o IRRITADO está triste.
 
17.1.10    
 
António Borges de Carvalho

MENTIRAS REPETIDAS

 

A velha frase, julgo que do camarada Vladimir Ilitch Ulianov, que reza que uma mentira, se muito repetida, se torna verdade, deveria ser erigida em lema pelo senhor Pinto de Sousa.
Dois exemplos:
Logo que tomou posse, o senhor Pinto de Sousa tratou de mandar cozinhar um défice virtual que se apressou em tornar real através da propaganda. Défice que jamais existiu, mas mentira de tal forma repisada que, quase cinco anos depois, já se tornou verdade na cabeça da maioria dos eleitores.
Nos últimos tempos, diariamente, às vezes mais que uma vez por dia, o senhor Pinto de Sousa e o seu ministro das finanças tecem as mais rebuscadas ameaças ao país, o qual, na boca de tal gente, vai ser vítima de uma subida de impostos proveniente da abolição do pagamento especial por conta. Culpa da oposição, como é óbvio.
Como o nome indica e os socrélfios sabem de ciência certa, o pagamento especial por conta não é um imposto, mas um adiantamento sobre um putativo IRC. Portanto, o que o governo, se se preocupasse em falar verdade, isto é, se tivesse vergonha na cara, poderia alegar, seria que a falta desse adiantamento, não tendo qualquer influência em imposto nenhum, viria causar ao Estado problemas de tesouraria.
O que o governo faz, ao mesmo tempo que matraca as nossas cabeças com a protecção às pequenas e médias empresas mediante milhões e milhões que nunca ninguém viu, é passar os seus problemas de tesouraria para tais empresas mediante a imposição do PEC, a que se junta a trimestral rebaldaria do Estado com os dinheiros do IVA.
Facto é que (mais) esta mentira, judiciosamente propagandeada, também é capaz de se tornar verdade!
 
16.1.10
 
António Borges de Carvalho

COMO SE FAZ “HISTÓRIA”

 

Ouvi ontem, com o maior dos espantos, um fulano do PSD, conhecido pelos palavrões que diz no parlamento e pelas suas simpatias “homo”, declarar que se impunha rever a lei quadro do ambiente, iniciativa do Eng.º Pimenta (conhecido, dadas as suas dimensões, por Pimentinha) há mais de vinte anos, ficando a Pátria a dever a este notabilíssimo e tão prendado senhor um diploma de inigualável valia e grande influência no nosso colectivo devir.
Vejamos como foi.
Havia três projectos de diploma (do PS, do PSD e do deputado independente Borges de Carvalho, a que o CDS aderiu). Não me compete, por razões óbvias, defender este último. Fizeram-no por mim insuspeitas entidades, tais como o WWF e a UICN. Basta. Os três projectos foram aprovados na generalidade e baixaram à comissão.
O presidente da comissão de ambiente era o já falecido Eng.º Rosado Correia, notório maçon do PS, ex-ministro das Obras Públicas, que de ambiente pouco sabia, como aliás confessou.
À altura, o Eng.º Pimenta fez um acordo com o PS para esmagar o terceiro projecto, aprovando uma mistura dos outros dois. A coisa correu de tal e tão totalitária forma que o autor do terceiro projecto requereu a gravação das sessões, a fim de poder vir a denunciar o que se tinha passado, e como se tinha passado. Como é evidente, quando, tempos mais tarde, foi à procura das gravações… tinham-se “perdido”.
O presidente da comissão e o Eng.º Pimenta cozinharam uma caldeirada de normas, coisa dificilmente compaginável com o conceito de lei quadro e rigorosamente irregulamentável e inaplicável, como o futuro veio a demonstrar à saciedade.
Esta a grande obra do Eng.º Pimenta. O facto de, vinte e dois anos depois, o tal Eng.º ainda se gabar deste feito através de terceiros que “educou”, é marcante da personalidade em causa, hoje riquíssimo tycoon das chamadas energias renováveis.
 
Não resisto a contar, dos feitos do Eng.º Pimenta, outra história exemplar.
Desde o 25 de Abril que todos os subsecretários de Estado do ambiente, todos os secretários de Estado do ambiente, todos os ministros do ambiente, se esforçaram por acabar com o cancro das barracas, casotas e casinhas que povoavam os areais do Portinho da Arrábida. Foram feitas dezenas de reuniões com as inúmeras entidades envolvidas na questão, em todas se chegando à mesma conclusão: é preciso demolir aquela porcaria.
Até ao consulado do Eng.º Pimenta, porém, ninguém o fez. Pimentinha, o herói, levou a cabo a difícil tarefa e dela guardou todos os louros. De tal forma que ninguém pôs em causa a heroicidade do nosso homem. Nem ninguém se lembrou de perguntar se havia alguma coisa por trás do feito, para além da formidável personalidade do homem.
Havia. A entidade encarregada da demolição era a Câmara de Setúbal, com os seus bulldozers e caterpillars. Desde as primeiras eleições autárquicas, tinha tal câmara sido tomada pelo PC, partido próximo de boa parte dos “moradores” da praia do Portinho. Sendo Pimentinha secretário de estado, o PS (Mata Cáceres) ganhou pela primeira vez as eleições em Setúbal.
Foi Mata Cáceres quem mandou demolir as barracas, na base de decisões tomadas ainda o Pimentinha era ninguém!
O antecessores de Mata Cáceres diziam “pois, com certeza, têm os ilustres membros do governo e demais entidades toda a razão”. Depois, ficava tudo na mesma.
Devida embora a vários governantes de vários governos e ao senhor Mata Cáceres, a demolição foi, em exclusivo, creditada na conta do Eng.º Pimenta, pessoa que, para tal, nada, mas nada, fez, a não ser apresentar-se para colher os louros.
 
Assim se faz “história”.    
 
16.1.10
 
António Borges de Carvalho

AS CARAS DO SENHOR PINTO DE SOUSA

 

 Segundo se pode concluir das actividades do ministro da justiça deste governo, o ministro da justiça do governo anterior era uma besta.
Segundo se pode concluir das actividades do ministro da agricultura deste governo, o ministro da agricultura do governo anterior era um cretino.
Segundo se pode concluir das actividades da ministra da educação deste governo, a ministra da educação do governo anterior era uma cavalgadura.
Segundo se pode concluir das actividades do ministro da defesa deste governo, o ministro da defesa do governo anterior era um panhonhas.
Segundo se pode concluir das actividades da ministra da saúde deste governo, o ministro da saúde (o primeiro) do governo anterior era um incompetente.
Segundo se pode concluir das actividades do ministro do parlamento deste governo, o ministro do parlamento do governo anterior era um arruaceiro.
Segundo se pode concluir das actividades do ministro das finanças deste governo, o ministro das finanças do governo anterior (o mesmo!) andou quase cinco anos a enganar o povo.
Segundo se pode concluir das actividades da ministra da cultura deste governo, o ministro da cultura do governo anterior não prestava para nada.
Segundo se pode concluir das actividades do ministro das obras públicas deste governo, o ministro das obras públicas do governo anterior era um fala-barato.
 
Como o primeiro-ministro continua a ser o senhor Pinto de Sousa, haverá que concluir, ou que o dito tem duas caras (ou três ou meia dúzia), ou que o dito só tem palha dentro da cabeça, ou ainda que é um aldrabão do caraças. Ou todas à vez.
 
14.1.10
 
António Borges de Carvalho

BRILHANTÍSSIMA INICIATIVA

 

O distinto Tribunal de Contas, de fiscalizador da conformidade das contas públicas com a Lei passou a investigador (mais um!) da parece que generalizada corrupção da função pública, dos políticos e dos autarcas.
E não é de modas. Resolveu impor a grande parte desta malta - umas setecentas entidades, ou coisa que o valha - que elaborem um “plano contra a corrupção”.
Dando de barato que o Tribunal de Contas tem competência (terá?) para dar estas ordens, estamos perante uma extraordinária iniciativa. Na floresta de novas leis, de propostas, de “entidades”, de santas almas interessadas na matéria, o Tribunal de Contas quer juntar à chusma nada menos que mais setecentos planos, propostas, etc.. Ainda por cima, rezam os meios, a elaboração de tais coisas é “obrigatória”. O Tribunal de Contas, que anda a contas com a total ineficácia ou inaplicabilidade das sanções que tem (terá?) à disposição, resolve tornar estes “planos” obrigatórios. O que acontece a quem não os apresentar? Nada.
O que vai acontecer é que o mar de planos se vai converter em deserto, uma vez que a) não se pode aplicar todos, por evidentes contradições, b) se o Tribunal “codificar” os planos, haverá quem não aceite a codificação, c) para que tal codificação se torne lei, tem que sofrer o escrutínio dos políticos, partidos, comissões parlamentares, etc., os quais, como é evidente, vão arranjar uma discussão de tal ordem que nada, ou pouco do que produzirem, terá a ver com as magníficas ideias dos setecentos ou com a brilhantíssimas iniciativas do Tribunal de Contas.
 
Ou seja, como já disse há dias, tudo vai, paulatinamente, ficar como estava.
 
14.1.10
 
António Borges de Carvalho

HAJA QUEM EXPLIQUE

 

Nos tempos modernos, os países “evoluídos”, portadores de “novos valores” e atentos aos “direitos humanos”, “abriram-se às novas realidades” e integraram na moral vigente muito do que era proibido ou tolerado sem ser encorajado na moral antiga.
 
A descoberta da contracepção libertou a mulher das peias que envolviam a sua sexualidade. Muito bem.
A partir daí, tolerância, compreensão e o apoio social estenderam-se a todas as práticas e a todas as forma de expressão das hormonas e dos hábitos de cada um.
Quem se ocupar uns minutos a ler as manchetes das dezenas de revistas presentes nas bancas ou dedicar umas horas a ler as mesmas publicações nas salas de espera dos consultórios médicos, encontra centenas de gentis meninas que foram passar uns dias às Caraíbas com o namorado, o qual, entretanto, já arranjou outra, a qual, na capa de outra revista, aparece na marmelada com um terceiro, o qual não sofre de ejaculação prematura e lhe prolonga o prazer, sendo que, aos dezasseis anos, já se orgulhava de “conhecer” duas turmas inteiras (m/f) da Escola Três mais Oito e que é sobrinha daquela actriz, ou daquela modelo que largou o marido para se dedicar ao Zéquinha que tem menos 20 anos e é óptimo em beijinhos íntimos embora ande a pensar em mudar de “orientação sexual” por causa de um colega da instrução primária que encontrou 20 anos depois. Et cetera, por aí fora, um nunca acabar de direitos, liberdades e garantias universalmente defendidos como esteio da nova ordem que é preciso, no parecer do Louça, do Pinto de Sousa e “famílias”, tornar acessível e querida de toda a gente.
 
No meio desta coisa, aparece, nos EUA, um milionário que, sendo o melhor jogador de golfe (the best way to spoil a nice walk) do mundo, parece não ser especialista em fidelidade conjugal. Rebentada a bronca, se calhar bem preparada…, o rapaz passou um cheque de 300 milhões de dólares (uns meros 40 milhões de contos, calculados por defeito) que entregou à legítima, coitadinha, a fim de lhe minorar o desgosto.
Até aqui, tudo mais ou menos bem. Enquanto o assunto se passa no terreno do ex?-casal, ninguém terá nada com isso.
O pior é que a questão se tornou universal. Nos EUA, o homem perdeu uma data de contratos e teve que se retirar das porradinhas nas bolinhas, isto é, pelo menos para já, perdeu o seu ganha-pão. Os meios de informação universais, incluindo os do Pintodesousistão, erguem-se em uníssono, subitamente possuídos de profunda indignação moral, contra os desmandos extraconjugais do mulato.
 
Como se explica esta incongruência? Então a mesma sociedade “correcta”, que tudo permite, propagandeia e apoia, confunde os buracos do golfe com outros que nada têm a ver com a profissão do homenzinho? Então que mal faz ao golfe, ou à sociedade em geral, que o tipo não respeite os seus compromissos matrimoniais?
Aposto que se o homem descobrisse que a sua “orientação sexual” o empurrava para os braços de algum tipo da luta livre, a mesma sociedade “correcta” contemplaria, embevecida, a sua nobre e corajosa “opção”.
 
Como se explica isto?
Não mo venham perguntar, porque me irrito.
Perguntem ao arcebispo Louça e ao camarada Pinto de Sousa.   
 
14.1.10
 
António Borges de Carvalho

NOTÍCIAS DA POCILGA

 

 
1.   A Exmª Srª Doutora Dona Clara Pinto Correia, quarentona conhecida por plagiar artigos inteiros de uma revista americana vendendo-os a seguir, assinados por ela, a uma portuguesa, bem como por fazer programas culturais na rêtêpê2 em que se mostrava a dizer disparates em poses eróticas com um homem pela trela, brindou o povo, com a colaboração de jornais e outros meios (cf. www.sapo.pt) , com magníficas e artísticas poses que mostram à plebe como se comporta quando é levada aos píncaros dos estertores do orgasmo. De notar, para além da demonstração das contorções do seu já usado fácies em tais preparos, que não se sabe o que motivou os espasmos, quiçá para insinuar, de acordo com o senhor Pinto de Sousa, que a coisa pode provir de acção de homem, mulher, ou tratar-se de manobra meramente digital. Realce-se ainda a magnífica dentadura da senhora, certamente a fazer jus às artes de um dentista brasileiro com consultório na Musgueira Norte. Exemplar!
2.    Um bando de fulanos e fulanas não arranjou melhor maneira de dar largas à sua personalidade que andar de metro em cuecas, com o ar mais sério deste mundo. O IRRITADO morre de inveja por não conseguir divertir-se com este tipo de coiros.
3.    Uma série de intelectuais da praça socrélfia veio à estampa com diversas publicações de cariz “moral”, destinadas a explicar às criancinhas que tanto faz ter pai e mãe, como só mãe ou só pai, como ainda, e principalmente, que se pode, com toda a normalidade, ter dois pais ou duas mães, coisa que a moral da pocilga defende e aconselha. Tais e tão didácticos materiais vêm acompanhados de sugestivas ilustrações, mostrando, por exemplo, dois estafermos barbudos em doces poses com criancinhas. Trata-se, segundo as santas almas, de proporcionar às ditas condições psicológicas que evitem vir a sentir-se discriminadas nos diversos meios sociais por viver com dois paneleiros ou duas fufas. Acrescentam as luminárias que as crianças não têm conceitos de base já formados, pelo que aceitam como bom aquilo a que forem, desde pequenas, habituadas, só havendo que dar-lhes explicações por causa do mundo cruel e “homófobo” em que são obrigadas a viver. Maior trampa nunca vi.
4.    Um bando de socialistas anda para aí a juntar assinaturas para “pressionar" o Presidente da República a promulgar a lei da fufo-mariquice. O que nos poderá valer é que, para o bem e para o mal, o dito Presidente é um nhurro do caraças.     
    
Assim vai a pocilga.
 
12.1.10
 
António Borges de Carvalho

 

Pág. 1/2

O autor

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2006
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub