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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

DEFENDENDO O SENHOR PINTO DE SOUSA

 

O senhor Pinto de Sousa encontrou um inesperado defensor. Trata-se do comentarista e  storytteller Tavares. Sempre impante da mais petulante originalidade e prenhe de “altura moral”, o homem a quem o “Expresso” entrega, e paga, uma página inteira todas as semanas vem dizer-nos:
 
a)   Que a liberdade de expressão existe, pujantemente, em Portugal.
Pois existe. É por isso que querem dar cabo dela. Se não existisse não era preciso tanta guerra.
 
b)   Que o Dr. Rangel fez muito mal em levar o assunto das escutas ao parlamento europeu, ainda que se tenha redimido com um bom discurso de candidatura.
Conceda-se.
 
c)   Que está cheio de “nojo”, coitado, por causa das “verdades” (aspas dele) que têm vindo nos jornais e dos “atropelos sem vergonha do segredo de justiça”, que põem a nu coisas deveriam ser secretas, uma vez que, se não serviram para a justiça também não deviam ser servidas ao respeitável público.
Pois é, o interesse público não interessa, o que interessa é a “privacidade” de uns senhores que estão a ser criminalmente investigados e que conspiram na sombra para obter, via dinheiros públicos (e que fossem privados!) mudanças na orientação da informação.
 
d)   Que os sindicatos judiciais não têm competência para se pronunciar sobre estas matérias.
Aqui, tem o homem razão.
 
e)  Que acha muito bem que o director do JN tenha censurado o artigo do Crespo.
Pois é. É o mesmo que o director do “Expresso” devia fazer aos artigos do Tavares quando se espraiam em alarvidades e em acusações sem fundamento “legítimo”.
 
f)    Que tem asco ao director do Sol e às suas diligências para salvar o jornal, sobretudo porque acusa “aos quatro ventos” as pressões governamentais a que diz, sem que seja quem for desminta, ter sido sujeito.
Claro como a água mineral. Os directores dos jornais devem adorar ser pressionados se as pressões vierem do sacrossanto governo. Devem agradecê-las e, em princípio, agir em conformidade. Se não agem em conformidade, devem agradecer que os banqueiros do governo os estrangulem financeiramente, em vez de ir à procura de investidores.   
 
Posto isto, o nosso cronista cai em si. Lá que há fumo, há. Onde estará o fogo? E continua:
 
g)   “Ultrapassado o asco e o nojo… fica o conteúdo e, esse, é inquietante”. “As escutas reveladas pelo “Sol” confirmam várias coisas”: a promiscuidade pública/privada, o papel das empresas públicas, etc., tudo aproveitado pelos boys para os mais terríveis malefícios. Coitado do primeiro-ministro. Os seus “amigos e protegidos” são “tão pouco recomendáveis como ele”.
O raciocínio é simples: os aparachiks de serviço são, acima de tudo, culpados de incompetência. Se fizessem as coisas como deve ser não eram apanhados com a boca na botija. O primeiro-ministro, por seu lado, ainda que não seja um tipo “recomendável”, foi, coitadinho, apanhado nas malhas que a incompetência dos áulicos teceu.
 
h)   Depois, chega o cronista ao cerne da questão. Assim: “não tenho dúvida de que Sócrates engendrou, consentiu ou sabia… que a PT queria comprar a TVI… parece que pelas piores razões”.
Então, se é tudo uma vergonha, a violação do segredo de justiça, a publicação das escutas, o artigo do Crespo, etc., porque raio de carga de água se permite o Tavares fazer tais acusações ao primeiro-ministro? Era tudo verdade? Se era tudo verdade, manda o interesse público que viesse a público!
 
i)     E lá vem a solução. Como o problema o é da incompetência dos boys, “aqueles meninos que Sócrates andou a colocar nas suas golden shares ou nas suas golden opportunities, têm que ser varridos imediatamente, sem apelo nem agravo”, já que “congeminam para o ‘chefe’ serviços que envolvem o compromisso de centenas de milhões de euros dos contribuintes”.
Corridos os boys, fica o problema resolvido. Impoluto e firme, o primeiro-ministro tem todas as condições para o cargo! Tem alguma culpa que os boys andem a congeminar para ele?
 
j)     Finalmente, o nosso storyteller entra no coro dos que pedem a demissão do PGR.
De acordo.
Não se percebe, depois de tanto arrazoado, por alma de quem é pedida a cabeça do Dr. Pinto Monteiro. Se o seu “crime” foi o de proteger o primeiro-ministro… tão criminoso é ele como o Tavares.
   
Enfim, uma sibilina defesa do senhor Pinto de Sousa. Já não é a primeira vez mas, desta, o exagero cínico do Tavares sobe a grande altura.
 
14.2.10
 
António Borges de Carvalho

MISSIVAS

 

De um amigo socialista e pedreiro livre, recebeu o IRRITADO a seguinte mensagem:
 
Caro António
 
Tenho lido com algum desgosto o teu encarniçamento anti Socrático.
Espero que a leitura desta entrevista no jornal "I" de Sábado possa contribuir para te elucidar melhor sobre estas matérias, visto que o entrevistado (Proença de Carvalho) é reputadamente insuspeito.
 
Subscreve-se este socialista, que com todos os seus defeitos , dele,  acha que o Pinto de Sousa fez mais pelo país que o PPD todo junto.
 
Um triplo Abraço Fraterno:.
 
xxxxxxx
 
Post scriptum: Se escrevesse  PS pensarias logo outra coisa....
Quero ver se inseres a entrevista no teu blog.
 
 *
 
Foi a seguinte a resposta do IRRITADO:
 
Caro xxxxx
 
Francamente!
Julgava que, apesar de socialista, tinhas alguma independência intelectual.
A entrevista (esqueceste-te de a anexar, mas não faz mal, já a conheço) é o que é, um advogado a defender quem lhe paga.
 
Insuspeito, o Proença? Valha-me Santo Esculápio! Um gajo que foi da direita, que apoiou o Costa, que apoiou o Pinto de Sousa, que apoiará quem lhe convier, insuspeito? Não podia ser mais suspeito.
Se aceitou patrocinar o canalha, tem que o defender, o que não é difícil. Basta pegar nos argumentos da trupe e envolvê-los num paleio jurídico mais ou menos tonitruante. Aliás, para falar em juristas, há para aí uma floresta deles e cada um diz a sua coisa.
Ainda não perceberam que as pessoas se estão nas tintas para saber se há crime ou não?
O que as pessoas sabem é que têm um primeiro-ministro que é um canalha, e têm vergonha de ter um primeiro-ministro que é um canalha. Estou a falar de POLÍTICA, não de catracas judiciais.
 
Não haverá, no PS, gente que o Pinto de Sousa não tenha agarrada aos tentáculos?
Não haverá, no PS, gente que mantenha algum sentido de honra, alguma vergonha na cara?
Não haverá, no PS, gente que perceba que tem a obrigação política, moral e patriótica de mandar o aldrabão para casa e arranjar quem o substitua?
Não haverá, no PS, alguém que perceba o substancial e deixe da andar agarrado à forma?
Nem tu? Que fidelidades são estas, que interesses são estes, que patriotismo é este?
 
Diz-se por aí que a primeira pessoa a defender que o PS devia arranjar alguém para substituir a criatura foi o Capucho. Mentira, o IRRITADO anda a dizê-lo há meses. Não se trata de tirar o PS do poder (disso é especialista o Sampaio) mas de recuperar a dignidade do PS.
 
Tudo isto é uma tristeza, xxxxx. Uma tristeza ver afundar-se o regime que a nossa geração fundou na lama bolsada por um demagogo ignorante e palavroso, trauliteiro e ultramontano.
 
É pena, xxxxx. 
Bom, de qualquer maneira a vida continua enquanto formos acordando vivos. Envergonhados mas vivos. Pouco mais nos resta.
 
A seguir, para dar alguma alegria a esta manhã de sombras e ameaças, uma coisita que acabo de receber.
 
Abraço
 
António
 
 
 
 
Sōkrátēs buscava o Conhecimento. O seu método para alcançá-lo era  o diálogo e a humildade de formular todas as perguntas. Sócrates prefere o Desconhecimento. O seu método para alcançá-lo é o monólogo e a arrogância de calar  todas as perguntas.
 
Um pensamento de Sōkrátēs - Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente.
Um pensamento de Sócrates - Quatro características deve ter um juiz: não ouvir escutas, responder obedientemente, ponderar nos riscos que corre e decidir se quer continuar a ter emprego.
 
Sōkrátēsprovocou uma ruptura sem precedentes na Filosofia grega.
Sócrates provocou uma ruptura sem precedentes na Auto-Estima portuguesa.
 
Sōkrátēs tinha um lema: Só sei que nada sei. Sócrates tem um lema: Eu é que sei.
 
Sōkrátēs auto-intitulava-se "um homem pacífico".
Sócrates auto-intitula-se "um animal feroz".
 
Sōkrátēs foi condenado à cicuta. Sócrates foi condenado pelas escutas.
 
Sōkrátēs deixou-nos incontáveis dádivas. 
Sócrates deixa-nos incontáveis dívidas.
 
(autor desconhecido)
 
 
  

14.2.10

 

António Borges de Carvalho 

 

 

 

OS NOVOS FASCISTAS

 

Como os seus leitores habituais bem sabem, o IRRITADO é “céptico” no que diz respeito ao chamado “aquecimento global”, ora credor da eufemística designação de “alterações climáticas”.
Ao longo destas crónicas, tem o IRRITADO adiantado alguns argumentos que lhe parecem lógicos, isto para não se ficar pelo frio de rachar em que está metido, pela ausência, há uns três anos, de verões dignos desse nome e por tantas outras verificações empíricas que contrariam o politicamente correcto e estão à vista de toda a gente.
Desta vez, porém, vale a pena fazer algumas considerações de ordem “religiosa”, ou ideológica, se quiserem.
Num artigo de jornal, um senhor José Vítor Malheiros vem descobrir a própria careca e a dos “crentes”.
Antes de mais, queixa-se de que anda a ser vítima de umas “barragens de mails”, espalhados por infiéis que contestam as três verdades que, para os “crentes” são indiscutíveis e insusceptíveis de ser postas em causa, a saber: “a) o planeta está a aquecer, b) o aquecimento do planeta pode provocar uma catástrofe climática, c) o aquecimento do planeta é em grande medida de origem humana”.
Escusado será repetir que o IRRITADO acha que todas estas verdades são mentiras, já tendo vertido nestas páginas, umas quantas provas de que tem razão, das centenas, ou milhares delas que estão à disposição de quem se interessar pela coisa.
O homem queixa-se amargamente de haver gente que não acredita na “verdade” e que chega ao ponto, imagine-se a heresia, de “fornecer às pessoas links para sites que contestam o aquecimento global. Como quer arranjar uma explicação para a coisa, vai buscar a velha tese de que se trata de uma conspiração urdida e financiada pelo grande capital, a fim de poder continuar a vender petróleo e a produzir o tenebroso CO2, o tal que “aquece” o planeta. O grande capital pretende “apagar da mente dos cidadãos de todo o mundo o conhecimento que têm do aquecimento global”. E continua: “ O objectivo é apresentar o ponto de vista dos chamados ‘cépticos’ como sendo tão válido como o ponto de vista consensual na comunidade científica, defendido pelo IPCC, e forçar os media a tratar ambas as perspectivas de uma forma ‘equilibrada’, de forma a lançar a dúvida entre os cidadãos e a reduzir o apoio político ao combate ao efeito de estufa”.  
O coronel Xis, do "exame prévio" não se expressaria com mais propriedade. Não só não é legítimo não estar de acordo com a filosofia oficial, como pô-la em dúvida significa estar a influenciar as pessoas para a desconfiança. Exemplar!
Os media, na ausência de “jornalistas especializados”, “são cada vez mais pressionados a produzir prosa a metro e onde a competência” cede perante a confusão com o balanced reporting. Assim, os media resumem o seu papel a citar os dois lados da discussão, estando tal discussão “viciada por interesses escondidos”. E esta, hem? 
Tudo isto por acção do “lóbi da contra-informação”. Nem mais!
Estes pedaços de prosa têm que se lhes diga.
Para a ideologia dos Malheiros deste mundo, tal como para o Benito Mussolini e para o Mamud Amadinejá, as suas verdades são as verdades, e não há volta a dar-lhe. Os que não acreditam nelas não têm, sequer, direito de cidade na imprensa. O balanced reporting não se aplica, já que o “consenso da comunidade científica” não pode ser tratado em pé de igualdade com os milhares de cientistas, de academias, de universidades, de estudiosos, de simples cidadãos que, por esse mundo fora, têm o desplante de se confessar contra os malheiros.
Quem for contra os malheiros é servo do capital, das petrolíferas, do lóbi da “contra-informação”, dos “interesses escondidos”, é um produtor de “cacofonia”, um ser miserável e repugnante que nem sequer devia ter direito a dizer o que pensa. Muito menos terá a imprensa o direito de tratar da mesma forma os que dizem a “verdade” e os “outros”.
Se o profeta Al Gore, mestre da “informação correcta”, ganha centenas de milhões com a sua propaganda, isso nada tem a ver com dinheiro. Se os luminares do IPCC, que até já foram apanhados em monumentais trafulhices, arranjaram, à nossa custa, magníficos tachos, dirigidos não à investigação científica mas à “prova”, à tort ou à raison, de uma “verdade” pré-estabelecida, isso não, tem nada a ver com interesses. Os macacões que negoceiam em títulos de carbono, coitados, nada têm a ver com o capital. Não. É tudo uma espécie de congregação monástica vocacionada para o esclarecimento e a salvação da humanidade.
 
Já lá vai o tempo das cimeiras do ambiente (Ramsar, Nairobi…), que se preocupavam com a natureza, a vida selvagem, as zonas húmidas, a diversidade genética, a poluição industrial, substituídas que foram pela barulheira histérica da matulagem do Rio ou de Copenhaga. Tais fenómenos de massas também nada têm a ver com dinheiro…
 
A nova religião, a dos Malheiros, é totalitária por excelência e definição.
Não admira que haja quem diga, com cordilheiras de razão, que o problema não é o do aquecimento global, é o da defesa da Liberdade contra os novos fascistas.    
 
A Terra, essa, continuará a girar, a aquecer, a arrefecer ou nem uma coisa nem outra, sempre que lhe dê na real gana.
Coitada da Terra, não tem culpa que haja malheiros e algores a ganhar a vida e a sentir-se uns semi-deuses à custa do que dizem dela.
 
12.2.10
 
António Borges de Carvalho

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